sexta-feira, 26 de abril de 2019

Lima Duarte


Arquivo de Som:

Wally Gator em Wally Gator


Biografia:

Lima Duarte foi um dublador Paulistano.

Início

Ariclenes Venâncio Martins nasceu em 29 de Março de 1930 em Sacramento, Minas Gerais. Foi adolescente para Ribeirão Preto, em São Paulo. Posteriormente, foi morar na capital paulista.

Começou a carreira no Rádio em São Paulo ainda bem jovem, desempenhando várias funções, até chegar a radioator.

Rádio Tupi (SP)

Ingressou no rádio em Maio de 1947, na Rádio Tupi, ficando alguns anos na emissora, e partindo para a TV.

Rádio Difusora

Lima Duarte (1959)

Na Rádio Difusora, que fazia parte dos Diários Associados, comandou o programa PRF-Música (1959), aonde desempenhou o papel de Disc-Jóquei, função na qual se apresentava músicas pedidas por ouvintes.

TV Tupi (SP)

Começou na emissora no primeiro dia de transmissão, em 18 de Setembro de 1950. No início, entre outros, atuava no Tele-Teatro de Cassiano Mendes (1951).

 

Entre as primeiras peças de que fez parte, está Todos Os Filhos de Deus Têm Asas (1951), ao lado de Marita Luisi, e Wilma Bentivegna.


Lima Duarte, José Parisi, e Marly Bueno (1952)

Além dos teleteatros, Lima marcou nas telenovelas. Entre elas, temos: Sua Vida Me Pertence (1951), Algemas de Fogo (1951), Rosas Para o Meu Amor (1952), Tudo Contra Ela (1952), com Lia de Aguiar e Dionísio Azevedo, Os Humildes (1953), de Dionísio Azevedo, ao lado de David Neto, Sangue na Terra (1954), O Destino Desce de Elevador (1954), As Aventuras de Red Ringo (1954), O Preço da Vida (1954), Oliver Twist (1955), Caminhos Sem Fim (1955), Engenho das Almas (1955), Posto Avançado (1955), A Derrota (1955), Ciúme (1955), E o Vento Levou (1956), Alma Sem Deus (1956), O Direito de Amar (1956), O Diabo na Corte (1956), com Dionísio Azevedo, entre outras.

Entre 1959 e 1962, dedicou-se principalmente ao seu programa na Rádio Difusora, retornando depois de um tempo as telenovelas. Entre elas, temos: Cleópatra (1962), A Gata, O Direito de Nascer (1964), Gutierritos (1964), o Drama dos Humildes (1964), O Mestiço (1965), Olhos Que Amei (1965), Um Rosto Perdido (1965), Calúnia, A Ré Misteriosa e Os Irmãos Corsos (1966), Paixão Proibida (1967), O Décimo Mandamento, O Rouxinol da Galiléia e Beto Rockfeller (1968), Toninho On The Rocks (1970), As Bruxas (1970), e A Fábrica (1971).

Na novela Algemas de Sangue (1955), aconteceu um fato curioso. Antes dos últimos capítulos, Lima sofreu um acidente de carro na Rodovia Raposo Tavares, próximo a Sorocaba, quando um caminho bateu em seu carro. Lima ficou internado um tempo. Na ocasião, precisava gravar o final da novela, e por conta de sua internação, o roteiro da novela foi mudado, e Lima fingiu estar internado, acabando gravando o último capitulo da novela na cama do hospital.

Lima Duarte e Dionisio Azevedo (1954)

Também atuou no programa Teatro de Vanguarda, atuando em peças, como: Passos Que Sobem (1954), Ladrão de Cavalo (1954), O Idiota (1955), A Perigosa Aventura (1955), Calunga (1956), Os Homens Precisam de Paz (1956), Doze Homens Furiosos (1957), A Cartomante (1957), Os Cegos (1957), e A Mulher do Baiano (1958).

No programa, atuou ao lado de nomes, como Jaime Barcelos, Odete Lara, Lía de Aguiar, David Neto, Márcia Real, Dionísio Azevedo, entre outros.

Lima Duarte (1956)

Em seriados, atuou em dois clássicos do mundo infanto-juvenil: Lever no Espaço (1957), com Dionísio Azevedo, Jaime Barcelos, Turíbio Ruiz, e Rogério Márcico, e Capitão Estrela (1959), com Dionísio Azevedo, e Henrique Martins.

Também atuou no seriado policial: Aponte o Culpado (1959).

Gastão Renê, Flávio Pedroso, Rita Cléos, e Lima Duarte (1963)

Em programas humorísticos, entre outros atuou em: Ah... Legria Kolynos (1963), atuando algumas vezes ao lado de atores, como Rita Cléos, Gastão Renê, Flávio Pedroso, Catalano, Anilza Leoni, Percy Aires, Marcos Plonka, Goulart de Andrade, e muitos outros.

Participou também do programa Mappin-Philco Espetacular (1963), de produção de Ribeiro Filho.

Rita Cléos, Lima Duarte, e Goulart de Andrade (1963)

Também presentou aos domingos o programa Lima Duarte Show (1963), que durou poucos meses.

Na emissora, também escrevia scripts para programas.

De 1964 à 1971, dedicou-se na emissora somente as telenovelas.

Rede Globo

Foi para a Rede Globo em 1972, indo trabalhar pela primeira vez no Rio de Janeiro. Mal Lima sabia que iria trilhar longa carreira em solo carioca.

Entre seus trabalhos, estão, como estavam na TV Tupi, as telenovelas. Entre elas, temos: O Bofe (1972), O Bem-Amado (1972), Os Ossos do Barão (1973), O Rebu (1974), Pecado Capital (1975), Espelho Mágico (1977), Pai Herói (1979), Marron Glacê (1979), Paraíso (1982), Partido Alto (1984), Roque Santeiro 1985), O Salvador da Pátria (1989), Rainha da Sucata (1990), Meu Bem, Meu Mal (1990), Pedra Sobre Pedra (1992), O Mapa da Mina (1993), Fera Ferida (1993), A Próxima Vítima (1995), O Fim do Mundo (1996), A Indomada (1997), Corpo Dourado (1998), Pecado Capital (1998), Uga Uga (2000), Porto dos Milagres (2001, Sabor da Paixão (2002), Da Cor do Pecado (2004), Senhora do Destino (2004), Belíssima (2005), Desejo Proibido (2007), Caminho das Índias (2009), Araguaia (2010-11), Os Experientes (2015), e I Love Paraisópolis (2015).

Na emissora, também participou de teleteatros, como: O Crime do Zé Bigorna (1974), aonde dirigiu, ao lado de Gonzaga Blota, Aplauso (1979), entre outros.

Em minisséries, atuou em: Tenda dos Milagres (1985), O Tempo e o Vento (1985), Giras e Pirosas (1992), Agosto (1993), Engraçadinha... Seus Amores (1995), Seus Pecados (1995), O Auto da Compadecida (1999), e O Quinto dos Infernos (2002).

Cinema

No Cinema, começou ainda na década de 1940. Entre os filmes que atuou, estão: Quase no Céu (1949), Modelo 19 (1952), O Sobrado (1955), (feito pela tupi), Paixão de Gaúcho (1957), O Grande Momento (1957), Chão Bruto (1958), O Rei Pelé (1963), Trilogia do Terror (1968), Guerra Conjugal (1974), A Queda (1976), Contos Eróticos (1976), O Jogo da Vida (1976), Os Sete Gatinhos (1977), O Crime do Zé Bigorna (1977), O Menino Arco-Íris (1979), Kilas, o Mau da Fita (1979), Sargento Getúlio (1983), Lua Cheia (1987), Corpo (Delito 1988), Boleiros - Era Uma Vez o Futebol (1997), A Ostra e o Vento (1997), O Rio de Ouro (1998), Palavra e Utopia (2000), O Auto da Compadecida (2000), Eu Tu Eles (2000), O Preço da Paz (2003), 2 Filhos de Francisco (2005), Depois Daquele Baile (2005), Espelho Mágico (2005), A Ilha do Terrível Rapaterra (2006), Boleiros 2 - Vencedores e Vencidos (2006), Assalto Ao Banco Central (2011), Família Vende Tudo (2011), Colegas (2012), E a Vida Continua... (2012), e A Busca (2013).

Teatro

No Teatro, esteve nas peças produzidas pelo Teatro de Arena, em São Paulo. Entre elas estão O Testamento do Cangaceiro (1961), com Milton Gonçalves, Nelson Xavier, Riva Nimitz, entre outros, no Teatro de Arena.

 

Os Fuzis da Sra. Carrar (1962), com Ary Toledo, Dina Lisboa, Paulo José, entre outros, no Teatro de Arena.

 

O Tartufo (1964), com direção de Augusto Boal, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri, David José, Myrian Muniz, entre outros, no Teatro de Arena.

 

Arena Conta Zumbi (1965), ao lado de Gianfrancesco Guarnieri,  David José, Dina Sfat, Vanya Sant'Anna, Anthero de Oliveira, e outros, no Teatro de Arena.

 

E, O Inspetor Geral (1966), com tradução de Augusto Boal, e Gianfrancesco Guarnieri, e direção de Diná Sfat, ao lado de Paulo de Tarso, Gianfrancesco Guarnieri, Paulo de Tarso, Yara Amaral, Zeluiz Pinho, entre outros, no Teatro de Arena.

 

O Estranho Casal (1967), Ana Maria Nabuco, Elisabeth Hartmann, Juca de Oliveira, Liana Duval, Osmano Cardoso, Rui Rezende, e outros, no Teatro Ruth Escobar.

 

Em 1969 retorna ao Teatro de Arena,  aonde encenou novamente a peça Arena Conta Zumbi (1969), agora em Nova York, no Saint Clement's Theatre, ao lado de Renato Consorte, Théo de Barros, Vera Regina, e outros.

 

A peça é refeita com outra temática, levando o nome de Arena Conta Bolivar (1970), ao lado Fernando Peixoto, Hélio Ary, Lima Duarte, Renato Consorte, Zezé Motta, no Teatro de Bolso. No mesmo ano, também apresentou a peça na Cidade do México, no México, em Buenos Aires, na Argentina, e em Lima, no Peru. E ao lado de Antônio Marcos, Bibi Vogel, Hélio Ary, Margot Baird, e outros, em Montevidéu, no Uruguai, em 1971.

 

Já no Rio de Janeiro, esteve no ensaio da peça Abajur Lilás (1975), ao lado de Ariclê Perez, Cacilda Lanuza, Osmar Di Piero, e Walderez de Barros. A peça não chegou a estrear por motivos de censura.

 

Bonifácio Bilhões (1975), ao lado de Armando Bógus, Hildegard Angel, e Karin Rodrigues, no Teatro da Praia.

 

Bonifácio Bilhões (1987), com direção e atuação de Armando Bogus, Ana Luísa Folly, e Elizabeth Nunes, no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. Antes de estrear no Rio, a peça viajou pelo Brasil, entre outras passando por São Paulo.

 

Também participou de shows em boates, como foi o caso de De Nero a Zero (1961), ao lado de Dorinha Duval, Flávio Pedroso, Sionara, Nestor Pavani, e Miriam Porciana, na Boate Michel, em São Paulo.


Prêmios

Nas décadas de 1950 e 1960, Lima recebeu diversos prêmios.

Em 1952, ganhou o prêmio como melhor sonoplasta do rádio paulista pelo ano de 1951, feito anualmente pela Associação Beneficente dos Artistas da Rádio Record.

em 1953, foi eleito pela Associação dos Cronistas de Rádio do Estado de São Paulo o melhor tele-ator do ano de 1952.

Em 1954, ganhou o Roquette Pinto como melhor tele-ator do ano de 1953. Também ganhou o Roquette Pinto em 1957, por melhor tele-ator de 1956.

Em 1959, a Rádio Gazeta fez uma pesquisa das pessoas populares da TV, e elegeu Lima Duarte, ao lado de outros artistas, como uma dessas pessoas, lhe presenteando com uma medalha de ouro.

Em 1960, ganhou um prêmio como melhor ator de TV de são Paulo pelo ano anterior.

Entre muitos outros prêmios ao longo da carreira.

Vida Pessoal

Marisa Sanches e Lima Duarte (1956)

No início dos anos de 1950, conheceu a cantora Marisa Sanches (Maria Sanches), também das associadas. Casou-se com Marisa em 1951. Na ocasião, Marisa já tinha uma filha de 1 anos do primeiro casamento, que foi morar com o casal. Mais tarde, essa mesma filha usou o sobrenome do padrasto em sua carreira artística. Ela se chama Débora Duarte. Com Marisa, teve 1 filha: Mônica Duarte (1953). Débora foi casada com Gracindo Junior, com quem teve Daniela Gracindo, e posteriormente se casou com Antônio Marcos, com quem teve Paloma Duarte, que também se tornou atriz. Marisa Sanches também tinha um irmão que trabalhava na TV, era Romeu Sanches, operador na TV Tupi. Lima se separou de Maria em 1961. Maria veio a falecer em 2002, aos 77 anos de idade. Casou-se com RiTVa Yarvinin em 1962, e se separou em 1968. Em 1970, casou-se com Mara Martins, com a qual teve 2 filhos: Pedro Martins, e Júlia Martins. Se separou de Mara em 1989.

Dublagem

Na dublagem apareceu em 1962, ao lado de outros comediantes da TV, como Waldir Guedes, Raimundo Duprat, Gastão Renê, Luís Orione, e Roberto Barreiros, para atuar nos desenhos de Hanna Barbera. O responsável por trazer todos esses talentos, foi Older Cazarré, que estava encarregado da direção de todos os desenhos da empresa.

Manda Chuva, Wally Gator, e Dum-Dum

Suas dublagens mais conhecidas, foram o malandro gato Manda Chuva no desenho de mesmo nome, a segunda voz do amigo de Manda-Chuva, Espeto, o esperto jacaré Wally Gator, e Dum-Dum, o companheiro inseparável de Tuchê em A Tartaruga Tuchê.
 
Lima ficou pouco tempo na dublagem. Chegou a atuar em alguns filmes, mas por volta de 1964, se retina da profissão, para se dedicar integralmente as telenovelas.

Trabalhos:

Filmes

- Capitão Matt Holbrook (Robert Taylor) em Robert Taylor o Detetive
- Hans Beckert (Peter Lorre) em M - O Vampiro de Dusseldorf

Desenhos

- Manda Chuva e Espeto (segunda voz) em Manda Chuva
- Alfie Gator em Patinho Duque
- Wally Gator em Wally Gator
- Dum-Dum em Tartaruga Tuchê

Fontes: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam, Todo Teatro Carioca, Jornal de Notícias - São Paulo, O Governador, Cine Reporter, Il Mascone, Realidade, Jornal da Republica, Nossa Voz, Ego, Wikipédia, Revista do Rádio, Elenco Brasileiro, Hanna Barbera World, Hanna Barbera Wikia, Hero Wikia, Wikipédia.

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