Biografia:
Carla Civelli foi uma
diretora de dublagem Carioca.
Início
Carla Civelli
(pronuncia-se Tivelli) nasceu em 1 de Fevereiro de 1920, em Milão,
Itália. Nascida em família militar, Carla desde cedo era apaixonada
pelo cinema, junto com o irmão Mário Civelli.
Cinema na Itália
Formou-se na escola
Sacre-Coeur, e anos mais tarde estudou música e harpa, chegando a
ser concertista por volta dos 18 anos de idade. Por permissão do seu
avô, Mário começa a estudar cinema por volta de 1936, e Carla segue
os caminhos do irmão um tempo depois. Carla teve como dois grandes
professores na arte da montagem de filmes, Marcello Pagliero e Mário
Serandei.
Com o início da segunda
guerra mundial, por volta de 1939, seu pai deixa o posto de general,
por haver mudanças dentro do governo, se exila da Itália, e falece 3
anos depois. Nessa ocasião, Mário e Carla tiveram que fazer pequenos
filmes mostrando os horrores da guerra.
Por volta de 1946, Mário
aceita o convite para ser assistente de direção de Dino de Laurentis
em filmes no Brasil.
No mesmo ano, Carla
trabalha como supervisora de roteiro no filme Un Americano In
Vacanza, traduzido no Brasil na ocasião para Um Ianque na Itália.
Cinema no Brasil
Em 1947, Carla vai para
São Paulo trabalhar com o irmão, o qual já era diretor dos filmes de
Laurentis.
Em 1948, vai trabalhar na
Atlântida Cinematográfica, de Fénelon e os irmãos Burle. Lá faz
alguns trabalhos de relevância. Entre eles É Com Este Que Eu Vou
(1948), como assistente montadora, e como montadora em O Caçula do
Barulho (1949).
Carla Civelli ao lado
do corpo técnico da Cinematográfica Maristela (1951)
Logo depois retorna para
São Paulo, ingressando na Cinematográfica Maristela, que tinha como
diretor e escritor seu marido. Trabalha como montadora nos filmes
Presença de Anita (1951) e Suzana e o Presidente (1951), ambos
escritos e dirigidos por Ruggero.
Nota sobre A Família
Lero-Lero (1953)
Na mesma época também
trabalhar na Vera Cruz, trabalhando nos filmes Caiçara (1950), como
assistente montadora, O Cangaceiro (1953), montando os negativos de
som, e A Família Lero-Lero (1953) e Esquina da Ilusão
(1953), como como assistente montadora. Esse último dirigidos por Ruggero.
Ruggero
Jaccobi, Dulce de Brito e Mário Civelli (1952)
Em 1952, seu irmão Mário
Civelli monta uma cinematográfica chamada Cinematográfica
Multifilmes, na qual ela também atua, nos filmes O Craque (1953) e A
Sogra (1954). Ela também participa em outras películas em
cinematográficas de menos expressão. Em 1954, da uma pausa no Cinema
para se dedicar a TV, e posteriormente se dedica ao Teatro.
Em 1957 volta a trabalhar
com seu irmão, Mário Civelli, que escreveu e dirigiu o documentário,
O Grande Desconhecido.
Nota do Correio da
Manhã de 3 de Novembro de 1971
O único filme dirigido
por Carla, foi Um Caso de Polícia! (1959), com o apoio de Giussepe
Baldacconi, que foi o responsável pela produção e montagem do filme.
O roteiro ficou a cargo de Dias Gomes, que Giussepe contratara. No
elenco do filme, figurinhas tarimbadas da TV Rio, como Renato
Consorte, Cláudio Corrêa e Castro, Mara Di Carlos, Glória Ladany,
Glauce Rocha, entre tantos outros. Muitos desses Carla convidou para
ingressar na dublagem, quando ainda dirigia dublagem na ZIV, estúdio
de dublagem que funcionava dentro da TV Rio.
Teatro
Em 1947, na mesma época
que chegou em São Paulo, chega
a companhia Piccolo Teatro Di Milano, que tinha como diretor Ruggero
Jacobbi, pelo qual Carla se apaixonou, e se casou.
Por conta desse
relacionamento com Ruggero, começa a atuar no teatro. Fazia
roteiros, escrevia peças, controlava a direção. Era uma espécie de
assistente de teatro.
Em 1949, ingressa com Ruggero no
grupo Teatro dos Doze no Rio de Janeiro, aonde traduz Tragédia em New York
(1949), Simbita e o Dragão (1949) (também no Teatro Alvorada), e Arlequim,
Servidor de Dois Amos (1949), todas no Teatro Ginástico.
Pelo grupo, passaram os artistas
Antônio Ventura, Elísio de Albuquerque, Jaime Barcelos, Luiz Linhares, Renato
Restier, Sergio Britto, Sérgio Cardoso, Wilson Grey, Zilah Maria, Tarciso
Zanotta, Rejane Ribeiro, e Beyla Ganauer.
Indo para São Paulo, entra para o
Teatro Brasileiro de Comédia, aonde traduziu a peça A Ronda dos Malandros
(1950), com direção de Ruggeri Jacobbi, com o elenco Cacilda Becker, Nydia Licia,
Ruy Affonso, Sergio Cardoso, Zilah Maria, Marina Freire, e grande elenco.
No mesmo ano, esteve na peça O Homem,
a Besta e a Virtude (1950), dirigindo ao lado de Sérgio Britto, com o elenco de
Jaime Barcelos, Luiz Linhares, Madalena Nicol, Rejane Ribeiro, no Teatro Royal,
em São Paulo.
Ainda no mesmo ano, atua como
assistente de direção do monólogo A Voz Humana (1950), de Jean Cocteau, com
montagem e direção de Ruggero Jacobbi, com o elenco de Madalena Nicol, no Teatro
Royal.
Em mais uma montagem de Ruggeri
Jacobbi, Carla traduz a peça Electra e Os Fantasmas (1950), com o elenco Elísio
de Albuquerque, Luiz Linhares, Madalena Nicol, Myriam Carmen, Rejane Ribeiro,
Sergio Britto, e Tito Fleury, no Teatro Royal.
A última montagem do ano de Ruggero
foi Lady Godiva (1950), aonde atuou como assistente de direção, com o elenco
Luiz Linhares, Sergio Britto, e Zilah Maria, no Teatro Royal.
No ano seguinte, ingressa na
Sociedade Paulista de Teatro, aonde dirige a peça O Atentado (1951), de W. O.
Somin, com elenco de Madalena Nicol, e Sérgio Brito, no Teatro São Paulo, e
posteriormente no Teatro de Cultura Artística.
Em 1952, traduz a peça O Tenor
Desafinou (1952), no Teatro Municipal, com elenco do Teatro Cômico da Sociedade
Paulista de Teatro. Entre eles Sérgio Britto, Jayme Barcelos, Xandó Batista,
Elísio de Albuquerque, Silvia Orthof, Salma Yanni, Cecília Garofalo, e David
Garofalo.
Um tempo depois retorna
aos palcos dirigindo pela Companhia Vera Nunes, as peças Pancada de Amor (1953), no Teatro
de Cultura Artística, e Teatro Colombo, e Para Servi-la, Madame (1953), no Teatro São Paulo, e Fugir,
Casar ou Morrer (1953), no Teatro de Cultura Artística.
Na companhia passaram
Dinah Mezzomo, Eny Autran, Italo Rossi, Walmor Chagas, Dany Darcel,
Francisco Arizza, Honório Martinez, Vera Nunes, entre outros.
No mesmo ano, cria a
companhia Teatro Permanente das Segundas-Feiras, aonde, traduz a
peça O Pequinez e o Diploma (1953), no Teatro Tinb, dirige Pinocchio
(1954), no Teatro Tinb, dirige O Pensamento (1954), no Teatro Tinb,
dirige a peça O Empréstimo (1954), de Clô Prado, no Teatro Leopoldo Froes,
dirige Conflitos Sem Paixões (1954), no no Teatro Tinb, dirige O Prazer da Honestidade (1954), aonde também atua, no Teatro
Leopoldo Froes, O Mais Feliz dos Três (1954), no Teatro Leopoldo
Froes, e Os Três Maridos de Madame (1955), no Teatro Leopoldo Froes.
Uma curiosidade. Na peça O Mais Feliz
dos Três, a mãe de Carla Civelli desenhou e costurou os chapéus de época que
aparecem na peça.
A companhia passa por problemas em
meados de 1954, e vários artistas ajudam Carla. Entre eles, a Companhia Os
Artistas Unidos, que cederam seu dia de folga semanal no Teatro Leopoldo Froes
para Carla apresentar suas peças. Também foi convidada para representar suas
peças no Teatro da Cidade, quando o mesmo estivera funcionando.
Pela companhia, passaram Marly Bueno, Augusto Machado de Campos,
Walmor Chagas, Neide Landy, Theo Braga, Gaetano Cherardi, Herval Rossano, Marcia
de Oliveira, Luís Campos, entre outros.
Em seguida, dirige a peça O Prazer da
Honestidade (1955), com elenco de Célia Helena, Floramy Pinheiro, Ítalo Rossi,
Jorge Fischer Jr., José Renato, e Rubens de Falco, no Teatro de Arena.
Em 1955,
surge o convite de ir novamente para o Rio de Janeiro, para dirigir
Cacilda Becker em um espetáculo.
Lucrécia
Bórgia (1955)
No mesmo ano, Carla
começa a trabalhar em parceria com Dercy Gonçalves em sua companhia, a dirigindo em
diversos espetáculos. Entre eles está Lucrécia Borgia (1955), no
Teatro Glória, no Rio de Janeiro, e no Teatro de Cultura Artística, em São
Paulo, Miloca, Recebe Aos Sábados
(1955), no Teatro Serrador e Teatro Glória no Rio de Janeiro, e no
Teatro Santana e Teatro de Cultura Artística, em São Paulo, É Das Birutas Que Eles Gostam
Mais (1956-57), no Teatro Glória, no Rio de Janeiro, e no Teatro de
Cultura Artística, em São Paulo, Violante Miranda (1958), no Teatro Rival, no
Rio de Janeiro, e no Teatro de Cultura Artística, em São Paulo.
Na companhia, passaram os artistas Cataldo, Déa Silva, Dercy Gonçalves, Domingos Terras,
Jorge Diniz, Luiz Tito, Nena Napole, Roberto Duval, Waldemar
Rocha, Palmeirim Silva, Luiz Cataldo, Luiz D'Avila, Lana Alba, Dea Selva, Júlia
Farnese, entre outros.
Dercy se torna amiga de Carla, como
mencionou em uma entrevista, e Carla costumava dar muitas dicas,
inclusive na vida pessoal de Dercy, por conta dessa proximidade.
Ruggero Jaccobi também
chegou a dirigir uma peça de Dercy, chamada A Dama das Camélias
(1956).
Carla escreveu um texto
que foi contado em um programa chamado Cultura Artística na TV,
mencionando o quanto era difícil dirigir Dercy Gonçalves. Nele conta
as peculiaridades da atriz, e faz os críticos de TV e o público
darem risada.
Por conta de sua longa
atuação no teatro no Rio de Janeiro, ganha em 1955, o prêmio de uma
das melhores diretoras teatrais do Brasil pela peça O Mais Feliz dos
Três.
Luta Até o Amanhecer
(1958)
Retorna ao teatro
posteriormente, se destacando mais uma vez em uma peça, agora como
tradutora, chamada
Luta Até o Amanhecer (1958), de Ugo Betti, com o elendo de Beyla
Genauer, Danton Vampré Jr., Henrique Osvaldo, Isabel Teresa, Labanca, Napoleão
Moniz Freire, e Rubens Corrêa, ido aos palcos do Teatro Leme, no Rio de Janeiro.
Posteriormente traduz a peça
Arlequim, Servidor de Dois Patrões (1965), com o elendo de Aníbal Marotta,
Antônio Duarte, Celina Whately, Flávio São Thiago, Hélio Alves, José Rodrigues,
Leila Renato, Olney Barrocas, Pedro Proença, Regina Gudolle, E Sérgio Maron, no
Teatro Tablado.
TV Paulista
Nota da Revista do
Rádio (1954)
Com a chegada da
televisão, Carla vai trabalhar com peças teatrais na TV Paulista,
dirigindo diversos atores e atrizes de sucessos por vários anos.
Ficou muito conhecida por dirigir peças de Nicette Bruno, no
programa Teatro de Nicette Bruno na emissora, em 1954.
Também dirigiu as peças
As Aventuras de Suzana (1954), com Sérgio Britto, Renato Côrte Real e
Vera Nunes, e com seu marido como produtor, e Cidinha é Meu Amor
(1954), ao lado de Cacilda Becker e Jardel Filho, entre tantas outras
peças de sucesso.
TV Tupi (SP)
Também na década de 1950,
trabalha no Grande Teatro Tupi na TV Tupi de São Paulo.
Carla em seu início pra
TV, também trabalhou na parte de adaptação, iluminação e cenários
para as emissoras em que trabalhou.
TV Rio
Logo da TV Rio
Por volta de 1955,
retorna a televisão, agora na TV Rio, emissora que seguiu longa
carreira, e que foi o ponto de partida dela para a dublagem. No
canal, foi a diretora das peças do programa Teatro Philco com
Cacilda Becker, ao lado do marido Ruggero Jacobbi que adaptava as
peças. Em 1957 o programa vai para a Record com o nome de Teatro de
Cacilda Becker, já não mais com Carla na direção.
Carla também chegou a
atuar, fez uma lady inglesa em O Fantasma de Canterville (1955), ao
lado de Cacilda Becker.
Estúdio V (1958)
Em 1958, começou a
dirigir o programa Estúdio V, que ia ao ar todas as segundas-feiras.
Depois o programa passou para os domingos com o nome de Teatro dos
Domingos, posteriormente mudado para Studio 13. Esse programa começou como
experimental, e depois se tornou fixo na grade do canal. O programa
revelou muitos nomes da comédia na televisão, graças a ajuda de
Carla. Nele trabalhou ao lado de diversos atores e atrizes
conhecidos, como Clô Prado, Cleide Yaconis, Margarida Rey, Dulcina,
Rodolfo Mayer, Nídia Lícia, Walmor Chagas, entre tantos outros.
Entre as peças feitas no
programa, estão O Laço de Fita (1958), Dança dos Bilhões (1958),
Ernesto de Tal (1958),
Nota da Revista do
Rádio (1959)
Além de peças teatrais, também dirigiu novelas, entre elas
Está Escrito no Céu (1958), A Mulher de
Branco (1958), Pollyana (1958), com Leila Cavalcanti, Cabocla (1959),
e Helena (1959). Também foi roteirista na emissora, tendo, entre outras, escrito a
novela Pollyana (1958).
TV Tupi
(RJ)
Também atuou na TV Tupi
carioca, entre outras funções traduzindo peças para o canal. Esse
era outro dote da diretora, que também atuou dessa maneira algumas
vezes no teatro e em outras emissoras de televisão.
Vida Pessoal
Carla tinha como irmão
Mario Civelli que também era cineasta.
Em 1947, conhece o
diretor Ruggero Jacobbi, que trabalhava na companhia Piccolo Teatro Di Milano,
com quem namorou e se casou.
Por volta de 1958/59, se
divorcia de Ruggero Jacobbi, o qual muda-se para Porto Alegre para
ser professor de teatro, e posteriormente retorna à Itália. Pouco
tempos depois, Carla conhece o ator Giussepe Baldacconi, com quem
teve uma relação estável, indo ambos morarem juntos um tempo depois,
sem matrimônio.
Dublagem
A dublagem surgiu na vida
de Carla, graças a TV Rio. Na ocasião, Carla era diretora de peças
teatrais e novelas na emissora, e por conta disso é convidada pela
emissora para dirigir em seu futuro estúdio de dublagem pra TV
inaugurado dentro do estúdio, chamado ZIV.
Carla Civelli
O estúdio foi criado
entre uma parceria da primeira empresa de dublagem mexicana pra TV,
a Rivatón de América S.A., e a distribuidora americana ZIV
Television Programs, Inc, detentora de vários títulos famosos na TV
Americana. Assim foi criada a ZIV, que era comandada pelo técnico de
som espanhol, e sobrinho de Adolfo De La Riva, dono da Rivatón,
Carlos De La Riva Sáez.
Com o fim do estúdio por
volta de 1959, Carla se interessa por essa vertente artística e
resolve abrir um estúdio próprio, porém, a Herbert ficou sabendo
sobre isso, e tentou impedi-la (não sabemos se judicialmente ou
não), alegando que por ela ser estrangeira não naturalizada
brasileira, não podia criar uma empresa em seu nome. Então Carla
conheceu Aloísio Leite Garcia, com quem fez uma parceria, sendo ele
o dono do estúdio, e ela provavelmente como sócia, e também entrando
com o capital para tal. Por conta desse problema com a Herbert,
nunca se mostrava oficialmente dona ou sócia do estúdio, passando-se
sempre por apenas diretora artística da casa, talvez com medo de uma
represália da Herbert, e com isso sua empresa poderia ter problemas
na justiça, ou acabar tendo uma imagem negativa no mercado.
Nascia então a CineCastro,
um dos berços da dublagem carioca, e uma das escolas de dublagem
mais completas que o Rio de Janeiro e o Brasil já teve.
A origem do nome
CineCastro tem tudo a ver com a história de Carla Civelli.
Desfragmentando o nome, Cine vem de Cinema, por se tratar de um
estúdio de cinema, que eram os estúdios mais completos para tal, e
Cinema também significa arte de fixar e reproduzir imagens, e
Castro, que do italiano significa Castelo, Fortaleza. Palavra usada
na época do império romano, que localizava-se em Roma, na Itália,
sua terra natal. Assim sendo, um fortaleza da reprodução artística
de imagens, com um toque italiano.
Carla não só era dona,
como também era diretora artística e de dublagem da casa. Chamava os
atores que conhecia do tempo de TV Rio, e artistas do Rádio,
principalmente da Rádio Nacional. Com o volume de trabalho na
empresa, acaba abandonando a televisão, o teatro e o cinema.
No estúdios desfilaram
grandes artistas da TV, Teatro e Rádio, primeiramente tendo uma
forte influência da TV e do Teatro, como por exemplo Nicette Bruno,
Mara Di Carlo, Cláudio Cavalcanti, Natália Timberg, Theresa Amayo, Hugo Carvana,
Maria Fernanda Meireles, Cecília Meireles, Sérgio Cardoso, Miéle, Dorinha Duval, Daniel
Filho, Tito de Míglio,
Cláudio Corrêa de Castro, Adriano Reys,
Diana Morel,
Glória Ladany,
Norma Blum, Sônia de Moraes,
boa parte deles da TV Rio, e outros do Teatro. Já do
Rádio pessoas como Neuza Tavares, Domício Costa, Luiz Manoel, Rodney
Gomes,
Paulo Gonçalves, Isaac Bardavid, Neyda Rodrigues, Ângela Bonatti,
Pádua Moreira, Carmen Sheila, Waldyr Sant’anna, Ronaldo Magalhães,
Cordélia Santos,
alguns deles
á trabalhava com ela na ZIV, outros vieram por indicação dos
colegas, e outros da Herbert, que já estava inseridos no mercado, e
foram a procura de novos estúdios para trabalhar.
Entre suas direções de
dublagem, estão desenhos, séries e filmes como O Príncipe
Dinossauro, Bat Masterson, Os Intocáveis, O Grupo, entre tantas
outras.
Com o tempo, Carla foi
criando um cast de diretores de dublagem na empresa para lhe
darem suporte, como Allan Lima, Milton Rangel, Ary de Toledo, Ângela
Bonatti, Luiz Manoel, Roberto Maia, Alberto Perez, entre tantos
outros.
Por volta de 1971, Carla
resolve expandir seu mercado, e cria estúdios em São Paulo, pedindo
para Emerson Camargo cuidar dos mesmos. Lá obteve o elenco da AIC e
Odil Phono Brasil, e diretores de dublagem como Silvio Navas, o
próprio Emerson Camargo, José Miziara, entre outros. Também
costumava mandar dubladores do Rio para dublarem em algumas
produções no estúdio. Em 1973, Emerson se retira da dublagem como um
todo, e José Miziara fica em seu lugar. Alguns meses depois, Carla
pede a Miziara para ir dirigir dublagem na CineCastro do Rio,
deixando Carlos Campanile em seu lugar, ficando no comando da filial
paulista por alguns meses, quando a mesma fecha as portas.
Nota do Jornal do
Brasil de 11 de Janeiro de 1975
Em 1973, Carla se retira
da CineCastro, e vai trabalhar na empresa de dublagem Televox, de
Paulo Amaral, localizada no bairro de Flamengo. Pouco tempo depois,
por conta do crescimento da Herbert Richers pela parceria com a
gigante Rede Globo, e por ter gasto muito dinheiro com a filial
paulista, a CineCastro acaba sendo comprada pela Televox, tendo no
ano seguinte, em 1974, sido batizada como Televox. O estúdio
funcionou até 1975.
Na Televox, dirigiu
algumas produções, como A Pantera Cor-de-Rosa, O Ataque dos Mil
Aviões, entre outros.
Com o fim da empresa,
Carla tentou voltar para o cinema. Chegou a trabalhar com o marido,
Guiseppe, no filme O Seminarista em 1977, no departamento de som.
Seu marido era o editor do filme. Provavelmente trabalharam juntos.
No filme tinha Ida Gomes, outra de suas amigas do tempo da TV, que
levou para a CineCastro anos antes.
Na época, foi
diagnosticada com Leucemia. No final de 1977, foi hospitalizada em
estado grave no Hospital do 4º Centenário, vindo a falecer em 11 de Novembro de 1977, deixando
uma sobrinha, muitos colegas e amigos
desamparados, e o público de um trabalho primoroso como só ela sabia
fazer.
Trabalhos de Direção
de Dublagem:
Filmes
- O Grupo (1966)
- O Ataque dos Mil Aviões
- A Malvada
- A Pantera Cor-de-Rosa
(1963)
Séries
- Bat Masterson
- Os Intocáveis
- I Love Lucy (1ª
Dublagem)
Desenhos
- O Príncipe Dinossauro (Kaiju
Ouju)
Fontes: Acervo Pessoal, O Cruzeiro, Revista do Rádio, Wikipédia, Antonieta Matos, Carmen
Sheila, IMDB, Portal Brasileiro de Cinema, A Scena Muda, Jornal das
Moças, Virginia Maria de Souza Maisano Namur, Carlos Amorim, Rafael
de Luna Freire, História da Dublagem, Wikia, Origem do Sobrenome,
Italiamiga, Portal Brasileiro de Cinema, Estadão, Roda Viva Fapesp,
Dublanet, Lionel23, Márcio Seixas, Correio da Manhã, Sumara Louise, Paulo Borges,
Acervo Memória Civelli, Patrícia Civelli, Última Hora, Radiolândia,
Imprensa Oficial.