domingo, 19 de janeiro de 2020

Mara Di Carlo


Arquivo de Som:

Diana Prince / Mulher Maravilha (Lynda Carter) (primeira voz) em Mulher Maravilha



Biografia:

Mara Di Carlo foi uma dubladora Carioca.
 
Teresinha Amélia Pezzodipane, nasceu em Sorocaba, São Paulo no dia 5 de Dezembro de 1935.

Início

Mara começou a carreira aos 9 anos de idade em 1945, fazendo rádionovelas na Rádio Clube de Sorocaba. Na ocasião, também coordenava no colégio peças teatrais e de balé.

Apesar da ligação com a carreira artística, seu sonho era ser professora. Por isso, foi para São Paulo por volta de 1953, e ingressou no curso de magistério.

TV Record

Mara Di Carlo e Cleide Açai (1955)

Também por volta de 1953, atuou na TV Record, de onde, muito provavelmente tirava o dinheiro para pagar o curso. Desde o inicio da carreira já adotou o nome de Mara Di Carlo.

Na emissora, entre outros, atuou no programa É Proibido Falar (1954). Também atuou em Teatro Retrospectiva, interpretando peças. Foi nesse programa que deu seu primeiro beijo artístico, no ator Fábio Cardoso.

Mara Di Carlo (1957)

Também atuou na novela Os Piratas do Arquipélago (1956), inspirada em um dos livros de Júlio Verne. Na emissora também cantava, aonde acabou se tornou cantora de jingles.

Se formou em 1955, mas acabou não conseguir seguir carreira, saindo da TV Record em 1956, quando aceitou o convite de Barbosa Lessa para ingressar no seu grupo folclórico, Os Galdérios, aonde faziam parte também Henrique Cesar, Breno Tin, Neneco, Joselita Alvarenga, Riva Nimitz, e outros.

Nenéco (1963)

O grupo fazia turnês pelo Brasil. Na ocasião, se apaixonou por Neneco, um dos vocalistas do grupo. Mas ao ver que o romance não estava dando certo, terminou-o, e para não conviver de forma desgastada com seu ex, deixou o grupo. Na época, estavam em Porto Alegre, e Mara pegou um avião de lá para o Rio de Janeiro.

TV Rio

Chegando na capital carioca, foi assaltada, e ficou apenas com a roupa do corpo e pouco dinheiro na bolsa. Conseguiu se virar na cidade, e pouco tempo depois conseguiu o convite para ingressar a TV Rio. Isso ainda em 1956.

Mara Di Carlo (1958)

Na emissora, trabalhou como garota propaganda, na qual fazia anúncios no canal. Também faz pequenas participações em teledramas da casa, como A Mulher de Branco (1958), O Laço de Fita (1958), Dança dos Milhões (1958), além de Pedacinho de Gente, Última Folha, escrita especialmente para Mara, mas é na comédia que se destaca.

Chico Anísio e Mara Di Carlo (1960)

Sempre bem humorada, Mara atuava muito em comédias no canal ao lado de Chico Anysio, Urbano Lóes, Mário Senna, Renato Consorte, Ema D'Ávila, Wilton Franco, Henriqueta Brieba, João e Jorge Loredo, e muitos outros. Entre os programas humorísticos em que participou, estão Escolinha da Juju (1958), TV Riso-Riso (1959), A Escolinha de Dona Yayá (1960), Só Tem Tam-Tam (1960), Noites Cariocas (1960-61), aonde fazia dupla com Zé Bonitinho, e também dupla com Chico Anysio no quadro Valentino e Lolita, entre outros.

João Loredo e Mara Di Carlo (1958)
 
Em novelas, atuou em Está Escrito no Céu! (1958), de Pedro Anisio, com produção e atuação de João Loredo, e direção de Carla Civelli, e Helena (1958).

TV Paulista

Mara Di Carlo e Walter D'Ávila  (1962)

Passou pela emissora paulista da OVC por volta de 1960, sempre fazendo participações e retornando ao Rio. Na emissora, entre outros, esteve no programa Comédia, Pão e Manteiga (1960-61), uma paródia de Noites Cariocas da TV Rio, com vários atores e personagens do humorístico. Entre eles Chico Anysio, Jorge Loredo e Walter D'Ávila, acompanhados dos paulistas Medeiros Filho, Luís Pini, Moacyr Franco, Clayton Silva e Zilda Cardoso.

TV Rio

Jorge Loredo e Mara Di Carlo (1961)

Por volta de 1961/62, retorna a emissora, trabalhando principalmente em Noites Cariocas (1961-63), ao lado de Chico Anysio e Jorge Loredo, suas principais duplas no humorístico.

Além de noites cariocas, atuou desde a estréia no programa Musicomédia (1964), ao lado de Agildo Ribeiro e Gracindo Junior, fazendo os espantalhos.

Mara Di Carlo (1963)

Em 1963, a TV Rio abriu a emissora para a Jornada da Solidariedade (1963), a pedido de Dom Helder Camara em serviço de desabrigados de um grande incêndio no Paraná. Mara, ao lado de José Miziara, Flávio Cavalcanti, Nair Belo, Iara Sales, Floriano Faissal, Celso Guimarães, Armando Couto, Helen de Lima, orquestra do maestro Borba, e muitos outros. Foi uma parceria artística entre a TV Rio, e as Rádios Nacional e MEC.

Se retira em 1965 da TV Rio e vai morar em São Paulo, aonde nasce seu filho. Em 1966, retorna a emissora.

Cláudio Correia e Castro, Glória Ladany, João Loredo, Glauce Rocha, e Mara Di Carlo (1958)

Em 1966, novamente esteve a frente de um programa especial a pessoas necessitadas. Se tratou do programa Ajude a Criança Com 12 Brasas (1966), uma campanha envolvendo diversos artistas de vários meios, no qual apresentou ao lado de Wilson Viana.

TV Bandeirantes

Na TV Bandeirantes, fez a novela Nunca é Tarde Demais (1968), ao lado dos também dubladores Líria Marçal, José Miziara e Aldo César.

TV Excelsior (RJ)

Em 1970, é contratada pela TV Excelsior, permanecendo alguns meses na emissora, quando a mesma encerra suas atividade.

TV Tupi (RJ)

Mara Di Carlo (1963)

Mara esteve no programa Sendas do Saber (1975), de Neide Pavani, com direção de Tito de Miglio, com apresentação de Carlos Henrique, ao lado de José Mandarino. O programa era dedicado aos jovens.

Rede Globo

Participou na Rede Globo do seriado infantil, O Sítio do Picapau Amarelo, no episódio A Morte do Visconde (1978), fazendo a voz da jaqueira.

TVS

Nos anos de 1980, retorna com um papel fixo na televisão no humorístico, Reapertura (1982), ao lado ao lado de Geraldo Alves, Renato Corte Real, Roni Rios, Rony Cócegas, Tutuca, Zilda Cardoso, Jorge Loredo, Maria Teresa e outros.

Teatro

Também fez teatro. Esteve na Companhia Os Artistas Unidos, na peça As Loucuras de Mamãe (1957), no Teatro Copacabana.

Mara Di Carlo (1960)

Posteriormente, participou da peça de Nelson Rodrigues, Perdoa-Me Por Me Traíres (1958), no Teatro Carlos Gomes.

 

Em 1959 teve uma rápida passagem pelo Teatro de Bolso, aonde atuou na peça: Amanhã Se Não Chover (1959), de Henrique Pongetti, com direção de Aurimar Rocha, substituindo Iolanda Cardoso, e atuando ao lado de Diana Morel.

 

Em 1960 estreou na peça infantil Pinóquio (1960), ao lado de Regina Amorim, Itá Lima, Joel Vidal, Aurimar Rocha, Marli Rocha e Duran Rei, no Teatro de Bolso, em Ipanema.


Mara Di Carlo (1962)

osteriormente esteve na peça Amanhã Se Não Chover (1960), de Henrique Pongeti, no Teatro de Bolso, com direção de Aurimar Rocha, ao lado de Diana Morel, Rildo Gonçalves, Aurimar Rocha e Joel Vidal.

 

No ano seguinte, atuou na Boate Texas, no show TV-Riso (1961), substituindo Zélia Hoffman, ao lado de Vagareza, Jaime Filho, e Paulo Rodrigues.


Mara Di Carlo (1963)

No mesmo ano, atua na peça Procura-Se Uma Rosa (1961), de Vinicius de Moraes, ao lado de Norma Bengell, Agildo Ribeiro, Fece Valadão, Antônio Patiño, Dirce Migliaccio, Jorge Dória, e Clementino Kelé, no Teatro Santa Rosa, e Teatro Tijuca.

 

Nos anos de 1970, fez a peça O Donzelo (1976), de Costinha, ao lado de Emanoel Rodrigues, Costinha e Iara Silva, no Teatro Serrador.

 

No mesmo ano, esteve no musical Breve o Tempo das Rosas (1976), na Churrascaria Tem Tudo, ao lado de Teresa Cury, Tutuca, o grupo Samba Lele, Telinho da Mangueira, Mário César, Juracy Baba de Quiabo, e Marilu, com direção de Glauco Pereira.

 

Em 1976, também ingressou como professora no curso de teatro do Instituto River, com direção de Carlos Cavalcanti.


Cinema

Mara Di Carlo (1955)

No Cinema começou no filme Carnaval Em Lá Maior (1955), depois fez Eva no Brasil (1956), A Família Boaventura (1956), Sherlock de Araque (1957), Matemática Zero, Amor Dez (1958), Amor Dez (1958), O Camelô da Rua Larga (1958), Um Caso de Polícia (1959), Eu Sou o Tal (1959), A Viúva Valentina (1960), que inicialmente se chamava Quem Dá Mais!..., Cala a Boca, Etelvina (1960), e A Desforra (1967), que inicialmente se chamava O Preço de Uma Curra.

Vida Pessoal

Namorou em 1955 o cantor Juarez do grupo Os Modernistas. Em 1956, namorou o cantor Neneco, do conjunto que Mara fazia parte, Os Galdérios.

Sérgio Roberto e Mara di Carlo (1960)

Em 1960, ficou noiva do ator de cinema, Sérgio Roberto. Namorou Sérgio até por volta de 1962/63.

Em 1965, teve um filho. Nasceu em São Paulo, aonde residia na época. Acredito que tenha sido em Sorocaba. Foi mãe solteira.

Em 1969, namorava o cantor Luís Carlos Clay.

Dublagem

Na dublagem começou em 1958, na ZIV, que funcionava dentro dos estúdios da TV Rio aonde trabalhava. Disse em entrevista ao Jornal do Brasil em 1978, que foi a primeira voz feminina da dublagem brasileira.
 
Mara Di Carlo (1962)

A convite de sua colega de emissora, Carla Civelli, foi chamada nos anos de 1960 para trabalhar na CineCastro. Permaneceu no estúdio até seu final, no tempo que já se chamava Televox. Apesar disso, ficou ausente do estúdio em alguns momentos, como em 1965, e em 1968, tendo nessa última data atuado por pouco tempo na AIC - São Paulo.
 
Trabalhou em outros estúdios também, como Telecine e Herbert Richers. Por volta de 1982, foi trabalhar em São Paulo. Não sabemos se atuou em dublagem na capital paulistana nesse período. Logo em seguida, retorna para o Rio e para a dublagem.
 
Melody

Entre seus trabalhos estão a a inocente Melody em Josie e As Gatinhas, Dedé em Clue Club, Heckett em A Princesa e o Cavaleiro (CineCastro e Televox), e nos filmes fez Terry Gionoffrio interpretada por Angela Dorian em O Bebê de Rosamary, Senhora Gruen interpretada por Georgann Johnson em Encontro Às Escuras, entre outros.
 
Uma curiosidade é que Mara ficou muito conhecida pela dublagem característica que fez na personagem Melody em Josie e As Gatinhas, e por essa razão sempre era chamada para dublá-la em outras versões do desenho. Apesar de não ter dublado a Melody nas outras aparição da turma, em Josie e As Gatinhas no Espaço fez a Alexandra, e na aparição de Josie e As Gatinhas em Os Novos Filmes de Scooby-Doo fez a Valéria. Era convidada para a série, porém os diretores não sabiam qual o personagem que fizera inicialmente. Um cuidado que não se tinha com elencos de séries animadas.
 
Linda Carter

Mara não foi uma dubladora tão constante assim, apesar de ter sido dubladora por quase 30 anos. O porque disso era a carreira extensa que a atriz tinha em filmes, no teatro, e em produções de TV, tanto em São Paulo quanto no Rio, o que evidentemente preenchia muito seu tempo.
 
Mara veio a falecer em 1996, em Sorocaba, São Paulo, deixando um legado de belos trabalhos, tanto para o cinema, televisão, teatro, quanto para a dublagem.

Trabalhos:

Desenhos

- Melody em Josie e As Gatinhas
- Alexandra em Josie e As Gatinhas no Espaço
- Dedé em Clue Club
- Sandra em Cachorro Quente
- Valéria em Josie e As Gatinhas em Os Novos Filmes de Scooby-Doo
- Mãe do Denis (primeira voz) em Denis o Pimentinha
- Heckett (segunda voz) em A Princesa e o Cavaleiro (CineCastro e Televox)

Filmes

- Terry Gionoffrio (Angela Dorian) em O Bebê de Rosamary
- Sra. Gruen (Georgann Johnson) em Encontro Às Escuras
- Virginia (Marcia Reider) em Footloose - Ritmo Louco
- Caroline Lake Quiner Ingalls (Karen Grassle) em Os Pioneiros
- Sra. Sherman (Colleen Dewhurst) em O Garoto Que Podia Voar
- Terry, a Dançarina (Claire Bloom) em Luzes da Ribalta
- Patricia Pemberton "Pat" (Katharine Hepburn) em A Mulher Absoluta

Séries

- Diana Prince / Mulher Maravilha (Lynda Carter) (primeira voz) em Mulher Maravilha
Caroline Lake Quiner Ingalls (Karen Grassle) em Os Pioneiros (1ª à 5ª Temporadas)
- Yuriko Oka (Mika Katsuragi) em O Regresso de Ultraman

Fontes: Dramaturgia Brasileira - In Memoriam, Silvio Navas, Acervo Pessoal, Revista do Rádio, Dublanet, Jornal do Brasil, Wiki.br, Correio da Manhã, Radiolândia, Correio Paulistano, Revista Intervalo, Gazeta Esportiva (SP), Wikipédia, A Luta Democrática, Correio Braziliense, Diário Carioca, O Jornal, Todo o Teatro Brasileiro, Dublagem Brasileira.

2 comentários:

  1. Fez a esposa de Michael Landom em os pioneiros, Ane em ultraseven e yukiko em o regresso de Ultraman.

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  2. Obrigado pelas informações, amigos.
    Só uma correção, a Annie foi dublada na verdade pela Sônia Ferreira.

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