quarta-feira, 20 de março de 2019

Matérias - A História da Disney no Brasil

 
Enviado em 21/06/2015

Em 1928 veio à São Paulo o americano Wallace Downey para dirigir a gravadora americana Columbia Discos, aqui representada por Byington & Cia. Nessa mesma época notou que a implantação do som no cinema nacional estava crescendo, e percebeu que produzir filmes seria algo lucrativo. Assim, apoiado pelos Byingtons, começa a trabalhar com a produção de filmes para o cinema em 1930, impulsionando o jovem Alberto Byington Jr. que acabara de voltar dos estudos nos Estados Unidos, e que estava impressionado com o advento do som no cinema no país norte-americano, e com desejos de realizar isso no Brasil. Downey realiza em 1931 o curta-metragem: Mágoa Sertaneja; e o longa: Coisas Nossas, já na época com a sonografia de Moacyr Fenelon, que trabalhava na Columbia Discos. Já nessa época criam o nome de São Paulo Sonofilms para esse novo projeto, que nada mais era que um desdobramento da Byington e Cia (também conhecida como Casa Byington).

Em 30 de Maio de 1932, Alberto Byington Jr. funda a Rádio Cruzeiro do Sul. No mesmo ano, Alberto se envolve com a Revolução Constitucionalista e é exilado do país. Quando esteve exilado, foi para os Estados Unidos aonde havia a sede da Byington & Cia., localizada em Nova York. Se envolveu com contrabando de armas apoiado pela embaixada da China no Brasil para manter a revolução, levando armamento dos Estados Unidos para o Brasil, fazendo simultaneamente o mesmo em Buenos Aires. Retorna ao Brasil em meados de 1933, só retomando trabalhos na empresa em meados de 1934, com os famosos cinejornais semanais chamados Sonofilme Jornal, contando um pouco sobre a revolução de Julho de 1932. A empresa já contava com a presença do fotógrafo William Gericke nessa ocasião. Nessa época Downey se retira da empresa e funda a Waldow Film no Rio de Janeiro. Por sua vez Fenelon continua na Byington, trabalhando tanto nos discos para a Columbia quanto nas rádios que Alberto Byington estava inaugurando. Nessa ocasião a Byington e Cia. atuava também como distribuidora de filmes, e a São Paulo Sonofilms era apenas produtora de filmes.

Nessa ocasião o líder do cinema no Brasil era Ademar Gonzaga com seu estúdio Cinédia. Com isso Downey notou que se conseguisse uma parceria com Ademar conseguiria dispor de equipamentos melhores para seus filmes. A parceria da certo e é chamada de Waldow-Cinédia, sendo realizada em Dezembro de 1934, e tendo rentabilidade tanto para Downey como para Ademar, e também tendo notabilidade no cinema nacional. A parceria funcionava da seguinte forma: A Cinédia emprestava os estúdios, laboratórios e equipamentos, e a Wallace ficava com os demais custos, além da direção. No terceiro longa da empresa, Estudantes, em meados de 1935, Fenelon participa da sonorização, participando desde então ativamente na empresa de Downey.

Downey, por não estar familiarizado com o meio musical do Rio de Janeiro da onde vinha a maioria de seus artistas, contrata João de Barro, o Braguinha, e Alberto Ribeiro, ambos compositores e apresentados a Downey por Vicente Mangione, que também apresentou Alberto Ribeiro à João de Barro na mesma época, começando assim uma parceria de João de Barro por muitos anos ao lado de Wallace Downey.

A empresa lança no ano seguinte o famoso filme Alô Alô Carnaval, único filme brasileiro aonde Carmen Miranda atuou como atriz e cantora. João de Barro e Alberto Ribeiro além de assessorarem Downey na escolha do elenco e repertório, também trabalham como assistentes de direção, escritores dos argumentos do filme e fornecedores de composições para as trilhas sonoras.

Moacyr Fénelon ao lado de Carmen Miranda, e Aurora Miranda ao lado de João de Barro, entre outros.

Pouco tempo depois do lançamento do filme em 1936, Downey se associa a seu antigo parceiro e representante da empresa Byington & Cia, Alberto Byington Jr., e criam juntos a Sonofilms (também conhecida como Sonofilmes), que na verdade foi o nome que foi rebatizada a São Paulo Sonofilms transferida para o Rio de Janeiro, e que atuava no cinema desde 1930 por intermédio do próprio Downey com parceria à Alberto na ocasião, e que foi retomada por Alberto em 1934, após o período em que ficou exilado.

Junto com Downey, também ingressa na empresa o sonografista Moacyr Fenelon, que começara tempos atrás suas atividades na Byington & Cia, e estava com Downey na Waldo-Cinédia, e o fotógrafo William Gericke vindo de São Paulo. A sede social da empresa se localizava na Rua Álvaro Alvim, nº 33/37, 8º Andar, Sala 810, no Edifício Ftex. Já os estúdios de gravação que a empresa teve entre outros endereços está a Avenida Venezuela, 145, na Cinelândia, alugado em Novembro de 1938, começando o trabalho imediatamente, e inaugurado para o público em 28 de Janeiro de 1939, com o trailer de seu novo filme na ocasião.

Com a parceria com Downey, existiram 2 sedes da Sonofilms, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Meses mais tarde também em 1936, Fenelon fica trabalhando apenas na Sonofilms do Rio com Downey, após uma briga com o fotógrafo William Gericke, que retorna a São Paulo com Byington.

Downey fica encarregado de comandar uma nova linha de produção na empresa, já que a empresa havia montado uma distribuidora própria de filmes, chamada Distribuição Nacional (DN), que foi criada pela empresa ter ligação com o Circuito Metro. Downey trás consigo João de Barro para trabalharem juntos na empresa ao lado de seu parceiro musical Alberto Ribeiro. Nessa época estimula a criação de um departamento de dublagem na empresa, viabilizando a capacidade técnica do sonografista Fenelon, que já acumulava larga experiência na sonorização, corte, montagem e edição de filmes.

Na época a empresa passava por um baixo rendimento, eis que então surge o desenho Branca de Neve e Os Sete Anões que naquele momento salva a empresa, fazendo Fenelon, responsável pela parte técnica da dublagem pensar em futuramente serem exibidos filmes estrangeiros em nossa língua. De fato um pioneiro em todos os aspectos.

“Todos nós sabemos que o estrangeiro nos manda em latas, celulóide que não custam mais de dois mil réis o metro copiado, saindo atualmente do país pelas suas exibições, cerca de quinhentos mil contos de réis. Muito interessante, pois, se das vantagens que oferecem à indústria estrangeira reduzíssemos as nossas, criaríamos com a dublagem uma indústria nacional à margem daquela, seguindo o exemplo da Itália, França, Alemanha e de outros países em que, ha muito é tida como necessária e racional, por isso mesmo obrigatória.” Moacyr Fenelon
 
Branca de Neve e Os Sete Anões

Branca de Neve e Os Sete Anões é lançado em 1937 nos Estados Unidos, sendo ele o primeiro longa-metragem da Disney, e o primeiro longa-metragem animado sonoro do mundo. O filme é trazido pela Sonofilms, e segundo Leandro Pereira Lessa, aluno do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora que criou em 2002 o TCC sobre A Dublagem no Brasil, e entrevistou Maria Cecília, filha de João de Barro, o filme teria sido levado para o Teatro Cineac, futuro Cineac Trianon, na Av. Rio Branco, 181, aonde fora dublado. O que não sabemos é aonde exatamente fora dublado, pois no edifício funcionavam várias empresas e estúdios.

João de Barro, o Braguinha, que na ocasião era diretor artístico da Sonofilms e da Columbia, fica responsável pelas adaptações e traduções das 8 letras musicais do desenho ao lado de Alberto Ribeiro, e da escalação e da direção de dublagem. A tradução fica a cargo de Alberto Ribeiro. E é aí que inicia-se a dublagem no Brasil, sendo inaugurado o longa nos cinemas brasileiros em 5 de Setembro de 1938, 6 meses após o lançamento oficial nos Estados Unidos.

Pôster do Jornal Correio da Manhã

O lançamento do filme no Brasil, que foi em 5 de Setembro de 1938, exigiu que a RKO envia-se para o Brasil técnicos para escolher quais os cinemas iriam exibir o filme, como cuidados com a renovação das lâmpadas excitadoras, dos alto-falantes e transformadores calibrados para obter a velocidade certa de 24 fotogramas por segundo.

Na ocasião, o diretor a RKO, Phil Reisman, achou que Carlos Galhardo cantou melhor do que o tenor americano que fez na versão original, a parte do Príncipe Encantado.


Branca de Neve e os Sete Anões conta a história de uma princesa (Branca de Neve) que resolve ir passear na floresta, e encontra uma casa bagunçada e resolve arrumá-la. Mal ela sabe, mas se trata da casa dos 7 Anões trabalhadores da mina de ouro, que ao chegarem em casa, se deparam com Branca em sua cama dormindo. Ela acabando criando um laço de amizade e vivendo com eles por um tempo. Ao mesmo tempo, sua Madrasta foi avisada por seu Espelho Mágico de que não era mais a mais bela do reino, e sim Branca de Neve, o que a fez contratar um caçador para trazer o coração de Branca para ela. Como ele não conseguiu, ela resolveu criar um feitiço e se transformar em bruxa, levando assim uma maça envenenada para Branca, para que ela durma eternamente. Branca aceita, e cai em um sono eterno, e só um príncipe pode libertá-la do encanto com um beijo.


Dalva de Oliveira

Foi escolhido Dalva de Oliveira para dublar Branca de Neve, e Carlos Galhardo para cantar pelo Príncipe. Na época da dublagem feita no Brasil, o supervisor americano da Disney, Jack Cutting, ficou impressionado como em um país como o Brasil em plena década de 1930 já dispunha-se de aparelhos avançados para fazer esse tipo de trabalho.

Essa dublagem infelizmente foi mal conservada e foi redublada em 1965 pela rádioatriz Maria Alice Barreto, nos estúdios de dublagem da Riosom, com direção de Telmo de Avelar, e tradução de Gilberto Souto e Telmo de Avelar, e lançado nos cinemas em 1 de Janeiro de 1966. A primeira dublagem foi perdida. O filme é lançado em VHS em 1994, em DVD em 2001, e em DVD e Blu-Ray em 2009, ambos com a dublagem de 1965.

À um outro porém a ser destacado. Há informações na internet de que a cinematográfica CineLab Estúdios e Laboratórios teria sido a responsável pela dublagem de Branca de Neve e dos clássicos Disney, essa é uma informação errônea, a CineLab nunca dublou nenhuma produção Disney, apenas foi usado seus estúdios em 1958 pela Herbert Richers para suas dublagens, que logo depois transferiram-se para outros estúdios.

Com o dinheiro que a Sonofilms ganhou com o trabalho de dublagem para o filme, alugaram os estúdios na Av. Venezuela em 1939.

Nessa ocasião, Fenelon começa na empresa uma carreira como diretor cinematográfico, e mais tarde se torna diretor geral da Sonofilms, assumindo no final, poderes quase totais na empresa.

----------Biografias----------
 
Walt Disney

Walter Elias Disney, o Walt Disney nasceu em Chicago, nos Estados Unidos em 5 de Dezembro de 1901. Começou a estudar arte com 16 anos. Também fez parte da Ordem Demolay. Na mesma época tentou alistar-se no Exército para entrar na Primeira Guerra Mundial, mas por não ter alcançado a maioridade, conseguiu apenas entrar para a Cruz Vermelha, na qual teve a companhia de um amigo e passou 1 ano servindo na mesma na França.

De volta aos Estados Unidos, fez diversos tipos de trabalhos, como em agências de publicidade, e até em uma cinematográfica fazendo os cartazes de propaganda dos filmes.

Um tempo depois fundou a produtora Laugh-O-Gram ao lado do irmão Roy Disney e do amigo Un Iwerks, aonde animavam contos de fadas. Com o sucesso, mudaram-se para Burbank, em Hollywood, Califórnia em 1923, foi quando começaram a trabalhar com a distribuidora de filmes M. J. Wrinkler, na qual pagava 1500 dólares por cada filme produzido pela empresa. A partir daí surgiu Alice e Oswald The Lucky Rabbit, no qual muito se empenhou. Com a fama de Oswald, o dono da distribuidora Wrinkler roubou os desenhos do personagem, pois Walt não os tinha assinado, não tendo como provar que os tinha criado. Oswald é produzido pela distribuidora, e posteriormente é vendido para os estúdios de Walter Lantz, criador de Pica-Pau. Em 2006 a Disney recuperou os direitos sobre o personagem.

Para suprir esse acontecimento, Ub Iwerks criou para Walt o personagem Mickey Mouse, isso se deu no ano de 1928. O personagem foi criado para competir com o famoso Gato Félix. Com o sucesso do personagem, vários curtas-metragens foram criados, e outros personagens ingressaram nas histórias, como Donald, Pateta, Minnie, Pluto, entre muitos outros. Vários curtas desses outros personagens também começaram a ser produzidos. Walt Disney também era dublador, tendo dado sua voz a Mickey até o fim de sua vida, e dublado muito raramente algum personagem secundário em sua películas.

Em 1937, Walt Disney lança o primeiro longa-metragem animado do mundo: Branca de Neve e Os Sete Anões. Com isso, alavanca-se as criações de longas, sendo criado praticamente 1 longa por ano. Nessa altura, suas produções se popularizam por todo o planeta, tendo seus personagens vozes em vários idiomas do mundo. O cuidado que os estúdios (agora chamados de Estúdios de Walt Disney) tinham com as produções era tamanha, que mandavam técnicos para todos os países aonde os mesmos eram dublados e exibidos. O cuidado para a obra não ser alterada era uma das metas de Walt Disney. O país do qual Walt Disney foi mais próximo foi do Brasil. Visitou inúmeras vezes o país, inclusive em 1940 na inauguração do filme Fantasia, e em 1941 quando começou a produzir o longa que falava sobre América do Sul, Alô Amigos. Foi amigo de Aloysio de Oliveira e Gilberto Souto, com quem trabalhou nos Estados Unidos, e do cineasta Herbert Richers, que dublou produções Disney no final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960 à pedido de Walt Disney. Walt também adorava a música brasileira, tendo se inspirado em grandes cantores para compor seus filmes sul-americanos, como Carmen Miranda, Ary Barroso, e tantos outros.

Além de Branca de Neve e Os Sete Anões, muitos outros longas ficaram muito conhecidos no mundo, como Pinóquio, Dumbo, Bambi, Cinderela, Alice no País das Maravilhas e a Bela Adormecida. Muitos deles se agregaram à cultura de muitos países, como foi o caso do Brasil.

Em 1954, inaugura o programa Disneyland, passando curtas e longas editados, além de diversos documentários apresentados e narrados por ele. O programa se torna famoso em diversas partes do mundo. Em 1955 é inaugurado o parque projetado por Walt Disney, a Disneyland, em Anaheim, Flórida. É criado o parque para ser uma espécie de entretenimento para os visitante que iam aos estúdios que funciona no mesmo local.

Por ser fumante, como boa parte dos americanos na época, foi diagnosticado com câncer no pulmão em 1966. Por conta da medicina não ter muitos tratamentos para essa doença na época, Walt Disney acaba falecendo, deixando os Estados Unidos e o mundo impressionado, e órfãos de um dos maiores ícones do século 20. Faleceu em 15 de Dezembro de 1966, aos 65 anos de idade, em Los Angeles, Califórnia.

Após sua morte foi colocado na entrada do estúdio principal da Disney uma foto pintada de Walt Disney para homenageá-lo, algo que em vida jamais gostava que o fizesse.

Walt Disney morre sem poder ter visto seu último projeto construído: A Disney World. O segundo parque, agora em Orlando, Flórida, foi construído em 1967, e inaugurado em 1971. Além disso também não pode ver o último longa que participara, Mogli, o Menino Lobo, lançado em 1967.

Logo da Columbia

A Columbia iniciou suas atividades em 1908, usando estúdio e parte do elenco da Casa Édison, de Frederico Figner, que em troca obtinha vantagens na venda e distribuição de seus produtos. Não conseguindo lucro com a venda de discos, a Columbia fecha as portas em 1917. A volta da empresa no Brasil acontece em 1929, sediando estúdio e fábrica na cidade de São Paulo pela Byington & Cia., importante empresa na fabricação e comercialização das máquinas de escrever, importação de aparelhos eletrônicos, e fabricação de artigos em aço e baquelite, e designando dos Estados Unidos dois de seus profissionais: John Lilienthal e Wallace Downey, um responsável pelo setor industrial e outro pelo setor artístico. O maestro e pianista Odmar Amaral Gurgel encarregava-se da direção musical.

Em fins da década de 1930, instala estúdios também no Rio de Janeiro, mais precisamente no primeiro andar do galpão na Avenida Venezuela, 145, na Cinelândia, aonde antigamente funcionava um armazém de café. Em 1937, João de Barro, que atuava na Sonofilms, foi chamado para ser diretor da empresa, o que na época era desempenhado por Moacyr Fenelon, que o preparou para posteriormente o substituir.

Lançaram e gravaram discos de diversos artistas nacionais, como Abigail Alessio Parecis, Baptista Júnior, Dircinha Batista, Linda Batista, Cândido Botelho, Jararaca e Ratinho, Noel Rosa, entre muitos outros.

Em 21 de Novembro de 1940, um incêndio destrói o galpão aonde funciona a gravadora, obrigando a empresa a gravar em uma sala da Rádio Clube do Brasil, que na ocasião se localizava na Rua Bittencourt da Silva, nº 21, 4º Andar. As gravações tinham que ser feitas no período diurno quando a rádio não estava em atividade. Eles tinham muitas dificuldades em gravar com equipamentos mais ultrapassados. Isso acabou quando um tempo depois eles se instalaram na nova sede da Columbia no prédio do Cineac Trianon na Avenida Rio Branco, nº 181, 4º Andar.

Em outubro de 1943, Byington perdia a representação da Columbia que se desinteressara em continuar gravando no Brasil. Como Byington já tinha uma marca forte, resolveu criar a empresa Gravações Elétricas Ltda.,conhecida pelo selo Continental Discos. Os estúdios continuaram no endereço da Avenida Rio Branco, n° 181, 4º Andar, no edifício Cineac Trianon, sendo no 11º Andar o estúdio de fabricação de discos. A Continental era um estúdio grande e considerado o maior estúdio do Brasil em termos acústicos. Tinha como técnico de som Norival Reis, que começara como limpador de discos na Columbia. Downey por sua vez se retira do Brasil, e vai trabalhar por um tempo em outras áreas nos Estados Unidos, retornando mais tarde, e criando em 15 de Maio de 1945 ao lado de outros dirigentes das Organizações Byington como Alberto Byington Jr., e compositores como João de Barro e Alberto Ribeiro, a gravadora Toda America Ltda.

Alberto Byington Jr.

Alberto Jackson Byington Jr. nasceu em 1905, em São Paulo. De família americana, seu pai Alberto Byington se mudara para o Brasil no início do século. Alberto Byington era engenheiro eletricista, e montara em 1902 as Organizações Byington, também conhecidas como Casa Byington, além de ficar rico exportando produtos como carros e eletrodomésticos que não se fabricavam no Brasil. Já sua mãe, Pearl Ellis (depois mudando o seu nome para Pérola Byington) veio com a família pra o Brasil na época da guerra civil americana, entre os anos de 1961 e 1965, conhecendo Alberto no início do século. Pérola foi muito conhecida por sua devoção em ajudar doentes, como foi o caso da obra pioneira em combate a mortalidade infantil. Posteriormente foi homenageada tendo seu nome usado em um hospital na cidade de São Paulo.

Byington Jr. desde cedo foi ligado ao atletismo, e chegou a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris em 1924, se inscrevendo na corrida de 110 metros com barreira. Um tempo mais tarde vai estudar nos Estados Unidos, no qual chega a jogar em uma equipe de futebol americana. No final da década de 1920, deixa de lado o atletismo para comandar os negócios de seu pai. Foi aí que se envolveu com cinema, gravadora e rádio, entre eles a Columbia, Continental, Sonofilms e Rádio Cruzeiro do Sul, entre outros.

Seus trabalhos com a Disney começam na Sonofilms em 1937 com Branca de Neve e Os Sete Anões, e se estende até 1953, já na Continental Discos, no qual os longas Disney começaram a ser dublados a partir de 1948, com Música, Maestro! Seu envolvimento com a revolução constitucionalista foi também de grande importância. Ele foi para Buenos Aires, aonde financiou armas dos Estados Unidos usando o nome falso de Bud. 31 anos depois se envolveria novamente com a luta pela democracia no país custeando o combustível para a Marinha para combater o golpe de 1964 de João Goulart. Alberto Byington Jr. morre em 1965 aos 60 anos de idade de câncer no fígado.

Moacyr Fénelon

Moacyr Fénelon nasceu em 5 de Novembro de 1903, em Patrocínio do Muriaé, em Minas Gerais. Moacyr era filho do engenheiro pernambucano Álvaro Fénelon de Miranda Henriques, e da professora francesa Ida Gremy Mavet. Seus pais vieram a morrer sedo, seu pai em 1917 de uma meningite mau diagnosticada, e sua mãe em 1920. Foi cuidado por uma madrinha, e aprendeu a se virar sozinho na vida. Na década de 1920, foi trabalhar nos Laboratórios Silva Araújo, aonde conhecera sua futura esposa, Olga Zidrati, com quem se casou em 8 de Dezembro de 1923. Alguns anos mais tarde, viera morar em São Paulo, aonde foi trabalhar em uma firma de produtos químico chamada Les Etablissement Poulenc Fréres. Um tempo depois deixa o serviço e vai trabalhar como técnico de eletrônica em uma casa de rádios na Rua Direita, e é aí que em 1929 é descoberto, e participa da produção sonora da fita do filme de Lulú de Barros, Acabaram-Se Os Otários, considerado o primeiro filme falado brasileiro. A partir daí não parou mais, trabalhando depois em duas revistas de rádio e disco, chamadas Rádio Paulista e Radiomania. Trabalhou nas empresas Columbia Discos, Byington & Cia, Waldo-Cinédia, e Sonofilms. Para a Disney começou como sonoplasta na Sonofilms em Branca de Neve e Os Sete Anões, e posteriormente em Pinóquio. Seu trabalho de preparação sonora e de mixagem foi tão bem avaliado pela Disney, que na ocasião Fénelon foi chamado para trabalhar em Hollywood. Além de técnico de som, foi cinegrafista, figurante e cineasta, entre outros. e Atlântida, sendo essa última fundada ao lado dos irmãos José Carlos Burle e Paulo Burle em 17 de Setembro de 1941, a cinematográfica Atlântida. Sai da empresa em 1948, após o lançamento do remake Asas do Brasil, pois não era adepto do cinema chanchada. Após a sua saída, faz co-produções com equipes mais modernas para lançar seus filmes. Um tempo depois lança a marca Cineproduções Fénelon, e posteriormente trabalha na empresa Flama. Os filmes que mais realizava eram Musicais e Melodramas. Moacyr Fénelon morre em 14 de agosto de 1953 de um problema na válvula mitral do coração que já sofria há algum tempo, 18 dias depois de mandar uma carta a Mário Civelli, produtor de filmes da empresa Multifilmes, na qual Fénelon iria ser diretor. A importância de Fénelon no cinema, é tão grande quanto a de João de Barro na música. Fénelon foi um dos maiores e melhores técnicos de som do início do cinema, tendo descoberto e aprimorado muitas técnicas, o que ajudou o cinema falado a nascer e crescer.

Waallace Downey

Wallace Downey nasceu em Staten Island, no estado de Nova York nos Estados Unidos em 14 de Maio de 1902. Em 1928 vem para o Brasil dirigir a gravadora Columbia, aqui representada por Byington & Cia. Nessa época, acaba se apaixonando pelo cinema nacional, e ingressa com a Byington nesse empreendimento, lançando a marca São Paulo Sonofilms, e lançando o primeiro longa-metragem sonoro que alcançou sucesso, Coisas Nossas. Por volta de 1934, se retira da Sonofilms e lança a Waldow Films no Rio de Janeiro. Lá conhece Ademar Gonzaga, com o qual desenvolve uma parceria, criando a Waldow-Cinédia. O filme de maior sucesso da empresa foi Alô Alô Carnaval, com Aurora e Carmen Miranda. Em 1936 se associa a seu antigo sócio, Alberto Byington Jr., dono da Byington & Cia, e recria a marca Sonofilms, transferindo-a também para o Rio de Janeiro. Em 1937, a Sonofilms fica encarregada de dublar Branca de Neve e Os Sete Anões, que ajudam a levantar a empresa, e consequentemente a construção de seu estúdio na Rua Venezuela. A empresa consegue pelo menos 5 anos de grande sucesso, lançando diversos filmes que se tornariam clássicos na história do cinema brasileiro como Bombonzinho e Banana da Terra em 1938, Futebol em Família e Laranja da China em 1939, Céu Azul e Asas do Brasil, e Abacaxi Azul em 1943.
Por volta de 1943 a Sonofilms encerra totalmente suas atividades, o que dividiu o elenco João de Barro, Wallace, Fénelon e Byington. Fénelon se retira em 1941 e cria a Atlântida, Byington cria a Continental Discos e João de Barro vai consigo, e Wallace retorna aos Estados Unidos. Em 1945, já de volta ao Brasil, Downey cria a gravadora Todamérica, ao lado de Alberto Byington Jr., Sávio Silveira, João de Barro, Antônio Almeida, Alberto Ribeiro e Osvaldo Santiago. Gravadora fundada em 15 de Maio de 1945. A empresa gravou ao todo 960 discos de 78 rotações e cerca de 70 elepês, todos fabricados e distribuídos pela Continental Discos. Em 1960 a empresa deixa de gravar, e retorna posteriormente apenas como editora musical. No final dos anos de 1960 a empresa pertencia apenas à João de Barro, Vanisa Santiego (filha de Osvaldo Santiago), e Dalvo Mendes, já que todos os outros sócio-fundadores já haviam falecido. Downey se aposentou por volta de final dos anos de 1950, início de 1960, e voltou a morar nos Estados Unidos. Sempre se comunicava com seus sócios e amigos no Brasil. Faleceu em 29 de Janeiro de 1967, na cidade de Nova York, aonde residia.

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Pinóquio
 
Em 1940 chega outro longa ao Brasil chamado Pinóquio, com o rádio-ator Pinguinho na voz do menino de madeira, Mesquitinha como o Grilo Falante, no qual já havia participado de filmes da Sonofilms como o primeiro longa-metragem da empresa chamado João Ninguém, Joracy Camargo como tradutor, que participara como escritor do longa Bombonzinho de 1937 também na empresa, do sonografista Moacyr Fenelon, além do famoso Grande Otelo na voz de Espoleta, do garoto mal elemento da história.

Nota da Revista A Scena Muda de 22 de Outubro de 1940

O filme teria sido dublado na sede da Sonofilms na Rua Venezuela, nº 145, na Cinelândia, e lançado nos cinemas em 28 de Outubro de 1940. A participação técnica de Fenelon foi apreciada a ponto de o convidarem para trabalhar em Hollywood.

Nessa época, Moacyr Fenelon, que cuidava da mixagem e de toda a parte técnica dos filmes nacionais e da Disney, conseguiu poderes quase que totais na Sonofilms, também cuidando das gravações e direções. Sem duvida alguma marcou na história do cinema nacional, e na história na mixagem e sonorização das dublagens Disney no Brasil.

Pinóquio

Pinóquio conta a história de um menino de madeira criado pelo artesão italiano Gepetto. Em uma noite, uma Fada Azul visita Pinóquio, dando-lhe vida própria. Sua consciência é representada por um Grilo Falante, que o orienta em várias ocasiões. Gepetto fica muito feliz com o feito, pois sempre sonhou com isso. Pinóquio se envolve em várias aventuras, como trabalhando no Circo, e até mesmo conhecendo um menino de má índole que só tinha hábitos ruins.

Esse longa também foi redublado em 1966 na Riosom, com o jovem Carlos Alberto Mello na voz de Pinóquio, Telmo de Avelar como diretor e tradutor, e Aloysio de Oliveira como responsável pela tradução musical. A primeira dublagem foi perdida. Ele foi lançado em VHS em 1993 e em DVD e VHS em 2001, ambos com a dublagem da Riosom. Em 2009, o filme é redublado na Delart para lançamento em DVD e Blu-Ray da Edição Platinum do filme.

Linda Batista e Dircinha Batista ao lado do pai Baptista Junior e seus bonecos

Uma curiosidade, os personagens Soneca de A Branca de Neve e Os Sete Anões e Gepeto, dono do boneco de madeira de Pinocchio, foram dublados pelo ventríloquo e ator João Baptista Junior. Por ter facilidade em encaixar a voz na boca dos bonecos, Baptista foi chamada por João de Barro para os longas, e nesse último por ser um personagem que é ventríloquo igual a Baptista. Se não tivesse falecido tão cedo, com certeza teria sido chamado por João de Barro para dublar outros personagens em outras produções Disney. Baptista também era cantor e comediante, além de pai das cantoras Linda Batista e Dircinha Batista. Também fez cinema, como os filmes Mágoa Sertaneja, Cousas Nossas, Bombonzinho e Laranja da China, entre outros. Nasceu em Itapira, interior de São Paulo em 15 de Janeiro de 1984, e faleceu aos 49 anos em 24 de Maio de 1943. O crítico de dramaturgia Brício de Abreu o classificou como um dos maiores ventríloquos brasileiros.

Em 18 de Setembro de 1941, Moacyr Fénelon, ao lado dos irmãos José Carlos Burle e Paulo Burle, fundam a cinematográfica Atlântida, que se tornaria uma das maiores produtoras de filmes do país, parando nos meses seguintes de trabalhar com a Sonofilms, e automaticamente com as dublagens Disney.

Nota do Jornal A Noite de 26 de Novembro de 1940

Na madrugada do dia 21 de Novembro de 1940, um incêndio destrói o galpão aonde se localizava a Sonofilms, aonde além dos estúdios de filmagens e escritórios também se localizava a gravadora de Byington, a Columbia. Na ocasião, Fenelon se retira da empresa, tendo como última participação no filme O Simpático Jeremias de 1940, tendo sido diretor e roteirista do mesmo. A empresa tentou se recuperar com o filme Céu Azul, no qual foram alugados os estúdios da Brasil Vita Filmes da cineasta Carmen Santos para a realização do longa. Os estúdios se localizavam na Rua Conde de Bonfim, n° 1331, Tijuca. O filme Asas do Brasil que ainda não havia sido lançado, é totalmente perdido no incêndio, tendo após isso causado uma controversa de quem teria os direitos sobre o mesmo. Controversa essa que se estendeu até 1948 quando o mesmo é regravado por Fénelon na Atlântida. A partir daí a empresa não realiza mais nenhum longa, apenas curtas, realizando apenas Abacaxi Azul em 1943, com parceria com a Cinédia.

À uma passagem no livro "Yes, Nós Temos Braguinha" aonde Paulo Tapajós relembra esse momento das dublagens Disney.

"Entretanto prefiro dar um salto no tempo e parar na época em que Braguinha estava entregue aos trabalhos de dublagem dos desenhos de Walt Disney, lá nos estúdios da Carmen Santos. Fui convidado por ele a fazer a voz do grilo, que era a consciência do Pinocchio". Paulo Tapajós, no livro Yes, Nós Temos Braguinha

No caso, Paulo foi a voz do grilo quando o mesmo cantava, dividindo cena com Mesquitinha, que falava pelo personagem que era a consciência de Pinóquio. Não sabemos se outros filmes foram dublados nesse mesmo estúdio a pedido da Sonofilms, mas ao que tudo indica sim, pois a empresa nunca mais tivera estúdios próprios.

Fantasia

Em 1941 chega ao Brasil o filme Fantasia. Primeiro filme musicado da Disney e com instrumentação da Orquestra Sinfonia da Filadélfia, o filme conta com temas clássicos conhecidos de músicos como Leopold Stokowski, Johann Sebastian Bach, Tchaikovsky, Igor Stravinsky, Paul Dukas, Amilcare Ponchielli, Modest Mussorgky, Beethoven e Franz Schuvert. Fantasia, que para sua produção foram gastos mais de 3 milhões de dólares em 3 anos de trabalho, trouxe uma sonorização nunca antes vista no cinema, tendo sido usados 9 aparelhos de gravação sonora cada um com 3 microfones. Isso fez com que a Disney manda-se a São Paulo e Rio de Janeiro, técnicos para acoplar os cinemas para a exibição, principalmente com a colocação de autos-falantes para sentir toda a amplitude e riqueza do filme.

Nota do Diário de Notícias de 26 de Agosto de 1941

O filme foi lançado no Brasil em 23 de Agosto de 1941. 3 Dias depois, o próprio Walt Disney esteve em São Paulo para assistir o filme, mas antes fez uma coletiva de imprensa com jornalistas, artistas, intelectuais, autoridades e grande numero de pessoas no Aeroporto de Congonhas, entre elas o Presidente da República, Getulio Vargas, sua esposa Darcy Vargas, e o embaixador dos Estados Unidos, Jefferson Caffery. O filme Walt Disney assistiu ao lado de sua esposa, de Phil Roleman, e do empresário Alberto Byington Jr. no cinema Rosário.

Em Fantasia, as cenas musicadas eram ilustradas por vários personagens, muitos deles criados apenas para o filme. Mickey Mouse é o que mais participa no filme, ilustrando a cena em que cria poções mágicas em um livro de um feiticeiro, chamado O Aprendiz de Feiticeiro. Há outros segmentos, como Tocata e Fuga em Ré Menor, Suíte Quebra-Nozes, Sagração da Primavera, Sinfonia Pastoral, Dança das Horas, Uma Noite no Monte Calvo, e Ave Maria, todas mesclando paisagens de diversos traços, cores e relevos, com desenhos e traços de diferentes formas, acompanhados de clássicos musicais de orquestras.

O filme foi relançado nos cinemas em Outubro de 1960, pelas Organizações Rank com a dublagem original. Em 1991, foi redublado para VHS na S&C Produções Artísticas, e posteriormente em 2010 para BluRay na Delart. Apesar das redublagens, a dublagem original ainda se encontra disponível com colecionadores.

O Dragão Dengoso

Em 1941, chega a Sonofilms o filme O Dragão Dengoso (posteriormente chamado de O Dragão Relutante), estrelando Oscarito dublando o Dragão que da nome ao filme. O filme foi lançado em 18 de Dezembro de 1941.

O filme começa com atores, que representam desenhistas, que por sua vez ensinam como é produzido um desenho. Após isso o filme é exibido. O Dragão Dengoso conta a história de um Dragão que todos tinham medo, e um menino que vivia com seu pai que era pastor de ovelhas, o conhece, e descobre que se trata de um dragão amigável, e que gosta de escrever poesias. Ao saber que na cidade esta havendo uma reunião para escolher quem iria matar o Dragão, o Menino resolve procurar Sir Giles para ensinar o Dragão a lutar, porem Sir Giles também gosta de poesia, e se junta ao Dragão. No final, Sir Giles se candidata para derrotar o Dragão, mas ninguém sabe que tudo não passa de uma farsa, apenas para as pessoas da cidade não mais o caçarem.

O filme foi redublado em 1994 na Megassom, fazendo parte da coleção Walt Disney Mini Clássicos lançados entre 1991 e 1994, e na Delart em 2002, com direção de Telmo de Avelar e tradução de Mário Menezes, para lançamento em DVD na coleção Fábulas Disney. O filme que apesar de ter sido lançado no passado como um longa, é um curta-metragem, e foi lançado com outro curta metragem no Volume 6 da coleção em DVD.

Dumbo

Por volta de 1941 chega outro longa, Dumbo, com João de Barro dublando um dos personagens principais da estória, o ratinho Timóteo. Ainda conta com a presença de Grande Otello dublando o Corvo Jim, Sarah Nobre como a Elefante Matrona, Almirante como a Cegonha, e Olga Nobre como Catty.

João de Barro dublando Timóteo

Dumbo conta a história de um bebê elefante que é trazido à uma elefante que trabalha em um circo, a Senhora Jumbo. Por ele ter orelhas enormes, as companheiras de trabalho de Jumbo caçoam e o tratam mal. É aí que surge o Ratinho Timóteo, que as assusta, protegendo e ajudando Dumbo. Em um dia, pessoas do público do circo começaram a atormentar Dumbo, o que fez Jumbo se enfurecer e ser enjaulada. A partir daí Dumbo acaba seguindo sozinho o seu caminho, passando por diversas situações, desde seus trabalhos no Circo, até se embriagado com Timóteo e conhecendo alguns corvos cantores.

Grande Ottelo dublando Jim

O filme foi lançado nos cinemas brasileiros em 10 de Julho de 1942. Dumbo é redublado em 1973 na Tecnisom. Em 1990, é lançado em VHS com a dublagem da Sonofilmes. Em 1998, é lançado novamente em VHS, agora com uma terceira dublagem feita na Double Sound. Em DVD é lançado em 2001 com a dublagem da Double Sound, e em 2011 é lançado em Blu-Ray, também com a dublagem da Double Sound. A dublagem da Tecnisom é apenas exibida pelo canal Disney Channel. Todas as dublagens ainda são possíveis de serem encontradas.

Bambi

Já no final de 1942 chega Bambi, dublado por Peri Ribeiro, filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Oscar, filho de Olga Nobre, e Almirante também participam da dublagem.

Bambi conta a história do nascimento do príncipe do bosque, Bambi, um filhote de veado. O filme também mostra a sobrevivência dos animais na floresta, a caça do homem aos animais, a puberdade, e as paixões.

Peri Ribeiro dublando Bambi

Um fato curioso da dublagem desse filme aconteceu com Peri Ribeiro dentro do estúdio. Estava fazendo um calor muito forte, e Peri reclamava muito por conta disso, e como na época não existiam estúdios com ar condicionado, o jeito foi despir o menino e fazer ele gravar nu.

O filme é lançado no Brasil em 10 de Março de 1943, e redublado em 1969 na Riosom. Em 1994, é lançado em VHS com redublagem da Delart. Em 2005 é lançada a Edição Platinum em DVD, e em 2011 a Edição Diamante em DVD e Blu-Ray, ambas com a dublagem de 1994. As primeiras duas dublagens se perderam.

Gilberto Souto, Raul Boop (embaixador brasileiro em Los Angeles), Walt Disney, Adalgisa Nery e o marido Lourival Fontes (embaixador brasileiro no México), Jack Cutting e Aloysio de Oliveira em 1945

Desde 1938 o desenhista da Disney, Jack Cutting vem ao Brasil para cuidar e acompanhar as dublagens dos longas-metragens, acompanhando a escalação de vozes, interpretações e preparação dos estúdios responsáveis pelas dublagens. Acompanhou as dublagem no Brasil de Branca de Neve e Os Sete Anões em 1938, Pinóquio e Fantasia em 1940, O Dragão Dengoso, Dumbo e Bambi em Agosto de 1941, Música, Maestro!, Bongo e Canção do Sul em Maio de 1947, entre outros.

Jack começou a carreira em 1929 como desenhista em curtas para Walt Disney. Por volta de 1936, já era assistente de direção em curtas, até a partir de 1938, quando fica responsável pela supervisão das dublagens feitas no Brasil. Em 1944, supervisiona as canções brasileiras do longa Alô Amigos, e as dublagens do mesmo em espanhol e em português. Jack também fica responsável pela dublagem de longas em outros idiomas, como foi o caso de Cinderela e Alice no País das Maravilhas que foram dublados em 10 idiomas nos estúdios de Walt Disney em Paris. Em 1947 esteve no Brasil para cuidar da dublagem de alguns longas, e aproveitou e deu uma palestra sobre seu trabalho na Disney, e sua supervisão das dublagens Disney, contando o quanto o trabalho é exaustivo. Também aproveitou e deu uma entrevista a revista Correio da Manhã no mesmo dia da palestra. Nos anos de 1960, chega a dirigir alguns episódios da franquia Donald Duck And His Companions. Veio a falecer em 17 de Agosto de 1988, em Los Angeles, Califórnia.

Walt Disney no Rio de Janeiro em 1941

Em 1941 em visita a Belém do Para, Walt Disney foi homenageado pelo modesto quarteto do restaurante que jantava com a execução de Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, no qual gostou muito da música e pediu que tocassem de novo. Meia hora depois, quando se dirigia à Rádio Clube do Pará, cantava um pedaço de Aquarela. Na manhã seguinte já em um vôo com direção ao Rio de Janeiro, Walt observava deslumbrado a paisagem entre o Norte e o Sudeste do país, e na altura de Barreiros, alto sertão da Bahia, foi que de súbito surgiu a idéia em Walt Disney de criar um desenho sobre tudo isso, e lá mesmo a bordo mobilizou seus auxiliares para que começassem a criar os primeiros esboço sobre o filme, tudo isso ao som do assobio de Aquarela do Brasil.

Ari Barroso, Walt Disney, e Yvonne, esposa de Ari Barroso

No dia seguinte, nos estúdios da Rádio Clube do Brasil que já se localizavam no prédio do Cineac-Trianon, Walt e todos que o acompanhavam ouviam a orquestra da emissora tocando Aquarela do Brasil. Naquele momento, Ari Barroso estava no mesmo edifício, em um andar mais acima. Quando ouviu a música, ficou surpreso, já que a Rádio não estava tendo programação naquele momento. Ari desceu para se certificar, quando se deparou com talvez umas das cenas que mais marcara sua vida, Walt Disney vibrando com sua música bem a sua frente.

A partir daí começou a ser mobilizada uma equipe chefiada por Walt Disney que veio ao Brasil para começar os trabalhos do longa, também com parceria do coordenador de assuntos da América Latina nos Estados Unidos, Nelson Rockefeller. A intenção era unir a animação a também uma política de boa vizinhança não somente com o Brasil, mas também com a América Latina, fazendo Walt Disney se tornar uma espécie de embaixador da boa vontade.

Não é de se impressiona que todas as produções realizadas nos Estados Unidos tinham a mão do governo, e isso permanece até hoje, e na época, com a Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos também precisavam de parceiros econômicos depois de um momento tão conturbado de sua história. É claro que Walt entendeu isso e aliou as duas coisas, mas a paixão pela animação e pelo país também era forte, o que o fez visitar o Brasil até em outros tempos posterior a esse clima de parceria que os Estados Unidos queriam alcançar.

Isso talvez até hoje traga uma má imagem dos longas no Brasil, mas deve-se haver o entendimento de que se fosse o nosso governo que conversasse com um artista já interessado em produzir algo sobre outro país, e desse a idéia de acrescentar no longa também citações de outros país da mesma região na idéia de aproximação pensando na parte econômica, compreenderíamos de uma forma diferente.

Walt Disney montou um estúdio provisório no Rio de Janeiro em retorno ao Brasil no mesmo ano, para que os artistas conhecessem como eram feitas as produções Disney. Foi nesse estúdio que foi criado o personagem Zé Carioca com a ajuda dos cartunistas brasileiros Luís Sá e J. Carlos.

“Foi uma fase inesquecível aquela, com Walt sentado no chão do escritório conosco, conversando longamente sobre o que vira no Brasil, sobre a música e os costumes nossos, e como transportou tudo isso para o cinema.” Aloysio de Oliveira, no livro Magia do Império Disney

Ari Barroso e Seu Papagaio

O longa foi batizado com o nome de Saludos Amigos, no Brasil, Alô Amigos. Além dos já conhecidos personagens Pato Donald e Pateta de curtas-metragens, foi também criado um personagem especialmente para o Brasil, o Zé Carioca. O personagem fora inspirado no papagaio de estimação de Ari Barroso.

Paulo Tapajós, cantor

"Numa outra ocasião, aconteceu um episódio inesquecível. Baguinha dirigia o elenco especialmente convocado para novas dublagens. Walt Disney estava entre nós e, com ele, seu braço direito, Jack Cutting. Certo dia, depois de uma gravação demorada, minuciosa, e cansativa (Se tratava do longa Dumbo), o pessoal artístico que estava no estúdio da Carmen Santos, decidiu dar uma parada para o almoço. Eu, Nuno Roland, Dorival Caymmi e o baixo Fernando Paes, formávamos um quarteto vocal só para as gravações do Disney. A fome nos levou a uma confeitaria onde se podia almoçar, na praça Sëns Peña. Almirante foi conosco. Os desenhistas do Disney também foram e, nesse dia, eles discutiam a respeito de novos personagens, como o Zé Carioca, por exemplo. Discutiam e desenhavam sobre a mármore das mesas da confeitaria, enquanto os garçons não vinham atender. Eu via, embevecido, aqueles esboços todos e tinha vontade até de levar um dos mármores para casa, se possível autografado. Mas... os garçons chegaram, passaram um pano úmido sobre as mesas, apagaram tudo, puseram toalhas em cima e começaram a servir. Apagaram, sem saber, os primeiros estudos do Zé Carioca! No mármore da confeitaria..." Paulo Tapajós no livro Yes, Nós Temos Braguinha de 1987

José Patrocínio de Oliveira e Walt Disney

A escalação da voz do pássaro brasileiro aconteceu nos Estados Unidos. José Patrocínio de Oliveira, a voz do Zé Carioca, era cantor, e depois de se apresentar na feira internacional de Nova York com a orquestra Romeu Silva em 1939, passou a ser contratado pela Fox e foi morar em Los Angeles no início dos anos de 1940. Um dia, por obra do acaso estava no mesmo estúdio de Walt Disney, o qual ouviu sua voz e imediatamente percebeu que era a voz perfeita para seu personagem brasileiro Zé Carioca. E assim foi a escalação de José Patrocínio ao pássaro latino-americanos dos estúdios de Walt Disney. Na ocasião José atuava com o Bando da Lua nos filmes de Carmen Miranda para a 20th Century Fox.


Zé Carioca

Walt dizia que José tinha um nariz parecido com o de Zé Carioca, e pedia para o músico andar, sambar e rebolar para que os desenhistas Disney fizessem o papagaio se mexer do mesmo jeito, e nessa ocasião José brincava dizendo: "Mas eu não sei rebolar, sou paulista!"

Além da composição de Ari Barroso, Aquarela do Brasil no filme cantada por Aloysio de Oliveira músico e cantor do Bando da Lua ao lado de Carmen Miranda, também foram usadas as músicas Tico Tico no Fubá de Zequinha de Abreu, tocada por José Patrocínio de Oliveira, e Escravos de Jó, cantiga tradicional brasileira.

Alô Amigos

Alô Amigos conta a história dos próprios desenhistas da Disney (sendo narrado por um deles) sua visita à América do Sul. A primeira história é na cidade de Santiago, no Chile, aonde Pato Donald conhece os costumes da região. Em seguida vem a história do aviãozinho Pedro que sai de Santiago, e cruza a perigosa Cordilheira do Andes para uma entrega em Mendonça. A terceira história acontece na Argentina, aonde Pateta vem do velho oeste para conhecer os semelhantes costumes da cultura do Gaúcho Argentino com o Cowboy de Faroeste. E a última história fala de Zé Carioca apresentando o Rio de Janeiro, seus costumes e suas músicas para Pato Donald.

Alô Amigos foi supervisionado por Gilberto Souto, ao lado de Edmundo Santos, diretor da Disney no México, e Alberto Soria, sempre com a supervisão internacional de Jack Cutting, e lançado no Brasil em 24 de Agosto de 1942, antes do lançamento de Bambi no Brasil. O filme foi lançado primeiramente no Brasil, e em 1943 nos Estados Unidos. Alô Amigos é redublado para VHS na S&C Produções Artísticas, e lançado em 1988. Em 2000, é lançado em VHS e DVD, provavelmente com a dublagem original. Apesar da redublagem, a dublagem original ainda está preservada.

O longa custou pouco dinheiro, mas deu lucro. Antes da realização do longa o Departamento de Estado Americana assumiu o compromisso de que se caso o longa viesse a fracassar, que bancaria seus custos.

No ano de 1943, era lançado nos Estados Unidos, Victory Through Air Power (Vitória Através do Poder Aéreo), primeira animação Disney sobre guerra, retratando o período da segunda guerra mundial usando a temática do livro de mesmo nome que falava sobre a falta de recursos da aviação norte-americana. Por se tratar de um filme nacionalista, e que viria a ferir colônias e descendentes de nações na ocasião inimigas aos Estados Unidos, a RKO preferiu não distribuí-lo no Brasil.


Você Já Foi à Bahia?

Você Já Foi à Bahia?, que no original chama-se Os Três Cavaleiros (The Three Caballeros), é na verdade a continuação de Alô Amigos com agora um personagem mexicano se juntando a dupla brasileira-americana. Pato Donald recebe um projetor de cinema como presente, e assiste a história de seus parentes distantes espalhados pela América Latina. A primeira história do filme é do Pinguim Friorento que quer se mudar para uma ilha no oceano índico para não passar mais frio. Após isso Donald conhece Aracuan, um pássaro doido que só apronta e que tem um cantar engraçado. Em seguido, da caixa de presentes saí uma caixa em verde e amarelo com um livro, da onde sai Zé Carioca, e mostra à Donald a Bahia, com números musicais. Depois é a vez do personagem mexicano Panchito apresentar seu país, o México, com suas cidades e músicas típicas.

O diferencial desse filme é que houve uma mistura visual de atores e animação, aonde Aurora Miranda e seus bailarinas, dançavam pelas ruas da Bahia ao lado de Donald e Zé Carioca. As cantoras mexicanas Carmen Salinas e Nora Luz também atuaram dessa forma no filme, além de vários outros figurantes. As vestimentas e danças de Aurora no filme, também se ligavam muito a febre que era nos Estados Unidos sua irmã Carmem Miranda, que além de aparecer no cinema, suas canções eram usadas em produções animadas da época, como Tom e Jerry da MGM e Popeye da Famous Studios (ex-Fleischer Studio).

Um dos temas do filme, a Bahia, já era sonhado por Walt Disney antes mesmo da criação de Alô Amigos, o que só pode ser concretizado em Você Já Foi à Bahia?, por decorrência de muitas cenas que o filme anterior necessitava.

Na versão em português do filme a narração é de Aloysio de Oliveira. O narrador da história do Pinguim Friorento é o compositor Ari Barroso, que estava nos Estados Unidos a trabalho e foi convencido por Aloysio de Oliveira e Gilberto Souto que estavam terminando de adaptar os textos para a dublagem em português.

"Por essa época, em 1944, Ary chegava a Hollywood. Sua visita ao estúdio de Disney foi uma festa para todos nós, e ele, comovido, assistiu a "Você já foi à Bahia?". Sentiu-se feliz, imensamente feliz. Eu e Aloísio já estávamos tratando da versão brasileira, e acabamos convencendo Ary a narrar a história do "Pinguim Friorento", um dos trechos do filme. Ele o fez com grande espírito, com aquele seu modo de falar, pessoal, inconfundível, e que era tão bem imitado por Carmen Miranda. E como Ary seria quando Carmen lhe falava daquele jeito!" Gilberto Souto

Ari, compositor famoso no Brasil, fora em 1944 para os Estados Unidos musicar o filme sobre o Brasil, criado por Robert North, dirigido por Joseph Santley, e estrelado entre outros por Aurora Miranda, e o astro mexicano Tito Guizar. No início de 1944, é convidado para o Academy Awards, o Oscar do Cinema Americano, ao lado de Gilberto Souto, sentando perto da estrela Humphrey Bogart que concorria ao Oscar de melhor ator por Casablanca, mas que infelizmente não ganhou. Em solo norte-americano a grafia de seu nome era escrita como Ary, sendo assim Ary Barroso.

José Oliveira e Carmen Miranda nos Estúdios Disney

Nesse filme novamente Gilberto Souto participou como supervisor, também ao lado de Aloysio de Oliveira, e novamente de Edmundo Santos, diretor da Disney no México.

Na narração da história Gaúcho, temos Leo Carrillo narrando-a em espanhol. Mais uma vez Clarence Nash dubla Donald em português. Zé Carioca mantém-se com a voz de José Oliveira, e Panchito é dublado por Joaquim Garay em espanhol para a versão em português. Nas canções temos Nestor Amaral do Bando da Lua cantando Baía (Na Baixa do Sapateiro), Nestor Amaral, Aloysio de Oliveira e José Oliveira cantando Você Já Foi à Bahia?, e Aurora Miranda, José Oliveira, Aloysio de Oliveira e Nestor Amaral cantando Os Quindins de Iaiá. As músicas mexicanas cantadas por Carlos Ramírez, Dora Luz, Felipe Gil e Trío Calaveras, se mantiveram na versão em português.

Algumas curiosidades: Edmundo Santos, mexicano que anteriormente era bailarino, narrador de rádio e cantor, entrou na Disney a partir de uma crítica que fez em seu programa de rádio "El sartén y la cuchara" sobre as canções Disney, indo trabalhar em Burbank nas Califórnia, e posteriormente em Los Angeles para a participação em Saludos Amigos. Ficou responsável por versões musicais de Pinóquio, Dumbo e Bambi em língua espanhola, além da direção da dublagem espanhola de Saludos Amigos e Los Tres Caballeros. Também dirigiu dublagens em espanhol, como de Cinderela, e Musica Maestro, tendo nesse último além de narrado, escalado o Trío Calaveras que havia atuado em Los Tres Caballeros.

Norman Ferguson, diretor do filme mostrando à Aurora Miranda os cenários da Bahia usados no longa

Na versão em espanhol, quem narra o filme é José Reyes. Na história El Pingüino de Sangre Fría, quem narra é Felipe Turich. Na história Gaúcha é mantido Leo Carrillo. Nas canções é mantido as versões em português e espanhol que estiveram presentes também na versão em português do filme.

Já nos Estados Unidos, Fred Shields é o narrador original do filme, sendo Sterling Holloway o professor que narra o episódio The Cold-Blooded Penguin, e Frank Graham que narra a história Gaúcha. Zé Carioca, Donald e Panchito são dublados em inglês por seus dubladores originais. Na parte musical, são interpretadas em inglês Baía, por Nestor Amaral e The Three Caballeros por Manuel Esperón. A única canções do filme mantida nas 3 línguas foi You Belong To My Heart por Dora Luz.

As adaptações musicais feitas por Ray Gilbert é outro parecer do filme. Ray adaptou a música clássica mexicana Ay, Jalisco, No Te Rajes! de Ernesto Cortázar, para The Three Caballeros, interpretada em versões em inglês e espanhol por Joaquim Garay, dublador de Panchito. Baía, de Ari Barroso, também foi adaptada por Ray, desse vez apenas para o inglês e cantada por Nestor Amaral. Solamente Una Vez, escrita e cantada por Agustín Lara, foi adaptada em inglês para You Belong To My Heart, e cantada e exibida em todas as dublagens do filme por Dora Luz.

Pôster de Você Já Foi à Bahia?

Diferente de Alô, Amigos, Você Já foi à Bahia? foi lançado primeiro nos Estados Unidos, em 21 de Dezembro de 1944, e no Brasil 1 ano depois, em 28 de Dezembro de 1945. O longa é redublado para VHS em 1989 pela S&C Produções Artísticas. Em 2000, é lançado em DVD provavelmente com a dublagem original. Sua dublagem original ainda continua sendo preservada.

"Poucos tem idéia do que seja o esforço despendido por Walt Disney na confecção de seus filmes. Basta dizer que ele faz, no mínimo, nove versões faladas de cada um deles: inglesa, portuguesa, espanhola, francesa, sueca, dinamarquesa, italiana, alemã e holandesa, variando a pouco mais ou menos. Isto tem constituído uma colossal propaganda da nossa música popular. Zé Carioca, o papagaio, teve tão grande sucesso que passou a figura obrigatória nos filmes de Disney. E o pássaro Aracuan, de "Você Já Foi À Bahia?", cuja voz foi gravada por Almirante, despertou tal curiosidade que o estúdio recebeu centenas de cartas solicitando informações sobre ele. E já está pronto um short, "A Volta do Aracuan", apresentando o pássaro em companhia do Pato Donald. Tudo isto, no entanto, não é apenas "política de boa vizinhança," não! Walt Disney é amigo sincero do Brasil, pretende aqui voltar e seus estúdios estão sempre abertos a quem quer que venha do Brasil. Colabora atualmente com ele o "broadcaster" Haroldo Barbosa, popular figura do nosso rádio" Gilberto Souto para a revista A Cena Muda de 10 de Setembro de 1947

Aracuan

Como é dito acima, a voz de Aracuan foi feita por Almirante, muito provavelmente gravado no Brasil e enviado para os estúdios Disney. Porém, há uma informação errônea na internet de que Pinto Colvig, dublador original do Pateta é quem fazia a voz de Aracuan, tanto é que no curta A Volta do Aracuan de 1947, o som do personagem foi reprisado de Você Já Foi à Bahia?, já que não tinham Almirante em solo americano.

Walt para criar esses 2 filmes viajou para países como Argentina, México, Chile, Peru, além, claro do Brasil.

----------Disquinhos Disney----------

Também na mesma época, por volta de 1944/45, outro dos marcos que João de Barro deixou na cultura brasileira começara: O lançamento de histórias Disney em discos de 78 rpm.

"Um dia chegou aqui o primeiro desenho animado de longa-metragem de Walt Disney, Branca de Neve e os sete anões. Então eu fiz a dublagem e as versões das canções. Então eu tive uma idéia: quem sabe se esta historinha em disco não seria um sucesso? Mandei pedir autorização ao Disney para fazer o resumo e gravar aqui em disco. Ele autorizou e eu gravei o primeiro disco infantil, que foi Branca de Neve e os sete anões. Ah, como deu resultado! Vendeu muito. Daí eu fiz, em seguida, A Gata Borralheira, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e muitos outros." João de Barro, do livro Songbook Braguinha

João de Barro resolveu fazer os disquinhos por saber que a maioria das pessoas tinham vitrolas, e poderiam entrar em contato com essas obras mais facilmente do que nos cinemas.

Primeiro Disco de Branca de Neve e Os 7 Anões criado por volta de 1944/45

O primeiro disco lançado, Branca de Neve e Os Sete Anões, contava com os dois interpretes originais da dublagem do longa, Dalva de Oliveira e Carlos Galhardo, ao lado do grupo Os Trovadores, além do elenco de rádioatores da gravadora. O disco, que foi dividido em duas partes, era composto pela trilha sonora original do filme e pela interpretação de todas as cenas do longa, além de vir acompanhado de um livro com gravuras e com a história também por escrito, um trabalho muito detalhista e de grande empenho de João de Barro. Uma das vozes mais eternas das historinhas Disney foi Sônia Barreto, que começara nessa época narrando em Branca de Neve e Os Sete Anões. Foi dela a célebre frase que introduzia a maioria das historinhas "Há muitos e muitos anos...".

A Gata Borralheira (Cinderela) veio alguns anos depois, também com Sônia Barreto narrando, e com o elenco de Simone Morais como Cinderela, Olga Nobre como a Fada, Tina Vita como a Madrasta, Graziela Ramalho como Eufrásia, Suzy Kirby como Pancrácia, Almirante como Rei, Altivo Diniz como o Mordomo, Domício Costa como o Príncipe, Milton Rangel como Arauto e General, e A. Louzada como Soldado. Do filme apenas mantiveram Simone, Tina, Olga e Suzy.

A Formiguinha e a Neve foi a primeira história a ser dividida em 3 discos. No elenco tínhamos: Ismênia dos Santos, Isis de Oliveira, Mario Lago, Cauhê Filho, Roberto Faissal, Oswaldo Elias, João Zacharias, Saint-Clair Lopes e
Amélia de Oliveira, boa parte deles elenco conhecidíssimo da Radio Nacional.

O Chapeuzinho Vermelho com certeza foi a história adaptada por João de Barro de maior sucesso, e uma das que mais se adaptaram, como tantas outras a cultura brasileira. Músicas como Eu Vou, e Quem Tem Medo do Lobo Mau, se tornaram um clássico da cultura nacional, graças as mãos de João de Barro. Sônia, que mais uma vez faz a narração do disco, também interpreta a mãe da Chapeuzinho na história.

O disco Os Quatro Heróis, foi o primeiro a ser lançado em 4 discos, por evidentemente ter uma história muito extensa. Outra curiosidade do disco é que foi um dos poucos que foi refeito anos depois fazendo parte da coleção Disquinho, e narrado por Simone Morais.

A História da Baratinha foi outra com grande elenco radiofônico, como Sonia Barreto como a Narradora, Belinha Silva como a Baratinha, Paulo Tapajós como João Ratão, Almirante como Macaco, Oscar da Silva Peres como Boi, Edson Castilho como Burro, Carlos Alberto como Cabrito, F. Carlos, E. Castilho e O. S. Pires como os Urubus, Trio Madrigal e As Moreninhas cantando pelas Damas, além da Orquestra Continental, Canhoto e Seu Conjunto Regional, e o Coro de Erasmo Silva.

Em Cantigas de Rodas, músicas tradicionais como Eu Vi Uma Barata, Atirei Um Pau no Gato, O Coelhinho, Cachorrinho Está Latindo foram interpretadas pelo Trio Madrigal e Trio Melodia.

João de Barro examinando o disco de Alice no País das Maravilhas

Alice no País das Maravilhas foi outra produção que além de um elenco fantástico, também contou com muitos interpretes que deram suas vozes no longa-metragem para o cinema. Entre eles estão Terezinha como Alice, Estevão Matos como Coelho, Almirante como Dodô, Otavio França como Chapeleira, Orlando Drummond como Lebre, Apolo Correia como Di, Tulio Berti como Don, Jorge Goulart como Gato, Wellington Botelho como Lagarta, Sarah Nobre como Rainha de Copas, Duarte de Novais como Maçaneta, Tereza Carneiro como Irmã, Nuno Roland como Foca, Eda Niemar como Ostra, Suzy Kirby e Wanda X. da Silveira como as Flores, Sônia Barreto como Narradora, e Trio Madrigal e Trio Melodia como coros nas músicas. Entre outros interpretes que não participaram do disco por talvez terem suas agendas cheiras como atores, vemos que a substituição de Sônia Barreto por Tereza Carneiro em Irmã se deve à importância de Sônia nas narrações dos discos.

Muitas orquestras e maestros conhecidos participaram dos discos, como a Orquestra Guerra Peixe em Branca de Neve, o Maestro Radamés Gnattali em A Gata Borralheira, A Formiguinha e a Neve, O Chapeuzinho Vermelho, Os Quatro Heróis, Alice no País das Maravilhas, o Maestro Francisco Mignone em Os Quatro Heróis, A História da Baratinha, entre outros.

Muitos outros discos com historinhas adaptadas do mundo de Walt Disney, da cultura brasileira e criações próprias também foram lançados na época e relançados posteriormente, mas infelizmente não temos a informações de quais podem ter sido esses discos. Dos discos que temos, o ano de lançamento dos mesmo também é uma incógnita, apenas com exceção a Branca de Neve e Alice.

Algumas canções de algumas histórias foram compostas por Vinicius de Moraes e lançadas na década de 1950, como O Pato, A Formiga, O Gato, O Peru, A Cachorrinha, e O Mosquito.

Disco de A História da Baratinha

Abaixo os discos que temos informações que foram lançados nas décadas de 1940 e 1950:

DI-1/2 - Branca de Neve e Os Sete Anões (1944/45) [Sônia Barreto]
DI-3/4/5 - A Gata Borralheira [Sônia Barreto]
DI-101 - A Formiguinha e a Neve [Sônia Barreto]
DI-102/103 - O Chapeuzinho Vermelho [Sônia Barreto]
DI-104/105 - Os 4 Heróis [Sônia Barreto]
DI-106/107 - História da Baratinha [Sônia Barreto]
DI-108 - Cantigas de Roda [Sônia Barreto]
DI-109/110/111 - Alice no País das Maravilhas (1952) [Sônia Barreto]
DI-112 - Pedro e o Lobo [Paulo Roberto]
DI-113 - O Ursinho Jujuba e o Coelhinho Manhoso
DI-114-115 - Os Três Porquinhos [Paulo Roberto]

Anos depois, talvez pelo enorme sucesso, discos como Branca de Neve e os Sete Anões e Alice no País das Maravilhas, foram lançados a parte da linha DI (provavelmente abreviação de Discos Infantis), como uma espécie de especial.

16571-b - Alice no País das Maravilhas [Sônia Barreto]
30103104 - Branca de Neve e Os Sete Anões [Sônia Barreto]
LPV 5.001 - Alice no País das Maravilhas / Pedro e o Lobo / Cantigas de Roda

Disquinho

Em 1960 dava inicia uma nova linha de discos na Continental Discos chamada Disquinho, provavelmente pelo enorme sucesso dos lançamentos anteriores em conjunto com a carência de materiais do tema. Os discos já eram lançados no formato 33 Rpm, também conhecido como 33 1/3. João de Barro continua adaptando as histórias e as canções. Das histórias relançadas, muitas delas foram refeitas com outros artistas, o que foi o caso de Alice no País das Maravilhas. As orquestras dos maestros Francisco Mignone e Radamés Gnatalli continuam junto à João de Barro, além da orquestra de Severino Araújo que orquestrou A Cigarra e a Formiga.

Por ser uma espécie de discos diferentes no mercado, com coloração e formatos diferentes, a Continental disponibilizava na capa traseira uma explicação sobre a fabricação dos mesmos, informando que o material era o mesmo dos discos convencionais, e que a cor era apenas para ser mais agradável para as crianças, sendo assim o mesmo não teria menor durabilidade, nem estragaria a agulha das vitrolas. Uma forma respeitosa que a gravadora e João de Barro tinham com o público, algo que hoje vemos raramente no mercado.

Junto com Sônia Barreto, integra também o elenco de narradora dos disquinhos a rádioatriz Simone Morais, que anteriormente havia participado do longa Cinderela. Começa a narrar na história Festa no Céu em 1960, narrando por 14 anos até o ano de 1974 em mais de 22 histórias, se tornando nas décadas de 1960 e 1970, uma das vozes mais conhecidas das histórias infantis no Brasil. Sônia que já havia narrado discos nos anos de 1940, e 1950, tem participação em 11 histórias, sendo a maioria relançamentos de histórias antigas. Quem substitui Simone em 1974, é a rádioatriz e narradora Nelly Martins em Briga no Galinheiro / O Macaquinho E O Totó, que anteriormente já havia narrado em Dona Galinha e Seus Pintinhos / O Burrinho Trólóló, e cantando em História do Brasil - Vol.1 em 1968, e História do Brasil - Vol.2 em 1972. A adaptadora de histórias e melodias Elza Fiuza também chega a narrar em duas histórias. Outros narradores também participaram das historinhas como o locutor Paulo Roberto, que narrou Os 3 Porquinhos e Pedro e o Lobo, e o rádioator e dublador Álvaro Aguiar que narrou Pinocchio.

João de Barro

Na adaptação e criação das histórias na maioria delas estava João de Barro, em contos como A Formiguinha e a Neve, Estória da Baratinha (Adaptação e Melodias), Festa no Céu (Adaptação e Melodias), A Cigarra e a Formiga (Adaptação e Melodias), O Chapeuzinho Vermelho (Adaptação e Melodias), A Gata Borralheira (Adaptação e Melodias), Branca de Neve e os Sete Anões (Adaptação, Melodias e Direção de Produção), Cantigas de Roda Nº1 (Arranjos), Cantigas de Ninar (Produção ao lado de Antonio Almeida), Os Três Porquinhos (Junto com Eduardo Bergallo), O Macaco e a Velha (Texto e Melodias), Os 4 Heróis (Texto e Melodias), O Leão Cantor (Produção e Melodias), Gato de Botas, Viva São João – Cantigas e Quadrilha (Criação de Uma Música), Festival Infantil N.1 (Letras e Músicas), Festival Infantil N.2 (Adaptação Musical), Alice no Pais das Maravilhas, Historia do Brasil Vol.01 (Letras e Músicas), O Macaquinho e o Toto (Criação), Festival da Primavera e Aventuras do Aracuã (Conto Musicado), A Historia do Brasil Vol.02 (Letras e Músicas), O Pequeno Polegar, e Viveiro de Pássaros (Criação).

Junto com João de Barro também tínhamos Elza Miuza, que começou a adaptar e escrever algumas histórias, e a partir de 1974 era quem fazia todas, até 1980. Entre as histórias que adaptou e criou estão: O Soldado de Chumbinho (Texto e Canções), O Patinho Feio (Texto e Canções), O Rouxinol do Imperador (Texto e Canções), João e Maria, A Bela Adormecida (Texto e Canções), A Moura Torta (Texto e Canções), 6 Fábulas de Esopo (Versos), 2 Fabulas de La Fontaine, O Velho o Garoto e o Burro, A Bela e a Fera, A Roupa Nova do Rei (Texto e Canções), Cabra Cabrez e O Lobo e os 3 Cabritinhos (Texto e Canções), Ali Babá e os 40 Ladrões (Texto e Canções), O Veado e a Onça, As Aventuras do Saci-Pererê, Picolé o Bonequinho de Neve, O Violino e o Gato, O Bonequinho de Pão de Ló e O Trenzinho de Chocolate, O Festival de Pipas, O Bolo de Natal, As Aventuras do Macaquinho / A Escolinha do Papagaio, Os 3 Machados e os 3 Desejos, e Aladim e a Lâmpada Maravilhosa.

Como autora, escreveu as histórias: Dona Galinha e Seus Pintinhos e O Burrinho Tró-ló-ló, A Estrelinha Azul, Os Coelhinhos da Páscoa, Dona Coelha e Seus Filhotes, As Aventuras do Saci-Pererê, O Bonequinho de Neve, A Boneca e o Palhacinho, A Flautinha Encantada, O Pintinho Qui-qui-ri-qui, e Conto de Uma Noite de Natal.

Além disso também escreveu a canção As Empadinhas da Sinhá Marreca, lançado no disco ao lado da filha Silvia Helena Fiuza que escreveu a canção Era Uma Vez Uma Batatinha. Silvia também chegou a escrever a história melódica de O Casamento do Sapo.

Outros profissionais também participaram escrevendo e adaptando histórias, como Domício Augusto e Nelly Martins: O Leão e a Cobra, Jota Junior: Rapunzel, Mario Faccini: A Goela do Inferno, e o repórter e escritor Edson Magalhães adaptando o Leão Cantor (que em 1968 foi readaptado por Elza Fuiza e João de Barro e lançado pela gravadora paulista Produções Audiovisuais Brasileira LTDA.).

No elenco de rádioatores no Teatro Disquinho (e não dos discos gravados anteriormente relançados também na coleção), estão profissionais como Orlando Drummond, Nilton Valério, Simone Morais, Sônia Barreto, Paulo Tapajós, Nuno Roland, Maria Clara, Nelly Martins, Elza Fuiza, Estelita Bell, entre muitos outros.

Curiosidades:

- A história Pedro e o Lobo foi adaptada do longa Música Maestro.
- Paulo Tapajós volta a cantar a canção tema de Pinocchio no disquinho, mas dessa vez com adaptação mais próxima do original. 5 anos depois, houve a redublagem do longa e Tapajós não foi chamado para interpretar a mesma canção. Acreditamos que seja pelo fato da Continental ser concorrente da Riosom que redublou Pinóquio, e Tapajós como era contratado da Continental não iria fazer um trabalha em outra gravadora.

O Chapeuzinho Vermelho de 1960

Dic-4001 - A Formiguinha e a Neve (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4002 - Estória da Baratinha (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4003 - Festa no Céu (1960) [Simone Morais]
Dic-4004 - A Cigarra e a Formiga (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4005 - O Soldadinho de Chumbo (1960) [Simone Morais]
Dic-4006 - O Chapeuzinho Vermelho (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4007 - A Gata Borralheira (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4008 - A Gata Borralheira (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4009 - Pedro e o Lobo (1960) [Paulo Roberto]
Dic-4010 - Branca de Neve E Os 7 Anões (1960) (Disco 1) [Sônia Barreto]
Dic-4011 - Branca de Neve E Os 7 Anões (1960) (Disco 2) [Sônia Barreto]
Dic-4012 - Pinocchio (1960) [Álvaro Aguiar]
Dic-4013 - O Patinho Feio (1960) [Sônia Barreto]
Dic-4014 - Cantigas de Roda: Eu Vi Uma Barata / Atirei Um Pau no Gato / O Coelhinho / Cachorrinho Está Latindo (1960) [Trio Madrigal e Trio Melodia cantando]
Dic-4015 - Cantigas de Natal: Natal das Crianças / Boas Festas / O Velhinho / 4 Pout-Purri (1960) [Trio Madrigal e Trio Melodia cantando]
Dic-4016 - Cantigas de Ninar: Acordei de Madrugada / Boi da Cara Preta / A Senhora Lavava / Nossa Senhora Faz Meias / Tutú Marambá / Sapo Cururú / Suzú Socegue / Tutú Marambá / Vamos na Serra, Calunga / Xôxô Pavão (1960) [Simone Morais e Coro cantando]
Dic-4017 - Os 3 Porquinhos (1961) [Paulo Roberto]
Dic-4018 - O Macaco e a Velha (1961) [João de Barro e Elenco]
Dic-4019 - O Rouxinol do Imperador (1961) [Sônia Barreto]
Dic-4020 - Os 4 Heróis (1961) [Simone Morais]
Dic-4021 - João e Maria (1961) [Simone Morais]
Dic-4022 - O Leão Cantor (1961) [Simone Morais]
Dic-4023 - A Bela Adormecida (1962) [Isis de Oliveira]
Dic-4024 - Cantigas de Roda Nº2 (1962) [Paulo Tapajós e Coro Infantil de Irani de Oliveira cantando]
Dic-4025 - A Moura Torta (1962) [Sônia Barreto]
Dic-4026 - 6 Fábulas de Esopo: O Burro e o Grilo / A Formiguinha e a Pomba / O Carvalho e o Junco / Os Dois Sapos / O Golfinho e o Leão / O Burrinho e o Sal (1962) [Simone Morais]
Dic-4027 - 2 Fábulas de La Fontaine: A Lebre e a Tartaruga / O Leão e o Ratinho (1963) [Simone Morais]
Dic-4028 - A Goela do Inferno (1963) [Simone Morais]
Dic-4029 - O Velho, o Garoto e o Burro (1963) [Simone Morais]
Dic-4030 - O Gato de Botas (1963) [Sônia Barreto]
Dic-4031 - Viva São João - Cantigas e Quadrilhas: Cantigas de São João / Quadrilha dos Bonecos (1963) [Trio Madrigal, Trio Melodia e Vero e Seu Conjunto cantando]
Dic-4032 - Festival Infantil Nº1: Cinderela / O Palhaço Ventania / Cantigas de Os Três Porquinhos / Valsa das Damas / Cantigas de O Chapeuzinho Vermelho / Cantiga do Grilo / Abana o Fogo (1963) [Apolo Correa, Simone Morais, Zezé Gonzaga, Nuno Roland, Nuno Roland, Maria Clara, Edgardo, Paulo Tapajós e Coro cantando]
Dic-4033 - Festival Infantil Nº2: Eu Vou Cavando a Mina / Opera do Leão /Cantigas de O Patinho Feio / Cantigas de a Cigarra e a Formiga / Cantigas de o Soldadinho de Chumbo / Em Sonhos / Cantigas de a Festa no Céu (1963) [Apolo Correa, Simone Morais, Paulo Tapajós, Maria Clara, A. Lúcia e Coro cantando]
Dic-4034 - A Bela e a Fera (1964) [Sônia Barreto]
Dic-4035 - Alice no País das Maravilhas (1964) [Simone Morais]
Dic-4036 - O Veado e a Onça (1964) [Elza Fiuza]
Dic-4037 - A Roupa Nova Do Rei (1965) [Elza Fiuza]
Dic-4038 - O Lobo e Os 3 Cabritinhos / O Cabra-Cabrez (1966) [Simone Morais]
Dic-4039 - Ali Babá e Os 49 Ladrões (1967) [Simone Morais]
Dic-4040 - Dona Galinha e Seus Pintinhos / O Burrinho Trólóló (1968) [Nelly Martins]
Dic-4041 - História do Brasil - Vol.1: Os Navegadores / O Descobrimento / O Índio / A Primeira Missa (1968) [Nelly Martins e Coro Infantil cantando]
Dic-4042 - A Estrelinha Azul (1968) [Simone Morais]
Dic-4043 - O Macaquinho Travesso / A Galinha Ruiva (1968) [Simone Morais]
Dic-4044 - O Festival da Primavera (Aventuras Do Aracuã) (1969) [Simone Morais]
Dic-4045 - Os Coelhinhos da Páscoa (1970) [Sem Narração]
Dic-4046 - Dona Coelha e Seus Filhotes (1970) [Simone Morais]
Dic-4047 - As Aventuras Do Saci-Pererê (1970) [Simone Morais]
Dic-4048 - O Leão e a Cobra (1970) [Simone Morais]
Dic-4049 - Picolé, O Bonequinho De Neve (1971) [Simone Morais]
Dic-4050 - O Violino e a Gato (1971) [Simone Morais]
Dic-4051 - A Boneca e o Palhacinho (1971) [Simone Morais]
Dic-4052 - História do Brasil - Vol.2: Tiradentes / A Independência (1972) [Nelly Martins]
Dic-4053 - A Flautinha Encantada (1972) [Simone Morais]
Dic-4054 - O Pintinho Quiquiriqui (1973) [Simone Morais]
Dic-4055 - O Pequeno Polegar (1974) [Simone Morais]
Dic-4056 - Briga no Galinheiro / O Macaquinho e o Totó (1974) [Nelly Martins]
Dic-4057 - Era Uma Vez Uma Batatinha / As Empadinhas Da Sinhá Marreca (1974) [Nelly Martins]
Dic-4058 - O Bonequinho de Pão de Ló / O Trenzinho de Chocolate (1974) [Nelly Martins]
Dic-4059 - Rapunzel (1975) [Nelly Martins]
Dic-4060 - Como Nasceu Jesus (1975) [Nelly Martins]
Dic-4061 - Hino Nacional / Hino Á Bandeira Nacional (1975) [Nelly Martins]
Dic-4062 - O Casamento do Sapo (1976) [Nelly Martins]
Dic-4063 - O Festival de Pipas (1976) [Nelly Martins]
Dic-4064 - As Aventuras do Macaquinho / A Escolinha do Papagaio (1977) [Nelly Martins]
Dic-4065 - O Bolo de Natal (1977) [Nelly Martins]
Dic-4066 - Conto de Uma Noite de Natal (1977) [Nelly Martins]
Dic-4067 - Os 3 Machados / Os 3 Desejos (1978) [Nelly Martins]
Dic-4068 - [Disco Desconhecido]
Dic-4069 - Viveiro de Pássaros (1980) [Nelly Martins]
Dic-4070 - Aladim e a Lâmpada Maravilhosa (1983) [Nelly Martins]
Nota: Todos os discos tinham duas identificações, a identificação na capa (o que nessa linha era identificada pela numeração 1-14-201), e a identificação no disco (o que nessa linha era identificada por Dic-40).

Discão de A Gata Borralheira e A Bela e a Fera de 1969

Em 1965, a Continental teve a idéia de lançar uma outra linha de discos, que eram coletâneas das histórias já lançadas, chamada Discão.

1-14-405-001 - Branca de Neve e Os Sete Anões / Pedro e o Lobo (1965)
1-14-405-002 - O Chapeuzinho Vermelho / O Rouxinol do Imperador / O Leão Cantor (1965)
1-14-405-003 - História da Baratinha / O Velho o Garoto e o Bruto / A Moura Torta (1965)
1-14-405-004 - João e Maria / A Cigarra e a Formiga / A Roupa Nova do Rei (1967)
1-14-405-005 - A Formiga e a Neve / O Cabra Cabrez / O Patinho Feio / O Lobo e Os Três Cabritinhos (1967)
1-14-405-006 - O Macaco e a Velha / Os 4 Heróis / A Tartaruga e a Lebre / O Leão e o Ratinho (1967
1-14-405-007 - Os Três Porquinhos / Pinocchio / Festa no Céu / Soldadinho de Chumbo (1968
1-14-405-008 - A Gata Borralheira / A Bela e a Fera (1969)
1-14-405-009 - Cantigas de São João / Cantigas de Roda Vol. I e II / Cantigas de Nina
1-14-405-010 - O Burrinho Tro-Ló-Ló / A Goela do Inferno
1-14-405-011 - Alice no País das Maravilhas / O Gato de Botas (1970)
1-14-405-012 - O Veado e a Onça / As Aventuras do Saci-Pererê / As Aventuras do Aracuã (1974)
1-14-405-013 - O Pintinho Qui-Qui-Ri-Qui / A Boneca e o Palhacinho (1974)
1-14-405-014 - Dona Coelha e Seus Filhotes / O Violino e o Gato (1a. Parte) / O Violino e o Gato (2a. Parte) / O Leão e a Cobra (1974)
1-14-405-015 - A Flautinha Encantada - 6 Fábulas (1974)
1-14-405-016 - Contos de Natal (1974) [Nely Martins e Simone Morais cantando]
1-14-405-017 - O Macaquinho e o Totó / O Trenzinho de Chocolate / As Empadinhas da Sinhá Marreca / Briga no Galinheiro / O Bonequinho de Pão-De-Ló / Era Uma Vez Uma Batatinha
1-14-405-018 - Ali Babá e Os Quarenta Ladrões / O Pequeno Polegar / Rapunzel (1976)
1-14-405-019 - As Mais Belas Canções das Histórias Infantis (1977
1-14-405-020 - O Casamento do Sapo / A Galinha Ruiva / O Macaquinho Travesso
1-14-405-021 -
1-14-405-022 - Os Três Machados / Os Três Desejos / As Aventuras do Macaquinho / A Escolinha do Papagaio (1979)

Outros Discões:

1-14-412-001 - Meu Presépio

Em músicas tanto adaptadas e criadas por João de Barro para os discos da década de 1940 e 1950, quanto para o Disquinho das décadas de 1960, 1970 e 1980, estão composições como: Bam-ba-la-lão, Cachorrinho Totó, Compadre Chegadinho (Macaquinho e o Totó), Alice no País das Maravilhas, Borboletas e Tulípas, Canção da Jardinheira, Canção do Gato, É Tarde, Feliz Desaniversário, Marinheiro Eu Sou, No Meu Mundo, Quem Me Dera Sonhar, Roda, Roda Sem Parar (Alice no País das Maravilhas), Bota a Bota, Tira a Bota (O Pequeno Polegar), Briga na Capoeira, Hino do Galinheiro (Briga no Galinheiro), Uma Canção, Canção Maluca, Com Um Sorriso e Uma Canção, Eu Quero, Eu Vou, Quando Meu Príncipe Vier (Branca de Neve e Os Sete Anões), Canção da Cigarra, Cantiga das Formigas (A Cigarra e a Formiga), Canção de Cinderela nº1, Canção de Cinderela nº2, Canção da Fada, Cantiga das Irmãs, Valsa da Cinderela (A Gata Borralheira), Canção de Volta, Machadinho, Machadão, Marcha do Gigante Ferração, Pela Estrada, Bem Cedinho (O Pequeno Polegar), Canção dos Ladrões, Cantiga dos Quatro Heróis, Serenata dos Quatro Heróis (Os Quatro Heróis), Cantiga de Araponga, Cantiga do Tico-Tico, Canto do Aracuã, Coro dos Cardeais, Dueto do Bem-Te-Vi e o Pica-Pau (As Aventuras de Aracuã), Cantiga do Gato de Botas, Livro do Caçador, Toca, Toca Meu Cavalo (O Gato de Botas), Cantiga do Macaco, Dueto do Macaco e do Boneco (O Macaco e a Velha), Cantiga dos Pássaros, Oração dos Passarinhos (Viveiro de Pássaros), Dueto do Urubu e do Sapo, Quebrei Três Potes, Sobe, Sobe Balãozinho (Festa no Céu), A Independência, Tiradentes (História do Brasil - Vol. 2), Lobo Mau, Marcha dos Caçadores, Pela Estrada (Chapeuzinho Vermelho), Ópera do Leão, O Palhaços Ventania (O Leão Cantor), Primeira Missa (História do Brasil - Vol.1), Quem Quer Casar?, Valsa das Damas (História da Baratinha), Quem Tem Medo do Lobo Mau (Os Três Porquinhos).

*música do Lobo Mau lançada em 1951 pelo Trio Melodia como Marchinha de Carnaval.

Selo Continental

A Continental Discos desde o final da década de 1950 transferiu-se para a Rua Pedro Lessa, nº35, 1º Andar. Na mesma época era criado sede da empresa em São Paulo, sendo os escritórios na Avenida do Estado, nº 4.667, e a fábrica de discos na Avenida do Estado, nº 4.755. Na década de 1960, a Gravações Elétricas S.A. de São Paulo fabricava e distribuía os Disquinhos. Com a compra da Tapecar Gravações S.A. em 1963, que se localizava na Rua 17 de Fevereiro, 159, a fábrica de discos é novamente transferida para o Rio de Janeiro, localizada na Rua Aguiar Moreira nº 639, ficando São Paulo com a Distribuição e assinatura da Produção. Em 1972, a empresa Tapecar do grupo GEL (Gravações Elétricas S.A.) passa a se chamar Gravações Elétricas S.A. As narrações e interpretações da linha Disquinho sempre foram feitas no Rio de Janeiro, nos estúdios da Continental Discos. Nos anos de 1970 a empresa já contava com 5 selos, Continental, Phonodisc, Musicolor, Gravasom e Chantecler.

Em 1993 a GEL foi comprada pela gravadora Warner Music Brasil. Em 1996, parte da gravadora GEL é comprada pela EastWest. Também em 1996 os selos Gravasom, Musicolor e Phonodisc foram comprados pela recém fundada gravadora Atração Fonográfica. O selo Chantecler foi absorvido pelo selo Continental, que por sua vez tinha dois donos, a gravadora EastWest e a gravadora Warner Music Brasil, e passou a se chamar selo Warner Music Brasil - Divisão Continental East West.

Os selos Gravasom, Musicolor e Phonodisc foram separados dos outros dois e passaram a compor a Atração Fonográfica. O selo Chantecler foi absorvido pelo Selo Continental, tornando-se a Warner Music Brasil - Divisão Continental East West, devido ao fato de a Warner Music brasileira deter a filial da gravadora WEA (fundada em 1976 por André Midani, ex-diretor artístico da Philips, atual Universal Music Group) e de parte da Continental pertencer à gravadora americana East West Records.


Em 2010, a coleção Disquinho é relançada em CD pela Warner Music, detentora dos direitos da Continental. Cada álbum continha 4 histórias.

Em 1956, é lançado o LP de A Dama e o Vagabundo pela Odeon, a mesma empresa que dublara o filme, com narração de Luiz Jatobá, e a participação de Rosina Pagã, Selma Lopes e Paulo Gonçalves que também participaram da dublagem do longa. Não sabemos ao certo porque Aloysio não participara do disco, já que havia participado do longa.

LP de A Dama e o Vagabundo de 1975.

Em 1975 Aloysio de Oliveira narrou várias histórias Disney pela Som Livre, com o nome de Disneyland. Entre eles A Dama e o Vagabundo, Cinderela, Robin Hood, Natal na Disneylândia, entre outros. O diferencial desses discos é que eram reproduzidas cenas das dublagens originais dos filmes. Via-se claramente a parceria da Som Livre com os Estúdios Disney, já que tinham os direitos de reprodução de suas obras.

A Som Livre é uma marca criada em 1969 pela gravadora Sistema Globo de Gravações Audiovisuais Ltda., com a finalidade de comercializar trilhas sonoras de novelas produzidas pela Rede Globo. Seu fundador e presidente é o produtor musical João Araújo.

Estorinhas de Walt Disney

Em São Paulo os discos começaram a ser lançados no final dos anos de 1960, pela Abril Cultural, uma divisão do Grupo Abril fundada em 1968, com o nome de Estorinhas de Walt Disney, e gravados nos estúdios da RCA S/A Eletrônica, que se localizava na Av. Engenheiro Billings, 2227, no bairro do Jaguaré (hoje no local funciona o Tribunal Regional do Trabalho). O elenco de gravação dos discos foi sempre o mesmo até os anos de 1980: Na Adaptação Edy Lima, na Direção Artística Older Cazarré, e na Narração Ronaldo Baptista. O elenco de atores que interpretavam nos discos, eram sempre dubladores oriundo de estúdios como AIC - São Paulo e BKS, creditados nos discos apenas como Elenco RCA. No início os discos vinham grátis na compra da revista Abril nas bancas. Os dois primeiros discos foram lançados propositalmente, já que naquele ano era lançado o filme Mogli, e relançado o filme Bambi nos cinemas. Entre a relação de discos lançados, estão alguns como:

EWD-1 - Mogli (1969)
EWD-2 - Bambi (1969)
EWD-3 - Branca de Neve (1970)
EWD-4 - Os Três Porquinhos (1970)
EWD-5 - Pedro e o Lobo (1970)
EWD-6 - A Bela Adormecida (1970)
EWD-7 - A Dama e o Vagabundo (1970)
EWD-8 - Dumbo (1970)
EWD-9 - Pinóquio (1970)
EWD-10 - Cinderela (1970)
EWD-11 - O Alfaiate Valente (1970)
EWD-12 - Peter Pan (1970)
EWD-13 - Mary Poppins (1970)
EWD-14 - O Indiozinho Hevita (1970)
EWD-15 - Alice no País das Maravilhas (1970)
EWD-16 - Os Jacarés de Estimação (1970)
EWD-17 - Na Terra dos Brinquedos (1970)
EWD-18 - O Gafanhoto e As Formigas (1970)
EWD-19 - A Floresta Encantada (1970)
EWD-20 - Robin Hood (1970)
EWD-21 - O Patinho Feio (1970)
EWD-22 - A Roupa Nova do Imperador (1970)
EWD-23 - João e Maria (1970)
EWD-24 - Os Três Ursos (1970)
EWD-25 - O Natal do Tio Patinhas (1970)
EWD-26 - Chapeuzinho Vermelho (1970)
EWD-27 - Os Quatro Músicos (1971)
EWD-28 - Aventura no Vale Feliz (1971)
EWD-29 - O Ursinho Puf (1971)
EWD-30 - A Mina dos Sete Anões (1971)
EWD-31 - Rapunzel (1971)
EWD-32 - O Mágico de Oz (1971)
EWD-33 - A Galinha Ruiva (1971)
EWD-34 - A Volta de Mogli (1971)
EWD-35 - O Piquenique de Mickey (1971)
EWD-36 - Donald e a Bruxa (1971)
EWD-37 - A Espada Era a Lei (1971)
EWD-38 - A Ilha das Maravilhas (1971)
EWD-39 - O Leão Cordélio (1971)
EWD-40 - A Baleia Cantora (1971)
EWD-41 - Os 101 Dálmatas (1971)
EWD-42 - O Príncipe Negro (1971)
EWD-43 - A Corrida dos Bichos (1971)
EWD-44 - O Carro Que Falava (1971)
EWD-45 - Bill, o Valente (1971)
EWD-46 - Os Anões Mágicos (1971)
EWD-47 - A Família Robinson (1971)
EWD-48 - Heidi (1971)
EWD-49 - Robin Hood (1971)
EWD-53 - A Ilha do Tesouro (1971)
EWD-55 - 20.000 Léguas Submarinas (1971)

Além de outros títulos como: Um Chapéu de Feltro e Outro de Palha, O Dia da Ventania, Quincas e o Boneco de Piche, entre outros.

Nota: Todos os discos dessa coleção foram relançados de 1974 à 1976 com o mesmo modelo, só que com discos com papeis na cor laranja, e não na cor amarelo como foram lançados na primeira versão.


Historinhas Disney
 
Por volta de 1978, todas as histórias foram relançadas em uma nova linha de discos criada pela Abril Cultural chamada Historinhas Disney. A novidade é que a partir dessa nova linha de discos começaram a vir histórias escritas e ilustradas com o tema de cada disco. Alguns dos títulos lançados com essa marca:

HD-1 - Branca de Neve (1978)
HD-2 - Os Três Porquinhos (1978)
HD-3 - Bambi (1978)
HD-4 - Pinóquio (1978)
HD-5 - O Patinho Feio (1978)
HD-6 - Mogli (1978)
HD-7 - Chapeuzinho Vermelho (1978)
HD-8 - Alice no País das Maravilhas (1978)
HD-9 - A Mina dos Sete Anões (1978)
HD-10-A - O Natal do Tio Patinhas (1978)
HD-11 - Os Três Ursos (1978)
HD-11-A - Bernardo e Bianca em Missão Secreta (1978)
HD-12 - A Bela Adormecida (1978)
HD-13 - Peter Pan (1978)
HD-14 - João e Maria (1979)
HD-15 - Pedro e o Lobo (1979)
HD-16 - Dumbo (1979)
HD-17 - A Dama e o Vagabundo (1979)
HD-18 - Cinderela (1979)
HD-19 - O Mágico de Oz (1979)
HD-20 - Aladim (1979)
HD-21 - Os Quatro Músicos (1979)
HD-22 - Aristogatas (1979)
HD-23 - Simbad (1979)
HD-24 - O Piquenique do Mickey (1979)
HD-25 - Os Quatro Músicos (1979)
HD-26 - A Espada Era a Lei (1979)
HD-27 - 20.000 Léguas Submarinas (1979)
HD-28 - A Baleia Cantora (1979)
HD-29 - A Corrida dos Bichos (1979)
HD-30 - O Indiozinho Havita (1979)
HD-31 - Os 101 Dálmatas (1979)
HD-32 - A Ilha do Tesouro (1979)
HD-33 - A Volta de Mogli (1979)
HD-34 - O Carro Que Falava (1979)
HD-35 - Aventura no Vale Feliz (1979)
HD-36 - A Roupa Nova do Imperador (1979)
HD-37 - Rapunzel (1979)
HD-38 - Os Anões Mágicos (1979)
HD-39 - O Alfaiate Valente (1979)
HD-41 - Donald e a Bruxa (1979)
HD-42 - A Família Robinson (1979)
HD-43 - O Gafanhoto e as Formigas (1979)
HD-44 - O Príncipe Negro (1979)
HD-48 - A Ilha das Maravilhas (1979)

Outros: A Galinha Ruiva, Quincas e o Boneco de Piche, A Casa Que Pensava, entre outros.

Brinque e Aprenda Histórias Disney

Uma terceira linha de discos é lançada pela Abril Cultural em 1980, chamada Brinque e Aprenda Historinhas Disney. O diferencial dessa linha é que além das histórias antigas relançadas e com nova capa e ilustração, também vinham acompanhadas de brinquedos, cenários, conjunto de cartas, jogos da memória, figurinhas, máscaras, palcos para brincadeiras, além do livro com as histórias, entre outros. Abaixo a linha de discos dessa versão:

BAHD-1 - Os Três Porquinhos (1980)
BAHD-2 - O Patinho Feio (1980)
BAHD-3 - Pinóquio (1980)
BAHD-4 - Branca de Neve (1980)
BAHD-5 - Bambi (1980)
BAHD-6 - Chapeuzinho Vermelho (1980)
BAHD-7 - Alice no País das Maravilhas (1980)
BAHD-8 - Donald e a Bruxa (1980)
BAHD-9 - Cinderela (1980)
BAHD-10 - A Bela Adormecida (1980)
BAHD-11 - O Piquenique do Mickey  (1980)
BAHD-12 - A Mina dos Sete Anões (1980)
BAHD-13 - Dumbo (1980)
BAHD-14 - Peter Pan (1980)
BAHD-15 - João e Maria (1980)
BAHD-16 - Mickey e o Pé de Feijão (1980)
BAHD-17 - A Dama e o Vagabundo (1980)
BAHD-18 - A Espada Era a Lei (1980)
BAHD-19 - O Indiozinho Havita (1980)
BAHD-20 - Mickey o Alfaiate Valente (1980)
BAHD-21 - Pedro e o Lobo (1980)
BAHD-22 - Os Quatro Músicos (1980)
BAHD-23 - Bernardo e Bianca (1980)
BAHD-24-A - O Natal do Tio Patinhas (1980)
BAHD-24 - Os Três Ursos (1980)
BAHD-25 - Robin Hood (1980)
BAHD-26 - Mogli (1980)
BAHD-27 - O Mágico de Oz (1980)
BAHD-28 - Aladim e a Lâmpada Maravilhosa (1980)

Muitas das histórias eram relançadas em anos seguintes, na intenção de repassar as mesmas para gerações seguintes. Nessa época as histórias também eram lançadas em fitas cassetes.

Discos Disneylandia


A partir de 1981, é lançada uma nova linha de discos chamada Disneylândia, pelo selo Disneylândia Discos. Os discos eram lançados pela Continental Discos, com produção, fabricação e distribuição pela empresa, já a narração e interpretação eram feitas em São Paulo nos estúdios da Gravodisc, entre outros. Foi mantido o mesmo elenco das Histórias Disney gravadas na Rca, Edy Lima como adaptador, Older Cazarré como diretor, e Ronaldo Baptista como narrador. Entre os discos lançados estão Os Aristogatas, Peter Pan, Mickey Disco, Os 3 Porquinhos, Pateta Supercampeão - Ana Paula, Os Sete Anões e a Mina de Diamante, entre outros. A intenção dessa linha de discos era trazer apenas canções de longas e canções especiais de personagens da Disney.

Discos Walt Disney Apresenta

A segunda linha de discos da marca Disneylândia Discos é lançada por volta de 1986/87 como Walt Disney Apresenta. Entre eles lançaram O Cão e a Raposa, Lady e o Vagabundo, Branca de Neve e Os Sete Anões, entre outros. As gravações eram feitas na CID Entertainment, na Rua 7 de Março, 331, no Rio de Janeiro. No elenco tínhamos dubladores do Rio, como Mário Monjardim, Juraciara Diácovo, Carlos Marques, Nelly Amaral, além de rádioatores. Tinha a tradução de Elmo de Barros e a adaptação de Lourival Faissal, irmão do rádioator Roberto Faissal.

Manuais Disney

A partir de 1971, a Editora Abril pela Abril Cultural começou a lançar Os Manuais Disney, contando histórias de personagens Disney. Foram lançados manuais como Mickey, Jogos Olímpicos, Zé Carioca, Tio Patinhas, Margarida e Minnie, entre outros, além de história criadas pela própria editora. As edições eram lançadas em brochura até 1978, e em capa dura de 1979 em diante. Em 1982, a Abril Cultural mudou seu nome para Nova Cultural, e a partir de 1988 relançou esses manuais em volumes menores.

Fitas K-7 dos Clássicos Disney

A editora Nova Cultural lançou em 1986 a linha Clássicos Disney, com livros de capa dura com histórias Disney, acompanhados de Fitas K-7 com as mesmas histórias. Novamente tivemos Edy Lima na Adaptação, Older Cazarré na Direção, e Ronaldo Baptista na narração, novamente gravados nos estúdios da RCA.

A Volta de Mogli

Os livros eram divididos em 5 cores, Verde, Vermelho, Laranja, Azul e Amarelo:

Verdes: O Natal do Tio Patinhas / O Leão Cordélio / Bambi / o Ursinho Puff / João e Maria / A Ilha Das Maravilhas
A Ilha do Tesouro / O Marinheiro Simbad / A Volta de Mogli / O Cowboy Valentão / Dumbo / A Cama Voadora

Vermelhos: Os Três Ursos / O Anões Mágicos / Mogli / Aventura no Vale Feliz / A Espada Era a Lei / Os Dois Chapéus / Branca de Neve e Os Sete Anões / 20 Mil Léguas Submarinas / O Piquenique do Mickey / A Casa Que Pensava / A Bela Adormecida / O Dia de Ventania

Laranjas: O Indiozinho Havita / Na Terra dos Brinquedos / Peter Pan / Rapunzel / Os 4 Músicos / A Floresta Encantada / Pinóquio / A Galinha Ruiva / Cinderela / O Carro Falante / A Dama e o Vagabundo / Mary Poppins
Azuis: Chapeuzinho Vermelho / A Corrida dos Bichos / Os 101 dálmatas / Heidi / A Mina dos 7 Anões / A Roupa Nova do Imperador / Donald e a Bruxa / o Príncipe Negro / O Patinho Feio / A Baleia Cantora / Robin Hood / A Família Robinson
Amarelos: Aristogatas / Beto Corre o Mundo / Pedro e o Lobo / Quincas e o Boneco de Piche / Os 3 Porquinhos / Mickey Contra o Gigante / O Mágico de Oz / O Gafanhoto e As Formigas / Aladim e a Lâmpada Maravilhosa / O Boneco de Pão-de-Mel / Alice no País Das Maravilhas / Jacarés de Estimação

----------Biografias----------


João de Barro

Carlos Alberto Ferreira Braga, também conhecido por João de Barro e também como Braguinha, nasceu em 29 de Março de 1907, na cidade do Rio de Janeiro. Em meado dos anos de 1920 cursando o ginásio no Colégio Batista, conhece um Potiguar recém chegado de Natal chamado Henrique Brito, que por seu talento com a música era custeado pelo próprio estado de origem à cursar o colégio carioca. João de Barro aprendeu muito com a musicalidade do colega, fundando anos mais tarde em 1928, junto com Brito o grupo Flor do Tempo, ao lado também dos colegas Alvinho, Vollmer, Edmundo e Alfredo. A curiosidade do grupo é que inspirados no grupo nordestino Turunas da Mauricéia, os músicos do Flor do Tempo se apresentavam vestidos como nordestinos, e cada um com um apelido caipira: Bartulino, Belarmino dos Cabritos, Chico Canivete, Zé Boda, Mane Frieira e Gambá. No mesmo ano conhecem Almirante, oriundo de Vila Isabel e que sabia tocar muito bem pandeiro. Ele ingressa no grupo logo em seguida.

No ano seguinte, alguns colegas saem do grupo para criar o Bando dos Tangarás, entre eles João de Barro, Almirante e Henrique Brito. Juntam-se com eles Noel Rosa e Alvinho. Com a criação do grupo, João de Barro muda seu nome para João de Barro em homenagem ao pássaro de mesmo nome, porque seu pai não queria ver o nome da família circulando em ambiente de música popular, já que a mesma não era vista com bons olhos na época. Em 1930, participam cantando 4 músicas no longa Coisas Nossas, de Wallace Downey na Byington & Cia. Em 1931, João de Barro deixa o curso de Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes e passa a se dedicar totalmente a música. Em 1932, Henrique Brito que não era muito bom de pensamento, foge em uma apresentação em Los Angeles no qual fazia parte de uma banda que acompanhava a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos, indo morar em um país distante e só retornando 1 ano depois ao Brasil, e falecendo inesperadamente em 1935. Em 1933, João de Barro estoura com suas primeiras marchinhas de carnaval, interpretadas por Almirante, chamadas Moreninha da Praia e Trem Blindado. É a partir daí que segue carreira na composição carnavalesca.

Em 1934 é apresentado à Alberto Ribeiro por Vicente Mangione, que pouco tempo depois os apresenta a Wallace Downey que acabara de ir para o Rio com sua empresa Waldow Film, e a estava fundindo com a Cinédia de Ademar Gonzaga. Foi aí que nasceu a grande parceria de João de Barro e Alberto Ribeiro, e também a parceria de João de Barro com o cinema. Criou inúmeras canções para filmes. Em 1936, Downey se junta com seu antigo sócio, Alberto Byington Jr., e recriam a Sonofilms no Rio de Janeiro, chamando João de Barro e seu parceiro musical, Alberto Ribeiro para irem com ele.

Fénelon também é chamado e cria um departamento de dublagem na empresa, que mais tarde em 1938 fica responsável pela dublagem de Branca de Neve e Os Sete Anões, com direção, escalação e adaptação de João de Barro, e tradução de Alberto Ribeiro. Em 1937, João de Barro vai para a gravadora Columbia substituir Fénelon na direção artística da empresa. Com a direção artística da Columbia e direção artística da Sonofilms, João de Barro vive um de seus maiores auges na carreira. Nessa época seguia trabalho nas direções e adaptações Disney, adaptando a tradução de Joracy Camargo em Pinóquio, e de Dumbo em diante adaptando as traduções de Gilberto Souto vindas diretas dos Estados Unidos. Com o fim da representação da Columbia em 1943, participa da recriação da empresa por Byington para Continental Discos. Na mesma época os trabalhos que já quase não aconteciam, cessam de vez na Sonofilms, fazendo Downey, o único sem um projeto alternativo retornar aos Estados Unidos, retornando ao Brasil em 1945 e criando ao lado de Byington, Alberto Ribeiro, João de Barro e outros sócios a gravadoras Toda America Ltda.

João de Barro segue produzindo discos na Continental, quando surge a idéia de criar discos com histórias Disney. Pede autorização para Walt Disney, que permite João de Barro botar seu projeto em prática, começando com Branca de Neve e Os Sete Anões. O sucesso foi tão grande que criou outros discos. As dublagens Disney continuaram até 1954. Em 1960, João de Barro tem a idéia de relançar as histórias anteriormente lançadas em 78 Rpm, e adaptar e criar outras em uma linha de discos chamada Disquinho. Chama novamente o Maestro Gnatalli e a narradora Sônia Barreto para lhe acompanharem, além do elenco de rádio-atores que sempre trabalhou com João de Barro, tanto nos disquinhos quanto nas dublagens dos longas Disney para o cinema. Escreve, adapta, cria, e escala elenco até 1983, em um total de 23 discos lançados para o gênero. Anos mais tarde se aposenta, e vem a falecer em 24 de Dezembro de 2006, aos 99 anos de idade.

Radamés Gnattali

Radamés Gnattali nasceu em 27 de Janeiro de 1906 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Foi um arranjador, compositor e instrumentista. Estudou na Escola Nacional de Música, e a partir de 1924 fez concertos em várias capitais brasileiras. Desde então passou a estudar composição e orquestração. Já no Rio de Janeiro em 1939, substituiu Pixinguinha como arranjador na gravadora Rca Victor, uma das mais famosas do Brasil na época. Durante 30 anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Desde cedo esteve ao lado de grandes cantores e compositores brasileiros, como Ary Barroso, Orlando Silva, João de Barro, Alberto Ribeiro, Dick Farney, e tantos outros. Também esteve colaborando na parte musical de filmes como Rio 40 Graus em 1955 e Rio Zona Norte em 1957. Desde a década de 1940, também participava de gravações na gravadora Continental para vários músicos de sucesso. Foi nessa época que também começou a trabalhar orquestrando os disquinhos infantis que João de Barro lançava, como A Gata Borralheira, A Formiguinha e a Neve, O Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, e tantos outros. Com o lançamento da linha Disquinhos em 1960, Gnatalli esteve presente em praticamente todos, até 1983, quando terminou os lançamentos. Na década de 1960, fez um tour pela Europa junto com um sexteto. Foi nessa época que também conheceu Nelly Martins, com a qual trabalhava junto na gravadora Continental desde a década de 1950, e posteriormente após se casarem também nos disquinhos. Se casaram em 1968. Radamés também foi parceiro de Tom Jobim por um tempo. Veio a falecer em 13 de Fevereiro de 1988, por decorrência do segundo Avc que sofrera em 2 anos.

Sônia Barreto

Mária Luiza Moscinro Alves, mais conhecida como Sônia Barreto nasceu em 25 de Março no Rio de Janeiro. Desde pequena já tinha vocação para o canto, e por isso seus pais mesmo com dificuldades financeiras a fizeram cursar o Instituto Nacional de Música, aonde se formou em canto, piano, teoria, solfejo e harmonia. Depois de se formar começou a lecionar música. A carreira no rádio começou na Rádio Sociedade, por meio de um amigo seu e de seu pai. Em 1933 ganhou o título de Rainha da Canção Brasileira. Por sua fama, rodou o Brasil inteiro e até em países no exterior, passando por rádios como Difusora de Porto Alegre, Inconfidência Mineira de Minas Gerais, Cassino Aú de Curitiba, Cassino Icaraí em Niteroi, Rádio El Mundo em Buenos Aires, rádios no Uruguai, e até um convite de ir para os Estados Unidos, sendo esse último recusado pela cantora, pois não queria largar o filho pequeno. Gravou em praticamente todas as principais gravadoras do país, como Columbia, Rca Victor, Continental, entre outras. Na Rádio Tupi entrou no início dos anos de 1940 aonde fez carreira. Na emissora trabalhou com tudo, como cantora, diretora, com duetos, e até como rádio-atriz quando descobriu essa veia, sendo guiada pelo diretor Olavo de Barros que a despertou para esse novo talento. Por volta de 1944/45 foi chamada por João de Barro para narrar as historinhas infantis que lançara em disco. Permaneceu por muitos anos como narradora, até que foi chamada pelo mesmo para participar em 1951 da dublagem de Cinderela, na qual narrou o longa. No ano seguinte é chamada para participar do longa Alice no País das Maravilhas, na qual dublou a irmã de Alice. Em 1954 foi o último longa que Sônia participava, fazendo a voz da mãe de Wendy. Sônia também fez cinema, participou do filme Onde Estás, Felicidade? Sônia era casada com Wanderley Greiffo, que era locutor redator da seção de jornais da Radio Nacional. Trabalhou como rádioatriz até 1967, quando se aposentou. Já é falecida.

Simone Morais

Risoleta Pires Louzada, mais conhecida como Simone Morais, nasceu no dia 13 de Dezembro de 1923, na cidade do Rio de Janeiro. Desde criança gostava de interpretar, e gostava de representar na casa de sua tia aonde eram interpretadas peças infantis para uma revista infantil. Sua entrada no rádio foi no mínimo curiosa. Era fã do cantor Luiz Barbosa da Rádio Mayrink Veiga, e por ele ter um samba com o nome de Risoleta, Simone ligou na rádio com seus 13, 14 anos, e falou pessoalmente com Luiz dizendo-lhe que achava interessante alguém ter um samba com seu nome. Luiz duvidou que existisse alguém com esse nome e Simone foi até a rádio pessoalmente para provar a ele. Por conta disso acabou frequentando a rádio, e um dia fez um pedido a Edimar Machado, que a colocasse em um teste para cantora. Ele acabou gostando de sua voz e a contratou. A partir daí começa a participar do Programa do Almoço na rádio, e mais tarde em programas noturnos na emissora. Plácido Ferreira e Armando Louzada perceberam que a voz de Simone era muito microfônica, e deram uma sugestão a Cesar Ladeira, diretor artístico da rádio que fizesse um teste com ela para rádio atriz. Ela passou, e novamente passou a integrar o Programa do Almoço, agora como rádioatriz. Armando Louzada que foi um dos responsáveis por sua ida para o rádioteatro, começou a namorar com Simone uns anos mais tarde, e a pediu em casamento puxando-a para dentro de um estúdio que no momento transmitia o Cine-Rádio Jornal e se declarou à ela pelo microfone. Simone permaneceu na Mayrink por quase 10 anos, quando entrou em 1947 na Rádio Nacional. Para a Disney, Simone foi chamada por João de Barro em 1951 para dublar e cantar por Cinderela. Anos mais tarde, em 1960, é chamada novamente por João de Barro, agora como narradora em um projeto em discos infantis, o projeto Disquinho, no qual Simone deu sua voz por 14 anos. Em 1962 foi chamada por Aloysio de Oliveira para dublar Anita, uma das donas dos 101 Dálmatas em A Guerra dos Dálmatas. Em 1963, foi levada para a TV Rio por Paulo Gracindo, aonde atuou no programa Noites Cariocas. Em 1966, não teve seu contrato renovado por Boni, a taxando de comunista. Diz ela que por conta desse episódio, desenvolveu a Doença de Chorom, que ela levou 10 anos para se curar. Simone também morou na União Soviética e na Tchecoslováquia, aonde atuou como comentarista política na Rádio Praga. Com a morte do marido em 1975, muda-se para Petrópolis, e começa a estudar advocacia, se formando posteriormente. Retorna a TV nos humorísticos A Feira do Riso (1987) no SBT, e A Comédia do Costinha (1987) na Rede Manchete, quando se afasta totalmente do meio artístico. Simone veio a falecer em 25 de Junho de 2009 em Recife, Pernambuco, aonde residia, e foi enterrada em 27 de Junho no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro, no túmulo de seu pai.

Nelly Martins

Nelly Biato, mais conhecida como Nelly Martins nasceu em 10 de Outubro de 1936 no Rio de Janeiro. Desde cedo era ligada a música. Se formou na Escola Nacional de Música, e lecionou piano. Participou de um programa de calouros no rádio na década de 1950 como pianista, e acabou entrando para o mundo artístico. Logo depois entrou para a TV Tupi do Rio aonde participou de telenovelas. Em 1956, foi considerada por uma crítica especializada a melhor revelação feminina do ano. Também em 1956 foi contratada pela gravadora Continental Discos, aonde gravou alguns LP's até 1960, entre eles Encontro no Sábado de 1959 ao lado de Tito Madi, entre outros. Após sua entrada na gravadora, no ano seguinte estreou no cinema com Pé na Taboa seguido de Metido a Bacana, Os Três Cangaceiros em 1959, Garota Enxuta também em 1959, nesse fazendo dupla musical com Agnaldo Rayol, Tudo Legal e Esse Rio Que Eu Amo em 1960, Bom Mesmo é Carnaval em 1962, O Beijo e O Céu é de Todos em 1965, e A Doce Mulher Amada em 1968. Boa parte de seus filmes atuou como cantora. Em 1966 casou-se com o Maestro Radamés Gnatalli, figura constante nos estúdios da Continental Discos com quem Nelly muito convivia. Em 1968 é convidada para narrar as historinhas Dona Galinha e Seus Pintinhos e O Burrinho Trólóló na coleção Disquinho de João de Barro, ao lado do marido Radamés Gnatalli, que trabalhava regendo as historinhas desde 1940, desde antes da criação da coleção Disquinho. No mesmo ano aparece cantando em História do Brasil - Vol.1, e ressurge em História do Brasil - Vol.2 em 1972. Em 1974 com a saída de Simone Morais das narrações do Disquinho, entra em seu lugar, começando com Briga no Galinheiro e O Macaquinho e o Totó, seguindo narrando por 9 anos na coleção de histórias infantis. Após seu casamento em 1966, abandonou a carreira artística e se formou no curso superior de medicina, trabalhando apenas nas narrações que eram praticamente anuais. Hoje mora em Niterói, aonde tem uma loja de materiais de construção com seu nome. Além disso, Nelly dedica-se a catalogar e divulgar a obra de seu marido e Maestro Radamés Gnatalli.

Nota sobre Elza Fiúza no Jornal do Brasil em 1967

Elza Fiúza nasceu em 1918, no Rio de Janeiro. Formou-se sedo professora de música. Também tem formação em inglês e piano. Em 1946 foi premiada pelo Instituto Musical de São Paulo por sua atuação no piano. Em 1955, com o falecimento de seu marido, e com 2 filhos para sustentar (Edson Norman e Silvia Helena), se viu na necessidade de ter uma outra fonte de trabalho. Foi aí que começou a escrever histórias infantis. Desenvolveu teatrinho espontâneo infantil em escolas de Jardim de Infância no Rio de Janeiro, além de ter escrito versos e prosas para a Editora Brasil América. Em 1960 chega até João de Barro, no qual a escolheu como sua parceira nas adaptações de inúmeras historinhas que começara a gravar. Trabalhou adaptando e criando textos e músicas por 20 anos, até que o projeto dos Disquinhos acabou.

Elza também fez televisão, apresentou diariamente na TV Tupi do Rio um programa chamado Tele-Recortes, baseado em notícias e fatos do mundo, com slides e narrações. Eram usados diariamente de 40 a 50 fotos ou desenhos em seus slides. Seu produtor era Lourival de Souza, chefe do departamento do canal. Também na TV Tupi, apresentou em 29 de Junho de 1962 em um programa dominical chamado Teatro Infantil, uma peça de sua autoria chamada O Ganso de Ouro. O programa era dirigido por Fábio Sabag. Em 1963 chegou a planejar um programa infantil para a emissora, aonde iriam ser contados antigos contos de fada, inclusive muitos adaptados por ela para os Disquinhos da Continental, mas acabou não saindo do papel.

Elza Fiúza era professora de música na escola Americana do Rio de Janeiro, e escreveu o livro de inglês para professores chamado Musical Fantasies For Children In Play Form em 1971. Foi uma das diretoras da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Guanabara sede do Governo Federal em 1961.

Edy Lima

Edy Maria Dutra da Costa Lima é escritora, autora de livros e histórias infantis, e adaptadora de histórias infantis. Nasceu em Bagé, Rio Grande do Sul em 1924. Se formou Jornalista, e costumava cobrir muitos desfiles de moda, entre outras atividades, mas foi a paixão pelo público infantis que a fez escrever para o gênero. Aos 20 anos de idade, mandou uma carta para Monteiro Lobato com um conto escrito por ela e publicado na revista que trabalhava, a Revista do Globo, perguntando o que ele achava, e se ela tinha possibilidades de trabalhar em São Paulo. Monteiro Lobato à trouxe para São Paulo, e a ajudou em sua carreira lhe apresentando contatos do meio. Edy fez muitas peças de teatro infantil, fazendo parte também do seminário do Teatro de Arena em São Paulo. Em livros tem cerca de cinquenta publicações, na maioria inspirados no folclore brasileiro. Chegou também a trabalhar na televisão, na TV Tupi escrevendo a novela Como Salvar Meu Casamento, a última novela da emissora. A história de sua autoria A Vaca Voadora, recebeu inúmeros prêmios, entre eles da Apca - Associação Paulista de Críticos de Arte, e o Jabuti. Com as historinhas Disney começou em 1969, adaptando Mogli, o Menino Lobo. Chegou a adaptar mais de 50 histórias lançadas em LP pela Editora Abril, e depois relançadas pela mesma nos anos seguintes. Era nos estúdio da Rca em São Paulo que Edy trabalhava ao lado de Ronaldo Baptista, Older Cazarré e grande elenco na montagem das historinhas. Atualmente ainda escreve.

Ronaldo Baptista

Ronaldo Baptista nasceu em 17 de Setembro de 1933. Começou a carreira como locutor no rádio aos 17 anos de idade, depois virando rádio-ator. Trabalhou em Rádios como América, Cultura, Capital e Record, mas foi na Bandeirantes que fez longa carreira. Na dublagem foi um dos primeiros profissionais a serem chamados, logo em seguida responsável por trazer colegas da rádio São Paulo e Bandeirantes para a GravaSon, empresa pioneira na dublagem no Brasil. Seguiu carreira na GravaSon, e continuou na empresa quando a mesma se transformou em AIC - São Paulo. Entre os personagens com que ficou famoso na dublagem estão o Tenente Rip Master em As Aventuras de Rin-Tin-Tin, e o Almirante Nelson em Viagem Ao Fundo do Mar. Em 1969, foi convidado pela Editora Abril para ser o narrador no projeto das Estorinhas de Walt Disney em disco. Contratado pela empresa, as gravações eram feitas na gravadora Rca no Jaguaré, aonde dividiu estúdio com o colega da AIC, Older Cazarré que o dirigia. Também contava com a participação de um elenco variado também oriundo da AIC. A parceria nos disquinhos, também ao lado da escritora infantil Edy Lima durou até 1986, quando as histórias já eram gravadas em Fitas K7. Em 1981 o selo Disneylândia contratou o elenco para uma série de discos, mas a mesma foi transferida para o Rio de Janeiro anos mais tarde. No final dos anos de 1980 com o lançamento de longas-metragens e curtas-metragens em VHS, Ronaldo foi chamado mais uma vez pela Editora Abril para as narrações, pois era a empresa que lançava os filmes e curtas no Brasil. Ele narrava os trailers e também curtas inteiros. As narrações no início eram feitas na S&C Produções Artísticas, continuando na empresa quando a mesma mudou de nome para Megassom, e por última na Sigma. As narrações duraram até 1999, quando esse trabalho também foi transferido para o Rio de Janeiro. Com isso, Ronaldo Baptista trabalhou para a Editora Abril e automaticamente para a Disney por 30 anos. Ronaldo faleceu em 16 de Janeiro 2012 aos 78 anos de idade.

Older Cazarré

Older Berard Cazarré nasceu em 15 de Janeiro de 1935, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Filho dos atores Darcy Cazarré e Dea Selva, Older mudou-se sedo para o Rio de Janeiro. Lá seguiu carreira na TV e no Cinema, até chegar a dublagem. Na dublagem entrou em 1957 na GravaSon, e em 1962 foi o responsável pelas direções dos clássicos da Hanna Barbera que chegaram ao estúdio pela parceria do mesmo com a Screen Gems, no qual rebatizou o nome do estúdio de AIC-São Paulo. Entre seus personagens famosos da Hanna Barbera estão Zé Colméia, Dom Pixote, Loop Le Breu, Hnery Órbita de Os Jetsons, Chumbinho de Bacamate e Chumbinho, Blau-Blau de Coelho Ricochete, e muitos outros. Por seu trabalho constante como diretor de dublagem e também com o público infantil nas produções estrangeiras que dirigia e dublava, foi convidado pela Editora Abril no projeto de Estorinhas de Walt Disney pela marca Abril Cultural, para ser o diretor de elenco das gravações. Nos estúdios da Rca aonde eram feitas as gravações, Older ficava encarregado de escalar os profissionais de dublagem com quem trabalhava na AIC para interpretarem os personagens nas histórias para os discos. Até 1986 esteve a frente, tanto dos projetos de disco quanto de fita k7 como diretor de dublagem. Older faleceu em 26 de Fevereiro de 1992, aos 57 anos de idade.

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Nota do Correio da Manhã de 7 de Maio 1947

Com a criação da Continental Discos em Outubro de 1943 por Alberto Byington Jr. depois de perder a representação no Brasil da Columbia, os longas Disney migraram da Sonofilms para a empresa. João de Barro, que já era diretor artístico na Columbia, continua na Continental. O endereço também continua o mesmo na Rua Rio Branco, n° 181, 4º Andar, no edifício Cineac Trianon, com estúdio de fabricação de discos no 11º Andar.

A Canção do Sul

Em 1946, é lançado nos Estados Unidos o primeiro filme com interação entre pessoas e animação, chamado A Canção do Sul. O filme conta a história de um senhor chamado Remus, um contador de histórias famoso entre as crianças. A história que conta às criança é sobre um coelho perseguido por uma raposa. Em certas cenas do filme, os atores também interagem com os personagens animados.

Anúncio no Jornal Diário de Notícias de 22 de Dezembro de 1948

Em Setembro de 1947, Gilberto Souto vem ao Brasil especialmente para cuidar da versão brasileira do filme, escalando entre outros Dircinha Batista e Silvio Caldas para participar do filme. O filme é lançado nos cinemas brasileiros em 23 de Dezembro de 1948, junto com o curta A Volta de Aracuan.

O filme foi relançado nos cinemas pelas Organizações Rank em Julho de 1960. Na década de 1980, é redublado para TV na Herbert Richers. Já em 1991, foi novamente redublado, agora pela empresa que cuidava principalmente das dublagens Disney para VHS, a S&C Produções Artísticas, com Borges de Barros como Tio Remus, Gessy Fonseca como a avó, e Angélica Santos como Johnny, entre outros. Existe uma versão do filme vendida em DVD, porém é apenas uma versão feita por fãs para comercialização. Essa versão vem com dublagem da S&C Produções Artísticas.

Música Maestro

Musica Maestro chega ao Brasil nos estúdios da Continental Discos em início de 1948. É o segundo filme musicado da Disney que chega ao Brasil, e esse pela primeira vez com canções vocais em todo o filme. É escolhido os melhores cantores que João de Barro dispunha na empresa e com grande amizade, como Quitandinha Serenaders (que compunham a Continental), Nuno Roland e Dircinha Batista, além do anteriormente chamado Carlos Galhardo. Para narrar alguns seguimentos do longa foram chamados os radialistas César de Alencar, Sylvio Vieira, e o já conhecido Aloysio de Oliveira. O filme é lançado em Junho de 1948. Em 1988, é redublado para VHS na S&C Produções Artísticas com direção de Jorge Barcellos.

O filme conta com 10 segmentos, sendo 5 cantados, 3 narrados, 2 musicados e 1 dançado. O primeiro segmento: Os Pereiras e Os Padilhas, é cantado originalmente pelo famoso grupo de rádio The King's Men (aqui por Quitandinha Serenaders), e fala sobre dois jovem que se apaixonaram, mas que não podiam ficar juntos por conta da briga entre suas famílias. O segundo segmento: Ao Luar, é cantado por Ken Darby (aqui por Sílvio Caldas), e fala da magia da noite e da lua. O terceiro segmento: Quando Os Gatos Se Juntam, é musicado originalmente por Benny Goodman e sua orquestra, e é uma sátira a mocidade yankee. O quarto segmento: Solidão, é cantado por Andy Russel (aqui por Carlos Galhardo), e é uma balada sobre um amor perdido. O quinto segmento: Castro Era o Astro, é narrado por Jerry Colonna (aqui por Aloysio de Oliveira), e é uma recitação de um poema sobre um jogador de baseball arrogante, que julgava ser o centro do mundo. O sexto segmento: Dois Corações, é dançado originalmente pelos bailarinos David Lichine e Tania Riabouchinskaya, no qual aparecem só suas sombras, e cantado por Dinah Shore (aqui por Dircinha Batista), que fala de um intenso amor. O sétimo segmento: Pedro e o Lobo, narrado por Sterling Holloway (aqui por Cesar de Alencar), conta a história de um garoto russo que sai para caçar um grande lobo mau ao lado de uma pata, um gato e um pássaro que são representados sonoramente por um violino, uma flauta e um oboé. O oitavo segmento: Depois Que Você Se Foi, é musicado novamente por Benny Goodman e sua orquestra, e mostra instrumentos com formas humanas se divertindo. O nono segmento: Romance de Vitrina, cantado originalmente por The Andrews Sisters (aqui cantado por Dircinha Batista e Nuno Roland), conta a história de dois chapéus que se apaixonaram, e quando um deles é vendido o outro o procura, e depois de muito reboliço se encontram já como ornamentos em cavalos. E finalmente o décimo segmento: A Baleia Que Queria Cantar na Ópera, é narrado originalmente por Nelson Eddy (aqui narrado por Sylvio Vieira), que conta a história de uma baleia cantora que quer se apresentar cantando ópera no Met (Metropolitan Opera House, famosa casa de shows de opera em Nova York), mas seu empresário acha que a mesma engoliu alguns cantores, e sai a sua caça com um arpão.

Em 2 de Setembro de 1949 a Continental (também conhecida como Fábrica de Discos Continental) inaugura seu novo endereço na Avenida Rio Branco, n° 47, 2° Andar. Uma curiosidade sobre o estúdio é que fora projetado pelos engenheiros de Walt Disney e construído por Paulo Victor que era um construtor francês.

Bongo

Bongo (que ficou conhecido posteriormente no Brasil com o nome de Como é Bom se Divertir) chega em 1949 na Continental, e novamente é escalado um elenco de primeira para sua dublagem. Nas canções temos Dircinha Batista novamente cantando por Dinah Store, Dalva de Oliveira como Anita Gordon, a voz da Arpa, Os Cariocas fazendo todo o coro musical do filme, e nas atuações Almirante, José Vasconcellos, Radamés Celestino e César de Alencar, entre outros. A tradução fica a cargo de Olga Maia e Gilberto Souto. As letras das canções ficam a cargo de João de Barro. O filme é lançado no Brasil em 1 de Novembro de 1949. No início dos anos de 1980, é lançado o filme na TV com dublagem da Herbert Richers e narração de Garcia Neto, conservando apenas as canções da primeira dublagem. Para VHS é redublado na S&C Produções Artísticas em 1990, com direção de Jorge Barcellos. E para DVD em 2003 pela Double Sound, com direção de Waldir Fiori.

Nota sobre Dircinha Batista da Revista do Rádio de início de 1948

Bongo, começa com a apresentação do Grilo Falante que coloca o disco da história sobre o urso de mesmo nome do título do longa. Bongo, conta a história de um urso de circo que volta a viver na floresta. Também se apaixona por uma ursa, mas tem que enfrentar outro urso pelo amor dela. Depois, o Grilo Falante retorna e vai para uma reunião na vizinhança, aonde há dois bonecos, um fantoche, e uma menina, e o homem que controlava os bonecos e o fantoche conta a história do Vale Feliz, que ao roubarem a Arpa Cantante, deixa de ser feliz e toda a plantação morre. Nesse vale, haviam 3 homens e uma vaca, um deles troca a vaca por feijões mágicos, que ao jogá-los na terra, faz nascer e crescer uma árvore enorme. No topo do pé de feijão há um castelo aonde mora um gigante. Nesse castelo está a Arpa Cantante, e os 3 homens que lá estão tentam recuperá-la.

Meu Querido Carneirinho

Tão Perto do Coração (posteriormente chamado de Meu Querido Carneirinho), é lançado em 19 de Dezembro de 1949, e é mais um filme que mistura atores e animação em um só ambiente. O filme conta a história de Jerry, um garoto que tem um carneirinho chamado Danny, que quer transformá-lo em um campeão na Exposição de Animais. Não sabemos se foi lançado legendado ou dublado nos cinemas na ocasião. O filme é lançado na década de 1990 em VHS, com o nome de Meu Querido Carneirinho, e dublado no Rio de Janeiro.

Melodia

Melodia (conhecido posteriormente como Tempo de Melodia) chega à Continental em 1950, com os já conhecidos cantores Dircinha Batista e Paulo Tapajós, e os inéditos Heleninha Costa, As Três Marias, o Quarteto Continental e Dick Farney. Como narradores estão Almirante, Brandão Filho e Aloysio de Oliveira. Melodia estreou no Brasil em 26 de Julho de 1950. Não sabemos ao certo, mas acreditamos que Aloysio de Oliveira tenha narrado no início do filme, além da canção inicial do filme e de outras narrações no decorrer do longa, mas é apenas especulação.

Melodia conta vários histórias, que são seguidas de interpretações e canções, como a história de Johnny Semente de Maçã, a lenda folclórica americana Pecos Bill, e até mesmo a participação de Pato Donald, Zé Carioca, Panchito e Aurora Miranda em A Culpa é do Samba, entre outros.

O filme foi redublado em 1988 para VHS na S&C Produções Artísticas, com direção de Jorge Barcellos. Em 2001 é redublado para DVD na Double Sound, com Maurício Berger na narração.

Dois Sujeitos Fabulosos

Em 1950 chega Dois Sujeitos Fabulosos (conhecido posteriormente como As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo), lançados em 13 de Novembro de 1950.

Pôster de Dois Sujeitos Fabulosos

O diferencial nesse filme é que ele pode ser a única animação Disney em longa-metragem que chegou ao Brasil legendado. No pôster do filme nos cinemas se anunciava Bing Cosby como cantor, uma das indicações de que o filme tenha vindo em seu idioma original. O filme também pode ter tido apenas as músicas em seu original, mas era pouco habitual disso acontecer. Também se chega a esse pensamento pelo fato de não haver reportagem em revista alguma sobre a dublagem do longa, algo que na época era sempre destacado na anteceder do lançamento pelas revistas.

Em 1988, o filme é dublado na S&C Produções Artísticas, com direção de Jorge Barcellos e lançado no VHS, Histórias Arrepiantes Disney, com o nome de A Lenda de Sleepy Hollow, sem a história do Sr. Sapo. Apenas as canções não foram dubladas. Em 1990, é lançado em no VHS, O Príncipe e o Mendigo, dessa vez com o nome de A Lenda da Caverna Adormecida, novamente sem a história do Sr. Sapo, e dessa vez já contendo as músicas dubladas. Em 1999, o filme é redublado na Double Sound e exibido no extinto canal Disney Weekend, sendo a primeira vez que o longa completo é dublado, contando com os dois seguimentos, e nomeado como As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo, nome esse que se tornaria oficial para o longa no Brasil. Em 2005, é lançado em DVD também como As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo, conservando a dublagem da Double Sound. Em 2011, mais uma vez é lançado como curta separadamente da história do Sr. Sapo, na coleção Fábulas Disney, no volume 1 da edição, ao lado do curta O Príncipe e o Mendigo, e com a dublagem da S&C em conjunto das músicas dubladas. Esse lançamento foi nada mais que a remasterização de O Príncipe e o Mendigo lançado em 1990. Em 2014, o filme é lançado em Blu-Ray na Edição Especial com a dublagem da Double Sound.

As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo conta duas histórias. A primeira de um sapo feliz chamado J.C. Sapo, que tem como amigo um cavalo chamado Cirilo Anca Feliz. Em um dia, Sr. Sapo é acusado de roubar um carro, e é julgado em um tribunal por isso. Ele tem a ajuda de um rato e uma toupeira que o defendem. A segunda história é sobre o professor Ichabod Crane, que chega para morar e lecionar em uma cidade e todos se impressionam com sua figura diferente. Cheio de dotes, era admirado a todos. Em um belo dia, conheceu uma jovem moça por quem se apaixonou. Mas seu rival não deixou barato, tentou derrubá-lo de todos as maneiras, até que encontrou seu ponto fraco: ser supersticioso; e acabou assustando Ichabod com uma história de terror. Na mesma noite, Ichabod se encontrou com o personagem da história de terror no seu caminho de volta pra casa, só não se sabe se foi sua imaginação, ou se isso de fato mesmo aconteceu.
 
A Gata Borralheira

Por volta de 1950 chega ao Brasil outro dos grandes sucessos de bilheteria da Walt Disney, A Gata Borralheira (conhecido posteriormente como Cinderela), escalando João de Barro e Gilberto Souto ;os responsáveis pela direção e tradução do longa; a rádioatriz Simone Morais para interpretar a protagonista, além de Jorge Goulart, Tina Vita, Sônia Barreto, entre outros. João de Barro chegou a ser creditado oficialmente no Brasil no filme de A Gata Borralheira por seu trabalho musical e de direção do longa no Brasil. O longa é lançado no Brasil em 16 de Março de 1951. Em Agosto de 1990, é lançado em VHS sob o título de A Bela Adormecida. Em 1996, novamente é relançado em VHS. Em DVD é lançado em 2008 na Edição Platinum, 2009 na Edição Conte Um Conto, e em 2014 na Edição Diamante, com também uma versão em Blu-Ray. A dublagem desse longa está conservada até os dias de hoje.


Cinderela conta a história de uma menina orfã de mãe, que morava junto com seu pai, a madrasta e suas 2 filhas. Com a morte de seu pai, Cinderela acaba virando empregada de sua madrasta, fazendo todo o trabalho da casa. Com o anúncio de um baile no castelo real chamando todas as moças da cidade, pois o príncipe procurava uma pretendente, Cinderela pensa em ir, porém, não tem nenhuma roupa para a ocasião. É aí então que algo especial surge em sua vida para fazer esse sonho se tornar realidade.

Em 1952 chega Alice no País das Maravilhas, aonde Terezinha Rúbia, filha da rádioatriz Maria Rúbia fica responsável pela protagonista do longa. No elenco também temos Almirante, Orlando Drummond, Otávio França, José Vasconcellos, Sarah Nobre, Sônia Barreto, Hamilton Ferreira, entre outros.

Alice no País das Maravilhas

A direção novamente fica a cargo de João de Barro com tradução de Gilberto Souto, e a adaptação musical fica a cargo de Gilberto Souto, João de Barro e Vinícius de Moraes. Essa dublagem também não foi perdida, e é conservada até os dias de hoje.


Alice no País das Maravilhas conta a história de uma sonhadora menina chamada Alice, que ao se deitar encostada à uma árvore enquanto sua irmã lia uma história, entra em um mundo totalmente diferente de tudo o que já se viu antes. Alice passa por casas apertadas, portas estreitas, rios e florestas esquisitas, sujeitos doidos por todos os lados, e uma rainha de copas que tinha como soldados um baralho inteiro de cartas.


O longa é lançado nos cinemas em 1 de Junho de 1952. No início dos anos de 1990, é redublado para o SBT pela Herbert Richers, com Adriana Torres como Alice. Em 1993, é lançado em VHS com a dublagem original. Em 2005 é lançada em DVD, também com a dublagem original.

Em 1954 chega o último longa-metragem da Disney dublado na Continental Discos e dirigido pelo lendário João de Barro ao lado de Gilberto Souto que fez a tradução do longa, As Aventuras de Peter Pan, no qual escalaram o jovem rádioator Lauro Fabiano para dublar o protagonista.

As Aventuras de Peter Pan

No longa temos novamente a presença de Terezinha, dessa vez dublando Wendy. Nomes já conhecidos nas dublagens Disney como Sônia Barreto, Orlando Drummond e Aloysio de Oliveira também participam da dublagem desse filme.

Peter Pan conta a história de Wendy e seus irmãos, que ao manter viva uma fábula, conseguem que ela se torne realidade. Ao lado de Peter Pan e os garotos perdidos, vivem diversas aventuras na floresta, e lutam contra um terrível pirata chamado Capitão Gancho e seu braço direito Smee.

Os lançamentos Disney no Brasil sempre traziam uma euforia, tanto do público quanto nos meios de comunicação da época, principalmente nas revistas. Com o lançamento do longa, percebe-se que não se é notabilizado seu lançamento, tendo poucos anúncios em revistas, o que descaracterizava uma regra vista sem exceção nos longas anteriores, não sabemos se é por se tratar de uma das primeiras histórias direcionadas exclusivamente para o público infantil, ou se é de uma novidade que veio perdendo força com os anos, o fato é que As Aventuras de Peter Pan marcam uma nova era no glamour Disney no Brasil.

Na mesma ocasião outro fato ocorre, a distribuidora RKO Rádio Pictures que distribuía filmes Disney na America Latina termina sua parceria com o estúdio, sendo As Aventuras de Peter Pan o último filme com que trabalhou.

Um tempo depois Walt Disney em visita ao Brasil, quis conhecer pessoalmente João de Barro, e o agradeceu pelo incrível trabalho que fez com as produções Disney no Brasil.

João de Barro foi responsável pela dublagem dos longas-metragens Disney de 1938 à 1953, tanto na Sonofilms como na Continental Discos.

O filme é exibido no SBT em 1991, com uma redublagem feita na Herbert Richers, com Oberdan Junior com Peter Pan, e Jorge Ramos sendo o Capitão Gancho. Em 1993 e 1999, é lançado em VHS com a dublagem original conservada. A mesma conservação com a dublagem ocorreu na versão de 2002 para VHS, 2007 para DVD nas linhas Edição Platinum e Conte Um Conte, e em DVD e Blu-Ray na linha Edição Diamante em 2013.

Walt Disney ao lado de Mickey na Disneylândia

Em 1955 é inaugurado o parque Disneyland. Tendo sido originário e supervisionado pelo próprio Walt Disney, a Disneyland (conhecido no Brasil como Disneylândia) foi uma idéia que nasceu em Walt Disney quando visitava o parque Griffith Park em Los Angeles na década de 1940 com seus filhos, e posto em prática muitos anos mais tarde. O que era para ter sido construído próximo a seus estúdios em Burbank na Califórnia como forma de entretenimento àqueles que visitavam seus estúdios, passou a ser construído em Aneheim também na Califórnia em um espaço de 65 hectares, tendo sido iniciada a construção em 1954, e inaugurado em 17 de Julho de 1955, sendo televisionado sua inauguração ao vivo pela rede de televisão ABC. Atualmente o parque se chama Disneyland Park, e abriga o espaço conhecido como Disneyland Resort, aonde também funciona outro parque da mesma franquia.

----------Biografias----------

Trio Madrigal: Lolita Freire, Edda Cardoso e Magda Marialba

A maioria das canções dos longas eram interpretadas pelo Trio Madrigal e Trio Melodia. O Trio Madrigal por sua vez participou dos longas Cinderela, Alice no País das Maravilhas e As Aventuras de Peter Pan. O Trio também participa nas décadas de 1960 e 1970 de canções para historinhas da coleção Disquinho na Continental, em discos como Cantigas de Roda, Cantigas de Natal, Viva São João, Como Nasceu Jesus, e Meu Presépio.

O Trio Madrigal foi criado em 1946 na Rádio Mayrink Veiga, e era composto por Edda Cardoso, Magda Marialba e Margarida Oliveira, irmã de Dalva de Oliveira, que é substituída seis meses depois por Lolita Koch Freire. O Trio nasceu sem nome, e foi Muraro da Rádio Mayrink Veiga que deu o nome de Trio Madrigal. Seis meses depois o trio se desfazia, por conta da saída de Margarida. Depois de muita procura e de examinar bem as candidatas, elas encontraram Lolita, que integrou o grupo desde então. Com o sucesso, foram para a Rádio Nacional, e de lá para o Brasil. Viajaram para Belo Horizonte, e até para o interior de São Paulo se apresentando. Além disso também permaneceram por muito tempos nas noites de Copacabana. Em 1953, Magda deixa o grupo depois de desentendimento com as companheiras, fazendo o grupo rescindir contrato com a Rádio Nacional. Entra no lugar de Magda a cantora Yelda Silva. É ao lado de Yelda que Edda e Lolita cantam no longa As Aventuras de Peter Pan.

Magda Maribalba nasceu em 21 de Abril de 1921, na cidade do Rio de Janeiro. Aos 12 anos já cantava nos programas de fato da Rádio Cajuti (futura Rádio Vera Cruz). Também participou dos programas de calouros nas Rádios Tupi e Educadora. No ano seguinte foi com a família para Portugal, retornando para o Brasil um tempo depois e indo estudar canto. Nessa época é contratada pela Rádio Globo para cantar operetas (um estilo de ópera leve), e posteriormente para a Mayrink Veiga, aonde criou o Trio Madrigal. Em 1953 sai do grupo, e em 1954 vai para a Rádio Nacional de São Paulo cantar operetas e fados.

Lolita Koch Freire nasceu em 22 de Outubro de 1915, em Pernambuco, Recife. Estudou piano na Escola Nacional de Música, além de também cursar a Escola de Música Sacra. Em Abril de 1947 após Margarida de Oliveira, irmã de Dalva de Oliveira deixar o Trio Madrigal, Lolita entra em seu lugar.

Eda Carvalho, a Edda Cardoso nasceu em 12 de Julho de 1928, na cidade do Rio de Janeiro. Na década de 1940, atuava no teatro de amadores. Tempos mais tarde entrou no quarteto Estrelas do Ritmo na Rádio Tupi, do qual saiu em seguida para atuar no cassino em Santos como Lady Crooner, uma espécie de cantora no estilo Crooner que foi criado por cantores masculinos que por sua vez cantavam em um tom baixo e suave, pouco comum de vocais femininos cantarem nesse na época. De volta ao Rio, foi convidado pela direção da Rádio Mayrink Veiga a formar o conjunto.

Trio Melodia: Nuno Roland, Paulo Tapajós e Albertinho Fortuna

Já o Trio Melodia era composto por 2 conhecidos nomes que já trabalhavam para a Disney: Nuno Roland (de Música Maestro e Cinderela), e Paulo Tapajós (de Pinóquio, Melodia e Cinderela). Já Albertinho nunca havia cantado para a Disney. O Trio foi formado em 1943, mas só em 1949 que apareceram no rádio com a música Lancha Nova, para o Carnaval de 1950. Em 1951, pela influência de Nuno e Paulo nas dublagens Disney, o Trio é chamado para cantar no longa Cinderela, seguido no ano seguinte por Alice no País das Maravilhas, e em 1954 de As Aventuras de Peter Pan. Também participavam nos discos infantis de João de Barro na Continental desde a década de 1940, também o fazendo em 1950. Nas décadas de 1960 e 1970 participam novamente de canções infantis para João de Barro, agora na coleção Disquinho, em compactos como Cantigas de Roda, Cantigas de Natal, Viva São João, Como Nasceu Jesus, e Meu Presépio (reprise). O último trabalho que fizeram juntos foi no disco Como Nasceu Jesus em 1975, tendo meses depois Nuno Roland falecido.

Reinold Correia de Oliveira, mais conhecido como Nuno Roland, nasceu em 1 de Março de 1913 em Joinville, Santa Catarina. Adolescente, morou em Passo Fundo, Rio Grande do Sul no qual fez parte do 7º Batalhão de Caçadores. Nesse batalhão havia uma jazz-band da qual o compositor Lupicínio Rodrigues era cantor. Nessa ocasião Lupcínio estava a procura de um cantor para interpretar suas composições, foi quando conheceu Nuno e a parceria nasceu. Isso ocorreu em 1931. Como cantor em rádio começou a carreira em 1933 na Rádio Gaúcho em Porto Alegre. A partir daí largou a carreira militar. Em 1934, foi contratado pela Rádio Educadora Paulista (futura Rádio Gazeta), permanecendo até 1936. Em 12 de Setembro do mesmo ano, foi convidado para inaugurar a Rádio Nacional no Rio, junto à outros artistas do rádio paulista. É nessa época que conhece João de Barro, e interpreta muitas de suas canções, como Pirata da Perna de Pau, Serenata Chinesa, entre muitas outras. No início da década de 1940, começa a participar das canções Disney ao lado de diversos cantores como Dorival Caymmi, Paulo Tapajós, entre outros. É nessa época que surge o Trio Melodia, que surgiu por necessidade da Radio Nacional que procurava interpretes de músicas folclóricas. O Trio também trabalhou muito nos estúdios da gravadora Continental, inclusive na coleção Disquinho nos anos de 1960 e 1970. Nuno Roland vem a falecer em 20 de Dezembro de 1975, devido ao agravamento do diabete, que resultou em amputação e insuficiência renal.

Paulo Tapajós Gomes nasceu em 20 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro. Cursou desenho na Escola Nacional de Belas Artes, e também música com o maestro Lorenzo Fernandes. Um tempo depois em 1927, formou ao lado dos irmãos Haroldo e Osvaldo o Trio Tapajós. No ano seguinte estrearam na rádio Sociedade do Rio de Janeiro, porém logo em seguida seu irmão Osvaldo sai do grupo e Paulo continua ao lado de Haroldo, no qual gravam a música Loura e Morena, escrita por Haroldo e Vinícius de Moraes, entre outras. Na década de 1930, conhece João de Barro de quem foi muito amigo, além dos trabalhos em conjunto na Columbia. No início dos anos de 1940, começa a participar da parte musical dos longas Disney a pedido de João de Barro, e mais tarde com o Trio Melodia. Em 1942, foi contratado pela Rádio Nacional aonde era cantor, diretor e produtor de diversos programas na emissora. Em 1946 foi para a Rádio Tupi. Ao longo de sua carreira gravou diversas músicas de sucesso, como Morreu o Anacleto, Luar do Sertão, Rasga Coração, Recorda-te de Mim, Saudade, entre muitas outras. Em 1966, formava a comissão executiva do 1º Festival Internacional da Canção na TV Rio, tendo logo em seguida se tornado diretor artístico da emissora, cargo esse que foi responsável até 1970. Por muitos anos apresentou, produziu e dirigiu na Rádio Mec dentro do Projeto Minerva o programa Domingo Musical. Paulo era pai dos cantores e compositores Paulinho Tapajós, Maurício Tapajós e Dorinha Tapajós. Em 1986, ajudou a compor o livro Yes, Nós Temos Braguinha, do escritor Jairo Severiano, também escrevendo o prefácio do mesmo. Paulo faleceu em 29 de dezembro de 1990 de infarto.

Alberto Fortuna Vieira de Azevedo nasceu em 28 de Outubro de 1922 em Vila Nova de Gaia, Portugal. Veio para o Brasil com a família aos 6 meses de idade morar em Niterói, Rio de Janeiro. Foi convidado aos 8 anos por um amigo da família para ir cantar na Rádio Mayrink Veiga, sendo um sucesso e retornando muitas outras vezes a emissora. Continuando seus estudos no Instituto de Humanidades, cujo diretor era o jornalista e compositor Gomes Filho, que estava inaugurando a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, Alberto foi convidado pelo mesmo para trabalhar na emissora, se tornando um dos primeiros funcionários na empresa. No mesmo ano a rádio-atriz Zezé Macedo pediu para César Ladeira, diretor artístico da Mayrink Veiga que trouxesse de volta Augustinho para a emissora. Augustinho foi contratado e ganhou o slogan de O Garoto Que Vale Ouro. Nessa ocasião apresentou-se várias vezes ao lado de Carmen Miranda, a maior estrela da rádio naquele momento. Nos anos seguintes largou o canto devido a mudança de voz, retornando em 1938 na Rádio Tupi. Após isso foi para a Rádio Educadora do Brasil, convidado por Saint Clair Lopes e Luís Vassalo. No início da década de 1940, vai para a Rádio Nacional, no qual em 1943 é formado o Trio Melodia, ficando famosos só tempos mais tarde. Mesmo com a criação do grupo, Albertinho continua sua carreira solo gravando na Continental em 1944 seu primeiro disco ao lado das Três Marias, chamado Com o Samba Aí, Que Saudade da Amélia, composição de Ataufo Alves e Mário Lago. No ano seguinte gravou seu segundo disco com a valsa Meu Coração Te Fala, de composição de Pedro Raimundo, que o também acompanhou no acordeão, e recitando uma declaração. Também ficou famoso no carnaval de 1947 com a canção Marcha dos Gafanhotos de Eratóstenes Frazão e Roberto Martins. Em 1951, Albertinho é levado por Nuno e Paulo, que já haviam cantado outras vezes para a Disney, para participar do longa Cinderela. Era a estréia do Trio nos longas Disney. Participaram também de Alice no País das Maravilhas, e As Aventuras de Peter Pan, além dos discos infantis que participaram nas décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970 na Continental. Apesar de ser conhecido como cantor romântico também gravou muitos tangos em sua carreira, como a versão de Mano a Mano de Carlos Gardel e E Razzano, com versão de Flores Ghiaroni em 1952. Em 1959, gravou o famoso samba de Tom Jobim e Vinícius de Moraes chamado Eu Sei Que Vou Te Amar. Além de discos na Continental, também gravou nos selos Victor, Star e Carnaval, discos como: Tangos de Ontem e Hoje em 1956, Albertinho Fortuna Canta Tangos Inesquecíveis em 1957, Tudo é Amor 1959, Tangos Inesquecíveis em 1960 e Prelúdio em 1963. Albertinho faleceu em 1 de Julho de 1995.

Dircinha Batista

Dircinha Batista foi outra cantora que atuou muito em longas Disney. Filha do ventríloquo, cantor e compositor Baptista Junior que participou dos longas A Branca de Neve e Os Sete Anões e Pinóquio por já trabalhar na Sonofilms com João de Barro, Dircinha cantou diversas canções compostas por João de Barro e Alberto Ribeiro, inclusive em trabalhos também na Sonofilms. Desde pequena já tinha contato com a empresa de Byginton, a Columbia, na qual gravou seu primeiro compacto em 1930 aos 8 anos de idade. Dircinha trabalhou em rádio como a Rádio Cajuti, e Rádio Clube do Brasil, e participou dos filmes da Waldo-Cinédia, Alô Alô Brasil, e Alô Alô Carnaval. Isso mostrava sua ligação com os futuros fundadores da Sonofilms. Cantou muitas músicas de carnaval, e chegou a ser coroada em 1948 como a rainha do rádio. Também foi da Rádio Nacional, e voltou a trabalhar na Rádio Clube do Brasil como apresentadora. Posteriormente também fez teatro. Sua irmã, Linda Batista também foi cantora. Ao longo da carreira, Dircinha gravou nas principais gravadora do país, como Columbia, Odeon, Rca Victor, Continental, Copacabana, Chantecler, Mocambo, Belacap e Carroussell.

O primeiro filme Disney que atuou foi Música Maestro em 1947, cantando as músicas Dois Corações, e Romance de Vitrine ao lado de Nuno Roland. No mesmo ano participa da dublagem de Canção do Sul, ao lado Silvio Caldas e grande elenco, lançado em Janeiro de 1948. No ano seguinte narra e canta no longa Bongo. Após isso Dircinha passa uma temporada nos Estados Unidos atuando e retorna em final de 1949, quando participa de mais um longa Disney, Melodia, cantando as canções interpretadas no original por The Andrews Sisters.

Segue carreira nas décadas de 1950 e 1960 no teatro, no carnaval e na TV Tupi de 1961 à 1964. Larga a carreira artísticas na década de 1970. Veio a falecer em 18 de Junho de 1999.

Almirante dublando a Cegonha em Dumbo

Outra figura muito atuante nas dublagens Disney dessa época é Henrique Foréis, o Almirante. Tendo iniciado sua carreira como músico e compositor, Almirante era uma das figuras mais conhecidas da Era de Ouro do rádio no Brasil. Nasceu em 19 de Fevereiro de 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Teve parte da infância em Juiz de Fora, mas foi quando retornou para o Rio indo morar em Vila Isabel que conheceu João de Barro, e ingressou na carreira artística a seu lado no grupo Flor do Tempo como cantor, sendo companheiro também de Alvinho e Henrique Brito. Um tempo depois, cria o grupo o Bandos de Tangarás, também ao lado de João de Barro, Alvinho e Henrique Brito, porém, também como companheiro de um dos que se tornariam um dos mais clássicos músicos e compositores do Brasil, Noel Rosa. Almirante também seguiu carreira solo, e cantou muitos sucessos compostos por Noel Rosa, João de Barro e Alberto Ribeiro, entre eles Na Pavuna, Moreninha da Praia, O Orvalho Vem Caindo, Deixa a Lua Sossegada, Faustina, Touradas em Madri, Yés, Nós Temos Bananas, entre muitas outras. Em 1938, lançou na Rádio Nacional o programa Curiosidades Musicais, sendo o programa pioneiro no rádio sobre a histórias das canções e cantores brasileiros. De 1951 em diante, produziu para a Rádio Tupi uma série de programas semanais chamados No Tempo de Noel Rosa, contando histórias sobre sua vida, depoimentos, e interpretações de suas músicas, muitas dela inéditas. Em 1963 chegou a lançar um livro sobre o companheiro. Na Disney foi chamado no primeiro longa que veio ao Brasil: Branca de Neve e Os Sete Anões, e a partir daí não parou mais. Participou de Pinóquio, Dumbo, Bambi, Bongo, Melodia, e Alice no País das Maravilhas. Na vida pessoal, Almirante era casado com a irmã de João de Barro.

Também foi muito conhecido por apresentar o programa O Incrível! Fantástico! Extraordinário! iniciado em 16 de Setembro de 1947 na Rádio Tupi. Nesse programa eram apresentados contos que envolviam para-normalidade. Ficou 11 anos no ar, e foi um dos programas de maior sucesso do rádio brasileiro. O programa chegou ao fim em 1958, após o Avc que Almirante sofrera em 12 de Janeiro do mesmo ano, mudando completamente sua vida, atrapalhando na fala, na memória e no raciocínio, e o afastando completamente do Rádio. Um tempo depois, escrevia duas colunas diárias para o jornal O Dia, chamadas Cantinho das Canções, e Incrível, Fantástico, Extraordinário. Trabalhou como colunista até o fim da vida. Faleceu em 23 de Dezembro de 1980, aos 72 anos devido a um aneurisma.

Dalva de Oliveira

Vicentina Paula de Oliveira, a Dalva de Oliveira nasceu em 5 de Maio de 1917, na cidade do Rio de Janeiro. Desde adolescente, seguiu carreira solo, quando em 1935 conhece Herivelto Martins, que formava ao lado de Francisco Cena o dueto Preto e Branco, e forma ao lado deles o Trio de Ouro. Casa-se com Herivelto, e tem 2 filhos, Peri Ribeiro e Ubiratan Martins, tendo o primeiro seguido também carreira como cantor. Foi César Ladeira que anunciou pela primeira vez no Rádio o Trio de Ouro, na Rádio Mayrink Veiga. Daí em diante estouraram em todas as principais rádios, com sucessos como Batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, entre outros. Em 1949 deixa o Trio, e volta a seguir carreira solo. Dalva realizou mais de 400 gravações e sua voz pôde ser ouvida em coros de vários discos de cantores como Carmen Miranda, Orlando Silva, Francisco Alves, Mário Reis, entre outros. Dalva era a interprete favorita do maestro Villa-Lobos. Em 1938, é convidada por João de Barro para dublar a personagem Branca de Neve, a qual eternizou no mundo Disney. Por volta de 1944/45, João de Barro a convida novamente para interpretar a princesa Branca de Neve, agora em um disco infantil de mesmo nome, a diferença é que nessa gravação Dalva também cantaria pela personagem, o que não fizera na dublagem do filme. Em 1949, é convidada mais uma vez para participar de um longa-metragem Disney, dessa vez apenas cantando, o longa se chamava Bongo, posteriormente redublado e renomeado de Como é Bom Se Divertir. Dalva vem a falecer em 30 de Agosto de 1972 por complicações de um câncer de esôfago.

Carlos Galhardo

Catello Carlos Guagliardi, o Carlos Galhardo nasceu em 24 de Abril de 1913 em Buenos Aires, Argentina. Descendente de italianos, veio para o Brasil com apenas 2 meses morar em São Paulo, e posteriormente mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Com a morte de sua mãe quando tinha apenas 8 anos, vai morar com um tio no qual aprende o ofício de alfaiate. Já aos 15 anos seguiu carreira como alfaiate, e foi aí que conheceu o barítono Salvador Grimaldi, no qual começa a ensaiar óperas com o mesmo. Em uma festa na casa de seu irmão, Carlos cantou a música Deusa de Francisco Alves na frente do próprio, acompanhado de Lamartine Babo e de outras personagens. Sugerem a Carlos fazer um teste no Rádio, o qual o faz na Rádio Educadora e entra para a emissora. No dia seguinte de sua entrada na emissora, a gravadora Rca Victor o contrata para participar de corais em discos da empresa. Lança seu primeiro disco aos 20 anos de idade, com os frevos Você Não Gosta de Mim e Que é Que Há?. Carlos cantou com diversos interpretes brasileiros, entre eles Carmen Miranda, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, além de ter cantado em rádios como Mayrink Veiga, Clube do Brasil, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial, e gravado em gravadoras como Columbia, Odeon e Continental. Segundo consta, Carlos foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil depois de Francisco Alves, cerca de 570 músicas. Carlos também participou do cinema, em filmes como Banana da Terra de 1938, Vamos Cantar de 1940, Entra na Farra em 1941, Carnaval Em Lá Maior em 1955, e Metido a Bacana em 1957. Foi na época da atuação nos filmes da Sonofilms que foi convidado para cantar pelo Príncipe em Branca de Neve e Os Sete Anões, o que repetira no disco infantil de mesmo nome por volta de 1944/45, ao lado de Dalva de Oliveira na Continental Discos. Carlos também é convidado para cantar no filme Disney, Música Maestro em 1947, interpretando a música Solidão, cantada originalmente por Andy Russell. Faleceu em 25 de Julho de 1985.

José Vasconcellos

José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto, o José Vasconcellos nasceu em 20 de Março de 1926 em São Paulo, Capital. José Vasconcellos foi ator e humorista, e foi o primeiro a criar o gênero de Stand-Up Comedy no Brasil. Estreou na Rádio Nacional no programa Papel Carbono em 1941, fazendo imitações de personalidades como Ari Barroso, Theófilo de Vasconcelos, Lauro Borges, Castro Barbosa, Luiz Lopes Correia, Luiz Jatobá, entre muitos outros. Sua maior inspiração foi o comediante Danny Kaye, considerado por ele o melhor do mundo, foi com essa inspiração que José Vasconcellos começou em 1947 a se apresentar nos palcos sozinho contando histórias e fazendo diversas imitações. No cinema estreou em Este Mundo é Um Pandeiro em 1947, e depois em Na Copa do Mundo ao lado de Walter D'Ávila em 1950. Na televisão também foi pioneiro no humor, tendo trabalhado no primeiro programa humorístico em 1952 na TV Tupi chamado A Toca do Zé. Em 1960, lança o LP de maior sucesso de sua carreira, e um dos mais clássicos do gênero do humor no país, Eu Sou o Espetáculo, com mais de 50 minutos de duração, fazendo as mais diversas imitações. No ano seguinte, estreou no espetáculo País dos Bilhetinhos, ao lado de Walter D'Ávila, Otelo Zeloni e Maria Fernanda.

Em 1949, pelo seu enorme sucesso como comediante e também imitador, foi convidado por João de Barro para participar do longa-metragem Bongo (Como é Bom Se Divertir), fazendo talvez a voz de um dos astros da Disney (Mickey, Donald ou Pateta), o que infelizmente não temos informação. Em 1950 é convidado novamente por João de Barro, agora para atuar no filme A Gata Borralheira (Cinderela) fazendo as vozes dos ratinhos Jaq e Guz, também passando por uma alteração sonora para fazer sua voz ficar ainda mais aguda, se aproximando do que imaginavam ser a voz (se assim fala-se) de um rato ou animal pequeno. Em 1951, é a vez de participar de Alice no País das Maravilhas, mais um filme que cabiam-se imitações e humor, o que dava vez a José Vasconcellos. No filme dublou o Mestre Gato, que era um personagem totalmente doido e rilex, no qual cantava uma música chamada 'Twas Brillig que José também interpretou, em um idioma que só o Gato entendia. Também em 1951, participa da dublagem do primeiro longa-metragem brasileiro, Sinfonia Amazônica, de Anelio Latini Filho, ao lado dos também dubladores Disney, Almirante, Estevão Matinhos e Abelardo Santos (esse último só dublaria anos mais tarde em As Aventuras de Peter Pan), e Paulo Roberto que já havia participado de narrações em disquinhos Disney.

José Vasconcellos no centro, no lançamento oficial da Vasconcelândia

Anos mais tarde, após a visita à Disneylandia em Los Angeles em 1964, José volta com a idéia da construção de um parque de diversões com seu nome, chamado Vasconcelândia. Provavelmente toda sua ligação com a Disney tenha começado nas participações que teve nos desenhos em que dublara. Em todo o caso, José botou a idéia em prática, e mesmo sem apoio seguiu sozinho com seu sonho. Para isso, conseguiu por meio de doação de um empresário uma área de 1 milhão de metros quadrados em Guarulhos, investindo quase tudo o que ganhou ao longo de 20 anos de carreira. Chegou a construir restaurantes, administração e cine drive-in. O parque
Vasconcelândia Empreendimentos Turísticos S/A. foi lançado em 1968, chegou a ser vendida bilheteria, porém nunca funcionou. Ao longo de muitos anos José tentou construir o parque, mas pela falta de parcerias e dificuldade de acesso ao local o empreendimento não foi pra frente. Por pressão familiar fechou o parque em 1987. Esse seu sonho posto em prática o fez chegar perto da falência. Atualmente o local é de propriedade da empresa alimentícia Panco. Anos mais tarde, Beto Carrero cria seu parque em inspiração à idéia de José, o que é relatado no filme Mundo Encantado de Beto Carreiro, lançado em Janeiro de 2009, e que conta com a também participação de José Vasconcellos.

Nos anos de 1980, se tornou muito conhecido pelo personagem gago Rui Barbosa Sa-Silva na Escolhinha do Professor Raimundo na Rede Globo, no qual voltaria a fazê-lo nos anos de 1990 na Escolinha do Barulho na Rede Record. Em 2009, foi lançado um DVD Documentário chamado Ele é o Espetáculo, dirigido pelo Cineasta Jean Carlo Szepilovksi, e narrado pelo próprio José Vasconcellos, que conta a carreira do ator, mostrando trechos de filmes, programas de rádio e de TV em que participou, e depoimentos de comediantes como Jô Soares e Chico Anysio. Seu último trabalho foi no cinema interpretando o personagem Barbosa em Bom Dia, Eternidade, em 2009. Na época, se afastou da carreira por decorrência do Mal de Alzheimer. Veio a falecer em 11 de Outubro de 2011, em Itatiba, interior de São Paulo aonde residia.

Olga Nobre e João de Barro na dublagem de Dumbo

Olga Nobre Alacid nasceu 29 de Outubro de 1916 em Manaus, Amazonas. Olga era filha da atriz e imigrante portuguesa Sarah Nobre, do ator Isidoro Alacid, e neta da cantora portuguesa de operetas Adelina Nobre. Mudou muito pequena para São Paulo com seus pais e seu irmão Nelson Nobre. Por ter as artes presentes na família, começa muito nova a estudar música, e com apenas 6 anos já estava no curso de piano. Anos mais tarde, com apenas 13 anos já no Rio de Janeiro com a família, Olga é visitada pelo maestro Henrique Vogeler, aonde toca uma de suas músicas, fazendo com que logo em seguida seja chamada para trabalhar na Mayrink Veiga como cantora no programa de Waldo de Abreu. Aos 16 anos se casou e perto dos 20 teve o filho Oscar, que mais tarde entraria também para o rádio. Aos 17 anos, é levada por Renato Murce para a gravadora Philips. Logo em seguida Murce, que também era diretor de rádio, convida Olga para trabalhar na Rádio Clube do Brasil para cantar operetas. Ficou 8 meses doente, e um tempo depois disso fez aula de canto, pois nunca tinha feito. Em 1937, entrou para o rádio-teatro convidada por Mesquitinha na Rádio Nacional, interpretando algumas comédias. Em seguida, foi levada pelo diretor de rádio-teatro da Tupi, Olávo de Barros para trabalhar na emissora. Em 1938, é convidada para trabalhar novamente na Rádio Clube do Brasil, agora como rádioatriz, e pela primeira vez contratada. Permaneceu por 8 anos como rádio-atriz na emissora, indo para o posto de diretora de rádio-teatro no lugar de Renato Murce que havia saído da emissora. Poucos meses depois no ano de 1946, se retina da empresa e é contratada pela Rádio Nacional, também como rádio-atriz. Na emissora fez longa carreira. Também atuou no cinema, participou de filmes como Tererê Não Resolve em 1938, e Futebol em Família em 1939. Também atuou em telenovelas. Olga e seu irmão Nelson (muito conhecido no Rio por ter sido o primeiro Rei Momo do Rádio) montaram uma agência de automóveis por volta de 1955, e seu filho Oscar também trabalhava consigo. Oscar, filho de Olga, atuou em programas como Constelação de Renato Murce na Rádio Nacional, entre outros. Adolescente, largou o rádio e cursou a faculdade de medicina.

Na Disney, foi chamada junto com sua mãe para atuar no longa Dumbo em 1941. Já que as duas atrizes sempre tiveram facilidade com a comédia, João de Barro não pensou duas vezes em colocar suas vozes e interpretações em duas elefantes que faziam todo o tipo de cena quando apareciam. Olga foi a fofoqueira Catty, e sua mãe também interpretou a mãe de sua personagem na história, a matriarca das elefantes. Com o início das gravações dos discos infantis por volta de 1944/45, João de Barro chama Olga para participar de diversas historinhas lançadas pela Continental nos anos de 1950. Em 1950, é convidada para trabalhar em mais um marco Disney, Cinderela, aqui fazendo a Fada Madrinha de Cinderela. Sua última participação em um longa Disney foi em A Guerra dos Dálmatas em 1962, fazendo e malvada Cruela De Vil. Seu filho Oscar também participara de várias dublagens Disney, entre elas Bambi. Olga também chegou a fazer por um tempo dublagem em filmes para a TV. Vem a falecer em 17 de Setembro de 1978, aos 60 anos de idade.

Olga Nobre e Sarah Nobre

Sarah Nobre nasceu em 3 de Maio de 1986 em Lisboa, Portugal. Veio criança para o Brasil com apenas 6 anos de idade, indo morar com a família em Manaus, Amazonas. Começou bem jovem no teatro ao lado de sua mãe, Adelina Nobre que era atriz dramática. Um tempo mais tarde, fundou ao lado da mãe a Companhia Nacional de Operetas, um estilo de óperas leves, um estilo que também existe no fado, estilo musical muito famoso no país de origem das atrizes, e que também fizera sucesso no Brasil. Na adolescência, começou a trabalhar no teatro de revista, e junto com seu marido, Isidoro Alacid, fez parte da companhia de Antônio de Souza. Em 28 de Outubro de 1916, a companhia estreou a peça Meu Boi Morreu, tendo Sarah no dia seguinte dado a luz a sua filha Olga Nobre. No cinema estreou 2 anos antes ao lado de Conchita de Moraes no filme mudo Amor de Perdição. Em 1923, retorna em mais um filme, Carnaval Cantado, e finalmente em 1933 estréia em A Voz do Carnaval de Adhemar Gonzaga, seu primeiro filme falado, e desde então segue uma longa carreira no cinema. Seus últimos filmes foram Cala a Boca, Etelvina ao lado de Dercy Gonçalves, Paulo Goulart, Otelo Zeloni e Zezé Macedo, e Viagem Aos Seios de Duília ao lado de Rodolfo Mayer e Nathália Timberg. Também faz sucesso no rádio, tendo nas décadas de 1940 e 1950 seguido carreira na rádio Mayrink Veiga. Sarah era nacionalizada brasileira. Sarah ficou muito conhecia também por sua foto ter estado estampada em uma caixa de sabonetes e no rótulo de uma conhecida marca de vinho de sua época.

Para a Disney, Sarah é chamada por João de Barro em 1941 para fazer a Elefante Matrona em Dumbo, a matriarca da família de elefantes, junto com sua filha Olga Nobre que interpreta uma das filhas de sua personagem, a Catty, a que vivia fofocando coisas para suas irmãs. Participaria mais uma vez de uma dublagem Disney em 1952, 11 anos depois de Dumbo, interpretando a louca Rainha de Copas em Alice no País das Maravilhas. Além de Olga, Sarah também tinha mais um filho, Nelson Nobre, que foi de 1950 à 1962 Rei Momo da Rádio Nacional, tendo sido o primeiro com esse título nas emissoras cariocas. Sarah veio a falecer em 6 de Maio de 1966 aos 70 anos de idade na casa de saúde São João de Deus, na qual estava internada.

Hamilton Ferreira

Hamilton Ferreira nasceu em São Paulo, e desde cedo era ligado as artes. Ainda muito jovem, fez um curso de violino. Começou no teatro ainda adolescente, descoberto pelo diretor de teatro Oduvaldo Viana. Por ter uma voz grave e forte, sempre era escalado para fazer padres, no qual chegou a fazer uma temporada no teatro Fênix no Rio de Janeiro interpretando o mesmo. Hamilton também fez rádio, começou na Rádio Tupi em São Paulo, e foi um conhecido rádioator de longa carreira. Por seus sucessos radiofônicos, foi chamado para participar de um cast de rádio nos Estados Unidos, no qual além de atuar no idioma inglês, também fazia programas diretos para o Brasil. De volta ao Brasil agora no Rio de Janeiro, Hamilton ingressa na Rádio Tupi do Rio, na qual por um tempo foi diretor do departamento de rádio-teatro no lugar de Olavo de Barros que estava afastado, dividindo mais tarde essa tarefa com Paulo Gracindo, que por um tempo ficou afastado dedicando-se ao programa Rádio Sequência G3, do qual Hamilton também participava como ator. Hamilton também dirigiu outros programas em rádio. Além de ter estudado o idioma inglês, também estudou arte teatral e francês, tendo por um tempo pensado em tentar carreira na Europa. Além do rádio, também fez TV Tupi. Hamilton também fez cinema, participou dos filmes Entrei de Gaiato e O Homem de Sputnik, ambos em 1959.

A primeira vez em que foi chamado para a Disney foi em 1951, para dublar e cantar pela Foca em Alice no País das Maravilhas. Em 1960 foi convidado novamente para dublar para a Disney, dessa vez por Luís Delfino da Atlântida para fazer a voz do Rei Humberto pai do Príncipe Filipe, fazendo dupla com o Rei Estevão dublado por Maurício Sherman em A Bela Adormecida. Sua última participação Disney foi no longa A Guerra dos Dálmatas em 1962, convidado por Aloysio de Oliveira. No filme, fez a voz do bandido Horácio Badun, novamente fazendo dupla com Maurício Sherman que fazia a voz de seu irmão, o bandido Gaspar Badun. Veio a falecer precocemente em 4 de Fevereiro de 1967, em São Paulo aonde residia.

Terezinha ao lado de Gilberto Souto e José Maria Henriques da RKO Pictures

Terezinha Rúbia nasceu em 1941, na cidade do Rio de Janeiro. Filha da atriz de teatro de revista Mara Rúbia, Terezinha começa cedo a carreira de atriz com apenas 7 anos de idade na peça da Companhia Dulcina-Odilon, chamada Mulheres. Aos 12 anos de idade, é convidada por João de Barro para dublar a personagem Alice no longa Disney, Alice no País das Maravilhas, lançado em Julho de 1952 no Brasil. As Aventuras de Peter Pan surge 2 anos depois, aonde Terezinha dubla a personagem Wendy Darling, que vai com seus irmãos para o mundo de Peter Pan. No mesmo ano estrea na peça Os Inocentes, ao lado de Dulcina de Moraes, Conchita de Moraes, e do irmão Birunga. Em 1955, assina contrato com a Companhia Dulcina-Odilon, seguindo carreira na mesma por alguns anos. Em 1956 estréia no filme Sinfonia do Samba. Em 1960 se afasta da carreira artística para concluir o Curso de Filosofia na Faculdade. Terezinha também tinha pretensão de seguir o Jornalismo. Em 1962, casa-se e afasta-se totalmente do meio artístico, não retornando mais.

Heleninha Costa

Heleninha Costa nasceu em 18 de Janeiro de 1925, na cidade do Rio de Janeiro. Ainda bem nova se mudou com a família para Santos, São Paulo. Na adolescência se formou em perito-contador, que exerce a função de contador que trabalha com perícias para o setor judiciário. Em 1938 começou sua carreira artísticas na Rádio Clube de Santos. Nessa altura, larga sua profissão de perito-contadora. Em seguida se transfere para São Paulo, e vai trabalhar nas rádios São Paulo, Record e Bandeirantes. Em 1940 grava seu primeiro compacto na gravadora Columbia, contendo as músicas Sortes de São João, de Osvaldo Santiago e Alcir Pires Vermelho, e Apesar da Goteira do Quarto, de Pedro Caetano e Alcir Pires Vermelho. Em 1943 muda-se para o Rio de Janeiro, e vai trabalhar na Rádio Clube do Brasil, e como Lady Crooner :que era uma espécie de canto em um tom mais baixo e suave; no Cassino da Urca, e cantora no Cassino Quitandinha. Seu primeiro sucesso no Rio foi também na Columbia, chamado Exaltação à Bahia de Chianca de Garcia e Vicente Paiva. Atuou em muitas outras gravadoras, como na Continental a partir de 1944, e na Rca Victor a partir de 1952. Em rádio também atuou na Mayrink Veiga de 1945 em diante levada por Cesar Ladeira, e a partir de 1947 na Nacional também levada por Cesar Ladeira. Sua primeira aparição na Disney foi em 1950 em Melodia, cantando por Frances Langford. No mesmo ano é chamada para cantar em Cinderela a canção de abertura. Se afasta completamente da carreira artística no final dos anos de 1970. Veio a falecer em 12 de Abril de 2005 aos 80 anos de idade.

Silvio Caldas

Silvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas nasceu em 23 de Maio de 1908, na cidade do Rio de Janeiro. Frequentador do Clube de Regatas de São Cristovão, Silvio começou a trabalhar aos 9 anos de idade em uma mecânica de garagem. Aos 16 anos já formado em mecânica, muda-se para São Paulo aonde trabalha na Companhia Tobias Torres de Barros & Cia, e posteriormente na Companhia Telefônica. Após isso, trabalhou como motorista percorrendo várias cidades do interior de São Paulo, até se estabelecer em Catanduva, aonde trabalhou como lavador de carros. Em 1927 volta ao Rio de Janeiro à convite de Antônio Gomes para cantar na Rádio Mayrink Veiga. Mesmo trabalhando como cantor, continuou exercendo a profissão de mecânico. Seu primeiro grande sucesso foi o samba de Ari Barroso, chamado Faceira em 1931. Após isso consagrou-se como cantor. Em 1937, cantou Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa, sendo essa música um de seus maiores êxitos na carreira. Para a Disney primeiramente participou do filme Música Maestro dublado em 1947, aonde cantou a música Ao Luar, cantada originalmente por Ken Darby. Já em 1948 dublou e cantou no filme Canção do Sul ao lado de Dircinha Batista, muito provavelmente dublando o personagem Tio Remus, mas não temos certeza disso. Em 1958, muda-se para Atibaia, interior de São Paulo, lugar no qual viveu os últimos 40 anos de sua vida. Veio a falecer em 3 de Fevereiro de 1998, aos 89 anos de idade.

Edmundo Maia
Edmundo Maia nasceu em 7 de Junho de 1888 em São Paulo, Capital. Estudou no colégio Salesiano, e na adolescência passou em engenharia na escola politécnica, mas nunca chegou a fazer o curso. Nessa ocasião sua mãe parte para a Europa, e Edmundo sozinho entra para a carreira de ator. Quando a família volta, o manda embora de casa por conta disso. Nessa ocasião ele já era empresário, e comandava uma companhia. Viajava muito para o interior de São Paulo para fazer suas peças. Aos 34 anos, em 4 de Agosto de 1922, casa-se com a atriz Nicolina de Francisis, com quem trabalhava. 20 anos depois de sair de casa, volta ao convívio com sua família, que agora o respeitava como ser humano e ator. Edmundo também é o fundador da Casa dos Artistas, que por tantas décadas ajudou diversos artistas esquecidos que não tinham aonde morar. Também foi um dos onze fundadores do Grêmio dos Artistas Teatrais. Esteve presente no início do Rádio no Brasil, e é considerado um dos pioneiros na profissão. Começou a carreira na Rádio Sociedade, e passou por todas as rádio cariocas, exceto Vera Cruz e Cajuti. Em 1936, entrou para a Rádio Cruzeiro do Sul, aonde trabalhou como locutor, rádio-ator, diretor, animador e redator. Na emissora, entre outros participou do primeiro programa cômico de longa duração, que também era escrito por ele, Seu Manuel, Seu Joaquim e a Balbina, ao lado de Ari Barroso e Nair Alves. Edmundo fazia o português, tipo de papel que se tornou perito no rádio. Com a saída de Ari da emissora, Edmundo tomou o seu lugar no Programa de Calouros, apresentando-o por muito tempo. Em 1943, retorna para a Mayrink Veiga, fica apenas 1 ano, e entra para a Radio Nacional, no qual seguiu carreira por alguns anos. Na emissora participou de novelas como O Direito de Nascer, O Anjo, O Homem Atômico, O Filho do Pescador, O Mestre do Silêncio, entre muitas outras. Era uma pessoa muito humana, tinha muitos cachorros, aves e galinhas em sua residência. Edmundo também fez muito cinema, como nos filmes A Voz do Carnaval, Terra Violenta, Hóspede de Uma Noite, Balança Mas Não Cai, Carnaval em Marte, entre outros, trabalhando na Cinédia, Sonofilms, entre outras.

Na Disney foi convidado por João de Barro em 1938 para participar da primeira dublagem de Branca de Neve e Os Sete Anões, sendo também a primeira dublagem brasileira de série estrangeira. Edmundo fez a voz do anão Atchim. Em 1940 é chamado novamente por João de Barro, agora para dublar em Pinóquio, aonde fez o bravo Cocheiro. Em 1965 ao 77 anos, foi homenageado com a entrega de um diploma e troféu pela Revista do Rádio por seus 50 anos dedicados ao rádio. Edmundo Maia foi o rádioator mais antigo de sua época, e o que mais tempo trabalhou. Provavelmente tenha falecido nos anos de 1970, mas não temos informações exatas sobre sua morte.

Grande Otelo

Sebastião Bernardes de Souza Prata nasceu em 18 de Outubro de 1915 em Uberlândia, Minas Gerais. Desde cedo teve uma vida sofrida. Seu pai morrera esfaqueado, e sua mãe sofria de alcoolismo. Ainda bem jovem, se juntou a Companhia de Teatro Mambembe com o consentimento da diretora do grupo, Abigail Parecis, mas posteriormente fugiu e foi parar no Juizado de Menores, quando foi adotado pelo político Antônio de Queiroz. Frequentou a escola Liceu Coração de Jesus até o terceiro ano ginasial. Sua paixão era ser ator, então na adolescência entrou para o teatro de revista na Companhia Negra de Revista, aonde teve Pixinguinha como maestro.

Participou por décadas do teatro de revista, mas o seu maior sucesso sem dúvida foram os filmes cômicos nas décadas de 1940 e 1950 produzidos pela Atlântida ao lado de Oscarito no Rio de Janeiro. Sua fama nacional lhe rendeu a participação no filme It's All True do diretor e ator norte-americano Orson Welles, que considerava Otelo o maior ator brasileiro. Também fez cinema com Ankito no final dos anos de 1950 em São Paulo. Na TV começou a fazer novelas na Rede Globo, como também participando do programa humorístico Escolinha do Professor Raimundo no início dos anos de 1990.

Para a Disney, foi convidado em 1940 por João de Barro para dublar o garoto mal caráter Espoleta em Pinóquio. No ano seguinte foi a vez de Dumbo, aonde fez o malandro Jim, o corvo chefe do bando. Ambos os personagens trazendo aquele jeito malandro, descolado que só Grande Otelo sabia fazer, por isso casou tão bem com os personagens. Em Dumbo ainda chegou a cantar pelo personagem a música Quando Vi Elefante Voar. Grande Otelo veio a falecer em 26 de Novembro de 1993 na decida da escada do avião que chegava em Paris de um infarto fulminante. Grande Otelo sempre dizia que a França pra ele era algo muito forte, e que por conta disso não aguentaria pisar em solo francês.

Ary Barroso

Ari de Resende Barroso é mineiro, nasceu em Ubá no dia 7 de Novembro de 1903. Órfão de pai e mãe aos 8 anos de idade, Ari foi criado pela avó materna. Ainda cedo, estudou solfejo e piano com a Tia Rita, e com 12 anos já trabalhava como pianista auxiliar no Cinema Ideal, em Ubá. Aos 17 anos com a morte do tio, recebe uma herança e vai estudar Direito no Rio de Janeiro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. No Rio, esteve sob a tutela do Doutor Carlos Peixoto. Reprovado na faculdade, vai procurar trabalho como pianista e emprega-se no Cinema Íris. Na ocasião era comum os cinemas terem piano, já que o cinema era mudo e o piano era usado como trilha sonora para as películas. Após isso, chegou a tocar no Teatro Carlos Gomes com a orquestra do maestro Sebastião Cirino. Em 1926, retorna aos estudos de Direito, terminando-o 3 anos mais tarde. Continuou com sua atividade de pianista, e nessa época surge outros trabalhos em orquestra, como a Orquestra do Maestro Spina em São Paulo. Também na ocasião, Ari começa a compor, criando músicas como Amor de Mulata, Cachorro Quente, e Oh! Nina, em parceria com Lamartine Babo. Mas foi em 1930 que escreveu a canção que o eternizaria na história do país: Aquarela do Brasil.

Além de ter sido gravada por várias artistas brasileiros, e ter recebido diversos prêmios nacional, também foi premiada internacionalmente pela Academia de Ciências e Arte Cinematográfica de Hollywood, pela música ter participado do longa-metragem Alô Amigos. E falando em Disney, tudo começou em 1941 quando Walt Disney estava no Brasil e apaixonou-se por sua canção. Já com a idéia de criar um longa brasileiro, Walt teve como base musical Aquarela do Brasil, o que o fez conhecer pessoalmente Ari, usando sua canção no longa Alô Amigos em 1942, interpretada por Aloysio de Oliveira. A origem do personagem Zé Carioca também veio de Ari, mais precisamente de seu Papagaio que foi usado como inspiração para o personagem. 2 anos mais tarde, viaja aos Estados Unidos para compor a música do filme Brazil, produzido pela Republic, e aonde estrearia Tito Guizar e Aurora Miranda. Na ocasião, visitou os Estúdios Disney, e na época Aloysio de Oliveira e Gilberto Souto estavam preparando a versão brasileira de Você Já Foi à Bahia?, e convidaram Ari para narrar em um episódio, e ele aceitou. Narrou o episódio do Pinguim Friorento, interpretando na narração um Professor. Uma canção de Ari também era interpretada no longa: Os Quindins de Iaiá, interpretada entre outras por Aurora Miranda. Nos Estados Unidos também escreveu a partitura em outro filme, Three Little Girls in Blue, na 20th Century Fox em 1944. No ano seguinte, sua canção Rio de Janeiro escrita para o filme Brazil, é indicada ao Oscar como melhor canção. A música que acabou ganhando foi Swinging On a Star do filme O Bom Pastor. Foi a primeira vez que um brasileiro foi indicado ao Oscar. Ari também compôs muitas músicas para Carmen Miranda, sendo o compositor que Carmen mais interpretou canções, em um total de 30 canções. Veio a falecer em 9 de Fevereiro de 1964, de cirrose hepática devido ao alcoolismo.

João de Barro mostrando a parte técnica de uma dublagem

De Branca de Neve e Os Sete Anões até as dublagens de As Aventuras Peter Pan, as dublagens tiveram elencos de ouro, tanto como cantores quanto como atores. João de Barro escolhia os melhores cantores e intérpretes do Rádio da época, sendo equivalentes aos artistas que deram suas vozes nas versões originais. Muitos cantores brasileiros inclusive se inspiravam em cantores americanos, e em algumas ocasiões até o contrário, já que o Brasil estava em alta na época. Praticamente os principais cantores da era do rádio passaram e se eternizaram na Disney, entre eles Dalva de Oliveira, Carlos Galhardo, Paulo Tapajós, Nuno Roland, Dorival Caymmi, Aloysio de Oliveira, Fernando Paes, Maria Clara Tati Jacome, Almirante, Radamés Celestino, Os Cariocas, Dircinha Batista, Aurora Miranda, Ari Barroso, Jorge Goulart, Heleninha Costa, Silvio Caldas, Albertinho Fortuna, Sônia Barreto, Jararaca e Ratinho, entre muitos outros.

Na escalação de atores e atrizes também não foi diferente, na maioria das vezes grandes intérpretes do rádio-teatro, comediantes, e figuras do cinema, pessoas que já tinham sua voz marcada na cultura brasileira. Entre eles estão Almirante, Peri Ribeiro, Terezinha Rúbia, Aloysio de Oliveira, Orlando Drummond, Oscarito, Grande Otelo, Cesar de Alencar, Brandão Filho, Radamés Celestino, Ema D'Avila, José Vasconcellos, Olga Nobre, Sarah Nobre, Sônia Barreto, Simone Morais, Tina Vita, Suzy Kirby, Baptista Junior, Aristóteles Pena, Cordélia Ferreira, Heloísa Helena, Delorges Caminha, Otávio França, Wellington Botelho, Estevão Matinhos, Hamilton Ferreira, Mesquitinha, Zezé Fonseca, entre muitos outros.

Gilberto Souto e Walt Disney

Além da importância do músico, cantor e compositor João de Barro para a Disney no Brasil, outro brasileiro não poderia deixar também de ser lembrado por seus trabalhos de tradução, esse é Gilberto Souto.

Nascido em 15 de Maio de 1906 na cidade do Rio de Janeiro, desde cedo já era fascinado pelo mundo artístico, e por tanto colecionava fotos de famosos. Em 1925 aos 19 anos, começou a trabalhar como repórter no jornal Correio da Manhã. 2 anos mais tarde, ingressou na revista Cinearte, e em Julho de 1932 foi para Los Angeles ser correspondente da revista. Lá criou a coluna Hollywood Boulevard, realizando reportagens e entrevistas com personalidades do cinema americano, e posteriormente a coluna Futuras Estréias, falando dos lançamentos cinematográficos. Com o fechamento da empresa em 1942, Gilberto entra para os Estúdios Walt Disney como relações públicas, publicitário, e conselheiro para filmes ambientados em nosso país, como foi o caso de Alô Amigos e Você Já Foi a Bahia?, no qual Gilberto foi supervisor. Além disso, Gilberto se torna tradutor de longas Disney para o Brasil, começando com Dumbo, também em 1942. Além de Dumbo, traduziu O Dragão Dengoso, Bambi, Alô Amigos, Você Já Foi à Bahia?, Música Maestro, Bongo, A Gata Borralheira, Alice no País das Maravilhas, As Aventuras de Peter Pan, e na 2ª dublagem de Branca de Neve e Os Sete Anões, esse último traduzido no Brasil.

Em Julho de 1952, retorna ao Brasil depois de 20 anos morando nos Estados Unidos, e mais de 10 dedicados aos Estúdios Disney. No Brasil, assume a chefia do Departamento de Publicidade da United Artists, aonde ficou até 1966, quando se aposenta. Em 18 de Setembro de 1960, Gilberto volta a trabalhar no Correio da Manhã, agora como cronista, e criando a coluna Cinema, Ontem e Hoje. Em 1966, ganhou o prêmio Saci do jornal Estado de São Paulo pelo reconhecimento à sua carreira. Gilberto também foi professor de Curso de Cinema na A.S.A.. Faleceu em 10 de Setembro de 1972, de infarto, antes de concluir seu livro sobre a história de seus cinquenta anos dedicados ao cinema.


Aloysio de Oliveira
 
Outro de grande talento e que foi um dos profissionais Disney que mais trabalhou no Brasil, está o músico e cantor Aloysio de Oliveira.

Aloysio nasceu em 4 de Dezembro de 1915, na cidade do Rio de Janeiro. Ainda adolescente, fundou o grupo musical Bando da Lua no qual era vocalista. O grupo adquirir fama principalmente com a parceria com Carmen Miranda. Com a ida de Carmen para os Estados Unidos em 1939, o grupo a acompanha, fazendo parceria com a cantora até o ano de 1955. Se formou dentista, mas nunca exerceu a profissão.

Em 1943 foi convidado por Walt Disney para narrar no longa brasileiro Alô Amigos, aonde também interpretou a música Aquarela do Brasil, na qual ficou conhecida no mundo todo com sua voz. Para esse mesmo longa, também ajudou na criação do personagem principal: Zé Carioca. No ano seguinte é convidado para narrar e cantar novamente em um longa Disney, dessa vez em Você Já Foi à Bahia?. Em 1949, esteve no Brasil e pela primeira vez traduziu e adaptou textos e canções em um longo, sendo esse Música Maestro, aonde também narrou em um seguimento do longa. No ano seguinte, foi a vez de sua primeira dublagem, no longa Cinderela, fazendo o Grão-Duque. Em 1953, esteve novamente no Brasil para dublar em outro longa Disney, As Aventuras de Peter Pan, no qual consagrou a voz do Capitão Gancho.

Com a morte de Carmen Miranda em 1955, no ano seguinte Aloysio retorna definitivamente ao Brasil no qual se torna o diretor artístico da gravadora Odeon Records, além de também ter atuado na Rádio Mayrink Veiga junto com Aurora Miranda e Vadico. 2 anos depois, chega em suas mãos o longa A Dama e o Vagabundo gravado na Odeon, aonde Aloysio narra, dirige, traduz os textos e músicas, e dubla o personagem Vagabundo. Em 1960, transfere-se para a gravadora Philips, no qual fica 8 meses. Nos anos seguintes, também participa de A Bela Adormecida e 101 Dálmatas, sendo esse último dirigido por ele na Herbert Richers.

Em 1963 cria a gravadora Elenco, que usava os estúdios da Riosom para suas gravações. Vários cantores gravaram com o selo Elenco, entre eles Edu Lobo, Nara Leão, Nana Caymmi, Vinicius de Moraes, Odete Lara, Maysa, Maria Bethânia, entre outros. Com a chegada de A Espada Era a Lei, Aloysio é procurado e indica os estúdios da Riosom para as gravações do longa, que recebem sua tradução e adaptação musical. Os filmes Disney seguintes que chegam ao Brasil recebem na maioria das vezes a adaptação musical de Aloysio, como as segundas dublagens de Branca de Neve e Os Sete Anões, Pinóquio e Bambi, além de Mowgli, o Menino Lobo, e Aristogatas. Volta a traduzir para um longa em Dumbo, e a dublar em Robin Hood, além dos curtas do Ursinho Puff desde o final dos anos de 1960, e depois lançados juntos como um longa-metragem. Além disso também narrou na coleção de discos Disneyland em 1975.

Aloysio também chegou a compor músicas para Tom Jobim, além de lançar um disco para João Gilberto. Em 1968, com a extinção da Elenco, Aloysio retorna aos Estados Unidos e trabalha com a produção de discos na Warner Music lançando artistas brasileiros. De volta ao Brasil em 1972, atua como produtor musical nas gravadoras Odeon, Rca Victor e Som Livre. Por volta de 1973, dirigiu um programa musical aos domingos na TV Tupi. Em 1978, lança o livro De Banda Pra Lua pela Editora Record, que conta sobre a carreira do grupo Bando da Lua. No final dos anos de 1970 se retira do país e vai morar nos Estados Unidos, aonde segue sua carreira como produtor musical. Com sua saída do Brasil, deixa Cyva Leite responsável em seu lugar na direção musical dos longas Disney, no qual exerce até o ano de 1990.

Em sua vida pessoal, manteve um romance com Carmen Miranda na década de 1930, quando à acompanhava com o Bando da Lua. Em 1963 casa-se com a cantora Silvia Telles, no qual lançou sua carreira na música. Anos mais tarde casa-se com Cyva Leite do Quarteto Em Cy, grupo que Aloysio ajudou a ser conhecido, produzindo 1 álbum lançado em sua gravadora Elenco, e levando algumas delas para cantar em longas como Branca de Neve e Os Sete Anões, e Mogli, o Menino Lobo, além de também as ter levado para fazer carreira nos Estados Unidos e a gravarem na Gravadora Warner.

Vem a falecer em 4 de Fevereiro de 1995 em Los Angeles aonde residia, vítima de câncer de pulmão no hospital Saint Joseph Medical Center aonde estava internado desde Novembro de 1994.

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A Dama e o Vagabundo

Em 1956 é lançado o longa A Dama e o Vagabundo, primeiro longa sem a direção de João de Barro. O filme foi distribuído pela Buena Vista Films Distribution. Apesar da distribuidora ter mudado, foi feito um acordo com a RKO Rádio Pictures para a distribuição desse último longa, já que a empresa distribuía longas Disney na America Latina desde o lançamento de Branca de Neve e Os Sete Anões. No mesmo ano, o diretor geral de vendas da RKO, Sidney Kramer esteve no Brasil para impulsionar o lançamento do longa no país, um claro temor de perder os cinemas nacional por conta da quebra de contrato em 1953 com a Disney.

O estúdio que fica responsável pela dublagem é a Fábrica Odeon, antiga gravadora brasileira na qual Aloysio de Oliveira era produtor musical, o qual acaba sendo o diretor e tradutor de dublagem do longa, escalando a si própria para dublar o cachorro Vagabundo. Nesse filme temos os estreantes Selma Lopes e Paulo Gonçalves, e o já conhecido Castro Gonzaga, entre outros.

A Dama e o Vagabundo conta a história de Lady, uma cachorrinha que Jim da para sua esposa na noite de natal. Em um dia, Lady sente-se esquecida por seus donos que estão todos atentos com a chegada e uma criança, mas no final, entende o porque e fica mais calma. Além disso, com a cachorrada da rua, e principalmente com a companhia de Vagabundo, Lady passa pelas mais diversas situações, sendo inclusive até pega pela carrocinha.

O filme é lançado nos cinemas em Abril de 1957. Em 1991, é lançado em VHS com a dublagem original. Em 1997, é redublado pela Double Sound e lançado em VHS. A dublagem da Double Sound é ainda lançada em DVD em 2000, em DVD na Edição Platinum em 2005, e em DVD na Edição Diamante em 2012.

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O Programa Disneylândia e Os Curtas-Metragens


Em 27 de Outubro de 1954 estreava nos Estados Unidos o programa Disneyland, com apresentação do próprio Walt Disney. O programa contava com atrações diversas, desde pequenos documentários com Walt Disney e seus desenhistas explicando a arte da animação, até adentrando os estúdios e mostrando as criações nascendo, e suas histórias. Além disso também eram exibidos curtas metragens antigos, como de Mickey, Pateta, Donald, e histórias diversas, como longas-metragens tanto de animação quanto com atores. Pequenas histórias de dentro dos longas também eram editadas e exibidas no programa. O programa teve várias temporadas, e vários nomes, como The Wonderful World of Disney, The Magical World of Disney, e passou por vários canais como Abc, Nbc e The Disney Channel.

Nota do Diário da Noite de 1963 Sobre o Programa Disneylândia no Canal 4, TV Tupi de São Paulo

No Brasil a estréia se deu por volta de 1959 na TV Tupi com o nome de Disneylândia, nome esse que seguiu a série no Brasil até o seu final nos anos de 1980. No início dos anos de 1960, o programa fica na grade fixa aos Domingos as 18h da tarde na emissora.

Na dublagem o estúdio escolhido para dublar o programa e todos os seus curtas, longas e documentários é a GravaSon de São Paulo, com Ribeiro Filho fazendo a voz de Walt Disney, escalação essa que se manteve até o final dos anos de 1960, já na AIC. Gastão Renné foi a primeira voz do Pato Donald no Brasil. O mesmo para Borges de Barros no personagem Pateta. Os demais dubladores dos personagens da Turma do Mickey não se tem informações.

Existe porém alguns programas da Disneylândia com narração e dublagem de americanos que sabiam falar português, com um sotaque muito carregado. Não sabemos ao certo quando foram exibidas esses programas, mas ao que tudo indica teriam sido os primeiros a chegarem no Brasil.

Por volta de 1967 novos episódios do programa são trazidos, novamente com Ribeiro Filho como Walt Disney, e agora dublados na AIC. Esses episódios também foram exibidos na TV Tupi.

A Turma do Mickey

Por volta de 1973 o programa retorna à TV, agora sendo exibido na Rede Globo aos Sábados de manhã. As dublagens também mudam de lugar, passam para a Peri Filmes e Tecnisom, ambas com supervisão de Telmo de Avelar. É nessa ocasião que há a escalação de Luiz Manoel em Mickey Mouse, o que marcaria o personagem no Brasil, e inspiraria seus sucessores. Telmo de Avelar faz o teste para o Pateta e é aprovado pela Disney, se aproximando muito do original. Telmo também é escalado no professor Ludovico Von Pato, e eterniza o personagem no Brasil com aquele típico sotaque alemão que só Telmo poderia fazer, já que tem descendência alemã e conviveu com familiares alemães. O dublador do Pato Donald à quem não sabemos o nome, falece e Cleonir dos Santos é colocado no personagem.

Em 1978 com a grande greve de dubladores, estúdios ficam em hiato, outros fecham as portas, e outros diminuem os valores de seus trabalhos, e é nessa época que as dublagens Disney resolvem migrar para a Herbert Richers, inclusive as dublagens de curtas-metragens e do programa Disneylândia. Por conta da greve, Luiz Manoel se retira da Herbert Richers e Cleonir dos Santos adota Mickey, fazendo assim a voz de dois personagens Disney simultaneamente. A narração do programa Disneylândia fica primeiro a cargo do narrador da empresa, Ricardo Marianno, e em 1981 é narrado por Márcio Seixas que trabalha narrando para a Disney por algum tempo. Alguns anos depoi,s Cleonir largo o Pato Donald e quem o faz é o ator Januzzi. Com a ausência de Januzzi em 1987, Marco Antônio Costa é escalado para dublar o personagem, o que o faz até 1993 em curtas e participações em séries Disney. O programa Disneylândia é exibido na Rede Globo até o fim dos anos de 1980.

Por volta de 1977/78, o SBT compra episódios de Mickey e Sua Turma e os dubla na BKS em São Paulo, com Orlando Viggiani fazendo Mickey Mouse :criando uma voz muito semelhante a criada por Luiz Manoel no Rio; Pateta por Nelson Baptista e Donald por Olney Cazarré. As narrações eram feitas na BKS por Felipe Di Nardo. Os curtas não eram exibidos no programa Disneylândia, eram exibidos em programas como Clube do Mickey e Walt Disney Show pelo final dos anos de 1970, e ao longo dos anos de 1980.

Nos anos de 1980 com a criação da S&C Produções Artísticas, os curtas dublados para o SBT vão para a empresa, agora com a narração e direção de Jorge Barcellos, outro grande diretor que fica responsável por dublagens de curtas metragens, séries e alguns filmes da Disney para a TV por mais de 20 anos. Em final dos anos de 1980 com a chegada do Home Vídeo (lançamentos em VHS), a Disney pede também para a S&C Produções Artísticas redublar todos os curtas metragens da Turma do Mickey para esses lançamentos, escalando Orlando Viggiani para Mickey, Nelson Baptista para Pateta, e o estreante ator e chefe de cozinha Márcio Gianullo para Pato Donald, sendo considerado o segundo maior dublador do Pato Donald no mundo depois do clássico Clarence Nash.

Nos anos de 1990 as exibições continuam no fluxo SBT-Globo, tendo cada emissora feito seus contratos por determinado tempo, e em muitas vezes ambas exibindo desenhos Disney simultaneamente. As dublagens passam a ser feita na Megassom, nome que foi rebatizado os estúdios da S&C Produções Artísticas, e posteriormente na Sigma de Jorge Barcellos, que deu continuidade ao trabalho da Megassom. Novas escalações surgiram na Sigma por volta do ano de 1999. Sérgio Moreno para Mickey, pois Orlando Viggiani havia se ausentado como dublador por conta de seu volumoso trabalho como diretor de dublagem, o Pato Donald é substituído por Cláudio Galvan do Rio de Janeiro por conta de Márcio Gianullo ter se ausentado da profissão, e o Pateta como Élcio Sodré substituindo Nelson Baptista que havia falecido. Ao mesmo tempo no Rio, Anderson Coutinho desempenha bom papel no Pateta nas dublagens na Doublesound, e começa a ganhar notabilidade, desde à época que Nelson Baptista dublava o mesmo na Megassom, como quando participaram juntos no longa do Pateta, sendo Nelson o dublador e Anderson o cantor do personagem.

Em 2001, a parceria entre Sigma e Delart pode unir vozes do Rio e de São Paulo fixamente. Nessa época Tatá Guarnieri assume o Pateta. Anos depois, Anderson Coutinho retorna de forma fixa ao personagem. E por fim Guilherme Briggs pega o personagem Mickey por conta de Sérgio Moreno, que agora estava no Rio, não poder fazer o personagem por conta do extenso trabalho em seu recém montado estúdio de dublagem. Por conta disso, a dublagem dos curtas passa novamente para o Rio de Janeiro, e agora de forma definitiva.

Outros profissionais já fizeram as vozes dos personagens da Turma do Mickey, entre eles ao personagem Mickey Mouse como Nizo Neto, Manolo Rey e Élcio Sodré, e ao personagem Pato Donald como Paulo Vignolo, Garcia Junior, entre outros.

Já outros personagens dos curtas Disney tiveram inúmeras vozes, como Bafo-de-Onça, Margarida, Minie, entre outros. Minie teve primeiramente a voz de Denise Simonetto nas dublagens da S&C Produções Artísticas nos anos de 1980 e 1990. Posteriormente Marli Bortoletto pega a personagem nas dublagens da Sigma nos anos de 1990 e início dos anos de 2000. E Mabel Cezar nas dublagens da Delart em meado dos anos de 2000. Bafo-de-Onça primeiramente era dublado por Antônio Moreno nos anos de 1980 e 1990 na S&C Produções Artísticas, posteriormente foi dublado por Pietro Mário em meados dos anos de 1990 na Doublesound. Concomitante a isso Antônio Moreno também dubla o personagem nos anos de 1990 na Sigma, no qual fica no personagem até meado dos anos de 2000, quando Pietro Mário retorna ao personagem, agora na Delart. Já Margarida teve várias vozes sendo desde 2001 dublada por Suzy Pereira, e em meado dos anos 2000 por Christiane Louise. Os sobrinhos Huginho, Zezinho e Luizinho na maioria das vezes sempre foram dublados em São Paulo por Angélica Santos, e no Rio de Janeiro por Carmen Sheila, Marisa Leal e Miriam Ficher.

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A Bela Adormecida

Em 1960 chega A Bela Adormecida, desta vez dirigido por Luís Delfino nos estúdios da Atlântida Cinematográfica, com tradução de Orlando Figueiredo e canções de Aloysio de Oliveira. No elenco de dublagem temos a estreante Maria Alice Barreto, os já conhecidos Aloysio de Oliveira e Hamilton Ferreira, além de Roberto de Cléto, Maurício Sherman, e outros. O inédito nesse longa é a parceria com as Organizações
Joseph Arthur Rank, mais conhecida com Organizações Arthur Rank, que começara desde então a distribuir os filmes Disney. O Filme é lançado nos cinemas em 16 de Março de 1951, e posteriormente em VHS em 1990 e 1996, DVD e Blu-Ray duplo na Edição Platinum em 2008, DVD na edição Conte Um Conto em 2009, e em DVD e Blu-Ray na Edição Diamante em 2014, ambos com a dublagem original.

A Bela Adormecida conta a história de Bela, uma criança filha do Rei Humberto e da Rainha Aurora que é recebida com festa em seu nascimento, e agraciada pelas Fadas Flora, Fauna e Primavera. No mesmo dia, também recebe a visita de Malévola, uma feiticeira má que joga um feitiço sobre Bela, que consistem em ela ser picada por uma agulha de tecer antes de completar 16 anos, e morrer. A Fada Primavera por sua vez, consegue mudar essa maldição, pois ainda não havia dado o seu presente, transformando a morte de Bela em um profundo sono que só será cessado com o beijo de um homem que a ame.

A Guerra dos Dálmatas

Em 1962 chega o filme A Guerra dos Dálmatas (conhecido posteriormente como 101 Dálmatas), e o estúdio escolhido pela Disney fica sendo a Herbert Richers. Herbert e Disney já se conheciam desde 1946, quando Herbert foi contratado para fazer um documentário para Walt Disney, e desde então cria-se uma amizade entre os dois, e sempre, inclusive o recebendo em sua casa em Los Angeles. A direção fica a cargo de Aloysio de Oliveira, e a tradução novamente a cargo de Orlando Figueiredo. No elenco, há velhos conhecidos Disney como Maria Alice Barreto, Simone Morais, Mauricio Sherman, Hamilton Ferreira e Olga Nobre, além dos novatos Domingos Martins e Hélio Colonna. O filme é lançado nos cinemas do país em 24 de Dezembro de 1962. Em 1996 é lançado em VHS, em 2000 em DVD, em 2007 em DVD na edição Conte Um Conto, em DVD na Edição Platinum em 2008, e em DVD e Blu-Ray na Edição Diamante em 2015, ambos os lançamentos com a dublagem original conservada.

A Guerra dos Dálmatas conta a história de Pongo, um cachorro que tem como dono Roger, um solitário músico. Em um dia, Pongo prepara um encontro entre Roger e Anita, uma solitária mulher que também tinha apenas como companhia uma cadela que se chamava Prenda. Roger e Anita vão morar juntos, e Pongo e Prenda têm cachorrinhos. A chefe de Anita, Cruela, por ser fissurada por casacos de peles de bichos, fica interessada nos filhotes e contrata dois comparsas para roubá-los, e aí começa toda a confusão.

Mary Poppins

Mary Poppins, foi o terceiro filme Disney a misturar animação e vida real. O filme conta a história de um banqueiro chamado George W. Banks, um homem rígido que não consegue arranjar uma babá para seus dois filhos Jane e Michael. Em uma noite, ao escrever mais um anúncio atrás de uma babá, sua filha Jane entrega uma carta aos pais de como seria uma babá perfeita. Essa carta acaba chegando nas mãos de Mary Poppins, a imagem e semelhança da carta de Jane. Com a chegada de Mary na vida das crianças, tudo ganha poderes mágicos e diversão, além de musicalidade.

O filme é baseado nos livros da escritora Pamela Lyndon Travers, que foi chamada por Walt Disney na ocasião para ajudar na adaptação do filme, momento esse que é retratado no filme Walt nos Bastidores de Mary Poppins de 2013, mostrando a conturbada e engraçada adaptação do filme.

O filme é lançado legendado no Brasil em 11 de Setembro de 1964, sendo o primeiro país da América Latina a exibi-lo. O filme é dublado pela primeira vez em 1990 na S&C Produções Artísticas para VHS, tendo Denise Simonetto dublando Mary Poppins. Na mesma época, também é dublado para TV na Herbert Richers, sendo Vera Miranda quem dubla Mary Poppins. Em 2009 é lançado em DVD com uma nova dublagem feita na Double Sound.

A partir de 1965 a Disney escala Telmo de Avelar para escalação, direção e tradução das dublagens dos longas-metragens da Disney no Brasil, começando por A Espada Era a Lei dublado nos estúdios da Riosom. Acreditamos que a mudança de estúdio se deve ao fato do incêndio que aconteceu no antigo estúdio da Herbert Richers, no qual a empresa ainda se recuperava, e por essa razão não tinham os equipamentos adequados para uma produção nessa escala. A empresa Riosom tinha parceria com Aloysio de Oliveira, que usava seus estúdios desde 1963 para a gravação de discos para sua gravadora chamada Elenco, por tanto, talvez esse seja um dos motivos para também escolherem o estúdio.

A Espada Era a Lei

A tradução e direção musical do longa ficam a cargo de Aloysio de Oliveira. Os já conhecidos Paulo Gonçalves, Orlando Drummond e Macedo Neto participam desse longa, tendo também a participação de Ida Gomes e Magalhães Graça que participariam de outros longas, o jovem João Carlos Barroso, o próprio Telmo de Avelar, e o cantor lírico João Alberto Persson, entre outros.

A Espada Era a Lei, conta a história de Wart, um garoto que mora com os cavaleiros Sir Ector e Sir Kay. Wart é discípulo do mago Merlin, e com ele aprende diversos truques e magias, como também entra nas mais loucas situações, entre elas ser transformado em animal, e reencontrar a antiga rival de Merlin, Madame Min. Ao acompanhar Sir Ector e Kay em uma competição de luta, Wart consegue um feitio que nunca ninguém havia conseguido antes, o que muda completamente sua vida.

O filme é lançado nos cinemas em 6 de Julho de 1965. Em 1993, é lançado em VHS, e em 2008 em DVD, ambos com a dublagem original.

João Luiz Albuquerque, Dorival Caymmi, Aloysio de Oliveira, Walt Disney, Norma Bengell, Vinícius de Moraes e Antonio Carlos Jobim em visita aos estúdios da Disney, em 1965.

Em 1965, houve um encontro memorável nos Estúdios de Walt Disney na Califórnia, o Jornalista João Luiz Albuquerque, os cantores Dorival Caymmi, Aloysio de Oliveira, Vinícius de Moraes e Antonio Carlos Jobim, e a atriz Norma Bengell, foram encontrar Walt Disney em pessoa, e conhecer seus estúdios. Alguns deles já haviam trabalhado em longas Disney, como Dorival Caymmi, Aloysio de Oliveira e Vinicius de Moraes.

Branca de Neve e Pinóquio. Montagem feita por CaterdayGirl

Após o lançamento do longa, surge o relançamento nos cinemas de Branca de Neve e Os Sete Anões. Como a dublagem havia se perdido por causa de má conservação, a Disney pediu que a redublassem, para isso escalou Telmo de Avelar para dirigir, e seu antigo braço direito Gilberto Souto, que não trabalhava para a Disney desde 1952, para traduzir o longa ao seu lado. Aloysio de Oliveira ficou com a adaptação musical. A dublagem é realizada em 1965. Algumas músicas tiveram as letras conservadas da primeira versão, como Cavando a Mina e Eu Vou.

Nota do Jornal Ultima Hora de 22 de Dezembro de 1965

Para a dublagem, tivemos os já conhecidos Maria Alice Barreto no papel de Branca, e também Orlando Drummond e Magalhães Graça, além de Ênio Santos e Luís Motta que viriam a participar de outras dublagens Disney, entre outros. Nas canções tivemos novamente a participação do cantor lírico João Alberto Persson cantando pelo Príncipe, e Cybele Freire do Quarteto em Cy cantando por Branca. O filme foi lançado em 1 de Janeiro de 1966.

Nota do Jornal do Brasil de 14 de Abril de 1966

No ano seguinte, em 1966, chega a vez da redublagem de Pinóquio, também nos estúdios da Riosom na rua Senador Dantas. Temos aqui pela primeira vez totalmente sozinho na tradução, Telmo de Avelar, que já era conhecido por ser um bom tradutor, fazendo trabalhos tanto para a TV, Teatro, quanto para a dublagem, além também da direção. Aloysio novamente toma conta da parte musical. No elenco, retornam Ênio Santos, Selma Lopes, Magalhães Graça, Orlando Drummond e Luís Motta. Para as crianças ficam Milton Rangel Filho, filho do rádioator e diretor de dublagem Milton Rangel fazendo Espoleta, e Carlos Alberto Mello fazendo Pinóquio. O filme foi finalizado de Abril em diante, e lançado em Dezembro de 1966.

Estrela de Walt Disney na Calçada da Fama em Hollywood

Em 15 de Dezembro de 1966, morre o criador do império Disney, deixando uma grande lacuna no gerenciamento da empresa e na criação das histórias Disney. O último longa que participara foi Mowgli, O Menino Lobo, lançado só no ano seguinte de sua morte. Walt Disney nunca pode conhecer seu segundo projeto de parque de diversão, o Disney World (renomeado para Walt Disney World após sua morte), que foi construído em Orlando, Flórida a partir de 1967, e inaugurado em 1971. Com a morte de Walt Disney, a supervisão no Brasil também se reduziu, deixando muitas vezes a supervisão a cargo do diretor local.

Walt Disney e Roy O. Disney

Após sua morte, a esposa Lillian Bounds, as duas filhas Diane Marie e Sharon Mae, e o irmão e um dos fundadores da empresa Roy O. Disney, continuam a história de Walt Disney. Essa gestão se caracteriza pelo lançamento de Aristogatas, e o retorno de histórias com fantasias musicais misturando atores e animação, como Se Minha Cama Voasse, além do filme com atores Barba Negra. Em 20 de Dezembro de 1971, morre Roy O. Disney, deixando outra lacuna na empresa, e dessa vez trazendo um período de turbulência na administração da mesma.

Em 1972, entra o genro de Walt Disney no comando da empresa, Ron W. Miller, que comanda a empresa até 1984. Essa gestão é caracterizada por poucos lançamentos como Robin Hood, Bernardo e Bianca, e O Cão e a Raposa.

A empresa só alcançou êxito em 1984, com a chegada de Michael Eisner e Frank Wells, trazidos pelos acionistas Roy E. Disney (filho de Roy O. Disney) e Sid Bass. No comando de Michael a empresa volta a produzir muitos longas-metragens, sendo o estopim dessa fama o longa A Pequena Sereia, seguido de diversos títulos que se tornaram clássicos na empresa, como Aladdin, O Rei Leão, Tarzan, Pocahontas, Mulan, entre muitos outros.

Michael Eisner ficou no comando da empresa até 2005, quando Roy E. Disney, acionista e sobrinho de Walt Disney retorna a empresa depois de 2 anos afastado após desentendimentos com Michael. Junto com Roy vem Robert Iger, que se torna o novo diretor da empresa, estando presentes em seu currículo a supervisão da compra da Pixar Animation Studios em 2006, da compra da Marvel Entertainment em 2009, e da compra da Lucafilms em 2012.

Mowgli, o Menino Lobo

Mowgli, o Menino Lobo (posteriormente chamado de Mogli, o Menino Lobo) chega na Riosom em 1969 com direção e tradução de Telmo de Avelar, e direção musical de Aloysio de Oliveira. Além dos clássicos Luís Motta, Orlando Drummond, Magalhães Graça, Castro Gonzaga, Estelita Bell e Telmo de Avelar, temos Alberto Perez e o jovem José Manoel fazendo respectivamente Balu e Mogli, entre outros. Nas canções temos o americano Booker Pittman, o grupo MPB-4, e outros cantores.

Um fato curioso no longa é a participação de um americano nas canções, algo que nas décadas de 1930, 1940 e 1950 era comum no Brasil, tendo inclusive muitos cantores estrangeiros terem tentado carreira no Brasil. Participações anteriores como essa também tivemos em longas Disney, como em Dumbo, aonde se percebe claramente a atuação de também uma cantora norte-americana cantando pela Sra. Jumbo. Na ocasião, os longas eram dirigidos por João de Barro, o mesmo que já havia antes tentado fazer alguns cantores americanos se adaptarem musicalmente ao nosso idioma.

Mogli conta a história de um menino que foi encontrado pelo leopardo Bagheera, que o deixou sendo criado por uma tribo de lobos. Já crescido, Mogli conhece Baloo, um urso atrapalhado e engraçado que se torna seu melhor amigo, o fazendo se envolver nas mais diversas situações. Um belo dia, o tigre Shere Khan quis que o menino fosse embora da floresta, mas o que Shere Khan não sabia é que Mogli tinha Baloo ao seu lado, e que o protegeria junto com Bagheera.

Shari Bescon

Em Abril de 1969, chegava ao Brasil, Shari Bescon, embaixatriz da Disneylândia, ao lado dos atores oficiais que interpretavam no parque americano, que eram o macaco King Lou e o uso Baloo, para ajudar na divulgação do longa Mowgli, o Menino Lobo que viria a ser lançado em Julho. Também veio acompanhada de Eugene Armstrong, que regularmente acompanhava as dublagens realizadas no Brasil nos anos de 1960 e 1970. Também aproveitaram e visitaram os estúdios da Riosom para acompanhar o processo de redublagem do longa Bambi. Mowgli, o Menino Lobo foi lançado em 8 de Julho de 1969. Em 1995 é lançado em VHS, em 2000 em DVD, em 2007 em DVD na Edição Platinum, e em DVD na edição Conte Um Conte, ambos com a dublagem original. Em 2014, o longa foi redublado na Delart para a Edição Diamante lançada em DVD e Blu-Ray.

Pôster de Mowgli, o Menino Lobo do Jornal Diário de Notícias

A partir desse longa a distribuição muda no Brasil, ficando agora a cargo da MGM.

Nota do Jornal do Brasil de 20 de Abril de 1969

A segunda dublagem de Bambi chega aos cinemas em Dezembro de 1969, também dublado nos estúdios da Riosom. Direção e tradução de Telmo de Avelar, e tradução musical de Aloysio de Oliveira. Na dublagem temos Antonieta Matos como Tambor, entre outros. As canções ficam a cargo do Coro de Roberto de Regina.

Um fato curioso nesse longa é que fora escalada Glória Pires ainda quando criança para fazer a voz de Bambi, tendo a mesma não conseguido dublar, sendo então substituída por outra criança.

Aristogatas

Em 1971 chega ao Brasil o longa Aristogatas. Na ocasião o estúdio Riosom já havia fechado suas portas, e por essa razão os Estúdios Walt Disney vão atrás de outro estúdio com qualidades técnicas para os longas, e encontram o estúdio Somil. Fundado por Jarbas Barbosa, irmão de Abelardo Barbosa, o Chacrinha, o estúdio tinha qualidade técnica trazida do exterior para a melhoria do som do cinema nacional. Telmo mais uma vez é designado para cumprir suas funções de diretor e tradutor em mais um longa Disney.

Aristogatas conta a história de uma gata chamada Duquesa que mora junto com seus 3 filhos, Marie, Berlioz e Toulouse na casa de Madame Adelaide. Por saber que os gatos são herdeiros junto com ele da fortuna de Madame Adelaide, Edgard, mordomo de Madame Adelaide resolve dopá-los e sumir com eles. Ao acordarem, se deparam com um gato chamado Thomas, que os guia para diversas situações, as vezes difíceis e as vezes engraçadas.

Na dublagem do longa temos a participação de vozes já habituais em longas passados, como Lourdes Mayer, Paulo Scarpallo, Magalhães Graça, Antonieta Matos, Waldir Fiori, Orlando Drummond, Selma Lopes, Ênio Santos, e Waldir Fiori, entre outros. Nas canções novamente temos MPB-4, e pela primeira vez Ivon Curi, Monsueto Menezes e Dóris Monteiro. Versões musicais de Aloysio de Oliveira, e direção musical de Magro do MPB-4.

O Filme é lançado em 20 de Dezembro de 1971. Em VHS é lançado em 1995 e 1997. Em DVD é lançado em 2000, e posteriormente em 2008 em DVD na Edição Especial. Ambos os lançamentos foram com a dublagem original.

Nota do Diário de Notícias de 8 de Julho de 1973

A redublagem de Dumbo acontece 2 anos mais tarde, em 1973, em um novo estúdio fundado por Carlos De La Riva (criador de antigos estúdios de dublagem e som, como ZIV e Rivaton) em 1972 chamado Tecnisom. Por se tratar de um técnico de som do cinema nacional, as instalações da empresa eram impecáveis. Por essa razão os estúdios Walt Disney escolheram a empresa, que começara um trabalho de parceria de vários anos com o estúdio, tendo De La Riva retomado mais tarde essa parceria com outro de seus estúdios, a Delart, que viria fazer a maior parceria Disney desde os tempos de Continental Discos.


Foto nos anos de 1970 de uma dublagem de um longa-metragem da Disney. Na foto estão Telmo de Avelar, Selma Lopes, filha de Selma, Antonieta Matos, e de rosa um Técnico de Som da Tecnisom. Em baixo estão Cleonir dos Santos (com uma criança nas costas), André Filho. Atrás de terno estão 2 representantes americanos da Disney.

A direção de dublagem fica a cargo de Telmo de Avelar, que começa também a trabalhar no estúdio como diretor de dublagem. A tradução fica a cargo de Aloysio de Oliveira, que não desempenhava essa função desde A Espada Era a Lei em 1965. Na dublagem, em sua maioria só clássicas vozes Disney como Luís Motta, Ida Gomes, Orlando Drummond, Selma Lopes, Estelita Bell, Ênio Santos, Mário Monjardim e Terezinha Moreira, entre outros. O filme é lançado nos cinemas em 9 de Julho de 1973.

Se a Minha Cama Voasse

Em 1971, chega aos cinemas norte-americanos mais um filme no estilo animação interagindo com a realidade, chamado Se a Minha Cama Voasse. Tentando repetir o sucesso de Mary Poppins, inclusive reunindo na equipe compositores que participaram do filme, como Richard M. e Robert B. Sherman, o diretor Robert Stevenson e o co-produtor Bill Walsh, Se a Minha Cama Voasse conta a história de 3 meninos ingleses que são enviados para uma aldeia durante a segunda guerra mundial. Lá, conhecem Eglantine Price que os acolhe. Excêntrica, Eglantine no início não atrai a atenção das crianças, porém, quando descobrem que ela é uma feiticeira, ficam interessados na sonhadora que fazia sua cama voar, e tinha como vontade mandar para guerra soldados apenas feitos de uniformes, sem gente dentro.

O filme é lançado no Brasil em 28 de Dezembro de 1973, e dublado nos estúdios da Tecnisom, com direção de Telmo de Avelar, com Selma Lopes fazendo Eglantine, Antonieta Matos fazendo Carrie, Ênio Santos fazendo Emelius, e grande elenco. O Filme é redublado na Herbert Richers nos anos de 1980, e em 1990 lançado em VHS, novamente com Selma Lopes com Eglantine. Em 2004 o filme é novamente redublado, agora para DVD na Double Sound, tendo Selma Lopes sido novamente chamada para redublar sua personagem.

Robin Hood

Em 1974 chega Robin Hood, também dublado nos estúdios da Tecnisom. A direção fica a cargo de Telmo de Avelar. No elenco, clássicos dubladores Disney como Aloysio de Oliveira, Orlando Drummond, Magalhães Graça, Selma Lopes, Terezinha Moreira, Luís Motta, Castro Gonzaga, Paulo Scarpallo, Mário Monjardim e Waldir Fiori. Primeiro filme distribuído pela CIC, Robin Hood é lançado em 1 de Janeiro de 1975. Em VHS foi lançado em 1992, e posteriormente em 1997.

Robin Hood conta a história de uma raposa justiceira, que ao lado de João Pequeno rouba dos ricos para dar aos pobres, e que com isso entra em diversas situações.

Puff - O Ursinho Guloso

O primeiro longa metragem de O Ursinho Puff (personagem posteriormente conhecido como Ursinho Pooh) que na verdade é uma coletânea de curtas-metragens dublados em suas respectivas épocas, e lançados todos juntos em uma só película no cinema, é lançado em 5 de Dezembro de 1977. Em 1989, é lançado em VHS com a dublagem original. É redublado no início dos anos 2000 na Double Sound, provavelmente para um canal Disney.

Esses curtas metragens chegaram primeiramente por volta de 1969, com José Manoel que dublara Mogli na mesma época fazendo a voz de Paulo Roberto. Esses curtas eram: Puff e a Árvore de Mel (1966) e Puff e o Dia Chuvoso (1968). O outro curta é Puff e o Tigre Saltador (1974), no qual Paulo Roberto é dublado por Paulo Scarpallo e Roo dublado por uma criança que também atuou com Scarpallo em Robin Hood, do qual nós não sabemos seu nome. Confirmando assim que ambos os curtas foram dublados cada um em sua época, muito provavelmente para a televisão.

Com a chegada da Televisão, muitos curtas-metragens que eram feitos exclusivamente para o cinema, começaram a ser adaptados para o veículo, dentro de programas feitos para cada produção. Como um episódio de animação ou série tinha no mínimo 20 minutos de duração, vários curtas eram exibidos em conjunto, pegando assim o tempo de um episódio comum para a televisão. Os que eram maiores que 20 minutos eram exibidos como especiais, o que muito provavelmente aconteceu com os curtas do Ursinho Puff aqui no Brasil. Curtas-metragens também eram exibidos como complemento em conjunto com um longa-metragem nos cinemas, o que também pode ter sido o caso desses curtas do Ursinho Puff, cada um lançado com um filme específico em suas respectivas épocas.

O longa aqui chegou com o nome de Puff - O Ursinho Guloso, e tirando a troca de vozes de Paulo Roberto, todo o resto do elenco se manteve intacto ao longo do tempo, por se tratar de dubladores que habitualmente dublavam para a Disney naqueles anos. Eles são Aloysio de Oliveira, Magalhães Graça, Cleonir dos Santos, Luís Motta e Selma Lopes, e com a única participação em produções Disney de Ronaldo Magalhães, que quase sempre na ocasião dublava em apenas uma casa de dublagem, o que dificultava seu leque de trabalho e a atenção de Telmo de Avelar, diretor de dublagem Disney no Brasil, e que também dirigiu os curtas-metragens.

Os curtas contam histórias como a arvore que Puff sobe para comer mel, o dia que da uma enchente na floresta, e o dia que conhece o Tigre. Ursinho Puff, é um urso gordinho e ingênuo que adora mel. Ele tem vários amigos, entre eles o Coelho, que é o trabalhador da turma, adora estar com tudo organizado e pouco participa dos momentos com os amigos, Coruja que é o culto da turma, o que sempre conta as histórias e guia todos, Dentucinho que é uma doninha que adora ficar cavando buracos e que aparece só de vez em quando nas histórias, Bacorinho que é um porquinho assustado, e que é um dos melhores amigos de Puff, Tigre que é todo agitado e alegre, Quiasno que é o burro que anda sempre triste e desanimado, e vive perdendo seu rabo, Paulo Roberto, que é o menino que vem brincar com Puff de vez em quando, o canguru Guru, que de vez em quando também vem encontrar com a turma, além de sua mãe Can que aparecendo também de vez em quando nas histórias.

Bernardo e Bianca

Em 1978 é a vez de Bernardo e Bianca. Dublado na Tecnisom, e dirigido e traduzido por Telmo, o longa trás os já viciosos Orlando Drummond, Selma Lopes, Magalhães Graça, Waldir Fiori e Telmo de Avelar, também as conhecidas vozes de Pietro Mário e Ida Gomes, além de Alfredo Martins e Vera Lúcia Dias, entre outros. O filme é lançado no dia de natal, em 25 de Dezembro de 1978. Em VHS é lançado em 1991, e posteriormente em 1998, ambos com a dublagem original.

Bernardo e Bianca conta a história de uma Sociedade de Resgate criada por ratos de diferentes partes do mundo, para socorrer pessoas em perigo. A detetive Bianca é escolhida para resgatar uma menina que pede socorro, e o ajudante da sociedade, Bernardo, é escolhido para ir junto com ela. Essa menina é mantida refém por uma malvada mulher chamada Madame Medusa, que a prende para achar um anel valioso para ela.

Em 1979, após a maior greve de dubladores do Brasil, por diversos fatores, entre eles estúdios com melhores preços, a Disney redireciona suas dublagens para a Herbert Richers. Telmo continua no comando de direção e tradução.

Meu Amigo, o Dragão

É nessa época que surge o longa Meu Amigo, o Dragão. Lançado nos Estados Unidos em 1978, Meu Amigo, o Dragão é dublado na Herbert Richers em Julho de 1979, sendo lançado no mesmo ano para televisão. A curiosidade desse longa se deve ao fato da entrada de Garcia Junior na dublagem carioca. De férias no Rio de Janeiro, o novato dublador paulista Garcia Junior vai acompanhar sua mãe em dublagens na Hebert Richers, quando desperta o interesse de Telmo que por conta das produções que dirige sempre está atrás de crianças talentosas para as mesmas, que convida Garcia para o teste de dublagem do filme, e o escala logo em seguida criando assim seu primeiro vínculo com a Disney e com a dublagem carioca, sendo esse mais tarde representante Disney no Brasil no lugar de Telmo, em um período que durou quase 17 anos. No filme, Garcia divide cena com grandes dubladores da época, como André Filho, Ricardo Schnetzer, Orlando Drummond, Mário Monjardim, Ida Gomes, Glória Ladany, Telmo de Avelar, e grande elenco. Ainda no filme, canta ao lado de Juraciára Diácovo e de Telmo de Avelar, além de outros dubladores que também cantam por seus personagens.

O filme, que é mais uma das produções envolvendo atores reais com animação, conta a história de Pete um garoto que tinha como melhor amigo um dragão imaginário. Por inúmeras vezes, o Dragão fazia travessuras e a culpa sempre caia sobre sobre Pete, pois ninguém o via, somente Pete. Mais tarde, Pete acaba conhecendo Nora e seu pai Jaime, o único que conseguiu ver o Dragão além de Pete. Com a chegada do Dr. Terminus na cidade, um fajuto curandeiro que ludibriava as pessoas, o Dragão corre perigo, pois Terminus quer caçá-lo para ficar rico e famoso.

Além do lançamento na TV em 1979, o filme é lançado em 1989 em VHS e em 2009 para DVD, ambos com a dublagem original.

Telmo de Avelar ficou responsável pelas dublagens Disney até meados dos anos de 1990, quando o dublador e diretor Garcia Junior fica em seu lugar, e também ganha o cargo de diretor geral da Disney na América Latina. Já nos anos de 1990, diretores como Marlene Costa, Pádua Moreira e Maurício Seixas ficam responsáveis pelas direções dos longas da Disney junto com Telmo. Nos últimos anos, Garcia é quem dirigia a maioria dos longas e produções Disney, ao lado de também outros diretores de dublagem como Guilherme Briggs e Andrea Murucci. Garcia permaneceu na liderança da Disney no Brasil até Fevereiro de 2011, quando foi substituído por outro profissional que não temos informação. Posterior a isso, diretores de dublagem como Guilherme Briggs, Andrea Murucci e Manolo Rey, e tradutores como Mário Menezes, Sérgio Cantú e também Manolo Rey, ficam responsáveis pelas produções Disney no Brasil, que são dubladas na Delart.

----------Canções Disney----------

Disco de Canções Disney Lançado em 1968

As canções Disney que sempre acompanharam os longas-metragens aqui no Brasil, sempre tiveram seus títulos adaptados. Muitas das canções dos longas eram lançadas em disco pelos próprios responsáveis por suas dublagens, como foi o caso de Branca de Neve, Alice no País das Maravilhas e A Dama e o Vagabundo. Mas a maioria das canções dos longas ficaram famosas no popular, com nomes que mais as denominavam, sem haver nenhuma informação de como teriam sido adaptados seus títulos no Brasil, e muito menos com nenhuma adaptação particular ou em grupo com os títulos originais. Com o lançamento continuo das trilhas sonoras dos longas lançados a partir da década de 1980, os títulos adaptados começaram a chegar próximo das pessoas. Nessa ocasião, a Disney trabalhava com um estúdio próprio de som para as trilhas e lançamentos, mas muitos filmes que eram lançados em Home Video não tinham esse cuidado, e faziam com que os fãs novamente nomeassem as canções como melhor entendiam. Com a popularização da internet, isso se tornou comum e difundido pelas páginas de letras de músicas, e esses títulos populares se tornaram tão fortes, que muitas vezes acha-se que de fato foram os títulos adaptados oficialmente no Brasil.

----------Biografias----------


Telmo de Avelar

Telmo Perle Mürch, o Telmo de Avelar nasceu em 2 de Outubro de 1923 em Curitiba, Paraná. Começou no Teatro aos 14 anos de idade substituindo um ator que faltara, sendo aprovado no teste de imediato. Nessa época acaba se mudando para Recife, Pernambuco com a família, mas um tempo depois em 1942, muda-se para São Paulo para terminar seus estudos. Em São Paulo, fez vários tipos de trabalhos, até mesmo escrevendo uma história para a Rádio, mas não obteve o sucesso que queria, e por essa razão vai para o Rio de Janeiro tentar a sorte também como escritor em rádio. Nesse caminho, passa por diversas rádios como Radio Clube do Brasil, Cruzeiro do Sul, e Mauá, além de ter vendido peças para a Rádio Globo. Mas é na Rádio Jornal do Brasil que obtém sucesso, sendo levado por Olavo de Barros para ingressar no elenco de rádio-teatro. Lá se desenvolve como rádio ator, partindo e se estabilizando na Rádio Tamoio, na qual fez longa carreira. Em 1951, volta a Rádio Clube do Brasil, e em 1954 vira diretor de rádio-teatro da Rádio Mundial. Nos anos de 1950, também começa a escrever para teatro, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. É nessa época que ingressa na dublagem e se torna diretor de dublagem na Herbert Richers. Em 1965, chega o convite para dirigir seu primeiro longa Disney, A Espada Era a Lei. Isso faz com que Telmo ingresse em um de seus trabalhos mais extensos, o de diretor, tradutor e representante Disney no Brasil. Trabalhou dirigindo todos os longas, curtas e boa parte das séries animadas até 1994, em diversos estúdios como Herbert Richers, Riosom, Tecnisom, Delart e Peri Filmes. Nos anos de 1960, escreve peças para a TV Continental no Rio, e um tempo mais à frente chega a ir para São Paulo trabalhar com dublagem, mas não fica mais do que 2 anos na cidade, e retorna para o Rio de Janeiro. Nos anos de 1970, chega a participar de novelas e séries na Rede Globo como Irmãos Coragem, Pai Herói, Carga Pesada, entre outros. Dessa época em diante, dedicou-se quase que totalmente a tradução e direção de dublagem, dublando esporadicamente. No início dos anos de 2010, se aposenta e vai morar em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Entre os personagens que dublou em longas Disney estão Sir Pelinore em A Espada Era a Lei, Hamma em Mogli, o Menino Lobo, Toupeira em Bernardo e Bianca, O Fantasma de Jacob Marley's – Pateta em O Natal do Mickey Mouse, Louis em A Pequena Sereia e A Pequena Sereia II - O Retorno Para o Mar, e Sheriff Sam Brown em Nem Que a Vaca Tussa.

Orlando Drummond

Como Almirante e Aloysio de Oliveira, houveram outros dubladores Disney muito constantes e marcantes ao longo do tempo, entre eles está Orlando Drummond. Orlando Drummond nasceu em 18 de Outubro de 1919 em São Paulo, Capital. Veio do rádio, fazia comédia e foi parceiro de Ivón Cury. Em 1952, foi chamado para fazer a voz da Lebre de Março no longa Alice no País das Maravilhas, ao lado de outro comediante, e que o acompanharia anos depois na dublagem para TV, Otávio França, que fazia em parceria com Drummond a voz do Chapeleiro Maluco. A partir daí, Drummond não parou mais de dublar. Depois disso vieram As Aventuras de Peter Pan, A Dama e o Vagabundo, A Espada Era a Lei, as redublagens de Branca de Neve e Os Sete Anões e Pinóquio, Aristogatas, a redublagem de Dumbo, Robin Hood, Puff - O Ursinho Guloso, Bernardo e Bianca, O Cão e a Raposa, O Natal do Mickey Mouse, O Caldeirão Mágico, Oliver e Sua Turma, Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus, a redublagem de Como é Bom Se Divertir, a redublagem de As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo, a redublagem de A Dama e o Vagabundo, A Maior Aventura do Ursinho Puff, a segunda redublagem de Dumbo, Tigrão - O Filme, Ursinho Pooh: A Páscoa de Guru, O Ursinho Pooh, Dinossauro, A Pequena Sereia II - O Retorno Para o Mar, A Dama e o Vagabundo II: As Aventuras de Banzé, Peter Pan - De Volta à Terra do Nunca, Mogli - O Menino Lobo 2 e a redublagem de O Estranho Mundo de Jack. Orlando Drummond é considerado um dos maiores dubladores de todos os tempos, um dos mais antigos da dublagem e da Disney, e o que mais tempo dublou entre todos.

Selma Lopes

Selma Lopes nasceu no dia 10 de Setembro de 1928, em Iguapé, São Paulo. Começou na Rádio Mayrink Veiga aonde era uma de suas estrelas principais na década de 1950. Foi chamada para dublar para a Disney em 1956. Começou no filme A Dama e o Vagabundo, fazendo a voz da cadela Querida, uma das protagonistas do longa. Daí por diante participou de muitos outros longas Disney como a redublagem de Pinóquio, Aristogatas, a redublagem de Dumbo, Robin Hood, Puff - O Ursinho Guloso, Bernardo e Bianca, O Cão e a Raposa, As Peripécias do Ratinho Detetive, Ducktales, O Filme: O Tesouro da Lâmpada Perdida, Pocahontas, Hércules, Mulan, O Rei Leão 2, Pocahontas II: Uma Jornada Para o Novo Mundo, a segunda redublagem de Dumbo, Tigrão - O Filme, Leitão - O Filme, Tigrão e Pooh: Especial de Natal dos Super Detetives, O Ursinho Pooh, Os Vilões da Disney, Mulan 2 - A Lenda Continua, A Família Radical: O Filme, O Cão e a Raposa 2 e A Princesa e o Sapo.

Magalhães Graça

Magalhães Graça nasceu em 1928 na cidade do Rio de Janeiro. Veio do cinema, fez filmes ao lado de Dercy Gonçalves, Zé Trindade, e tantos outros. Também fez diversas novelas na Rede Globo, como A Moreninha, Dancin' Days, e também programas humorísticos na emissora, como Chico City, entre outros. Para as dublagens Disney foi trazido pelas mãos de Telmo de Avelar em 1964 no longa A Espada Era a Lei, fazendo a voz do mago Merlin, e desde então dublou praticamente em todos os longas que surgiram nos anos seguintes, como as redublagens de Branca de Neve e Os Sete Anões e Pinóquio, Mogli, o Menino Lobo, Aristogatas, Robin Hood, Puff - O Ursinho Guloso, Bernardo e Bianca, e As Peripécias do Ratinho Detetive. De As Peripécias do Ratinho Detetive até Oliver e Sua Turma, foram 3 anos de lacuna sem lançamentos de longas Disney. No ano que chegou Oliver, 1989, em Janeiro, Magalhães Graça falece aos 61 anos de idade, e muito provavelmente iria participar deste último longa-metragem.

Ênio Santos

Ênio Santos nasceu em 1922 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Veio para o Rio de Janeiro para trabalhar na Rádio Nacional, e posteriormente trabalhou na Rádio Record em São Paulo. Na televisão, iniciou na TV Paulista e posteriormente fez carreira na Rede Globo em novelas como Uma Rosa Com Amor, Semideus, Fogo Sobre Terra, Pecado Capital, Estúpido Cupido, Feijão Maravilha, entre muitas outras. Na redublagem surgiu em Branca de Neve e Os Sete Anões, fazendo a voz do anão Zangado, depois participou da redublagem de Pinóquio, Aristogatas, a redublagem de Dumbo, Hércules, Mulan e Atlantis - O Reino Perdido. Veio a falecer em 30 de Janeiro de 2002.

Luís Motta

Luís Motta é oriundo da Bahia, tendo nascido em 1935. Começou a carreira na TV no Rio de Janeiro, passando pela TV Tupi e TV Globo. Também fez cinema. Na Disney, surgiu na redublagem de Branca de Neve e Os Sete Anões fazendo a voz do anão Feliz e o Espelho, seguido da redublagem de Pinóquio, Mogli, o Menino Lobo, Robin Hood, a redublagem de Dumbo, Puff - O Ursinho Guloso, Oliver e Sua Turma, A Pequena Sereia, e a redublagem de Alice no País das Maravilhas para o SBT. Veio a falecer no final dos anos de 1990.

Mário Monjardim

Mário Monjardim é originário de Vitória, Espírito Santo, nascido no dia 16 de Janeiro de 1935. Começou a carreira em 1954 na Rádio Vitória, depois indo para o Rio de Janeiro em 1958 trabalhar na Rádio Nacional. Na TV começou no início da Rede Globo participando de vários produções, entre elas a primeira versão do seriado Carga Pesada, e programas humorísticos como Chico Anísio Show, Os Trapalhões, entre outros. Na Disney surgiu em Mogli, o Menino Lobo, fazendo a voz do corvo Ziggy, e posteriormente participando da redublagem de Dumbo, Robin Hood, O Cão e a Raposa, na redublagem de As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo, A Pequena Sereia II - O Retorno Para o Mar, Nem Que a Vaca Tussa, Tarzan 2 - O Início da Lenda, O Galinho Chicken Little, A Família do Futuro, e A Princesa e o Sapo. Dos anos de 1980 em diante, Mário pouco foi chamado para dublagens Disney, por seu constante trabalho como diretor de dublagem na Herbert Richers, e posteriormente na Delart.

Castro Gonzaga

Castro Gonzaga nasceu em 28 de Janeiro de 1918 em Cravinhos, Rio de Janeiro. Começou a carreira no Rádio na Rádio Bandeirantes em São Paulo, posteriormente atuando na Rádio Cultura e Rádio Record. Anos mais tarde já no Rio de Janeiro, atuou nas Rádios Mayrink Veiga, Tupi e Nacional. Foi na época em que era rádioator e produtor na Rádio Tupi que foi chamado para dublar em As Aventuras de Peter Pan, o enérgico, e ao mesmo tempo bondoso Sr. Darling, pai de Wendy. Após isso teve outras participações em longas Disney, como em A Dama e o Vagabundo, na redublagem de Pinóquio, Mogli, o Menino Lobo, e Robin Hood. Desse período em diante ficou mais difícil para Castro trabalhar como dublador, já que estava envolvido nas telenovelas da Rede Globo. Na emissora, participou de novelas como Saramandaia, Gabriela, O Semideus, e tantas outras. Veio a falecer em 2 de Outubro de 2007.

Waldir Fiori

Waldir Fiori nasceu em 12 de Dezembro, e começou a carreira no rádio como rádioator e comediante. Depois foi para o cinema aonde fez diversos filmes, como Carnaval Barra Limpa, Como Ganhar Na Loteria Sem Perder a Esportiva, entre outros. Na Disney surgiu em Mogli, O Menino Lobo fazendo a voz do corvo Flaps, e depois dublando em Aristogatas, Robin Hood, Bernardo e Bianca, O Cão e a Raposa, O Corcunda de Notre-Dame, na redublagem de Como é Bom Se Divertir, na redublagem de O Estranho Mundo de Jack, e O Cão e a Raposa 2. Veio a falecer em 16 de Janeiro de 2013.

Bebê Elefante em Mowgli, O Menino Lobo

Paulo Scarpallo apareceu pela primeira vez na dublagem do longa Mogli, o Menino Lobo em 1969, fazendo a voz do Bebê Elefante, filho do general Hatchi. 3 anos depois participa em Aristogatas, e 2 anos à frente dubla em Robin Hood. Nessa mesma época dubla o curta Puff e o Tigre Saltador, que posteriormente foi agregado a outros dois curtas dublados na década anterior, e lançado como um longa-metragem nos cinemas. Não sabemos nenhuma informação sobre Paulo anterior e posterior as dublagens Disney.

Terezinha Moreira

Terezinha Moreira nasceu em 2 de Maio de 1931, na Cidade do Rio de Janeiro. Começou a carreira na Rádio Tupi em um concurso criado por Restier Junior, que procurava uma nova rádio-atriz. Em 1955, vai para a Rádio Mayrink Veiga, na qual faz uma carreira de sucesso. Trabalhando principalmente nos programas humorísticos da emissora, Terezinha contracena com grandes nomes do humor, como Chico Anysio, Zé Trindade, Grande Otelo, Ema D'Ávila, Matinhos, Nanci Wanderlei, entre muitos outros. Participou de programas como Vai Levando e Dona Isaura é de Matar em 1956, Vai Dar Valsa em 1959, Gente Que a Gente Encontra em 1960, Regra dos Três em 1962, além da novela Entre o Céu e a Terra em 1956, entre outros. No teatro participou da companhia Os Associados, que reunia atores e atrizes das emissoras da Ovc. Foi casada com o ator Paulo Gonçalves, que também fez dublagens para a Disney. Também participou de programas humorísticos e novelas na Rede Globo, como o programa Faça Humor, Não Faça Guerra, e a novela O Cafona, aonde interpretou a Deolina, entre outros. Entrou na dublagem para a televisão no início dos anos de 1960, e foi nessa época que foi chamada para dublar seu primeiro personagem na Disney, a Gansa Abigail. Foi em 1972 que Telmo a convidou para dublar na Somil para o filme Aristogatas. Na época já fazia sucesso por dublar a personagem Olívia Palito em Popeye, ao lado de Orlando Drummond. Seu segundo filme Disney foi a redublagem de Dumbo em 1973 na Tecnisom fazendo a personagem Giddy, uma elefanta fofoqueira. A personagem de maior sucesso que dublou para a Disney foi Lady Cluck no longa Robin Hood, dublado na Tecnisom. Após isso nunca mais foi chamada para dublagens Disney, e em meados dos anos de 1980 se retira da dublagem e da televisão. Atualmente encontra-se aposentada em Uberlândia, Minas Gerais.

Ida Gomes

Ida Gomes nasceu na Polônia em 25 de Setembro de 1923, viveu na França e veio adolescente para o Brasil. Na carreira artística ingressou em 1938 em um concurso na Rádio Nacional, mas só foi trabalhar de fato nesse meio artístico em 1941, quando já estava diplomada e trabalhando como secretária em uma escola. Passou pela Rádio Educadora, Rádio Globo, mas foi na Rádio Tupi que fez extensa carreira de mais de 20 anos. Era uma das rádioatrizes principais da emissora. Em 1951, é contratada pela BBC de Londres, no qual fica por quase 1 ano, retornando em seguida ao Brasil. Em 1953 ingressa na TV Tupi, aonde faz longa carreira. Também fez teatro e cinema. Em 1967 entra para a Rede Globo, aonde segue longa carreira como atriz. Na dublagem ingressa no início da mesma no Brasil, e fica por quase 20 anos na profissão, fazendo principalmente as vozes de Bette Davis e Joan Crawford. Na Disney surgiu no primeiro longa dirigido por Telmo, A Espada Era a Lei, fazendo a Madame Kim. 8 anos depois é chamada para a redublagem de Dumbo, aonde faz a elefante Prissy, e 5 anos depois faz a voz de Madame Medusa em Bernardo e Bianca, um de seus papeis de maior sucesso nos longas Disney, além de participar do filme que mescla atores e animação Meu Amigo, o Dragão, fazendo Lena Gogan. Ida faleceu em 22 de Fevereiro de 2009.

Cleonir dos Santos

Cleonir nasceu no Rio de Janeiro, e começou a carreira bem cedo com apenas 7 anos de idade na Rádio Tamoio. Logo em seguida parte para a Rádio Tupi, e posteriormente para a TV Tupi. Também fez muitas peças de teatro, principalmente para o publico infantil. Também fez cinema. Na dublagem ingressa no final dos anos de 1950, no qual dublou por 40 anos consecutivos. Foi a voz de Speed Racer, Dennis o Pimentinha do desenho, Scooby-Loo, e Daniel San de Karatê Kid. Na Disney surgiu em 1971 dublando o ratinho Roquefort em Aristogatas. Na mesma época faz a voz de Bacorinho (posteriormente conhecido como Leitão) nos curtas do Ursinho Puff, depois lançados com o nome de Puff - O Ursinho Guloso em 1977. Alguns anos mais tarde faz a voz de Mickey Mouse, substituindo Luiz Manoel, e o dubla também no longa lançado em 1984, O Natal do Mickey Mouse. Outros longas Disney surgiram como Ducktales, O Filme: O Tesouro da Lâmpada Perdida de 1991 fazendo o Geninho, e a redublagem de Alice no País das Maravilhas para o SBT, fazendo o Coelho Branco. Veio a falecer em 1997.

Estelita Bell

Estelita Bell nasceu em 23 de Setembro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro. Se formou professora primária, mas logo largou a profissão para seguir carreira como cantora. Já em Porto Alegre em 1934, segue carreira artística e também ingressa na carreira de atriz na Companhia de Procópio Ferreira. Em 1935 casa-se com o rádioator Pery Borges, e fundam juntos o rádioteatro no Rio Grande do Sul, na Rádio Farroupilha. 9 anos depois volta ao Rio de Janeiro e faz parte do cast da Rádio Mayrink Veiga, emissora na qual trabalhou por mais de 20 anos, principalmente nas produções humorísticas. Também fez cinema. Em 1970, ingressa na Rede Globo aonde trabalhou por 30 anos. Na dublagem entrou no início dos anos de 1960, permanecendo por mais ou menos 15 anos consecutivos. Entre seus personagens conhecidos estão entre outros Frau Schmidt, a governanta no filme A Noviça Rebelde. Na Disney, surgiu na redublagem do longa Branca de Neve e Os Sete Anões em 1965 fazendo a voz da Mendiga / Bruxa que da a Maçã para Branca de Neve comer. 4 anos mais tarde, é a vez do longa Mowgli - O Menino Lobo, aonde faz a elefanta Godofreda. Em 1973 surge a redublagem de Dumbo, aonde faz a voz da Matriarca dos Elefantes. 17 anos depois, em 1990, é chamada para participar de seu último longa Disney, A Pequena Sereia, fazendo Carlotta. Estelita veio a falecer em 12 de Abril de 2005, aos 93 anos de idade.

Maria Alice Barreto

Maria Alice Barreto é oriunda de Florianópolis, Santa Catarina. Começou a carreira no rádio e no teatro em sua cidade. Em 1955, foi para a Rádio Nacional, aonde seguiu carreira de 9 anos. Foi nessa ocasião que foi convidada pelo ator Luiz Delfino que estava encarregado de dirigir o filme A Bela Adormecida na Atlântida, para dublar a Princesa Aurora. Com o sucesso, foi convidada novamente para atuar na Disney, agora na Herbert Richers fazendo a voz da cadela Prenda em A Guerra dos Dálmatas. Nessa época já era ingressada na profissão de dubladora, atuando em vários estúdios do Rio de Janeiro. Seu trabalho de maior destaque foi sem duvida ter dublado em 1965 a Princesa Branca, na redublagem de Branca de Neve e Os Sete Anões. Se afasta da profissão no final dos anos de 1970, após a grande greve de dubladores. Retorna a Florianópolis em 1990, vindo a falecer 20 anos depois em 2010.

Maurício Sherman

Maurício Sherman Nizenbaum nasceu em 31 de Janeiro de 1931 em Niterói, na cidade do Rio de Janeiro. Começou a carreira como ator mirim de teatro, depois indo para o rádio. Também fez Teatro de Revista. No cinema, sempre fazia vilões em filmes da Atlântida. Na empresa, participou de filmes como Vamos Com Calma, e Paixão Nas Selvas, entre outros. Foi nessa ocasião que foi convidado para dublar na própria cinematográfica o filme A Bela Adormecida, aonde fazia o Rei Estevão ao lado de Hamilton Ferreira que fazia o Rei Humberto, parceria cômica no longa. 2 anos depois, é convidado novamente para uma dublagem Disney, agora na Herbert Richers, aonde já havia feito um filme, Sherlock de Araque, para fazer o bandido Gaspar, novamente ao lado de Hamilton Ferreira como Horácio, seu irmão e comparsa na história. Na década de 1960 também fez televisão, trabalhou na TV Tupi e na TV Globo. Na Tupi, entre outras foi o responsável pela direção da novela Gabriela, Cravo e Canela. Mas foi na TV Globo que se destaca principalmente como diretor, tendo assumido produções como Faça Amor, Não Faça Guerra, Chico City, Chico Anysio Show, Fantástico, Domingão do Faustão, Os Trapalhões e Zorra Total. Na década de 1980, trabalhou como comentarista esportivo na Rádio Bandeirantes, além de diretor da primeira edição do programa Clube da Criança, aonde escalou a modelo Xuxa Meneghel na Manchete, além de ter descoberto a Angélica.

João Alberto Persson

João Alberto Persson nasceu em 11 de Julho de 1935 em Estrela, Rio Grande do Sul. Desde cedo soube a facilidade que tinha com o canto, e por conta disso fez aula com a soprano Branca Bagorro. Se tornou tenor, e continuou a estudar. Passou por vários países como Alemanha, Argentina, México e Itália. Também estudou em São Paulo. Estreou em Porto Alegre com a peça La Traviata, ao lado de Eny Camargo, e sobe a regência de Pablo Komlós.

Em 1962 e 1963 participa das óperas Madama Butterfly, Barbeiro de Sevilha e La Bohéme. Muda-se para o Rio de Janeiro logo em seguida, passando a participar de várias óperas que rodavam o Brasil. Um tempo depois em 1965, foi chamado por Telmo de Avelar para cantar no longa A Espada Era a Lei, e tendo participado logo em seguida de Branca de Neve e Os Sete Anões cantando pelo Príncipe em 1965, e em 1966 em Pinóquio cantando a prefacie do longa, chamada Tudo Que Desejar a Uma Estrela.

Também na década de 1960, ganha dois importantes concursos. O primeiro foi o Concurso Beniamino Gigli, competindo com 280 participantes, e o segundo foi o concurso promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Sua fama foi tamanha que cantou na Temporada Internacional da Colômbia, organizada e dirigida pelo Maestro Nino Stinco. Ainda na Colômbia, em Bogotá, substituiu o famoso tenor Ferruccio Tagliavini pois o mesmo estava indisposto, e recebeu calorosos aplausos que pensava ser para Tagliavini.

Em 1967 participa mais uma vez da ópera Madama Butterfly, agora interpretando o famoso personagem Pinkerson. Também em 1967 interpreta o personagem principal Doutor Fausto, na famosa ópera Fausto. Ambas as peças no Teatro Leopoldina no Rio de Janeiro. Veio a falecer em 5 de Agosto de 2013.

Quarteto Em Cy

As 4 irmãs Cylene, Cynara, Cybele e Cyva nasceram em Ibirataia, na Bahia, e começaram seu contato com a música ainda muito jovens em um projeto cultural chamado Hora da Criança. Anos mais tarde, a irmã mais velha Cyva foi para o Rio de Janeiro e lá conheceu Vinicius de Moraes. Vinicius incentivou que Cyva forma-se um quarteto junto com as irmãs, o que ocorreu um tempo mais tarde e foi batizado como Quarteto Em Cy, referencia as inicias dos nomes das irmãs, nome esse sugerido por Carlos Lyra, cantor, compositor e parceiro de Vinicius de Moraes na música. Já em seu inicio se destacam em vários sucessos, como a trilha sonora de Pixinguinha e Vinicius de Moraes no filme Sol Sobre a Lama em 1963, além de shows na Boate Zum-Zum ao lado de Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi, que depois foram lançados em um compacto pela gravadora Elenco, sendo o LP de maior sucesso lançado pela empresa.

Em 1964 gravam seu primeiro LP, Quarteto Em Cy, seguidos de Som Definitivo em 1965, e Aafro-Samba em 1966, ambos pela gravadora Forma. Em 1965, Aloysio de Oliveira as lança nos Estados Unidos em programas de televisão. No mesmo ano gravam o disco Caymmi And The From Bahia, ao lado de Dorival Caymmi em solo americano, pela gravadora Warner Brothers. Em 1966, Cylene sai do grupo por ter se casado e entra em seu lugar Regina Werneck, conhecida também como Cyregina. Continuam participando de shows e aparições na TV norte-americana como Nbc, e shows ao vivo, como também em aparições no Brasil na TV Rio e em shows. Em 1967 é a vez das irmãs Cynara e Cybele se desligarem do grupo, tentando uma dupla, que se desfez no ano seguinte. A partir daí o grupo tem sua nova formação com Cyntia, Cyregina, Cymíramis (antiga Semíramis), e com apenas Cyva da formação original. A formação do grupo mudara em 1972 para Cyva, Cynara, Sonya (ex-Cyntia) e Dorinha Tapajós, filha de Paulo Tapajós. Em 1980 quando Dorinha Tapajós se afasta por motivos de saúde e Cybele retorna ao grupo em seu lugar. Em 2013, quando Cybele se afasta para se dedicar a sua família, vindo a falecer em Agosto de 2014, entra em seu lugar Keyla, e assim o grupo da continuidade. O grupo lançou 38 discos, 2 DVD's, 9 Compactos, e participaram de coletâneas estrangeiras, além de 22 coletâneas originais da banda.

Para a Disney, algumas integrantes foram chamadas, como Cybele Freire cantando as músicas Aprenda Uma Canção, Meu Mundo Feliz e O Sonho Que Eu Sonhei, e ao lado de João Alberto Persson a música Esta Canção, ambas no longa Branca de Neve e Os Sete Anões redublado em 1965. Em 1969, outra integrante do grupo, Sonya Ferreira, cantou a canção Meu Próprio Lar em Mogli, o Menino Lobo. Em 1982, o grupo participa do coro de algumas canções no longa O Cão e a Raposa.

Cyva Leite também desempenhou papel importante nas produções Disney, é dela a direção musical nos longas Bernardo e Bianca, Meu Amigo, o Dragão, O Cão e a Raposa, As Peripécias de Um Ratinho Detetive e A Pequena Sereia, sendo a maioria delas feitas na empresa Rob Filmes.

Cybele Freire desde 1963 esteve no Quarteto em Cy, saindo do grupo em 1967 com a irmã Cynara para um projeto em dupla que dou apenas 1 ano. Em 1974 em carreira solo, gravou um compacto duplo lançado pela Gravadora CID. Também a partir desse ano começou a atuar na TV Globo fazendo parte de corais musicais da emissora. Isso se deu até o ano de 1983. No ano seguinte, retorna ao Quarteto Em Cy ficando no lugar de Dorinha Tapajós, e segue carreira com o quarteto até 2013, quando se afasta para se dedicar à família. Acaba falecendo no ano seguinte.
Cyva Leite começou a carreira em um programa infantil junto com as irmãs chamado Hora da Criança na Rádio Sociedade da Bahia. Anos mais tarde, se formou em Letras pela Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia, e lecionou português em escolas de Salvador. Em 1962, muda-se para o Rio de Janeiro aonde leciona nas escolas estaduais Colégio Andrews e ACM, e no Instituto Yázigi que ensinava português para estrangeiros. No mesmo ano começa a cantar amadoramente no programa Papel Carbono. Também em 1962 cursa teatro com Adolfo Celi. No ano seguinte começa uma dupla musical com a irmã Cybele. No mesmo ano funda ao lado das 3 irmãs o Quarteto em Cy. A partir de 1977 começa a trabalhar com a parte musical de longas Disney, o que o fez até 1990.

Eugene Armstrong

Há pouquíssimas informações sobre esse profissional na internet, e até mesmo em jornais antigos. Eugene Armstrong era Presidente Internacional das Produções Walt Disney, trabalhava com Walt Disney desde 1945, e desde meados dos anos de 1960 supervisionava as dublagens de suas produções no Brasil, e provavelmente em outros países. Essa função era feita anteriormente por Jack Cutting. Esteve presente, entre outros na supervisão das redublagens de Branca de Neve e Os Sete Anões, Pinóquio, e Bambi, além de filmes dublados pela primeira vez. Na época da dublagem de Bambi que ocorreu em 1969, também veio acompanhado de Shari Bescon, embaixatriz da Disney, e de 2 atores que vestiam os personagem King Lou e Baloo. Eugene foi amigo pessoal de Aloysio de Oliveira.

----------Estúdios----------

Nota do Correio da Manhã de 17 de Março de 1940

Sonofilms: Cinematográfica criada por Alberto Byington Jr. em São Paulo em 1931, sendo um desdobramento da Byington & Cia., ou Casa Byington como era chamado na época, com parceria com o americano Wallace Downey. Depois de tempos separados, em 1936 refazem a sociedade e levam a empresa para o Rio de Janeiro, produzindo grandes clássicos do cinema da época como Alô Alô Carnaval com Carmen Miranda.

Wallace Downey

São convidados pela Disney para dublar seu primeiro longa, Branca de Neve e Os Sete Anões em 1938, e a partir daí a empresa dubla todos os longas até Bambi, estreado em 1943 nos cinemas. As produções sempre eram de direção geral de João de Barro, o Braguinha. Os filmes eram dubladores em diversos estúdios, entre eles nos estúdios cinematográficos da própria Sonofilms na Av. Venezuela na Cinelândia, e nos estúdios Brasil Vita Filmes da cineasta Carmen Santos, na Rua Conde de Bonfim, Tijuca, entre outros. Após o incêndio de 1940, os filmes na maioria das vezes eram dublados na Brasil Vita Filmes, o que anteriormente já era feito. A Sonofilms fecha suas portas por volta de 1944.

Nota do Jornal da Noite de 21 de Junho de 1948

Continental Discos: Fundada com o nome de Gravações Elétricas Ltda., a empresa lança o selo Continental Discos logo em seu início em 1943. A empresa foi fundada por Alberto Byington Jr., após o mesmo perder a representação da Columbia Discos no Brasil. Funda a empresa no mesmo local da Columbia, no Cineac na Rua Rio Branco.

Alberto Byington Jr.

Com o fim da Sonofilms, a Disney continuou deixando nas mãos de Byington e João de Barro suas produções. Depois de Bambi, o próximo filmes Disney que precisava de dublagem era Música Maestro, lançado em 1948. No ano seguinte, é inaugurado o novo estúdio da gravadora, agora no número 47 da Rio Branco, projetado por engenheiros do próprio Walt Disney. As produções Disney continuaram na empresa até 1954, com o lançamento de Peter Pan. Na ocasião a parceria entre Disney e a distribuidora RKO Pictures estava abalado, e quase o filme não é trazido pela empresa.

Frederico Figner, o precursor da Odeon no Brasil

Fabrica Odeon: A empresa foi fundada na Alemanha em 1904, e depois fundida com outras marcas como Columbia Records do Reino Unido, Electrola Records, entre outras, daí nasceu a Emi-Odeon. No Brasil, a Casa Edison criada por Frederico Figner em 1900, a primeira gravadora e fabricante de discos no país, começa a usar o selo Odeon em 1913, ainda no endereço da Av. 28 de Setembro em Vila Isabel. A gravadora lançou discos de diversos artistas, entre eles Aracy de Almeida, Francisco Alves, Dalva de Oliveira, entre outros.

Nota do Correio da Manhã de 21 de Outubro de 1956

Em 1955 estreava nos Estados Unidos, A Dama e o Vagabundo. Com a criação da Buena Vista International com sua subsidiária Buena Vista Films Distribution em 1953 por parte da Disney para distribuir seus filmes, o estúdio termina sua parceria com a RKO, que distribuiu seu último filme em 1953. Por questões contratuais, a distribuição de alguns filmes da Disney ainda continuam com a RKO, como é o caso de A Dama e o Vagabundo que é distribuído na America do Sul pela empresa.

Por alguma razão a Continental Discos não foi escolhida para a dublagem. Entre as várias causas para essa mudança podem ter sido pelo fato do volumoso trabalho de João de Barro na agora famosa gravadora, a distribuidora que preferiu um estúdio com mais tecnologia, ou até mesmo a busca de um tradutor que substituísse e fosse a altura de Gilberto Souto por uma preocupação com uma boa tradução. Seja qual for o motivo, Walt Disney recorre a seu último braço direito no Brasil: Aloysio de Oliveira; que na ocasião trabalhava como diretor artístico da gravadora Odeon. A empresa era conhecida como uma das melhores sonoramente falando. Aloysio fica responsável pela direção geral, tradução e direção musical do filme, além de se auto escalar como principal, além de também cantar no longa. O filme é lançado em Dezembro do mesmo ano nos cinemas, e o disco lançado 2 meses antes, e por alguma razão sem Aloysio participando. No disco participam Rosina Pagã, Selma Lopes e Paulo Gonçalves que participam posteriormente da dublagem do longa. Nessa ocasião a Fábrica Odeon S. A. se localizava na Avenida Rio Branco n.° 99. Também tinham sede em São Paulo, fora sua fábrica própria de discos.

José Carlos Burle

Atlântida Cinematográfica: A Atlântida é fundada em 1941 por Moacyr Fénelon e José Carlos Burle. Moacyr havia saído recentemente da Sonofilms. A empresa ficou muito famosa por lançar filmes de Oscarito e Grande Otelo, tendo sido a maior cinematográfica do país. Lançou filmes como Não Adianta Chorar, Segura Essas Mulheres, Fantasma Por Acaso, entre outros. Também lançou filmes de outros artistas como Zezé Macedo, Jô Soares, Jaime Costa, entre outros.

Nota do Diário da Noite de 19 de Dezembro de 1960

Em 1960 chega ao Brasil, A Bela Adormecida. Na ocasião Aloysio não se encontrava mais na Odeon, trabalhando na gravadora Phillips. A distribuidora, ou o próprio Walt Disney escolhem A Atlântida para dublar seu filme. A empresa que começa a distribuir na época para a America Latina é a Organizações Joseph Arthur Rank, conhecido apenas como Organizações Arthur Rank.

Herbert Richers

Herbert Richers: A Cinematográfica Herbert Richers é fundada em 1950 pelo paulista de mesmo nome. A empresa surge no mercado como concorrente da Atlântida, e por muitos anos conseguiu concorrer a altura com clássicos como Pé de Araque, Pé na Tábua, Entrei de Gaiato, Bom Mesmo é Carnaval, Mineirinho Vivo ou Morto, entre muitos outros. A empresa trabalhou com Dercy Gonçalves, Ronald Golias, Grande Otelo, Ankito, Renata Fronzi, Costinha, Magalhães Graça, entre muitos outros. Por volta de 1958, Herbert conhece Walt Disney, e se tornam amigos. Nessa ocasião Walt Disney sugere que Herbert duble sua série Zorro, que estava sendo exibida e produzida, já que Herbert tinha acabado de entrar no ramo da dublagem para a TV. A série foi dublada (redublada posteriormente algumas vezes), e posteriormente quando o estúdio de dublagem já tinha endereço fixo na Rua Senador Dantas, no Edifício Astória na Cinelândia, Walt Disney manda seu mais novo sucesso para lá, se trata de A Guerra dos Dálmatas.

Nota do Jornal do Brasil de 23 de Dezembro de 1962

A dublagem é realizada em 1962 e o filme é lançado em Dezembro do mesmo ano. No ano seguinte, em meado do ano acontece um incêndio no edifício Astória, que acaba destruindo os estúdios da Herbert Richers, que acaba se mudando provisoriamente para o conhecido Barracão na Tijuca, aonde funcionavam antigamente os estúdios da Brasil Vita Films, mais uma vez servindo de abrigo para a dublagem brasileira. Meses depois, no final do mesmo ano, a Herbert Richers compra os estúdios na Tijuca, na Rua Conde de Bonfim, 1331, mas como os estúdios ainda eram muito inaugurais e simples, o filme seguinte de Walt Disney: A Espada Era a Lei; não tem o preparo necessário do estúdio, e não é escolhido para tal.

Pedro Kullock

Riosom: Fundada em 1960 por Pedro Bullock, a Riosom S.A. surgiu no mercado tanto para trabalhar com gravações em disco como com dublagem para a TV. A empresa funcionava na Rua do Senado, 185, no Centro do Rio de Janeiro.

Pedro Kullock nasceu no Rio de Janeiro em 12 de Dezembro de 1922, e foi Aspirante a Oficial na FEB, e viajou para a Itália na Segunda Guerra Mundial, no qual fazia parte dos aliados dos Estados Unidos. Além de dono da Riosom, foi um dos sócios da Construtora Servenco, além de um dos fundadores do Colégio Israelita Eliezer Steinbarg. Faleceu em 11 de Agosto de 2001.

Nota do Diário Carioca de 4 de Julho de 1965

Em 1964 com a falta de estúdios qualificados no Brasil para a Disney Pictures, novamente Walt Disney recorre a Aloysio de Oliveira, eterno aventureiro pelas gravadoras e estúdios brasileiros. Na ocasião cuidava de sua gravadora, a Elenco, fundada em 1963. A Elenco usava os estúdios da Riosom para suas gravações.

Foi aí que Aloysio indica o estúdio para a Disney, estúdio esse usado para a dublagem de A Espada Era a Lei, as redublagens de Branca de Neve e Os Sete Anões, Pinóquio e Dumbo, e para Mogli, o Menino Lobo. Por volta de 1966/67, a distribuição das séries passam a ser feita pela MGM. Com a concorrência acirrada que os estúdios de dublagem proporcionaram na década de 1960, a empresa fecha suas portas por volta de 1970/71.

Jarbas Barbosa

Somil: Estúdio fundado por Jarbas Barbosa, irmão do apresentador Abelardo Barbosa no final dos anos de 1960. Trabalhou com o cinema brasileiro, melhorando o som de suas produções. Na década de 1970 chegou a ser responsável por 90% da parte sonora das produções cinematográficas brasileiras. Entre os filmes que sonorizou estão Quem Tem Medo de Lobisomem?, A Mulher do Desejo, Em Busca do Su$exo, entre outros.

Nota do Diário de Notícias de 1971

Novamente com a falta de estúdios para seus longas, a Disney encontra esse estúdio que era um dos melhores antes do surgimento da Álamo em São Paulo, estúdio esse que seguiu muitas das técnicas e equipamentos que a Somil usava. O longa da vez era Aristogatas, estreado em 1971 nos cinemas. O estúdio fechou as portas em 1975.

Carlos De La Riva

Tecnisom: Gravações Tecnisom Ltda. foi fundada pelo técnico de som Carlos De La Riva em 1972. Espanhol migrado para o Brasil, e que havia trabalhado no cinema nacional e sido dono de 2 estúdios sonoros, inaugura a empresa com a intenção de passar a melhor qualidade de som possível, trazendo a experiência com o tema. O estúdio localizava-se no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na Av. Infante Dom Henrique, nº 85, no Parque do Flamengo. Posteriormente passou a funcionar na Rua Elizeu Visconti, no bairro de Santa Tereza, próximo aos bairros de Rio Cumprido e Catumbi.

Carlos De La Riva Sáez nasceu em 1933, na Espanha, e veio no final dos anos de 1950 para o Brasil, contratado por uma empresa americana para trabalhar como técnico de som, coisa que já fazia no cinema espanhol. Entre os filmes que mixou no cinema, estão A Falecida de 1965, e Edu, Coração de Ouro de 1968, entre outros. Chegando aqui, logo entrou para a dublagem na ZIV em 1958, empresa mexicana que fez uma parceria com a TV Rio para realizar dublagens. A empresa durou apenas 6 meses, e De La Riva criou outro estúdio, agora em parceria com o amigo Ralph Norman, dono da Peri Filmes. Era um mesmo terreno e cada um tinha o seu estúdio. Aí nascia a Rivaton, estúdio que trabalhava principalmente para o cinema nacional. Em 1972, veio o projeto de criar a Tecnisom, e logo em seguida já tinha parceiros distribuidores como Disney, Paramout e Columbia. O estúdio durou até o início dos anos de 1980, sendo nessa ocasião alugado por cooperativas. Fecha as portas e reabre anos depois, por volta de 1988 a Delart, que se tornou um dos maiores estúdios de dublagem do Brasil, anos mais tarde sendo entre outros o estúdio de maior atuação nas dublagens para o cinema. Carlos já é aposentado.

Pôster do Filme Bernardo e Bianca

Na ocasião a Disney procurava um estúdio para redublar Dumbo, e que trouxesse preços mais baratos, pois se tratava de um produto que não era inédito. Pelo estúdio estar começando, a Disney o escolheu, e começaram as dublagens do longa. O filme estreou nos cinemas em 9 de Julho de 1973. O último filme a ser dublado pela empresa foi Bernardo e Biança, lançado em 25 de Dezembro de 1978. Nesse mesmo ano, uma grande greve de dubladores tomou o país por melhores salários. Por conta disso, muitos estúdios modificaram seus preços. Foi aí que a Disney resolveu voltar para a Herbert Richers.

Encerramento: Com a volta para a Herbert Richers, começaram com o lançamento de Meu Amigo, o Dragão, para a TV, seguido de diversos filmes de animação até o ano de 1986. Em 1988, já com a abertura de um novo estúdio de Carlos De La Riva, a Delart, os longas começam a ser dublados, começando por Oliver e Sua Turma, até a atualidade. Em 1996, dois profissionais que trabalhavam com a Disney a mais ou menos 6 anos, Marcelo Coutinho e Luiz Guilherme d'Orey resolveram criar o estúdio Double Sound, no qual começaram dublando O Corcunda de Notre-Dame, e posterior a isso passaram a dublar filmes para a Disney Pixar, filmes lançados diretamente em Home Vídeo, além de redublagens de longas antigos. Em 2006, todas as dublagens Disney passaram para a Delart, não sabemos ao certo se essa decisão tem ligação com a chegada de Bob Iger, novo gerente dos estúdios Disney, que compra e agrega novamente a Disney Pixar a Disney Pictures.

----------Distribuidoras----------

Logo da RKO Radio Picutres na década de 1940

RKO: A RKO Radio Pictures foi um importante estúdio de cinema criado em 1928 pela Radio Corporation of America (RCA). Realizou as gravações de diversos filmes famosos como King Kong, A Felicidade Não Se Compra, Os Melhores Anos de Nossas Vidas, Forte Apache, Noir, Cidadão Kane, entre centenas de outros filmes. Muitos atores e atrizes brilharam em suas produções, como Cary Grant, Fred Astaire, Katharine Hepburn, Robert Mitchum, Jane Russel, Robert Ryan, James Stewart, Donna Reed, John Wayne, Henry Fonda, Shirley Temple, entre muitos outros. Também distribuía nos Estados Unidos e no mundo filmes da MGM e da Disney Pictures. Distribuiu todos os filmes Disney de 1937 à 1953. Na década de 1950, o tribunal norte-americano obriga a venda de alguns estúdios de Hollywood, o que também afeta a empresa. Hughes, um dos acionistas da RKO pouco se preocupa com a situação, dando mais importante a sua transportadora de aviões Twa. Nessa ocasião, os Estúdios Disney rompem contrato com a RKO, fazendo uma parceria de última hora para a distribuição de As Aventuras de Peter Pan que não ia ser distribuída pela empresa. Essa parceria foi estabelecida por Ned Seckler, diretor presidente da RKO, e Raymond Keller, assistente de Walt Disney, presentes no lançamento do filme no Rio de Janeiro em 1954. Também em 1953, a Disney cria a Buena Vista Distribution para distribuir seus filmes pelo mundo.

Sidney Kramer e Michael Havas, profissionais da RKO Rádio Pictures

Em 1954, Hughes resolve comprar todas as ações da empresa, e se torna o primeiro dono único de um grande estúdio de Hollywood. Seis meses depois, vende a RKO para a empresa de pneus General Tire And Rubber Company. A General por suas vez, vende os filmes para emissoras de televisão, cerca de 700 filmes. Com o rompimento com a Disney, e a falta de confiança dos cinemas mundiais na empresa, a RKO preocupa-se com sua relação no exterior, e em 1956 manda ao Brasil Sidney Kramer, Diretor Geral de Vendas da RKO no Estrangeiro, e Michael Havas, Supervisor da RKO na América do Sul, sendo esse último já conhecido em solo brasileiro por suas diversas vindas ao país. Além de supervisionarem os estúdios da empresa no Brasil, também conversam pessoalmente com os exibidores de cada cinema para garantir-lhes a confiança e informá-los de novos filmes que a empresa estava preparando. Também vêm anunciar e fortalecer o lançamento de alguns filmes no Brasil, entre eles A Dama e o Vagabundo, lançado em Dezembro do mesmo ano, muito provavelmente no dia de natal. Aqui no Brasil, por tanto a empresa distribuiu desde A Branca de Neve e Os Sete Anões em 1938 até A Dama e o Vagabundo em 1956.

Em Janeiro de 1957, a empresa fecha as portas e é vendida para a produtora televisiva Desilu Productions. Os filmes da RKO ainda inéditos são distribuídos pela Warner Bros, Metro-Goldwyn-Mayer e Universal Pictures.

Organizações J. Arthur Rank

Organizações J. Arthur Rank: A J. Arthur Rank Organisation foi criada em 1934 na Inglaterra pelo milionário Joseph Arthur Rank inicialmente com o nome de British National Films, com o objetivo de evangelizar as pessoas por seus filmes. Com a dificuldade de expansão de seus filmes, parte para o ramo de cinemas, fundando a Odeon. Posterior a isso, cria a Pinewood Studios, e com a ajuda de Lady Yule, que esteve junto à ele desde 1934, segue com a produção de filmes. No final dos anos de 1930 também compra a Denham Studios. Em 1949, depois de tentar ingressar no cinema norte-americano, chega quase perto da falência, tendo que vender a Pinewood e a Denham.

Joseph Arthur Rank

Com o final da parceria da Disney Pictures com a RKO Radio Pictures, as Organizações Rank fazem uma parceria com os estúdios Walt Disney e distribuem seus longas-metragens na América Latina. A parceria durou de 1960 até 1967. A Arthur Rank ainda tenta distribuir filmes produzidos em outros país, mas o projeto não dura muito tempo.

Logo da MGM

MGM: A MGM foi fundada em 1924, e é considerado um dos maiores estúdios de cinema da história. É dela a autoria de filmes como O Mágico de Oz, Ben-Hur, Ivanhoe, Quo Vadis, ...E o Vento Levou, entre diversos outros filmes de sucesso. Estiveram em seu cast atores e atrizes como Gene Kelly, Clark Gable, Frank Sinatra, Fred Astaire, Judy Garland, Greta Garbo, Vivien Leigh, Joan Crawford, Robert Montgomery, Nelson Eddy, Jeanette MacDonald, entre muitos outros.

Samuel Goldwyn, um dos fundadores da MGM

Os estúdios também foram produtores em massa de desenhos animados, como a turma do Looney Tunes, Merrie Melodies, Barney Bear, Droopy, Tom and Jerry, e muitos outros, com nomes como William Hanna, Joseph Barbera, Tex Avery, Chuck Jones, entre muitos outros.

Os Estúdios da MGM vistos de cima em 1922

A empresa também distribuía filmes, tendo um aumento na mesma a partir de 1967, quando é vendida para Edgar Bronfman. Nessa ocasião, distribui filmes independentes e de outras empresas, como filmes dos Estúdios Walt Disney. Pela Disney nunca ter tido sede de sua distribuidora no Brasil até então, sempre contava com a parceria de empresas internacionalizadas no ramo. Foi a partir desse ano que a MGM começa a distribuir longas-metragens para a Disney no país, o que fez até o ano de 1973, quando a empresa fecha as vendas e escritórios de distribuição, passando essas atividades para nacionais para United Artists, e internacionais para a CIC.

Logo da CIC

CIC: A Cinema International Corporation foi criada em 9 de Abril de 1970 em uma parceria entre a Paramount e a Universal, no objetivo de unirem forças na distribuição internacional de seus filmes, devido ao enfraquecimento do cinema por conta da televisão. A distribuição internacional dos filmes de Walt Disney era feita pela MGM, que agora era distribuído pela CIC, por tanto a partir de 1974 os longas Disney passam a ser distribuídos pela empresa. (falar da CIC Video)

Encerramento: A partir de 1983 com O Cão e a Raposa, os longas Disney começam a ser trazidos pela Warner Bros, e a partir de 1990 com A Pequena Sereia os longas começaram a ser trazidos pela própria Buena Vista Internacional, que agora tinha sede no Brasil. A mesma muda de nome em 2007 para Walt Disney Studios Motion Pictures. Os lançamentos em VHS também começam em 1983, pela Abril Vídeo, até o ano de 1999. Em 2000, a Disney cria a distribuidora Disney Vídeos também com sede no Brasil, e começa a distribuir seus longas e séries em VHS's e DVD's.

Produções Disney (Ano 1940/50)

1937 - Branca de Neve e os Sete Anões - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro, Tradução de Alberto Ribeiro, Adaptação de Texto de Radamés Gnatalli e Técnica de Som de Moacyr Fénelon
1937 - Branca de Neve e os Sete Anões - Dublado na Riosom - Direção de Telmo de Avelar, Tradução de Gilberto Souto e Telmo de Avelar e Adaptação Musical de Aloysio de Oliveira (2ª Dublagem / 1965 - Cinema)
1940 - Pinóquio - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro, Tradução de Joracy Camargo e Técnica de Som de Moacyr Fenelon
1940 - Pinóquio - Dublado na Riosom - Direção e Tradução de Telmo de Avelar e Tradução Musical de Aloysio de Oliveira (2ª Dublagem / 1966 - Cinema)
1940 - Fantasia - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro, Técnica de Som de Moacyr Fénelon
1940 - Fantasia - Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção Jorge Barcellos (1991 – VHS)
1940 - Fantasia - Dublado na Delart (3ª Dublagem / 2010 - BluRay)
1941 - Dumbo - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro e Tradução de Gilberto Souto
1941 - Dumbo - Dublado na Riosom - Direção de Telmo de Avelar e Tradução de Aloysio de Oliveira (2ª Dublagem / 1973 - Cinema)
1941 - Dumbo - Dublado na Double Sound (3ª Dublagem / 1998 - VHS)
1941 - O Dragão Dengoso - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro e Tradução de Gilberto Souto
1941 - O Dragão Relutante - Dublado na Megassom – Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1994 – VHS)
1941 - O Dragão Relutante - Dublado na Delart – Direção de Telmo de Avelar e Tradução de Mário Menezes (3ª Dublagem / 06/2002 – DVD)
1942 - Bambi - Dublado na Sonofilms - Direção de João de Barro e Tradução de Gilberto Souto
1942 - Bambi - Dublado na Riosom - Direção e Tradução de Telmo de Avelar e Tradução Musical de Aloysio de Oliveira (2ª Dublagem / 1969 - Cinema)
1942 - Bambi - Dublado na Delart - Direção e Tradução de Telmo de Avelar (3ª Dublagem / 1993 - VHS)
1943 - Alô, Amigos - Dublado nos Estúdios de Walt Disney - Tradução e Adaptação de Gilberto Souto
1943 - Alô, Amigos - Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1988 - VHS)
1945 - Você Já Foi à Bahia? - Dublado nos Estúdios de Walt Disney – Tradução de Gilberto Souto e Aloysio de Oliveira
1945 - Você Já Foi à Bahia? - Dublado na S&C Produções Artísticas - Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1989 - VHS)
1946 - Música Maestro - Dublado na Continental Discos - Direção de João de Barro
1946 - Música Maestro – Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1988 – VHS)
1946 - A Canção do Sul – Dublado na Continental Discos – Direção de João de Barro
1946 - A Canção do Sul – Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1991 - VHS)
1947 - Bongo (Fun And Fancy Free) - Dublado na Continental Discos - Direção de João de Barro e Tradução de Olga Maia e Gilberto Souto
1947 - Como é Bom Se Divertir (Fun And Fancy Free) - Dublado na S&C Produções Artísticas - Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1990 – VHS)
1947 - Como é Bom Se Divertir (Fun And Fancy Free) - Dublado na Double Sound - Direção de Waldir Fiori e Tradução de Pavlos Euthymiou (3ª Dublagem / 2003 - DVD)
1948 - Melodia (Melody Time) - Dublado na Columbia Discos - Direção de João de Barro e Tradução e Adaptação Musical de Aloysio de Oliveira
1948 - Tempo de Melodia (Melody Time) - Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção de Jorge Barcellos (2ª Dublagem / 1988 - VHS)
1948 - Tempo de Melodia (Melody Time) - Dublado na Double Sound (3ª Dublagem / 2001 - DVD)
1949 - Tão Perto do Coração (So Dear to My Heart) – Sem Dublagem
1949 - Meu Querido Carneirinho (So Dear to My Heart) (1ª Dublagem / Meados dos Anos de 1990)
1949 - Dois Sujeitos Fabulosos (The Adventures of Ichabod and Mr. Toad) – Sem Dublagem
1949 - As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (The Adventures of Ichabod and Mr. Toad) - Dublado na S&C Produções Artísticas – Direção de Jorge Barcellos (1990 - VHS)
1949 - As Aventuras de Ichabod e Sr. Sapo (The Adventures of Ichabod and Mr. Toad) - Dublado na Double Sound (2ª Dublagem – 1999 – Disney Weekend)
1950 - A Gata Borralheira (Cinderella) - Dublado na Continental Discos - Direção de João de Barro e Tradução de Gilberto Souto
1951 - Alice no País das Maravilhas - Dublado na Continental Discos - Direção de João de Barro, Tradução de Gilberto Souto, Adaptação Musical de Gilberto Souto, João de Barro e Vinícius de Moraes, e Técnica de Gravação de Norival Reis
1951 - Alice no País das Maravilhas - Dublado na Herbert Richers (2ª Dublagem / 1993 - SBT)
1953 - As Aventuras de Peter Pan - Dublado na Continental Discos - Direção de João de Barro, Tradução de Gilberto Souto e Técnica de Som de Norival Reis
1953 - As Aventuras de Peter Pan - Dublado na Herbert Richers - Direção e Tradução de Telmo de Avelar (2ª Dublagem / 1991 – SBT)
1955 - A Dama e o Vagabundo – Dublado na Fábrica Odeon - Direção e Tradução de Aloysio de Oliveira e Adaptação dos Textos de Orlando Lins
1955 - A Dama e o Vagabundo - Dublado na Double Sound - Direção de Maurício Seixas (2ª Dublagem - 1997 - VHS)
1959 - A Bela Adormecida - Dublado na Atlântida Cinematográfica - Direção de Luís Delfino, Tradução de Orlando Figueiredo e Adaptação e Direção Musical de Aloysio de Oliveira

Nomes da Disney (Anos 1940/50)

Dalva de Oliveira - Branca de Branca de Neve e Os Sete Anões, Harpa Cantante em Bongo
Henrique Foréis "Almirante" - Espelho Mágico e Mestre em Branca de Neve e Os Sete Anões, João Honesto em Pinóquio, Cegonha em Dumbo, personagem não identificado em Bambi,
Aracuã em Você Já Foi a Bahia?, Narra em uma lenda folclórica americana em Melodia, Dodô em Alice no País das Maravilhas
Cordélia Ferreira - Rainha em Branca de Neve e Os Sete Anões
Estephana Louro - Bruxa em Branca de Neve e Os Sete Anões
Aristoteles Pena - Zangado e Faeliz em Branca de Neve e Os Sete Anões
Delorges Caminha - Dengoso em Branca de Neve e Os Sete Anões
Túlio Lemos - Caçador em Branca de Neve e Os Sete Anões
Baptista Junior - Soneca em Branca de Neve e Os Sete Anões, Gepeto em Pinóquio
Edmundo Maia - Atchim em Branca de Neve e Os Sete Anões, Concheiro em Pinóquio
Grande Otelo - Stromboli em Pinóquio, Corvo Jim em Dumbo
Mesquitinha - Grilo Falante em Pinóquio
Linandro Sergenti - Espoleta em Pinóquio
Olga Nobre - Catty em Dumbo, Fada Madrinha em Gata Borralheira
Sarah Nobre - Elefante Matrona em Dumbo, Rainha de Copas em Alice no País das Maravilhas
Gastão do Rego Monteiro - Narrador em Dumbo
João de Barro "Braguinha" - Timóteo em Dumbo
Iara Jordão - Prissy em Dumbo
Mary May - Giddy em Dumbo
Xavier de Souza - Xavier de Souza em Dumbo
Miguel Orrico - Empresário em Dumbo
Aloysio de Oliveira - Narrador em Alô Amigos, Narrador em Você Já Foi a Bahia?, narra por Jerry Colonna no seguimento: Castro Era o Astro em Música Maestro, Grão-Duque em Gata Borralheira, Capitão Gancho em As Aventuras de Peter Pan, Vagabundo em A Dama e o Vagabundo
José Oliveira - Zé Carioca e Alto-Falante do Aeroporto em Alô Amigos e Você Já Foi a Bahia?
Clarence Nash - Pato Donald em Alô Amigos e Você Já Foi a Bahia?
Pinto Colvig - Pateta em Alô Amigos
Pery Ribeiro - Bambi em Bambi
Ari Barroso - Professor em Você Já Foi a Bahia?
Joaquin Garay - Panchito em Você Já Foi a Bahia?
Leo Carrillo - Velho Gaúcho em Você Já Foi a Bahia?
Aurora Miranda - Baiana em Você Já Foi a Bahia?

Cesar de Alencar - narra por Sterling Hollyway no seguimento: Pedro e o Lobo em Música Maestro
Sylvio Vieira - narra por Nelson Eddy no seguimento: A Baleia Que Queria Cantar na Ópera Música Maestro
Dircinha Batista - Narradora em Bongo, Narradora em Melodia
Paulo Tapajós - Narrador por Dennis Day em Melodia
Brandão Filho - narra por Dal McKennon no seguimento: O Anjo em Melodia
Sônia Barreto - Narradora em Gata Borralheira, Irmã em Alice no País das Maravilhas, Sra. Mary Darling em As Aventuras de Peter Pan
José Vasconcellos - Jaq e Guz em Cinderela, Mestre Gato em Alice no País das Maravilhas
Simone Morais - Cinderela em A Gata Borralheira
Tina Vitta - Madrasta em A Gata Borralheira
Suzy Kirby - Anastácia em A Gata Borralheira
Ema D’Ávila - Drizella em A Gata Borralheira
Jorge Goulart - Príncipe em A Gata Borralheira
Tina Vita - Madrasta Lady Tremaine em Gata Borralheira
Carlos Maia - Rei em A Gata Borralheira
Terezinha Rúbia - Alice em Alice no País das Maravilhas, Wendy em As Aventuras de Peter Pan
Wellington Botelho - Lagarta em Alice no País das Maravilhas
Túlio Berti - Tweedle Dum em Alice no País das Maravilhas
Orlando Drummond - Lebre Maluca em Alice no País das Maravilhas, Smee / Barrica em As Aventuras de Peter Pan, Sr. Busy Castor em A Dama e o Vagabundo
Hamilton Ferreira - Foca em Alice no País das Maravilhas, Rei Humberto em A Bela Adormecida
Apolo Correia - Tweedle Dee em Alice no País das Maravilhas
Otávio França - Chapeleiro Louco em Alice no País das Maravilhas
Castro Gonzaga - Sr. Darling em As Aventuras de Peter Pan, Tony em A Dama e o Vagabundo

Paulo Roberto - Narrador em As Aventuras de Peter Pan 
Abelardo dos Santos - João Darling em As Aventuras de Peter Pan
Newton Paiva - Chefe Índio em As Aventuras de Peter Pan 
Lauro Fabiano - Peter Pan em As Aventuras de Peter Pan
Maria Alice Reis - Miguel Darling em As Aventuras de Peter Pan
Rosina Pagã - Lady e Peg em A Dama e o Vagabundo
Paulo Gonçalves - Jim Querido em A Dama e o Vagabundo
Selma Lopes - Querida em A Dama e o Vagabundo
Rodney Gomes - Pepe em A Dama e o Vagabundo
Maria Alice Barreto - Princesa Aurora / Rosa em A Bela Adormecida
Roberto de Cleto - Príncipe Felipe em A Bela Adormecida
Joyce de Oliveira - Fada Flora em A Bela Adormecida
Nádia Maria - Fada Fauna em A Bela Adormecida
Nancy Wanderley - Fada Primavera e Rainha em A Bela Adormecida
Heloísa Helena - Malévola em A Bela Adormecida
Maurício Sherman - Rei Estevão em A Bela Adormecida

Cantores Disney (Anos 1940/50)

Maria Clara Tati Jacome - Branca de Neve cantando Assobie Enquanto Trabalha, Quem Quiser Ser Feliz e Quando o Meu Príncipe Vier em Branca de Neve e Os Sete Anões
Carlos Galhardo cantando - Príncipe Encantado cantando Esta Canção em Branca de Neve e Os Sete Anões,
cantando por Andy Russell a música Solidão em Música Maestro
Carlos Galhardo e Maria Clara Tati Jacome - Príncipe Encantado e Branca de Neve cantando Eu Quero em Branca de Neve e Os Sete Anões
Edmundo Maia, Baptista Junior, Aristoteles Pena, Delorges Caminha e Almirante - Anões cantando Cavando a Mina, Eu Vou e A Boba Canção (Lorerareii) em Branca de Neve e Os Sete Anões
Paulo Tapajós - cantando Quando Você Desejar à Uma Estrela em Pinóquio, cantando por Dennis Day em Melodia
Baptista Junior - Gepeto cantando Este Bonequinho em Pinóquio
Paulo Tapajós e Pinguinho - Grilo Falante e Pinóquio cantando Sopre o Assobio em Pinóquio
Almirante e Pinguinho cantando - João Honesto e Pinóquio cantando Tra-Lalalala em Pinóquio
Pinguinho e Heloísa Helena - Pinóquio e Bonecas do Circo cantando Não Há Cordões Em Mim em Pinóquio
Oscarito - Dragão Dengoso cantando Sou um Dragão Dengoso em O Dragão Dengoso
Paulo Tapajós, Nuno Roland, Dorival Caymmi e Fernando Paes - Coro cantando Cegonha Há de Chegar e Canção do Trabalhador em Dumbo
Almirante - Cegonha cantando Dorme Neném e Parabéns Pra Você em Dumbo
Cantora da Sra. Dumbo - Sra. Dumbo cantando Meu Bebê em Dumbo
Cantores dos Trabalhadores - Trabalhadores cantando Oh Eu Vou Pedir Mais Grana Pro Patrão em Dumbo
Grande Otello - Corvo Jim cantando Quando Vi Elefante Voar em Dumbo
Coro e Aloysio de Oliveira - cantando Saudamos a Todos
Coro - cantando Escravos de Jó em Alô Amigos
Aloysio de Oliveira - cantando Aquarela do Brasil em Alô Amigos, Tony cantando Bella Notte em A Dama e o Vagabundo
José Oliveira - tocando Tico Tico no Fubá em Alô Amigos
Nestor Amaral - cantando Baía (Na Baixa do Sapateiro) em Você Já Foi a Bahia?
José de Oliveira, Aloysio de Oliveira e Nestor Amaral - cantando Você Já Foi à Baia em Você Já Foi a Bahia?
Aurora Miranda, José Oliveira, Aloysio de Oliveira e Nestor Amaral - cantando Os Quindins de Iaiá em Você Já Foi a Bahia?
Joaquin Garay, Clarence Nash e José Oliveira - Panchito, Pato Donald e Zé Carioca cantando Los Tres Caballeros em Você Já Foi a Bahia?
Carlos Ramírez - cantando Mexico em Você Já Foi a Bahia?
Felipe Gil e Trío Calaveras - cantando Lilongo em Você Já Foi a Bahia?
Dora Luz - cantando You Belong To My Heart em Você Já Foi a Bahia?
Dora Luz e Clarence Nash - Dora Luz e Pato Donald cantando Zandunga em Você Já Foi a Bahia?
Coro - cantando Los Tres Caballeros em Você Já Foi a Bahia?
Dircinha Batista - cantando por Dinah Shore a música Dois Corações em Música Maestro, cantando por The Andrews Sisters em Melodia, cantando por Dinah Shore a música Aqui no Interior Bongo
Dircinha Batista e Nuno Ronald - cantando por The Andrews Sisters a música Romance de Vitrine em Música Maestro
Quitandinha Serenaders - cantando por The King’s Men a música Os Pereiras e Os Padilhas em Música Maestro
Silvio Caldas - cantando por Ken Darby a música Ao Luar em Música Maestro, canções diversas em Canção do Sul
Dircinha Batista e Os Cariocas - cantando Encontrei Meu Grande Amor, Com Um Tapa, e Bongo em Bongo
Dalva de Oliveira e Os Cariocas - cantando Ah, Dia Tão Feliz em Bongo
Dalva de Oliveira - Harpa Cantante cantando Meu Sonho Ideal em Bongo
Heleninha Costa - cantando por Frances Langford em Melodia, cantando a Abertura em A Gata Borralheira
As Três Marias - cantando por Dinning Sisters em Melodia
Cesar de Alencar - cantando por Roy Rogers em Melodia
Quarteto Continental - cantando por Roy Rogers e seu conjunto em Melodia
Olga Nobre - Fada Madrinha cantando Bibbidi-Bobbidi-Boo em A Gata Borralheira
Tina Vita e Ema D’Avila - Madrasta e Drizella cantando Oh, Canta Rouxinol em A Gata Borralheira
Simone Morais - Cinderela cantando O Sonho é Um Desejo D’Alma, Oh, Canta Rouxinol e Isto é o Amor em A Gata Borralheira
Jorge Goulart - Príncipe cantando Canção do Gato e Isto é o Amor em A Gata Borralheira
Trio Madrigal e Trio Melodia - cantando Canção do Gato, Jardim de Flores e É Tarde em A Gata Borralheira, cantando a Abertura, Rosas Cor de Carmim em Alice no País das Maravilhas, cantando Aquela Estrela no Céu e A Voar, A Voar, A Voar em As Aventuras de Peter Pan
Terezinha Rúbia - Alice cantando No Meu Mundo, Muito Bom Conselho e Rosas Cor de Carmim em Alice no País das Maravilhas
Estêvão Matinhos - Coelho Branco cantando É Tarde em Alice no País das Maravilhas
Almirante - Dodô cantando Gaita de Foles do Marinheiro, A Corrida da Convenção e Nós Vamos Defumar em Alice no País das Maravilhas
Apolo Correia e Túlio Berti - Tweedle-Dee e Tweedle-Dum cantando Como Passou? Aperte a Minha Mão e Papai Guilhermino Está Velho Demais em Alice no País das Maravilhas
Apolo Correia, Túlio Berti e Hamilton Ferreira - Tweedle-Dee, Tweedle-Dum e Foca cantando A Foca e o Carpinteiro em Alice no País das Maravilhas
Suzy Kirby, Wanda da Silveira e Therezinha Rúbia - Flores e Alice cantando O Jardim das Flores em Alice no País das Maravilhas
Wellington Botelho - Lagarta cantando A E I O U em Alice no País das Maravilhas
José Vasconcellos - Mestre Gato cantando 'Twas Brillig em Alice no País das Maravilhas
Otávio França, Orlando Drummond e Therezinha Rúbia - Chapeleiro Louco, Lebre de Março e Alice cantando Um Bom Desaniversário em Alice no País das Maravilhas
Sarah Nobre - Rainha de Copas cantando Quem Está Pintando Minhas Rosas Cor de Carmim? em Alice no País das Maravilhas
Cantor do Pirata - Pirata cantando Vida de Piratas em As Aventuras de Peter Pan
Dubladores dos Garotos Perdidos - Garotos Perdidos cantando Seguimos Nosso Chefe em As Aventuras de Peter Pan
Trio Madrigal, Trio Melodia e Newton Paiva - Índios e Chefe Índio cantando O Que Faz Um Pele Vermelha? em As Aventuras de Peter Pan
Cantora de Wendy - Wendy cantando É Nossa Mamãe em As Aventuras de Peter Pan
Trio Madrigal, Trio Melodia e Aloysio de Oliveira - Piratas e Capitão Gancho cantando O Elegante Capitão Gancho em As Aventuras de Peter Pan
Rosina Pagã - Lady cantando O Que é Um Bebê?, Querida cantando La La Lu, Gatos Siameses cantando A Canção dos Gatos Siameses e Peg cantando Ele é Um Vagabundo em A Dama e o Vagabundo
Associação de Canto Coral - Cantando Era Uma Vez no Sonho, Salve a Princesa Aurora, Um Presente e A Bela Adormecida
Maria Norma - Princesa Aurora cantando Aonde em A Bela Adormecida
Maria Norma e Osni Silva - Princesa Aurora e Príncipe Filipe cantando Era Uma Vez Um Sonho em A Bela Adormecida
Hamilton Ferreira e Maurício Sherman - Rei Humberto e Rei Estevão cantando A Canção do Skumps em A Bela Adormecida

Produções Disney (Ano 1960/70)

1961 - A Guerra dos Dálmatas / Os 101 Dálmatas - Dublado na Herbert Richers - Direção de Aloysio de Oliveira e Tradução de Orlando Figueiredo
1963 - A Espada Era a Lei - Dublado na Riosom - Direção de Telmo de Avelar e Tradução de Aloysio de Oliveira
1964 – Mary Poppins – Sem Dublagem (1964)
1964 – Mary Poppins – S&C Produções Artísticas (1ª Dublagem / 1990 - VHS)
1964 – Mary Poppins – Herbert Richers (2ª Dublagem / Início dos Anos de 1990 – Globo)
1964 – Mary Poppins – Double Sound – Direção de Marlene Costa (3ª Dublagem / 2009 - DVD)
1967 - Mowgli - O Menino Lobo (The Jungle Book) - Dublado na Riosom - Direção e Tradução de Telmo de Avelar
1967 - Mogli - O Menino Lobo (The Jungle Book) - Dublado na Delart - Direção e Tradução de Telmo de Avelar (2ª Dublagem / 1986 - TV)
1967 - Mogli - O Menino Lobo (The Jungle Book) - Dublado na Delart - Direção de Andrea Murucci (3ª Dublagem / 2014 – DVD e Blu-Ray)
1971 – Se a Minha Cama Voasse – Dublado na Tecnisom - Direção de Telmo de Avelar
1971 – Se a Minha Cama Voasse – Dublado na Herbert Richers - Direção de Telmo de Avelar (2ª Dublagem / Final dos Anos de 1980 – VHS em 1990)
1971 – Se a Minha Cama Voasse – Dublado na Double Sound (3ª Dublagem / 2004 – DVD)
1970 - Aristogatas - Dublado na Somil - Direção e Tradução de Telmo de Avelar
1973 - Robin Hood - Dublado na Tecnisom - Direção e Tradução de Telmo de Avelar
1977 - Puff - O Ursinho Guloso – Dublado na Tecnisom – Direção e Tradução de Telmo de Avelar
1977 - Puff - O Ursinho Guloso – Dublado na Double Sound (2ª Dublagem / Início dos Anos 2000 - TV)
1977 - Bernardo e Bianca - Dublado na Tecnisom - Direção e Tradução de Telmo de Avelar e Direção Musical de Cyva Leite
1978 – Meu Amigo, o Dragão – Dublado na Herbert Richers – Direção e Tradução de Telmo de Avelar e Direção Musical de Cyva Leite

Nomes Disney (Anos 1960/70)
 
Aloysio de Oliveira - Apresentador de TV / Collie em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas, Narrador em A Espada Era a Lei, Narrador em Branca de Neve e Os Sete Anões, Galo Menestrel em Robin Hood, Narrador e Tigrão em Puff - O Ursinho Guloso
Maria Alice Barreto - Prenda em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas, Branca de Neve em Branca de Neve e Os Sete Anões
Olga Nobre - Cruela De Vil em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Domingos Martins - Pongo em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Hélio Colonna - Roger em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Simone Morais - Anita em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Margarida Rey - Nana / Lucy em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Maurício Sherman - Gaspar em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Hamilton Ferreira - Horácio em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas
Macedo Neto - Capitão em A Guerra dos Dálmatas / 101 Dálmatas, Sir Ector em A Espada Era a Lei
Magalhães Graça - Merlin em A Espada Era a Lei, Mestre em Branca de Neve e Os Sete Anões, João Honesto em Pinóquio, Kaa e Buzzie em Mogli, o Menino Lobo, Advogado George Hautecourt em Aristogatas, Príncipe John em Robin Hood, Coelho em Puff - O Ursinho Guloso, Rufus em Bernardo e Bianca
Orlando Drummond - Arquimedes em A Espada Era a Lei, Atchim em Branca de Neve e Os Sete Anões, Cocheiro em Pinóquio, Corvo de Óculos em Dumbo, João Pequeno em Robin Hood, Lafayette em Aristogatas, Juca em Bernardo e Bianca
Ida Gomes - Madame Min em A Espada Era a Lei, Prissy em Dumbo, Madame Medusa em Bernardo e Bianca
Telmo de Avelar - Sir Pelinore em A Espada Era a Lei, Hamma em Mogli, o Menino Lobo, Toupeira em Bernardo e Bianca
João Carlos Barroso - Arthur / Wart em A Espada Era a Lei
Paulo Gonçalves - Sier Kay em A Espada Era a Lei
Roberto Mendes - Sentinela em A Espada Era a Lei
Ribeiro Santos - Black Bart em A Espada Era a Lei
Vitória Régia - Cozinheira em A Espada Era a Lei
Luís Motta - Feliz e Espelho em Branca de Neve e Os Sete Anões, Gepeto em Pinóquio, Bagheera em Mogli, o Menino Lobo, Frei Tuck em Robin Hood, Diretor do Circo em Dumbo, Coruja em Puff - O Ursinho Guloso
Ênio Santos - Zangado em Branca de Neve e Os Sete Anões, Grilo Falante em Pinóquio, Thomas O’Malley em Aristogatas, Ratinho Timóteo em Dumbo,
Lourdes Meyer - Rainha em Branca de Neve e Os Sete Anões, Madame Adelaide Bonfamille em Aristogatas
Estelita Bell - Mendiga / Bruxa em Branca de Neve e Os Sete Anões, Godofreda em Mogli, o Menino Lobo, Matriarca em Dumbo
Navarro de Andrade - Príncipe em Branca de Neve e Os Sete Anões
Selma Lopes - Fada Azul em Pinóquio (2ª Dublagem), Gansa Amélia em Aristogatas, Sra. Jumbo em Dumbo, Mamãe Camundongo em Robin Hood, Florisbela em Bernardo e Bianca
Castro Gonzaga - Stramboli em Pinóquio, Coronel Hathi / Buzzie em Mogli, o Menino Lobo, Jacaré em Robin Hood
Milton Rangel Filho - Espoleta em Pinóquio
Carlos Alberto Mello - Pinóquio em Pinóquio
Waldir Fiori - Flaps em Mogli, o Menino Lobo, Napoleão em Aristogatas, Biruta em Robin Hood, Abílio em Bernardo e Bianca
Mário Monjardim - Ziggy em Mogli, o Menino Lobo, Corvo Pregador em Dumbo, Tiro Certo em Robin Hood
José Manoel - Mogli em Mogli, o Menino Lobo, Paulo Roberto em Puff - O Ursinho Guloso [Puff e a Árvore de Mel e Puff e o Dia Chuvoso]
Alberto Perez - Baloo em Mogli, o Menino Lobo
Booker Pittman - Rei Louie em Mogli, o Menino Lobo
Antonieta Matos - Tambor em Bambi, Toulouse em Aristogatas
Terezinha Moreira - Abigail Gabble em Aristogatas, Giddy em Dumbo, Lady Cluck em Robin Hood
Cleonir dos Santos - Roquefort, o Rato em Aristogatas, Bacorinho em Puff - O Ursinho Guloso
Ruth Schelske - Duquesa em Aristogatas
Milton Luís - Edgard em Aristogatas
Neyda Rodrigues - Frou-Frou em Aristogatas
Cahuê Filho - Cegonha em Dumbo
Francisco Milani - Corvo Jim em Dumbo
Antonio Patiño - Corvo de Chapéu de Palha em Dumbo
Miriam Thereza - Fridgity em Dumbo
Pietro Mário - Rei Ricardo em Robin Hood, Vovô Tartaruga em Bernardo e Bianca
Cláudio Cavalcanti - Robin Hood em Robin Hood
Jomeri Pozzoli - Sr. Chio em Robin Hood
Milton Gonçalves - Xerife de Nottingham em Robin Hood
Miguel Rosenberg - Otto, o Ferreiro em Robin Hood
Juraciara Diácovo - Lady Marian em Robin Hood
Arthur Costa Filho - Sacristão em Robin Hood
Ronaldo Magalhães - Dentucinho em Puff - O Ursinho Guloso
Geraldo Alves - Puff em Puff - O Ursinho Guloso
Alfredo Martins - Bernardo em Bernardo e Bianca
Vera Lúcia Dias - Bianca em Bernardo e Bianca
Ionei Silva - Asdrúbal em Bernardo e Bianca
Silvio Navas - Coruja em Bernardo e Bianca
José Santanna - Reporter da Televisão em Bernardo e Bianca
Sumara Louise - Aeromoça em Bernardo e Bianca
Felipe Wagner - Presidente em Bernardo e Bianca
Ana Hartley - Penny em Bernardo e Bianca
 
Cantores Disney (Anos 1960/70)

Hélio Colonna - Roger Radcliffe cantando Cruela Cruel e Criador de Cachorros em A Guerra dos Dálmatas
João Alberto Persson - cantando A Lenda de A Espada Era a Lei, Príncipe Encantado cantando Esta Canção em Branca de Neve e Os Sete Anões, cantando Tudo Que Desejar a Uma Estrela em Pinóquio
Magalhães Graça - Merlin cantando Higitus Figitus e É Uma Coisa Que Não Tem Explicação em A Espada Era a Lei, Kaa cantando Venha a Mim em Mogli - O Menino Lobo
Magalhães Graça e João Carlos Barroso - Merlin e Walt cantando O Que Faz o Mundo Andar em A Espada Era a Lei
Ida Gomes - Madame Min cantando Incrível Madame Kim em A Espada Era a Lei
Telmo de Avelar e Macedo Neto - Sir Pellinore e Sir Ector cantando Cantaremos Pra Comemorar em A Espada Era a Lei
Cybele Freire - Branca de Neve cantando Aprenda Uma Canção, Meu Mundo Feliz e O Sonho Que Eu Sonhei
Cybele Freire e João Alberto Persson - Branca de Neve e Príncipe Encantando cantando Um Dia (Sonhando Assim)
Luís Motta, Orlando Drummond, Allan Lima, Ênio Santos, Navarro de Andrade e Magalhães Graça - Os Anões cantando Cavando a Mina, Eu Vou e A Boba Canção (Lorerareii)
Luís Motta - Gepeto cantando Este Bonequinho em Pinóquio
Ênio Santos e Carlos Alberto Mello - Grilo Falante e Pinóquio cantando Tente Um Assobio em Pinóquio
Magalhães Graça e Carlos Alberto Mello - João Honesto e Pinóquio cantando Tra-Lalalala em Pinóquio
Carlos Alberto Mello - Pinóquio cantando Não Há Cordões Em Mim em Pinóquio
MPB-4, Castro Gonzaga e Paulo Scarpallo - Elefantes, Coronel Hathi e Bêbe Elefante cantando Marcha do Coronel Hathi em Mogli - O Menino Lobo
Alberto Perez e José Manuel - Baloo e Mogli cantando Necessário em Mogli - O Menino Lobo
Booker Pittman, MPB-4, Alberto Perez e José Manuel - Rei Louie, Macacos e Mogli cantando Eu Quero Ser Como Você em Mogli - O Menino Lobo
MPB-4, José Manuel e Roberto Maya - Abutres, Mogli e Share Khan cantando Quem Vem Somos Nós em Mogli - O Menino Lobo
Sonya Ferreira (Quarteto em Cy) - cantando Meu Próprio Lar em Mogli - O Menino Lobo
Alberto Perez e Luís Motta - Baloo e Bagheera cantando Necessário em Mogli - O Menino Lobo
Coro de Roberto de Regina - cantando O Amor é Uma Canção, Pequena Chuva de Abril, Vamos Cantar Uma Alegre Pequena Canção de Primavera e Olhando Para o Romance (A Minha Canção) em Bambi
Ivon Curi cantando As Aristogatas em Aristogatas
Dubladora da Marie, Paulo Scarpallo, Antonieta Matos e Ruth Schelske cantando Solfejo em Aristogatas
Ênio Santos cantando - Thomas O'Malley cantando O Gato Thomas O'Malley em Aristogatas
Ênio Santos, Monsueto Menezes, MPB-4, Dubladora da Marie e Dóris Monteiro - Thomas O'Malley, Gato Pilantra, 4 Gatos Músicos, Marie e Duquesa cantando Todo Mundo Quer a Vida Que Um Gato Tem em Aristogatas
Coro - cantando Cegonha Vai Chegar e Canção do Trabalhador em Dumbo
Dublador da Cegonha - Cegonha cantando Dorme Neném e Parabéns Pra Você em Dumbo
Cantora da Sra. Dumbo - Sra. Dumbo cantando Meu Bebê em Dumbo
Mário Monjardim, Antônio Patiño, Francisco Milani e Orlando Drummond - Trabalhadores cantando Oh, Eu Vou Pedir Aumento Ao Patrão em Dumbo
Mário Monjardim, Antônio Patiño, Francisco Milani e Orlando Drummond - Corvos cantando Eu Vi Um Elefante Voar em Dumbo
Aloysio de Oliveira - Galo Menestrel cantando De Uma Boa Briga Nem Um Deles Já Correu e Não em Nottingham em Robin Hood, Tigre cantando Eu Tenho Prazer Em Ser Tigre em Puff - O Ursinho Guloso
Cantora da Lady Marian - Lady Marian cantando O Amor em Robin Hood
Orlando Drummond, Terezinha Moreira e Luís Motta - João Pequeno, Lady Cluck e Frei Tuck cantando O Rei de Imitação em Robin Hood
Coro - cantando O Ursinho Puff, Efalantes e Dinonhas e A Chuva Cai Cai Cai Cai Cai em Puff - O Ursinho Guloso
Dublador do Puff - Puff cantando Um, Dois, Três, Minha Barriguinha Reclama e Esse Dia Não Vai Ter Sol em Puff - O Ursinho Guloso
Dublador do Puff e José Manoel - Puff e Paulo Roberto cantando Nuvem Pequena em Puff - O Ursinho Guloso
Dubladores do Puff, Ió e Guru, José Manoel, Magalhães Graça, Selma Lopes, Cleonir dos Santos e Luís Motta cantando - Todos cantando Só Mais Um Pouquinho em Puff - O Ursinho Guloso
Evinha - cantando A Viagem, Amanhã é Outro Dia e Há Alguém Esperando Por Você
Coro, Felipe Wagner, Alfredo Martins e Vera Lúcia Dias - Ratos, Presidente, Bernardo e Bianca cantando Sociedade de Resgate

Estréias nos Cinemas (Anos 1930/40/50/60/70)

A Branca de Neve e Os Sete Anões (5 de Setembro de 1938)
Pinóquio (28 de Outubro de 1940)
Fantasia (23 de Agosto de 1941)
O Dragão / O Dragão Dengoso (18 de Dezembro de 1941)
Dumbo (10 de Julho de 1942)
Alô, Amigos (24 de Agosto de 1942)
Bambi (10 de Março de 1943)
Você Já Foi à Bahia? (28 de Dezembro de 1945)
Música, Maestro! (Junho de 1948)
Canção do Sul (23 de Dezembro de 1948)
Bongo (1 de Novembro de 1949)
Tão Perto do Coração (19 de Dezembro de 1949)
Melodia (26 de Julho de 1950)
Dois Sujeitos Fabulosos (13 de Novembro de 1950)
A Gata Borralheira (16 de Março de 1951)
Alice no País das Maravilhas (1 de Julho de 1952)
As Aventuras de Peter Pan (12 de Julho de 1954)
A Dama e o Vagabundo (Dezembro de 1956)
A Bela Adormecida (22 de Dezembro de 1960)
A Guerra dos Dálmatas (24 de Dezembro de 1962)
A Espada Era a Lei (6 de Julho de 1965)
A Branca de Neve e Os Sete Anões (2ª Dublagem) (1 de Janeiro de 1966)
Pinóquio (2ª Dublagem) (Dezembro de 1966)*
Mowgli, O Menino Lobo (8 de Julho de 1969)
Bambi (2ª Dublagem) (Dezembro de 1969) [Dublado em Abril]
Aristogatas (25 de Dezembro de 1971)
Dumbo (9 de Julho de 1973)
Robin Hood (1 de Janeiro de 1975)
Puff – O Ursinho Guloso (5 de Dezembro de 1977)
Bernardo e Bianca (25 de Dezembro de 1978)

*Dublado em Abril de 1966.

Fontes: Gazeta de Notícias, A Cena Muda, Diário de Notícias, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Beto Asaad Moreira, Mercado Livre, Canal Forrobodó Puxa o Fole, Augusto Bisson, Cazarré Filho, Marco Antônio Silva Santos, Cantos & Encantos, Indicetj, Bela Domus, Agenda do Samba-Choro, Disney Made In Brazil, Guarulhos de Ponta a Ponta, Mofo TV, Famosos Que Partiram, Mulheres do Cinema Brasileiro, Coleção Aplauso, Yes, Nós Temos Braguinha, Moacyr Fénelon e a Criação da Atlântida, Marcelo Pierre de Lima, TV Sinopse, IMDB, Caros Ouvintes, Atlântida Cinematográfica.com.br, Acervo Pessoal, Casa da Dublagem, Site Oficial do Quarteto Em Cy, Site Oficial do Jornal do Brasil, Aramis Millarch, Estado do Paraná, Tablóide Digital, Jairo Severiano, Histórias de Cinema, Cine Repórter, Flickr, Biography, Los Angeles Times, Jornalista Rafael Cardoso, Pernambuco . com, O Globo, Gustavo Stephan, Veja e Leia - Edições 226-238, Ary Barroso .com. br, Blog Cifra Antiga, Wikipédia Wiki, Lucas Quaresma, Dublanet, Disney DVD & Blu-Ray, Covers Blog, Animatoons, Cinema Brasileiro . net, EnCIClopédia do Cinema Brasileiro, Cazarré Filho, Observation Deck, Site Revista Época, André Fontenelle, Correio da Manhã, A Noite, Le Prince des Fées, Revista Realidade, Tribuna da Imprensa.

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