A Herói apresenta Mônica Pinho, a dubladora da Lois Lane da série Super-Homem. Ela conversou com Heitor Pitombo sobre como é emprestar a voz para Teri Hatcher.
Quando começou a sua carreira de dubladora?
Meu marido, Mário Jorge de Andrade, já era dublador (costuma fazer as vozes de Eddie Murphy e John Travolta) e me levou para fazer um teste para a escola de dublagem da Herbert Richers, que não existe mais. Fui aprovada e comecei a trabalhar.
Qual foi a sua primeira personagem?
Fazia a Liz, do seriado As Prisioneiras, que foi ao ar em 1983.
Muitos outros papéis devem ter vindo na sequência, não?
Sem dúvida. Fiz muitos seriados legais como A Bela e a Fera, Hóspede do Barulho, Jogo Duplo, etc. Mas acho que méis melhores trabalhos foram dublagens de filmes.
Normalmente, a TV Globo exige que a voz de determinados atores seja feita sempre pela mesma pessoa, dublo a Demi Moore, minha atriz favorita, Madonna, a minha artista pop predileta, Kim Basinger, Daryl Hannah, Whitneu Houston, etc. Apesar de possíveis eventualidades, procura-se manter essa disciplina. As outras emissoras não são tão exigentes, mas quando o filme é importante, tenho até que viajar para São Paulo.
Entre tantos trabalhos, quais os seus favoritos?
Muitos. Entre as atrizes que eu duplo está a Kristie Alley, e foi ótimo fazer seu papel em Olha Quem Está Falando, já que acabei trabalhando com meu marido (que fez a voz do John Travolta). Outro trabalho bem legal foi criar a voz da Priscila da TV Colosso, pois me dava a possibilidade de interpretar também, já que as falas dos bonecos eram colocadas depois. Mas meus trabalho favorito foi no filme Ghost, em que dublei a Demi Moore.
E dublar desenhos animados? É diferente?
Não tem tanta diferença assim. A relação entre desenhos e filmes é a mesma que existe entre teatro adulto e teatro infantil. Já fiz alguns trabalhos bacanas em desenhos como a Daphne da turma do Scooby-Doo, e recentemente, a Esmeralda de O Corcunda de Notre Dame. Foi o primeiro desenho da Disney que eu fiz.
E a Lois Lane? Você já conhecia a personagem?
Nunca fui muito ligada a história em quadrinhos, mais já havia dublado a Teri Hatcher quando ela fez o papel de irmã do Stallone em Tango & Cash. O que sabia sobre Lois Lane é que ela era uma mulher charmosa, dinâmica e ao mesmo tempo romântica e carente.
Como ela surgiu em sua vida?
Fiz um teste, fui aprovada e gravei meu primeiro episódio como Lois. Depois que fiz esse trabalho, voltei para casa assustada pensando que "esse negócio de Super-Homem é uma bobagem, essa série vai ser um fracasso. "Mas depois do terceiro episódio passei a adorar o seriado. Acho a Teri uma atriz maravilhosa.
Algum episódio te comoveu?
Muitos. Em todas as vezes nas quais eles tentavam ficar juntos e não conseguiam eu ficava desesperada. Foi especialmente marcante para mim o episódio de natal do ano passado, no qual o Clark fez a Lois acreditar no espírito natalino, pois sou muito ligada a data.
Na sua opinião qual é o grande atrativo de As Aventuras de Superman?
Além do Dean Cain...o clima de romance e a falta de compromisso com a realidade da série são coisas muito legais. Aqueles que acham a série pouco heroica, vale lembrar que o nome original do seriado não é Super-Homem, é Lois & Clark. No início, o Clark falava pouco, e a ação ficava centrada na Lois. Acho que com o tempo, Dean foi ficando mais seguro como ator e passou a dividir mais a cena com ela, que era a protagonista.
Como é trabalhar com Alexandre (a voz de Dean Cain)?
Atualmente, a gente não tem gravado junto, ele está muito ocupado com a novela que vem fazendo (Xica da Silva). Era melhor conosco juntos, podíamos fazer adaptações no texto e brincar mais. Somos amigos a muito tempo. A semelhança física dele com o Dean Cain era motivo de muitas brincadeiras.
PS: Um tempo depois dessa entrevista Mônica Pinho mudou seu nome artístico para Mônica Rossi, e sua filha Caroline Pinho para Carol Capfer.
Agradecimentos ao Centro Cultural da Juventude de São Paulo pelo Material.
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