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Vivian Rutledge
(Lauren Bacall) em A Beira do Abismo / Beth em Homem Aranha
Biografia:
Norka Smith foi uma dubladora Carioca
Norka dos Santos Ribas
Guimarães Nascimento nasceu em 26 de Setembro de 1923, na cidade do
Rio de Janeiro.
Início
Ainda criança, mudou-se
com os pais para o Paraná, pois seu pai arranjara um emprego como
engenheiro, área que atuava no Rio. Logo em seguida, foi colocada em
um colégio interno, aonde sofreu maus tratos da irmã superiora que a
viu interpretando uma atriz. Com esse mau trato, chegou a deixar de
comer e a ficar doente, tendo sido tirada de lá por seu pai.
Rádio Cruzeiro do Sul
Pouco tempo depois
retornou ao Rio de Janeiro, e teve finalmente sua primeira
oportunidade artística que tanto desejava, na Rádio Cruzeiro do Sul.
Rádio Tupi
Pouco tempo depois, em
1938, é levada por Olavo de Barros, diretor de rádioteatro da Tupi,
para atuar na emissora. Foi a partir daí que Norka começa sua longa
carreira como atriz.
Norka é conhecida como
uma das primeiras atrizes do teatro no rádio, pois na ocasião esse
seguimento estava se iniciando no Brasil.
Norka Smith (1941)
Um de seus primeiros
trabalhos, foi no programa Grande Theatro Tupi, na peça: Nada
(1938), ao lado de Delorges Caminha e Lúcia Delor, peça essa que
inaugurou o programa no dia 22 de Julho de 1938.
Entre as demais peças que
atuou no programa, estão: A Mulher
Que Todos Queremos (1939), A Cigarra e a Formiga (1939), As Levianas
(1939), As Três Helenas (1939), O Último Guilherme (1939), A Vida
Tem Três Andares (1939), A Honra (1939), Obsessão (1939), Roberto
(1939), O Soldado de Hespanha (1939), O Homem Que Fica (1939), Um
Grande Amor (1939), Rosaura (1939), Lúcia (1939), A Mulher Que Se
Vendeu (1939), entre outras.
Em 1940, outro programa
de peças teatrais aparece na emissora, se trata do Grande Theatro Eucalol.
No ano em questão, atua em peças, como: Bonecos
(1940), O Grande Cidadão (1940), A Dúvida (1940), Arsenio Lupin
(1940), e O Direito de Amar (1940).
Norka
Smith (1942)
De 1941 à 1943, atua no
mesmo programa, em peças, como: A Comédia do Carnaval (1941), Lar Desfeito
(1941), Pygmalião (1941), O Colar (1941), Morro dos Ventos Uivantes
(1941), Sublime Sacrifício (1941), Alma Torturada (1942), e Os
Fidalgos da Casa Mourisca (1943).
Em 1945 e 1946, atua em
peças do programa, como: Rosaly (1945), Joana D'arc (1945), O Filho Querido (1946), Amores de Suzana (1946), E o Passado
Voltou (1946), e Matilde é o Amor (1946).
Também atuou em outras
peças na emissora, como: Travessuras de Berta, e O Que a Vida Não
Ensina. Não sabemos o ano, nem em que programa teatral as teria
interpretado.
Em programas variados na
emissora, participou de: Reminiscencias
Theatraes (1941), ao lado de Olavo de Barros, Paulo Gracindo Nena
Robledo, e o conjunto regional de Rogério Guimarães.
Em programas humorísticos,
começou em 1942 a atuar em Casal do Barulho (1942-44), junto com
Paulo Gracindo. Fez o programa por 3 anos, e foi um dos maiores
sucessos da emissora e de sua carreira. Por conta da parceria de
sucesso com Gracindo, atuou diversas vezes em produções ao lado do
rádioator na emissora.
Por volta de 1942,
começaram a chegar mais massiçamente as rádionovelas, e Norka atua
em diversas delas, deixando o rádioteatro um pouco de lado.
Norka Smith (1950)
Entre as novelas que
atua, estão: Pecado de Amor
(1942), Mulheres do Bronze (1942), Romance de Um Anel de Noivado (1944), Amor de Perdição
(1944), Meu Destina é Pecar (1945), Serenata de Amor (1946), e A
Mulher dos Meus Sonhos (1946).
Em novelas religiosas,
ficou marcada em personagens em novelas, como: A Canção de Bernadete
(1944), e Terezinha de Jesus (1947).
Rádio Globo
Em 1947, vai para a Rádio
Globo. Na emissora, não fica mais do que 2 anos.
Entre as produções que
participou na casa, está a novela: Uma Sombra de
Mulher (1947); e a peça: Um Violino na
Sombra (1948); entre outros.
Rádio Mayrink Veiga
Na Rádio Mayrink Veiga
chega em 1949, levada por Lourival Marques, diretor artístico da
emissora. Norka estreia na emissora no dia 23 de Junho de 1949.
Renato Consorte,
Nanci Vanderlei, Ênio Santos, Norka Smith e Urbano Lóes (1955)
Em peças na emissora,
participa de: Tio Bilu e As
Meninas (1949); em peças no programa Teatro Pelos
Ares (1950), e em peças no programa Grande Teatro Toddy, como: Amor
Impossível (1952); entre outras.
Em novelas, atua em: Você Me Conhece
(1949), A Pequena Cruz
do Teu Rosário (1950), entre outras.
Participou na emissora em
1951 do programa de Manoel de Nóbrega: Turbilhão de Risos (1951).
Norka Smith (1950)
No mesmo ano, atuou em um
programa feito para casais, ao lado de grande elenco da emissora,
chamado: Jardim dos
Namorados (1951).
Em 1953, tem uma breve
passagem pela Rádio Inconfidência, em Minas Gerais. Provavelmente
atuou na emissora nas férias da Mayrink, o que era comum acontecer
entre artistas de rádio.
Participou também de programas infantis
na emissora, como em: Momento Infantil (1954), apresentado pela
própria Norka.
Rádio Tupi
Em 1955, Norka retorna à
emissora que lhe fez conhecida nacionalmente, a Rádio Tupi.
Na emissora, atuou
principalmente em rádionovelas. Entre elas, temos primeiramente as
novelas realizadas 1955, 1956 e 1957, como: A Derrota
(1955), Portuguesa, Com Certeza (1955), Uma Deusa Entre As Panelas
(1955), O Riso e a Máscara (1956), O Oitavo Pecado (1957), e A Felicidade
Verá Depois (1957).
Norka Smith (1950)
Em 1958, esteve nas
novelas: Adalgisa e O Mundo (1958), Calvário Materno (1958), As Três
Lágrimas (1958), Calvário Materno (1958), O Fim da Jornada (1958), e
Os Filhos Não Tem Culpa (1958).
Em 1959, atuou nas
novelas: Estrela Sem Brilho (1959), O Mundo Está Lá Fora (1959), Na Solidão
da Noite (1959), A Estranha Verdade (1959), O Mistério da Fazenda
Solidão (1959), Ária na Corda (1959), Corações Humanos (1959), Vidas
Sem Rumo (1959), Uma Gota de Orvalho (1959), Condenado à Vida
(1959), O Preço da Traição (1959), Vendaval de Emoções (1959), Vida
de Minha Vida (1959), Revolta de Um Coração (1959), E A Luz
Brilhou... (1959), e A Margem da Vida (1959).
Na década de 1960, atuou
em novelas, como: As Mulheres São Todas Irmãs (1960), Bonita Demais
(1960), A Doce Canção do Adeus (1960), Terra Seca (1961), O Passado Me Condena (1962), História de Uns Olhos Verdes
(1962), Brumas do Passado (1962), e Sombras Que
Revivem (1963).
Abel Pêra, Chico
Anysio, Nanci Vanderlei, e Norka Smith (1956)
Em teatro na emissora,
entre outros atuou em peças do Teatro Infantil, como: Teatrinho do Sorriso (1956), de Edgard G. Alves;
em peças do Grande Teatro Rodolfo
Mayer, como: O Medico e o Monstro (1957); e em peças do programa História Seriada,
como: O Tesouro (1958); entre outras.
Em programas variados,
esteve em: Encontro As
Cinco e Meia (1957), ao lado de Paulo Porto, aonde abordavam
problemas de casais no lar. Em 1959, o programa ocupava o segundo
lugar de audiência no horário. Também era recordista em recebimento
de cartas.
Atuou também no programa: Detetive no Ar (1959),
um programa do gênero de mistério.
Norka além de atriz e
apresentadora, também foi novelista, tendo estreado nesse seguimento
em
1959, escrevendo a novela: Estrela Sem Brilho (1959).
Em 1964, se afasta do
rádio, e dedica-se apenas a dublagem. 3 anos depois, em 1967,
retorna a emissora.
TV Tupi
Trabalhando na Rádio
Tupi, e automaticamente fazendo parte dos Diários Associados, também
é convidada para atuar na TV Tupi.
Na emissora, entre outros
atua na novela: Bonita Demais (1960).
Teatro
No teatro começa
convidada por Olavo de Barros, que antes da Tupi também organizava
peças de teatro no Carlos Gomes.
Entre as peças que atuou com Olavo,
estão Qual dos Três? (1937), com direção de Olavo de Barros, e Jorge
Murad, ao lado de Barbosa Junior, Aracy de Almeida, Odette Amaral, Pereira
Filho, Cordelia Ferreira, e outros, e Vae Ter (1939), com direção de Olavo de
Barros, ao lado de Barbosa Junior, Paulo Gracindo, Jorge Murad, Silvio Caldas,
Ama Flora, Cordelia Ferreira, Carlos Galhardo, e outros, ambas no Teatro Carlos
Gomes.
No ano seguinte, esteve na peça É do
Abafa (1940), ao lado de Barbosa Junior, Baptista Junor, Beatriz Dávila,
Cordelia Ferreira, Ema D'Avila, e grande elenco do rádio e teatro, no Teatro
Carlos Gomes. O espetáculo foi organizado por Cordelia Ferreira, e Olavo de
Barros.
Posteriormente, organizou ao lado de
Cordelia Ferreira o festival Noite Carnavalesca (1942), com participações como
Olavo de Barros, Aracy de Almeida, Cordelia Ferreira, Paulo Gracindo, ilvio
Caldas, Vicente Celestino, Otávio França, e grande elenco, no Teatro Carlos
Gomes.
No ano seguinte, integrou
o elenco de Granfinos em
Apuros (1943), de Heloisa Helena, ao lado de sua colega de Tupi, Lúcia Delor,
e de Ítala Ferreira, Darcy Cazarré, Delorges Caminha, Pepa Ruiz,
Rafael de Almeida, Adolar Costa, e outros, no Teatro Carlos Gomes. A
peça foi em homenagem ao prefeito Henrique Dodsworth, promovida pela
própria Norka ao lado de Lúcia Delor.
Paulo Renato e Norka
Smith (1944)
Em 1946, chegou a ter uma
cooperativa teatral, chamada Cooperativa Cultural
Teatro do Povo (1946).
Em 1949, esteve na peça Chuva de
Estrelas (1949), no Teatro Carlos Gomes.
No mesmo ano, atuou na peça Noite
Inesquecível (1949), peça essa que reuniu artistas do rádio, cinema,
teatro e circo, como Procópio Ferreira, Aimée, Paulo Porto, Floriano
Faissal, Albertinho Fortuna, Nuno Roland, Brandão Filho, Simone
Morais, Paulo Gonçalves, Castro Gonzaga, e outros, no Teatro Carlos
Gomes.
Ainda no mesmo ano, esteve no
espetáculo do cantor português Manuel Monteiro, ao lado de outras figuras do
rádio, como Amilinha Borba, Silvino Neto, Dalva de Oliveira, Barreto e Barroso,
e outros, no Teatro João Caetano.
Em 1950 esteve na peça Entre
Beijos e Bofetões (1950), organizada por Paulo Porto e Ambrósio
Fregolente, ao lado dos mesmos, e de Rodolfo Mayer, Aracy de Almeida, Paulo
Gracindo, Vera Nunes, e outros, no Teatro Rival.
No mesmo ano, atua em
outra peça da dupla Porto-Fregolente, A Lógica da Poligamia
(1950), ao lado de Rodolfo Mayer, Paulo Gracindo, Edmundo Lopes,
entre outros, no Teatro Rival.
Ainda no mesmo ano, atua na peça Epopéia do Rádio (1950), de Benvindo Ednaldo,
no Teatro João Caetano. Na peça, eram falados acontecimentos de destaque no meio
radiofônico.
Onze anos afastada do
teatro, por conta do rádio, ingressa na Companhia Os Associados,
dos colegas de Rádio Tupi, e nela atuou na peça: Nó de
Quatro Pernas (1961), ao lado Paulo Gonçalves, Luís Motta, Elza
Martins, e Terezinha Moreira.
Outros
Norka
Smith recebendo seu prêmio de Miss Escola Dramática (1938)
Concorreu em 1938, ao
Miss Escola Dramática, no qual conseguiu o primeiro lugar.
Vida Pessoal
Norka
Smith e Paulo Renato (1950)
Na década de 1940,
conheceu seu futuro marido, Paulo Renato, com quem trabalhava na
Rádio Tupi. Alguns anos depois começaram a namorar, e em 1944, ele
pediu Norka em noivado à sua mãe. Isso aconteceu depois do último
capítulo da novela Romance de Um Anel de Noivado (1944), novela que
justamente falava sobre o tema em questão. Norka casou-se, e foi
morar na pensão de sua tia. Lá, volta e meia a ajudava na cozinha.
Em 1947, vai para a Rádio
Globo, e Paulo ingressa com ela. 2 anos depois, Norka muda novamente
de emissora, indo para a Mayrink, mas Paulo não a seguiu, seguindo
carreira no cinema. A partir daí começaram conflitos entre o casal,
o que levou a separação do mesmo em 1950.
Mãe de Norka,
Cristina, sua filha, e Norka (1957)
Norka sofreu muito com a
separação, mas em 1951, conhecera o Maestro Franca Villa, que também
trabalhava na Mayrink Veiga, e se casaram. Na ocasião, o anúncio de
seu segundo casamento foi destaque em um jornal da época. A
peculiaridade desse matrimônio, é que o mesmo foi consumado no
Uruguai, não sei se porque na época o governo brasileiro não
aceitava a separação, ou se foi por simples escolha de ambos. Tem
uma filha do Maestro em 1952, chamada Cristina. No mesmo ano, se
separou de Franca Villa.
Ainda no mesmo ano, teve
um romance rápido com o rádioator Paulo Gonçalves.
Por volta de final da
década de 1950, começou a namorar Lauro Fabiano, com quem se casou
logo em seguida. Foi ele que a levou para a dublagem, quando
trabalhava na Riosom, empresa que Norka mais dublou. Se separam por
volta da década de 1970.
Norka casou-se pela
quarta vez logo depois da separação, mas não sabemos o nome de seu
marido. O mesmo faleceu anos antes de Norka.
Dublagem
Na dublagem, ingressou
por volta de final dos anos de 1950, início dos anos de 1960 pela
Riosom, levada por seu esposo, Lauro Fabiano, que narrava, dirigia
dublagem, e dublava no estúdio.
Também chegou a dublar
na CineCastro.
Lauren Bacall em A
Beira do Abismo
Suas principais dublagens
foram em filmes. Entre eles temos a atriz
Lauren Bacall em A Beira
do Abismo e Paixões em Fúria, além de Elizabeth Hintten interpretada
por Ava
Gardner em Lábios Que Escravizam, April Logan
interpretada por Madeleine
Carroll em Legião de Heróis, entre outros.
Beth em Homem Aranha
(1967)
Em desenhos, substituiu
Selma Lopes em Jane Foster em O Poderoso Thor, e foi Beth em Homem
Aranha (1967).
Norka dublou na década de
1960 inteira, mas como a maioria das produções em que deu a voz, ou
pararam de ser passadas, ou foram redubladas (muitas ainda na década
de 1960), e outras foram perdidas, quase não temos registros de seus
trabalhos.
Norka se afastou da
profissão por volta de 1969/70. Não sabemos se seguiu em algum ramo
artístico, ou se se aposentou.
Norka
Smith nos anos de 1990
Norka faleceu em 2 de Março de
1993 de parada cardíaca em sua casa. O enterro foi no dia 3, no
cemitério São João Batista em Botafogo, Rio de Janeiro.
Trabalhos:
Filmes
- Lauren Bacall em A
Beira do Abismo e Paixões em Fúria
- Princesa Pulcheria (Ludmilla
Tcherina) em Átila, o Rei dos Hunos
- Elizabeth Hintten (Ava
Gardner) em Lábios Que Escravizam
- Paula Matrac (Michèle
Morgan) em Passagem Para Marselha
- Cassie (Gypsy Rose
Lee) em Os Xerifes Quarentões
- Elaine Harper (Priscillla
Lane) em Este Mundo é um Hospício
- April Logan (Madeleine
Carroll) em Legião de Heróis
Desenhos
- Jane Foster (segunda voz) em O Poderoso Thor
- Beth em Homem Aranha
Fontes: Correio da Manhã, O Jornal, A Noite, A Manhã, Gazeta de Notícias, Diário da Noite, Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Fon Fon, Augusto Bisson, História da Dublagem, Carlos Amorim, Marcelo Almeida, Taz, Dublanet, Dr. Macro, Canal Web Head Fans, Canal Zosblinha, A Luta Democrática, De Passagem Pelos Nossos Estúdios, Diário de Notícias.