sexta-feira, 26 de abril de 2019

Lígia Rinelli


Arquivo de Som:

 
Terry (Clare Bloom) em Luzes da Ribalta


 

Biografia:

 

Lígia Rinelli foi uma dubladora Carioca.

 

Elenir Girotto Sepúlveda nasceu em 5 de Fevereiro de 1939, em São Carlos, Capital.

 

Início

 

Lígia se mudou cedo para Santos, aonde cresceu. Começou no mundo artístico cantando aos 5 anos de idade na Rádio Atlântica, em Santos. Por volta dos 13 anos, largou o rádio e foi trabalhar no fórum da cidade, virando depois escrevente. Teve que largar o rádio, pois precisava se sustentar, e também ajudar a família nas despesas.

 

Pouco tempo depois, retorna à carreira artística, virando Girl em peças de teatro de revista na em uma boate na Praça Tiradentes.

 

Aos 15 anos, em 1954, se torna garota propaganda em uma emissora de TV em São Paulo.

 

Apesar de ter pensado em se formar em direito, deixou essa idéia de lado por conta da carreira artística.

 

Teatro

 

Casou-se aos 17 anos de idade, em 1956. Três anos depois, em 1959, foi a passeio para o Rio de Janeiro, e encontrou sua amiga Marivalda, que pediu para Lígia acompanhá-la em sua apresentação na Boate Freds.

 

Na época, a boate pertencia a Frederico C. Mello, e o diretor de shows era Maurício Sherman. Maurício ficou interessado em Lígia, e a convidou para atuar no espetáculo, e por estar de férias aceitou, e acabou seguindo carreira no meio.

 

Pouco tempo depois, Carlos Machado comprou a boate, e Lígia, que era apenas modelo nos espetáculos, passou a vedetinha, quando substituíra Anilza Leoni em um show. Posteriormente se tornou vedete, e depois atriz. Também passou pelas companhias teatrais de Colé e Walter Pinto.

 

Lígia Rinelli (1963)


No início da carreira era conhecida como Lígia Sepúlveda, mudando posteriormente para Lígia Rinelli. Seu nome artístico foi a junção do pseudônimo Lígia, com a pronuncia de seu nome, Elenir, ao contrário, ficando Rinele. Seu nome artístico foi mudado pelo cronista Jorge Villar, o Picuca, que era assistente de Carlos Machado.

 

Entre seus trabalhos teatrais, temos primeiramente os realizados na Boate Freds, como Rio, Capital, Samba (1960), ao lado de Paulo Gracindo, Consuelo Leandro, Gina Le Feu, Isra Lex, Paulete Silva, entre outras.

 

Maurício Loyola, Lígia Rinelli, e Abílio Herlander (1961)


Logo em seguida, compõe a Companhia Colé, atuando nas peças, Todas Elas São Barbadas (1960-61), ao lado de Colé, Lilian Fernandes, e Rui Cavalcanti, no Teatro Jardel, e Mulher Só a Francesa (1961), ao lado de Colé, Lilian Fernandes, Rui Cavalcanti, e Márcia Rocha, no Teatro Jardel, e Teatro Natal.

 

Na companhia, atuou ao lado de Rui Cavalcanti, Marília Pêra, Maria Cristina, Marinalva, Mabel Serrano, Lilian Fernandes, entre outros.

 

Lígia Rinelli (1966)


Na Companhia Walter Pinto, esteve em, O Diabo Que a Carregue... Lá Para Casa (1961), ao lado de Iris Bruzzi, Brigitte Blair, Costinha, Afonso Stuart, e outros, no Teatro Recreio.

 

Por volta de 1961, também foi foi uma das certinhas do Lalau, ao lado de Anilza Leroni, Dorinha Duval, Sandra Sandré e Iris Bruzzi.

 

Lígia Rinelli e Sandra Sandré (1961)


Posteriormente volta a Boate Freds, aonde atua nas peças, Marco Pólo 61 (1961), ao lado de Nancy Montez, Maurício Loyola, Geny Vanzio, Paulo Celestino, e Marinalva, Mister Momo (1961), ao lado de Dolly Doll, e Copa Town (1961), ao lado de Marinalva, Renato Consorte, Gladys Ibanez, entre outros, Zelão Boca-Rica (1962), ao lado de Grande Otelo, Gina Le Feu, Tutuca, também no Teatro Jardel, e Samba, Carnaval e Cachaça (1963), ao lado de Teresa Costelo, Vanda Moreno, Rosinda Rosa, Brigite Blair, e Ana Maria Soeiro.

 

Na boate, atuou ao lado de nomes como Monsueto Menezes, Rui Cavalcanti, Paulo Celestino, Jorge Loredo, Dilma Cunha, Marinalva, Renato Consorte, Nancy Montez, Maurício Loyola, Geny Vanzio, e outros.

 

Lígia Rinelli (1966)


Retorna a Companhia Walter Pinto, na peça, A Panela ta Fervendo (1963), ao lado de Marinalva, e Tereza Costelo, no Teatro Recreio.

 

Na companhia, esteve ao lado de Iris Bruzzi, Brigitte Blair, Costinha, Afonso Stuart, Marinalva, Tereza Costelo, e outros.

 

Em 11 de Novembro de 1964, parte para a Europa com a caravana musical de Humberto Teixeira. Por seu sucesso no teatro desde seu início de carreira, se torna a embaixatriz do teatro brasileiro na Europa.

 

Odilon Del Grande, Grande Otelo, e Lígia Rinelli (1965)


No ano seguinte, estréia na revista, Samba Quatrocentão (1965-66), ao lado de Grande Otelo, Odilon Del Grande, Mizro Barroso, e Marlene Rosário, no restaurante Rio 1800, em Ipanema, Rio de Janeiro.

 

Posteriormente, atua em shows com Carlos Melo na Boate Michel, ao lado de Zezé Macedo, Carla Nell, Grande Otelo, e outros, em 1967.

 

Um tempo depois, atua na peça, De Olho Nelas (1969), ao lado de Rogéria, José Miziara, Marcia Lustosa, Ricardo Sandrini, e outros, na Boate Michel.

 

No ano seguinte, atua na peça, Com Elas Pra Frente (1970), ao lado de Silva Filho, Brandão Filho, Nilza Magalhães, Manula, e Íris Sena, no Teatro Carlos Gomes.


Lilian Fernandes, Zélia Martins, Teresa Nicols, Carlos Machado, Regina Célia, Lígia Rinelli, e Ester Tracitano (1971)


Em 1971, Carlos Machado volta aos palcos com um espetáculo na Boate Macumba, e recebe uma homenagem de seis das vedetes que ajudou a despontar a carreira. Entre elas Lilian Fernandes, Zélia Martins, Teresa Nicols, Regina Célia, Lígia Rinelli, e Ester Tracitano.

 

Anos depois, esteve em, Week-End (1977), comédia de Noel Cowar, com tradução de Roberto de Cleto, e direção de Alcides Melo, ao lado de Lia Farrel, Guilherme Martins, Margarida Silva, Tânia Aguiar, e Sinval Beltrão, no Teatro Ginástico.

 

Em 1999, suas fotos estiveram na amostra Nostalgia em Revista (1999), de Luiz Cláudio, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, que mostrava fotos de todas as mais famosas vedetes do país, como Dercy Gonçalves, Virgínia Lane, Nélia Paulo, Renata Fronzi, Maria Ompeu, Wilza Carla, Mara Rúbia, Lilian Fernandes, Zélia Hoffman, Anilza Leoni, Berta Loran, Íris Bruzzi, Luz Del Fogo, Norma Bengell, Rosinda Rosa, e muitas outras.

 

Na amostra, também havia informações das peças de revista, os locais aonde aconteceram, os empresários de maior sucesso da época, entre outras informações.

 

TV Tupi (RJ)

 

Na TV, uma de suas primeiras atuações foi na Tupi.

 

Lígia Rinelli (1962)


Entre os programas que participou, está, Qual é O Assunto (1962), ao lado de M. Nazareth, Hamilton Ferreira, Milton Carneiro Clara Beatriz, e outros.

 

TV Rio

 

Em 1962, Wilton Franco foi à Boate Freds, e conheceu Lídia. Após isso, foi pedir a Paulo Celestino que a levasse para a TV Rio. Paulo gostou de Lídia, e levou-a para a emissora para atuar ao seu lado no quadro, Alô, Alô, Benzinho (1962).

 

Lígia Rinelli (1966)


Também participou de outros humorísticos na emissora, como O Show do Golias (1964), e do quadro Gozador, no programa O Riso é o Limite (1964), ao lado de Matinhos e Jaime Barcelos.

 

Esteve na emissora entre 1962 e 1964, tendo nunca sido contratada pela mesma.

 

TV Record

 

Na mesma época, também atuava em São Paulo, na TV Record. Nesse caso, já com contrato. Na emissora, era conhecida como uma das Bom-Bons de Chocolate.

 

TV Excelsior (RJ)

 

Em Maio de 1964, foi contratada pela TV Excelsior do Rio. Na Excelsior, atuou no quadro Baby Doll do programa My Fair Show (1964), ao lado de Marinalva. Ficou na emissora até 1965.

 

TV Rio

 

Lígia Rinelli (1966)


No ano seguinte, esteve no programa de entrevistas com o público masculino, Agora é Que São Elas (1966), ao lado de Carmem Verônica, Eloá Dias, Lúcia Gerck, Glória Cometh, Bilza Benes, Leila Miranda, Wilza Carla e Tânia Sherr. Chegaram a entrevistar, entre outros, Sérgio Porto, Jacinto Figueira (o Homem do Sapato Branco), e Chacrinha.

 

TV Tupi (RJ)

 

De volta à TV Tupi, esteve no programa, Tribunal dos Deuses (1966), ao lado de Melo Júnior, Alberto Perez, e outros.

 

TV Excelsior (RJ)

 

Em 1967, tem mais uma passagem pela TV Excelsior do Rio.

 

TV Bandeirantes

 

No mesmo ano, retorna à São Paulo, e atua no programa, Show de Mulheres (1967), ao lado de Marivalda, Marly Marley, Anick Malvil, Aizita, Vininha de Moraes, e Geraldo Del Rey.

 

TV Rio

 

Anos depois, está de volta à TV Rio, atuando em Musical Milionário (1970), programa de variedades apresentado por ela ao lado de Henrique Laufer.

 

Rede Globo

 

Posteriormente, ingressa na Rede Globo, na qual atuou nas novelas Os Gigantes (1979), Plumas & Paetês (1980), Jogo da Vida (1981), Guerra dos Sexos (1983), e Meu Nome é Coragem (1984).

 

Rádio Mayrink Veiga

 

Em Abril de 1964, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga para participar do Miss Campeonato (1964-65), em cima do Campeonato Carioca de Futebol, com apresentação de Chico Anyzio, ao lado de Zé Trindade, Matinhos, Alegria, Altivo Diniz, Duarte de Morais, Aldo César, e outros.

 

Vida Pessoal

 

Lígia casou-se aos 17 anos de idade, em 1956.

 

Julio Senna e Lígia Rinelli (1963)


Em 1963, já separada, namorou com Luís Haroldo, assistente de direção artística. Em 1963, também teve um breve namoro com um milionário conhecido como Lopes.

 

Em 1964, adotou um casal de gêmeos, chamados André e Andrea. Em 1964, casou-se com Oscar Batista. Separou-se do mesmo em 1966.

 

Em 1975, fica noiva de Almir Lock, repórter conhecido na época como o Repórter Charme. Na década de 1980, foi casada por dois anos com o ator e dublador Sílvio Navas.

 

Em alguns lugares apareceu apresentada pelo nome de Helenir Guzzi Guatura. Acreditamos que seja algum sobrenome de casada.

 

Dublagem

 

Na dublagem, entrou em 1975, passando por empresas como Herbert Richers, e Peri Filmes. Esteve na profissão até o ano de 1989.

 

Em 1980, foi feito um disco chamado Super-Homem e o Dia Em Que o Maracanã Desapareceu (1980). Nele foi convidado o dublador do Super-Homem do desenho, Gualter de França, e com ele outros dubladores, para interpretar os diversos personagens da história. Entre eles Lígia Rinelli, que foi convidada para interpretar a personagem Mirian Lane (Lois Lane).

 

Raquel Welch


Entre suas dublagens, ficou conhecida por dublar atrizes como Carmen Miranda, Claudia Cardinele, Susan Hayward, entre outras. Foi Janet Leigh em Psicose, Clare Bloom em Luzes da Ribalta, e Raquel Welch em 100 Rifles e O Preço de Um Covarde, alem de vários desenhos, por ter facilidade de fazer vozes infantis.

 

Mulher-Leopardo


Se aposentou por volta de 1996, e foi morar no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. Chegou a escrever um livro sobre o Retiro dos Artistas em 2010, mas veio a falecer por essa época, e não sabemos se o livro chegou a ser concluído, ou pelo menos lançado.

 
Trabalhos:

 

Filmes

 

- Raquel Welch em 100 Rifles, e O Preço de Um Covarde
- Terry (Clare Bloom) em Luzes da Ribalta

- Marion Crane (Janet Leigh) em Psicose

- Shirley Delwy (Betty Garrett) em A Bela Ditadora

- Ann Kay (Dawn Addams) em Um Rei em Nova York

- Yvonne La Salle (Helene Heigh) em Monsieur Verdoux

- Tylette (Gale Sondergaard) em O Pássaro Azul

- Kitty (Amanda Blake) em Gunksmoke - A Lei do Revolver

- Vesper Lynd / 007 (Ursula Andress) em Cassino Royale (1967)

- Ann Kay (Dawn Addams) em Um Rei em Nova York

- Nancy Ingersoll (Anne Francis) em De Caniço e Samburá

- Zee James (Hope Lange) em Quem Foi Jesse James

- Jenny Gifford (Terry Moore) em Entre o Céu e o Inferno

 

Desenhos

 

- Mulher-Leopardo em O Desafio dos Super-Amigos

 

Fontes: Silvio Navas, Acervo Pessoal, Todo Teatro Carioca, Baú do Maga, Revista do Rádio, Jornal do Brasil, Diário Carioca, O Cruzeiro, Diário de Notícias, Tribuna da Imprensa, Ergina Regina Esteves, Revista Manchete, Revista Intervalo, Diário da Noite, Correio da Manhã, Jornal do Commercio, Revista do Rádio, Elenco Brasileiro.

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