terça-feira, 19 de março de 2019

Elza Martins


Arquivo de Som:

Leopoldina (Renata Flores) em Rosa Selvagem



Biografia:

Elza Martins foi uma dublador Paulistana e Carioca.

Início

Elza Martinho nasceu em 25 de Abril de 1929 em Vitória, Espírito Santo. Aos 4 anos de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro da Tijuca.

Fez o ensino fundamental no Colégio Stella Maris, e o ensino médio no Instituto de Educação. Estudou piano, se formando depois de 9 anos de estudo no Instituto Nacional de Música. Chegou a lecionar música por um tempo no Conservatório Brasileiro de Música. Também lecionou música por 3 meses no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro.

Rádio Mauá

Em 1946, se inscreveu no concurso da Rádio Mauá de Hélio do Soveral, e passou, começando logo depois a fazer parte do programa Teatro Experimental do Trabalhador.

Rádio Mayrink Veiga

Em 1948, acompanhando um colega de rádio até a Mayrink Veiga, se deparou com Rodolfo Mayer, a quem era fã, em um bar. Foi conversar com ele, e ele sugeriu que ela fosse fazer um teste na emissora. Após o teste, foi imediatamente efetivada, começando na novela O Sol Nasce Amanhã (1948), de Mário Faccini, substituindo Lourdes Mayer que estava doente.

Elza Martins (1950)

Participou de outras novelas na emissora, como: Você Me Conhece (1949), O Guerreiro Branco (1949), O Grande Anatólio (1950), A Pequena Cruz do Teu Rosário (1950), entre outras.

Esteve também em programas, como: Páginas da Vida (1949); e programas humorísticos, como: Tio Bilu e As Meninas (1949).

Rádio Clube do Brasil

Na mesma época em que atuava no rádio, também participava do Coral do Instituto de Educação, no qual havia se formado. Em 1951, participa com o coral em uma apresentação na Rádio Clube do Brasil, tendo pouco tempo depois sido contratada pela emissora.

Na emissora, atuou em diversas produções, a maioria dirigida por Dias Gomes, que era diretor na emissora.

Entre os trabalhos que participou na emissora, estão primeiramente as novelas, como: Rainha dos Boêmios (1951), Espumas Flutuantes (1952), Do Calvário Ao Infinito (1952), entre outras.

Elza Martins (1950)

Em teatro, representou as peças: Minha Prece Foi Atendida (1952), Rosa de Sangue (1952), entre outras. Também trabalhou no programa Teatro Seriado, ao lado de Telmo de Avelar.

Atuou também no programa A Comédia Humana (1953), interpretando peças do escritor Balzac, como: Duquesa de Langeais (1953), entre outras.

Em programas, fez o papel de repórter em Na Hora H (1952), e apresentou o programa A Vida Por Um Fio (1953), ambos produzidos por seu marido, Roberto Mendes.

Em 1951, foi chamada novamente para a Rádio Clube do Brasil, agora com a direção renovada por Dias Gomes. Na rádio participou, entre outras de . Ficou na emissora até seu fim, em 1954, quando foi contratada pelas Organizações Associadas, indo trabalhar na Rádio Tupi, Rádio Tamoio e TV Tupi.

Diários Associados

Em meados de 1953, é contratada pelos Diários Associados para atuar na TV Tupi. Logo em seguida, também vai trabalhar na Rádio Tamoio e Rádio Tupi. Ingressa na Tamoio, na mesma época que a colega de Rádio Clube do Brasil, Noeli Mendes.

Elza Martins (1954)

Sua maior atuação foi na Rádio Tamoio. Entre as produções que fez parte, estão a novela: Um Presente Para Você (1953), e o rádioteatro: Uma Janela Para o Mundo (1954); entre outras.

Na Rádio Tupi, foi locutora-animadora do Programa Roberto Linhares (1954), entre outros.

Organizações Victor Costa

Em 1955, vai para as Organizações Victor Costa, atuando principalmente na Rádio Mundial, como também na Mayrink Veiga, e em algumas vezes na Rádio Nacional de São Paulo.

Na Mundial, atuou em novelas, como: Retalhos da Vida (1955), Enquanto o Sono Não Chega (1955), A Saudade Também Escreve (1955), entre outras.

Elza Martins (1954)

Também participou do programa: Cartas em Cartaz (1956), ao lado de Geraldo de Aquino, Graciette Sant'Anna, Alceu Bocckino, e Nilton Borges.

Também em 1956, Elza Martins e Roberto Mendes, entram na Escola Brasileira de Rádio, de Orlando Melo, veterano do rádio, para aprenderem ainda mais sobre a profissão.

Rádio Ministério da Educação

Na ocasião, também atuava na Rádio Ministério da Educação, uma rádio governamental.

Entre as suas participações na emissora, está o programa Grande Teatro PRA-2, em peças como: Quebrando (1957); entre outros.

Rádio Tupi

Em meados de 1958, é contratada novamente pela Rádio Tupi, estreando na emissora em 1 de Setembro.

Entre suas maiores atuações, estão, novamente as novelas, como: Terrível Segredo (1958), Ele e Ela... (1958), Um Ano de Felicidade (1958), As Três Lágrimas (1958), Atenas Está Chamando (1958), Na Solidão da Noite (1959), A Estranha Verdade (1959), As Mulheres São Todas Irmãs (1960), entre outras.

Em programas, entre outros, atuou em: Nosso Encontro (1960), com apresentação de Correa de Araújo.

Elza Martins (a direita) ao lado de uma amiga (1959)

Em 15 de Abril 1959, com o falecimento de seu avô, viaja com sua mãe para Portugal para resolver os tramites da herança. Fica 6 meses no país, e aproveita e vai conhecer a Espanha, Itália e França. Quando retorna ao Brasil, é novamente contratada pela Tupi, e acaba também trabalhando na Mayrink Veiga, pois a emissora tinha sido comprada recentemente pela Tupi. Na época, se torna narrador de programas noturnos na Tupi.

Rádio Nacional

Em meados de 1960, vai trabalhar na Rádio Nacional do Rio, atuando, entre outros na novela de Castro Viana: Maria Farrel (1960).

No mesmo ano, se afasta do rádio para se dedicar ao teatro. Por volta de 1960/61, transfere-se para São Paulo, aonde trabalha com dublagem na GravaSon.

Rádio Mayrink Veiga

Em 1962, retorna a Mayrink a pedido de Jair de Taumaturgo, mas atua apenas nos programas humorísticos da emissora, como: Vai da Valsa (1962), O Mundo é dos Vivos (1962-63), Alarico Malasorte (1962), Regra de 3 (1962-63), entre outros.

Elza Martins (1963)

Em 1963, ganha o titulo de Rainha do Rádio pela Mayrink Veiga.

Rádio Tupi

Em 1964, retorna novamente à Rádio Tupi. Na ocasião, atua no programa: 45º Distrito Policial (1964), de Mário de Moraes, ao lado de Ronaldo Magalhães, Paulo Moreno, Jomeri Pozzoli e Samuel Corrêa; e na novela: Porque Seria Assim? (1965); entre outros.

Em final de 1965, vai trabalhar na TV Tupi de São Paulo, indo semanalmente para o Rio para gravar novelas para a Rádio Tupi.

Rádio MEC

Reunião do Projeto Minerva

De volta já há algum tempo no Rio, Elza participa nos anos de 1970 do Projeto Minerva, que era um programa de rádio com a finalidade de educar adultos a distância. Nesse programa, ela interpretava a Professora Diva, que era responsável pela região do Norte e Nordeste do país. Elza teve a oportunidade de viajar a Belém no Pará, e participar da entrega de diploma aos alunos formados pelo projeto, no estádio Tuna Luso. O projeto foi criado pelo Governo Militar.

TV Tupi - Rio

Na TV, estréia em meados de 1953, quando é contratada pelos Diários Associados. Atuou em diversas peças de teatro ao vivo na ocasião.

Ficou também conhecida por interpretar uma fada que contava histórias, no programa Fantasia (1954), em episódios como: O Tutor do Menino Rei (1954), entre outros.

Em novelas, na emissora participou de: A Mentira (1955).

Se retira da TV em 1955, quando é contratada pelas Organizações Victor Costa.

TV Tupi - São Paulo

Por volta de outubro de 1965, Elza Martins e o marido, Roberto Mendes, mudam-se para São Paulo para trabalharem na TV Tupi. Na ocasião, começa a trabalhar no programa Telecentro (1955), na emissora. Junto com o trabalho na TV, também atuava na Rádio Tupi do Rio, indo semanalmente para o Rio de Janeiro gravar novelas na emissora.

Teatro

Em meados de 1960, entra na companhia de Teatro de Ribeiro Fortes, chamada de Os Associados, e estréia na peça Nó de 4 Pernas (1960), passando por vários teatros do Rio. Um tempo depois, também fez a peça Amanhecer, também na companhia.

Vai para São Paulo trabalhar com dublagem por volta de 1960/61, retornando em 1962 para o Rio para trabalhar na Mayrink Veiga, e retorna para a companhia. Atua em nova temporada de Nó de 4 Pernas (1962).

A companhia era composta por atores e atrizes das emissoras associadas do Rio e de São Paulo. Entre eles Terezinha Moreira, Leda Maria, Luís Motta, Waldir Maia, Ribeiro Fortes, entre outros.

Prêmios

Em 1965, ganha o prêmio de mérito pela Superintendência do IV Centenário da Secretaria de Turismo do Brasil, como a melhor da dublagem. Na época, atuava dublando no Rio de Janeiro.

Vida Pessoal

Elza Martins e Roberto Mendes (1956)

Em 1949, conheceu Roberto Mendes, que acabara de se transferir para a emissora que ela atuara, a Mayrink Veiga. Algum tempo depois começaram a namorar. Se casaram na década de 1950, e tiveram 3 filhos: João Roberto (1964), Rita de Cássia (1967), e Ana Rosa (1971).

Há informações errôneas de que Lina Mendes era sua neta, mas não é verdade. Suas netas são Mariana e Manoela, e nunca trabalharam com dublagem. Elza também tem João Pedro como neto.

Em 1949, conheceu Roberto Mendes, que acabara de se transferir para a emissora que ela atuara, a Mayrink Veiga. Algum tempo depois começaram a namorar. Se casaram na década de 1950. Em 1963, deu a luz a um filho, que não sabemos se é homem ou mulher.

Dublagem

Na dublagem, entrou por volta de 1960/61 na GravaSon, em São Paulo. Em 1962, retorna ao Rio contratada pela Mayrink Veiga, e ingressa na Herbert Richers. Por volta de 1965, é contratada pela TV Tupi de São Paulo, e volta a trabalhar na GravaSon, agora com o nome de AIC. Na ocasião, também trabalha na Odil Phono Brasil.

Por volta de 1968, retorna para o Rio contratada pelo estúdio de dublagem TV Cinesom. Fica na emissora até seu término em 1971. Nas duas vezes que atuou no Rio, também trabalhou na Riosom, CineCastro, e Dublasom Guanabara. Em 1976, também ingressa na Telecine. Nos anos de 1980, ingressa também na VTI.

Apesar de ter atuado em diversos estúdios, a empresa aonde teve maior atuação foi na Herbert Richers, principalmente de meados dos anos de 1970, até início dos anos 2000. Seu marido, Roberto Mendes, atuou junto com ela em todos os estúdios de dublagem que trabalhou.

Na dublagem, iniciou a carreira no início dos anos de 1960, no Rio de Janeiro, na Herbert Richers. Na emissora na ocasião, trabalhou ao lado de atores e atrizes, como Isis de Oliveira, Milton Rangel, Herval Rossano, Orlando Drummond, Murilo Neli, Roberto Mendes, entre tantos outros. Em final de 1966, vai para São Paulo trabalhar na TV Tupi, e na mesma época ingressa na AIC. Também trabalha na Odil Phono Brasil. 2 anos depois, retorna para o Rio de Janeiro, e retorna para a Herbert Richers, indo também trabalhar na TV Cinesom, CineCastro, Riosom e Dublasom Guanabara. Nos anos de 1970, ingressa no estúdio Telecine, e nos anos de 1980, no estúdio VTI.

Alice Mitchell em Dennis, o Pimentinha

Em desenhos, dublou a Senhora Rico no desenho Riquinho, a Gara em O Vale dos Dinossauros, a primeira voz da Madame Castafiore em As Aventuras de Tin Tin, a segunda voz de Alice Mitchell, mãe de Denis em Dennis, O Pimentinha, a Princesa Nida em Os Cavaleiros da Arábia, entre outros.

Tia Em em O Mágico de OZ

Em filmes, deu a voz a Tia Em interpretada por Clara Blandick na dublagem mais conhecida de O Mágico de OZ, Senhora Margie MacDougall interpretada por Hope Holiday em Se Meu Apartamento Falasse, Senhora Kramer interpretada por Barbara Stuart em Apertem Os Cintos, o Piloto Sumiu!, Sra. Pomponia interpretada por Nora Swinburne na primeira dublagem de Quo Vadis, Alexandre Del Lago interpretada por Geraldine Page em O Doce Pássaro da Juventude, entre outros.

Em séries, fez na maioria das vezes pequenas participações, como em Além da Imaginação, As Aventuras de Rin-Tin-Tin, e Aventura Submarina na GravaSon, Jornada nas Estrelas, e A Feiticeira na AIC, e Super Maquina na Herbert Richers, entre outras. Sua única participação fixa foi na série Ultraman, dublando Akiko Fuji interpretada por Hiroko Sakurai.

Em novelas, foi a voz de Irmã Matilde interpretada por Lilia Michel em Maria do Bairro, a empregada Leopoldina interpretada por Renata Flores em Rosa Selvagem, Nona interpretada por Meche Barba em Maria Mercedes, além da atriz Maria Prado em Maria do Bairro e Alcançar Uma Estrela 2, entre outras.

Elza Martins faleceu no dia 10 de Janeiro de 2018.

Trabalhos:

Filmes

- Sra. Milo (Frances Bay) em Karatê Kid 3
- Sra. Margie MacDougall (Hope Holiday) em Se Meu Apartamento Falasse
- Sra. Kramer (Barbara Stuart) em Apertem Os Cintos, o Piloto Sumiu!
- Sra. Masters (Spring Byington) em O Caminho do Diabo
- Sra. Karras (Vasiliki Maliaros) em O Exorcista (1ª Dublagem)
- Tia Em (Clara Blandick) em O Mágico de OZ (Herbert Richers)
- Sra. Liddell (Yvonne Gilan) em Carruagens de Fogo
- Sra. Stimler (Dody Goodman) em Splash, Um Sereia Em Minha Vida
- Garçonete (Carolyn Louden) em Sexta-Feira 13 Parte 2
- Anne (Jessie Mattews) em O Pequeno Polegar
- Lynn Bernstein (Bonnie Bartlett) em V - A Batalha Final
- Sra. Dewitt Lawrence) (Isobel Elsom) em O Moço da Filadélfia
- Dra. Jonhson (Elizabeth Hoffman) em Querem Me Enlouquecer
- Sra. Pomponia (Nora Swinburne) em Quo Vadis (1ª Dublagem)
- Olympia (Luce Marquand) em O Último Tango em Paris
- Alexandre Del Lago (Geraldine Page) em O Doce Pássaro da Juventude
- Cindy Bakersfeld (Dana Wynter) em Aeroporto
- Janet (Katharine Ross) em A Mulher Sem Rosto

Séries

- Akiko Fuji (Hiroko Sakurai) em Ultraman
- Tia Clara (Marion Lorne) (terceira voz) em A Feiticeira
- Ellen Sullivan (Lorinne Vozoff) em Super Maquina (1ª Temporada)

Desenhos

- Senhora Rico em Riquinho (Desenho)
- Gara em O Vale dos Dinossauros
- Alice Mitchell (segunda voz) em Dennis, O Pimentinha
- Beth em Homem Aranha (1967)
- Madame Castafiore (primeira voz) em As Aventuras de Tin Tin
- Parca Laquésis em Hércules (Longa-Metragem)
- Princesa Nida em Os Cavaleiros da Arábia
- Hepzibah dos Starjammers em X-Men - A Série Animada
- Piu-Piu (uma das vozes) em Looney Tunes (CineCastro)
- Sra. Arable em A Menina e o Porquinho
- Sra. Judson em Diana Chesney

Novelas

- Maria Prado em Maria do Bairro e Alcançar Uma Estrela 2
- Irmã Matilde (Lilia Michel) em Maria do Bairro
- Leopoldina (Renata Flores) em Rosa Selvagem
- Nona (Meche Barba) em Maria Mercedes
- Ana, a cozinheira (Joana Brito) em Coração Selvagem
- Inspetora Dias Gomes (não creditada) em Carrossel

Fontes: Acervo Pessoal, Dublanet, Marcelo Almeida, Universo AIC, Revista do Rádio, Correio da Manhã, Gazeta de Notícias, Aveleyman, Correio da Manhã, Ana Rosa Fonseca, Mário Azevedo, Gabriel Marques, História da Dublagem.

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