sexta-feira, 3 de abril de 2020

Renato Restier


Arquivo de Som:

Maurice (Maurice Evans) no episódio Um Simples Mortal em A Feiticeira



Biografia:

Renato Restier foi um dublador Carioca e Paulistano.

Renato Santos Restier (seu nome de batismo, muito provavelmente era Renato Restier Junior) nasceu em 24 de Fevereiro de 1920, em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul.

Filho dos atores teatrais, Restier Junior e Hortência Santos, desde cedo teve inspiração para seguir vertentes artísticas. Nasceu no Rio Grande do Sul, em uma das temporadas fora do Rio de Janeiro que sua mãe fazia.

Restier cresceu com seu irmão, Fernando Restier, e Valdemar Norat, do segundo casamento de sua mãe com o ator Ildefonso Norat. Apesar de ter sido criado por Restier Junior, seu pai biológico era o famoso ator e teatrólogo, Procópio Ferreira.

Restier começou sua carreira em 1935, como cantor, com apenas 15 anos de idade.

Rádio Mayrink Veiga

Na ocasião, cantava em programas da Rádio Mayrink Veiga, como Programa de Studio (1936), entre outros. Cantou na emissora ao lado de Dircinha Baptista, Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, Heleninha Costa, entre outros. Esteve na emissora até 1937.

No ano seguinte, se lançou em um concurso da Rádio Nacional chamado Raio K - Em Busca de Talentos. Chegou a ser finalista e ganhar prêmios, mas não foi contratado pela rádio.

Ainda na Mayrink, também atuou em peças teatrais, como Linda Flor (1943), ao lado de sua mãe, Hortência Santos.

Posteriormente, ingressa na área de contabilidade da empresa. Em 1958 ainda ocupava esse cargo. Na ocasião, seu irmão, Fernando Restier era diretor da emissora.

Teatro

No teatro, ingressou em 1941 na Companhia Procópio Ferreira, seu pai biológico, atuando nas peças O Inimigo das Mulheres (1941), e Tudo Por Você! (1941), no Teatro Serrador, ao lado dos pais, Hortência Santos, Restier Junior, além de Procópio Ferreira, Bibi Ferreira e outros.

Renato Restier (1941)

No mesmo ano, ingressa na Companhia Jayme Costa, atuando nas peças Pensão de Dona Estela (1941), e Médico a Força (1941), no Teatro Serrador, Nossa Gente é Assim (1941), em Recife, Pernambuco, no Teatro de Santa Isabel, A Família Léro-Léro (1942), O Modesto Filomeno (1942), Eu Quero Ver é a Pé (1942), e A Flor da Família (1942) no Teatro Rival.

Jaime Costa, Ankito, Renato Restier, e Raimundo Furtado (1959)

Na companhia, esteve ao lado de Déa Selva, Darcy Cazarré, Luiza Nazareth, Oswaldo Louzada, Ítala Ferreira, Rafael de Almeida, Palmora Silva, Oscar Soares, Grace Moema, Lídia Vani, e outros.

Em 1942, surge o convite para ingressar na Companhia de Teatro Cômico, aonde atua nas peças A Mulher do Próximo (1942), Por Causa do Lulu (1942), e A Marquesa de Santos (1942-43), no Teatro Rival, ao lado de Déa Selva, Darcy Cazarré, Lídia Vani, Ítala Ferreira, Rafael de Almeida, Grace Moema, Delorges Caminha, Alda Garrido, Pepa Ruiz, e outros.

Em 1943, ingressa na Companhia de Comédia, criada por sua mãe, Hortência Santos, atuando na speças O Operário e o Médico (1943), e Tia Engrácia (1943), no Teatro Ginástico, ao lado de Albera Pera, Lidia Vani, Armando Rosas, Flora May, e outros.

Até 1964, atuou em diversas companhias pelo Rio de Janeiro. Entre elas, a Companhia Walter Pinto, na peça Momo na Fila (1944), no Teatro Recreio, ao lado de Dercy Gonçalves, Lamartine Babo, Zilá Fonseca, Gilberto Alves, Aracy Cortes, e outros.

Companhia Dulcina-Odilon, nas peças Rainha Vitória (1945), no Teatro Municipal, Chuva (1945), Sem Rumo (1945), Felicidade (1945), A Sereia Louca (1945), no Teatro Ginástico, Avatar (1946), e Ana Christie (1946), no Teatro Regina, ao lado de Odilon Azevedo, Dulcina de Moraes, Ribeiro Fortes, Milton Carneiro, Conchita de Moraes, Manuel Pêra, Armando Rosas, Aurora Aboim, Dinorá Marzulo, e outros.

Companhia Procópio Ferreira, novamente, nas peças Divórcio (1947), O Grande Fantasma (1948), Lar, Doce Lar  (1948), Chica Boa (1949), e Encruzilhada (1949), no Teatro Recreio, ao lado de Alma Flora, Joice Oliveira, Teresa Lana, Carlos Durval, Salu Carvalho, Hortência Santos, e outros.

Renato Restier, Oscarito, Miriam Thereza, e Margo Louro (1959)

Companhia Hortência Santos, segunda companhia de sua mãe, na peça A Fera da Rua Larga (1949), de Fernando Restier, seu irmão, no Teatro Astral, ao lado de Ferreira Leite, Ildefonso Norat, Gercina Grei, Jaci Wagner, Vanda Pinheiro. Atua na companhia ao mesmo tempo que na Companhia Procópio Ferreira.

Companhia Beatriz Costa, na peça Mão Boba (1950), ao lado de Beatriz Costa, Spina, Jurema de Magalhães, Zilka Salaberry,Celeste Aida, Zé Coió, Virginia de Noronha, no Teatro Carlos Gomes.

Na peça Chica Boa (1950), ao lado de Hortência Santos, Ildefonso Norat, Jacy Wagner, Delfim Gomes, e outros, no Teatro Itacambira.

Companhia Hélio Ribeiro, na peça Pra Lá de Boa (1951), ao lado de Silva Filho, Solange França, Cataldo, Grijó Sobrinho, e outros, em curta temporada em São Paulo, no Teatro Santana.

Na peça Constelação (1953), ao lado de Eliane e Cil Farney, e Music Hall (1953), trazida por Renato Murce, ao lado de Eliane, Cyl Farney, Goerge Green, Suzy Kirby, Domício Costa, e outros, ambas no Teatro Glória.

Sérgio Cardoso, e Renato Restier (1953)

Companhia Dramática Nacional, na peça A Falecida (1953), direção de José Maria Monteiro no Teatro Municipal, A Raposa e As Uvas (1953), direção de Bibi Ferreira, e A Canção Dentro do Pão (1953), direção de Sérgio Cardoso, no Teatro Carlos Gomes, ao lado de Sérgio Cardoso, Nídia Lícia, Leonardo Villar, Sonia Oiticica, Luiza Barreto Leite, entre outros.

Renato Restier, Oscarito e não identificado (1961)

Companhia Oscarito & Família, nas peças Cupim (1953), de José Wanderley e Mário Lago, com direção de Mário Brasini, e O Golpe (1955), no Teatro Glória, ao lado de Oscarito, Margot Louro, Miriam Thereza, Hortência Santos, Violeta Ferraz, Afonso Stuart, e Adriano Reys. Na ocasião, também atuava na Cinematográfica Atlântida, nos filmes de Oscarito.

Companhia Eva Todor, na peça Quem Conhece As Mulheres? (1960), no Teatro Ginástico, ao lado de Eva Todor, Luara Suarez, Francisco Dantas, Oscar Felipe, Terry Viana, e Perry Salles.

Companhia Cilo Costa, na peça Feliz Assassinato Mr. Bennett (1962),ao lado de Laura Suarez, Antônio Patiño, Francisco Dantas, Hugo Sandes, Paulo Padilha, Teley Perez, e Cilo Costa.

E, Companhia Antônio Cursati, na peça Zero à Esquerda (1963-64), nos Teatros Esplanada e Tijuca, e em 1964 no Teatro São Paulo, na capital paulista, ao lado de Zezé Macedo, Margot Louro, Afonso Stuart, Eliane Luara, Hugo Sandes, Hilda Santos, e Pola Leste.

Alvim Barbosa, Sergio Cardoso, Renato Restier, Aracy Balabanian, e Dina Lisboa (1964)

Após uma temporada em São Paulo, decide seguir carreira teatral na cidade, ficando por um período de 11 anos. Na ocasião, ingressa na Companhia Teatro Brasileira de Comédia, atuando nas peças Vereda da Salvação (1964), Gog e Magog (1964), e Os Ossos do Barão (1964), no Teatro Maria Della Costa.

Na companhia, atuou ao lado de Sérgio Cardoso, Aracy Balabanian, Dina Lisboa, Silvio Rocha, Francisco Curcio, Cleide Yaconis, Raul Cortez, Lélia Abramo, Aurea Campos, Ricardo de Lucas, Ruth de Souza, Stênio Garcia, e outros.

No ano seguinte, ingressa no Grupo Os Amigos da Comédia, de Valter Sequeira, na peça O Lobo Mau / O Lobo e o Monoquíni Vermelho (1965), de Paulo Silvino, ao lado de Valter Sequeira, Rosemarie Sulquer, Gina Bianquini, Armando Ferreira, Paulo Silvino, e Marli Cabral, no Teatro Natal.

Em seguida, atua na peça Chica da Silva 65 (1965), ao lado de Anilza Leoni, Salomé Paris, Marli Cabral, Manula, Paula Marine, Jackson de Souza, entre outros, no Teatro Esplanada.
   
Renato Restier, e Líris Castelani (1960)

No mesmo ano, atua na peça/musical, Se Quiser Diz Logo... (1965), de Mário Lago e Agnelo Macedo, ao lado de Hilda Santos, Joel Vidal, Rodolfo Bueno Brione, e na parte musical Hilda Hasson e Monsueto. A direção é de Hélio Quaresma. A direção musical é de Kalua, com quem Renato compôs a música Rosa de Ouro, interpretada por Hilda Hasson. A peça foi apresentada no Teatro Leopoldina.

Após ficar 3 anos em hiato do Teatro, retorna pela Companhia Teatro Brasileira de Comédia, nas peças Quarenta Quilates (1968), e Saco de Gatos (1968) no Teatro Maria Della Costa, ao lado de Henriette Morineau, Jorge Doria, Daisy Lucidi, Perry Salles, Heloisa Helena, Nadia Maria, Delorges Caminha, Lucia Alves, e Carlo Mossy.

Após isso, atua nas peças, Encontro Fatal Comigo Mesmo (1969), comédia musicada de Jackson Vamosi, ao lado de Dina Ribeiro, Paulo Pinheiro, e outros, no Teatro das Nações.

Ascensão e Queda de Um Paquera (1969-70), ao lado de Paulo Carvalho, Ana Lúcia e Suely Franco, no Teatro de Arte e Teatro Alberto D'Aversa em São Paulo, e em 1970 no Teatro Palace Cassino em Poços de Caldas, Minas Gerais.

Paulette Silva, e Renato Restier (1960)

Três em Lua de Mel (1970), ao lado de Ivete Bonfá, Darcio Barichello, Diná Ribeiro, Sandra Menezes, Zaira Cavalcanti, Oswaldo Abreu, e Jorge Pires, no Teatro Alberto D'Aversa.

Sepulcro Para Casal (1970), ao lado Dercy Gonçalves, Hilda Santos, entre outros, e Marido Bom Tem Machão (1970), ao Dercy Gonçalves, Norberto Nardoni, Ribeiro Fortes, e Hilda Santos no Teatro Olímpia (atual Teatro Ópera).

Check-Up (1973), com direção de Antunes Filho, ao lado de Walter Stuart, Aizita Nascimento, Wilma de Aguiar, Jairo Arco e Flexa, Jonas Mello, e Paulo Hesse, no Teatro Itália.

E, O Jogo do Sexo (1975), ao lado de Ivete Bonfá, Maria Luiza Castelli, Felipe Carone, Narci Junior e Liza Vieira, no Teatro Paiol.

Cinema
 

No cinema, Restier também seguiu uma longa carreira, sendo ela a mais conhecida até hoje. Restier, foi contratado pela Cinedistri em 1950, indo em 1952 para a Brasil Vita Filmes, no mesmo ano para a Atlântida, em 1956 para Herbert Richers, e em 1958 retorna para a Cinedistri.

Tony Jr, Renata Fronzi, Renato Restier, e Ankito (1960)

Em 1959, fica variando entre Herbert e Atlântida até 1963. Em 1960, ainda teve uma breve passagem pela Cinedistri. De 1966 em diante, atua em cinematográfica pequenas e independentes. Em 1963, chegou a trabalhar como produtor de filmes na Atlântida.

Renato Restier, Oscarito, Francisco Carlos, e Afonso Stuart (1956)

Entre os filmes que atuou, temos primeiramente os produzidos na década de 1950. Entre eles, O Pecado de Nina (1950), Tocaia (1951), Três Vagabundos (1952), Era Uma Vez Um Vagabundo (1952), Carnaval Atlântida (1952), Barnabé Tu És Meu (1952), Areias Ardentes (1952), A Dupla do Barulho (1953), Matar ou Correr (1954), A Outra Face do Homem (1954), Colégio de Brotos (1955), Paixão nas Selvas (1955), Nem Sansão Nem Dalila (1955), Sai de Baixo (1956), O Negócio Foi Assim (1956), O Golpe (1956), Guerra ao Samba (1956), De Pernas Pro Ar (1956), Com Água na Boca (1956), Com Jeito Vai (1957), Metido a Bacana (1957), O Camelô da Rua Larga (1958), E o Bicho Não Deu (1958), É de Chuá (1958), Pistoleiro Bossa Nova (1959), Mulheres à Vista (1959), Mulheres, Cheguei! (1959), e Garota Enxuta (1959).

Elenco de O Viúvo Alegre (1961)

Da década de 1960 em diante, atua nos filmes Vai Que É Mole (1960), Sai Dessa, Recruta (1960), O Viúvo Alegre (1960), O Cupim (1960), Marido de Mulher Boa (1960), Aí Vem a Alegria (1960), Bom Mesmo é Carnaval (1962), Manaus, Glória de Uma Época (1963), Três Histórias de Amor (segment "Madrugada - Amor na Praia") (1966), feito em São Paulo, Independência ou Morte (1972), Quatro Pistoleiros em Fúria (1972), Regina e o Dragão de Ouro (1973), A Super Fêmea (1973), O Mulherengo (1976), A Banda das Velhas Virgens (1979), e Os Insaciados (1981).

TV Tupi (RJ)

Na TV, esteve nos primeiros anos de TV no Brasil, passando pela TV Tupi.

Na emissora, primeiramente, esteve no programa Tele-Teatro Policial, em peças como O Gangster (1951).

Posteriormente, depois de um hiato da TV, esteve em outros programas teatrais, como Teatro Romance, na peça Lídia (1958), Teatro de Equipe, na peça Anastasia (1958), Grande Teatro, na peça Pais e Filhos (1959), Câmara Um, nas peças A Herança (1958), Vertigo Rock (1959), A Mão do Diabo (1959), Meio-Dia (1958), programa de peças de Jacy Campos, além de especiais, como Fiorette de Santa Clara (1959).

Alberto Perez, e Renato Restier (1961)

Em novelas, esteve em A Canção de Bernadette (1958), Gabriela, Cravo e Canela (1961). Em séries, atuou em Falcão Negro (1958-60).

TV Rio

Renato Restier, e Paulette Silva (1960)

Em 1959, teve uma breve passagem pela TV Rio, atuando no programa Teatro de Variedades, na peça Punhos de Seda (1959).

TV Record (SP)

Depois de 10 anos longe da televisão, retorna ao meio, agora em São Paulo, pela TV Record. Na ocasião, atua na novela Ana (1969).

Há suspeitas de que em 1964, quando se muda para São Paulo para fazer teatro, teria atuado na emissora, mas não há comprovações disso.

TV Tupi (SP)

Alguns anos depois, ingressa na Tupi paulista, atuando primeiramente nas novelas Divinas & Maravilhosas (1973), Um Dia, o Amor (1975-76), e O Julgamento (1976).

Renato Restier (1975)

Na emissora, também atuou nos humorísticos, Domingo é Dia de Graça (1977), ao lado de Costinha, Paulo Celestino, Maria Teresa, Roberto Barreiros, Valery Martins, Rogério Cardoso, Geraldo Alves, Roni Cócegas, Older Cazarré, e outros, e Deu a Louca no Show (1977), Ankito, Older Cazarré, Selma Lopes, Matinhos, Geraldo Alves, Rogério Cardoso, José Santa Cruz, e outros.

Rede Globo

Em 1977, ingressa na Rede Globo. Na ocasião, atua nas novelas Maria, Maria (1978), e Sinal de Alerta (1978-79).

Também participou de um especial da emissora, chamado As Frenéticas Especial (1978), ao lado de Wilson Grey, e Átila Iório.

TVS

Por volta de 1983 estava em São Paulo, e trabalhava em um programa humorístico na TVS. Acredito que seja Reapertura 83 (1983). Deixou o programa em outubro do mesmo ano.

LP

Chegou a gravar algumas músicas em um LP na Gravadora Copacabana, mas não seguiu carreira. Entre elas o samba canção, Canção Noturna, de Sebastião Gomes.

Participou das Historinhas Disney lançadas no Brasil pela Abril. Foi o Mágico na história de Aladim.

Hiato

Restier teve alguns anos de hiato em sua carreira, aonde não se encontrou nenhum trabalho do mesmo no período. O primeiro ano é de 1967, que se encontrava na dublagem desde 1964/65. Em 1969, estava na TV Record, podendo estar na emissora nesse ano citado.

Em 1971 e 1974, ocorreram hiatos entre peças teatrais e programas de TV. Em 1969, estava na TV Record, e em 1973 e 1975 estava na TV Tupi, podendo estar em uma dessas emissoras nesses anos em citados.

Os outros anos são 1980, 1982, e 1984, sendo que em 1979 estava na TV Globo, e em 1983 estava na TVS. Podendo estar em uma dessas emissoras nesses anos citados.

Vida Pessoal

Renato Restier era filho de Restier Junior e Hortência Santos, e tinha como pai biológico, Procópio Ferreira. Tinha como irmãos Fernando Restier (filho de Restier Junior e Hortência Santos), e Valdemar Norat (filho de Ildefonso Norat e Hortência Santos).

Renato se casou nos anos de 1950 com a também atriz, Hilda Santo. Seu primeiro filho nasceu em 1960, se chamava Roberto.

Restier Junior (1945)

Um pouco sobre a história de Restier Junior, batizado com o nome de José de Castro Maigre Restier Junior. Se formou como jornalista, mas não seguiu a profissão.

Uma das primeira companhias que atou, foi a Companhia Jayme Costa (1911), seguida da Companhia Nacional (1914).

Restier Junior fez teatro com Procópio Ferreira, Abel Pêra, Carlos Machado, e outros, no início dos anos de 1920.

Na ocasião atuou em diversas casas teatrais. Entre elas no Teatro Trianon, na Companhia Alexandre Azevedo (1920), na Companhia Procópio Ferreira (1924-30), essa última junto com sua esposa Hortência Santos, na Companhia Restier - Hortência - Juvenal (1930), e na Companhia Procópio Ferreira (1931).

Também esteve no Teatro do Recreio, em diversas peças (1932-33). Teatro Carlos Gomes, na Companhia de Comédias de Antônio Paiva (1933), e na Companhia de Comédias Modernas (1933-34). No Teatro Rival em diversas peças (1935). No Teatro Regina, na Companhia Procópio Ferreira (1936-39). No Teatro Alhambra, na Companhia Delorges Caminha (1939). No Teatro Serrador na Companhia Procópio Ferreira (1941). No Teatro Municipal, na Companhia Dulcina-Odilon (1945), No Teatro Itacambira, em diversas peças (1950). Novamente no Teatro Carlos Gomes, em diversas peças (1950). Entre outros.

Além de atuar em diversas casas e companhias teatrais, também foi responsável pela tradução de diversas peças. Também tocava violão, e muito provavelmente fez uso disso para o teatro.

Restier Junior também atuou em rádios. Esteve na Rádio Tupi (1939-48), e Rádio Nacional (1948-54), produzindo novelas para a última.

Em cinema, atuou em Tristezas Não Pagam Dívidas (1943), Vidas Solitárias (1945), Não Adianta Chorar (1945), O Gol da Vitória (1945), Inconfidência Mineira (1948), e Pecadora Imaculada (1952).

Restier Junior faleceu em 19 de Abril de 1954, vítima de um edema pulmonar.

Hortência Santos (1919)

Um pouco sobre a história de Hortência Santos. Nascida em 21 de Outubro de 1899, em Portugal, foi para o Brasil em 1907.

Seu primeiro marido foi o ator Restier Junior, e seu segundo o também ator Ildefonso Norat. Do primeiro casamento, teve Fernando Restier, e do segundo, Valdemar Norat, também conhecido como Valdemar Restier. Fernando foi novelista, e diretor da Mayrink Veiga a partir de 1956, aonde também escrevia peças. Valdemar começou no teatro com os pais, e nos anos de 1950 trabalhava nos bastidores de uma casa teatral.

O maior sucesso da carreira de Hortência foi com a personagem Maria Cachucha. Hortência começou a carreira em 3 de Agosto de 1914. Em sua carreira, atuou em teatro no Amazonas (1917-18), cantando fado, nos palcos na Bahia (1918-19), em São Paulo no Teatro Boa Vista (1919), e de 1919 em diante no Rio de Janeiro, no Teatro Recreio (1919), e Teatro Trianon (1920).

Entre as casas que esteve nesse período, estão o Teatro Trianon, na Companhia Ruas (1920), peças diversas de teatro de revista (1920-24), Companhia Procópio Ferreira (1924-30), e Companhia Restier - Hortência - Juvenal (1930), montada ao lado de seu marido, Restier Junior.

Em seguida veio o Teatro do Recreio, na Companhia Mesquitinha (1931), e peças diversas (1932-33). Teatro Carlos Gomes, na Companhia de Comédias de Antônio Paiva (1933), e Companhia de Comédias Modernas (1933-34). Teatro Rival, em diversas peças (1935). E, Teatro Regina e Teatro Serrador na Companhia Procópio Ferreira (1936-41).

Nos anos de 1940, surge a Companhia Joracy Camargo (1941). Teatro João Caetano, na Companhia de Teatro Musicado (1942), na Companhia de Espetáculos Luso-Brasileiros (1942), e em diversas peças (1942). Teatro Serrador: Companhia Procópio Ferreira (1942). Teatro Rival e Teatro Carlos Gomes em diversas peças (1942). Teatro Carlos Gomes, e Teatro Ginástico, na Companhia de Comédia Hortência Santos (1943-44), criada pela própria, ao lado do marido, Ildefonso Norat, e estreada em 19 de Março de 1943. Teatro Rival, na Companhia Déa Selva - Darcy Cazarré (1944). Teatro Recreio, na Companhia Walter Pinto (1945). Teatro Fenix, na Grande Companhia de Comédias / Companhia Iracema de Alencar (1945-46), ao lado do marido, Ildefonso Norat. Teatro Regina, na Companhia de Espetáculos Modernos (1947), e em diversas peças (1947-48). Teatro Recreio, em algumas peças (1949), ao lado de Ildefonso Norat. E, Teatro Astral, na Companhia Hortência Santos (1949).

Nos anos de 1950, esteve no Teatro Itacambira, em algumas peças (1950), ao lado de Ildefonso Norat, e na Companhia Hortência Santos (1950). Algumas peças no Teatro Serrador (1950), Teatro João Caetano (1950), e Teatro República (1951). Além do Teatro de Bolso, na Companhia Zaquia Jorge - Fernando Villar (1951). Teatro Carlos Gomes, na Companhia Bibi Ferreira (1952). Teatro Glória, na Companhia Oscarito & Família (1953), ao lado do filho, Renato Restier. Teatro Madureira, na Companhia Zaquia Jorge (1954), E, Teatro Carlos Gomes, na Companhia Virginia Lane (1955).

No cinema, começa em 1936, tem um hiato, e retornando no ciclo de 1945-53. Entre os filmes que atuou, estão Cidade-Mulher (1936), Não Adianta Chorar (1945), O Cortiço (1945), Loucos Por Música (1945), Sob a Luz de Meu Bairro (1946), Segura Esta Mulher (1946), O Cavalo 13 (1946), Esta é Fina (1948), Fogo na Canjica (1948), Pra Lá de Boa (1949), Um Beijo Roubado (1950), O Pecado de Nina (1950), O Noivo de Minha Mulher (1950), Meu Dia Chegará (1951), Coração Materno (1951), Força do Amor (1952), e Toda a Vida em Quinze Minutos (1953).

No rádio, atuou na Rádio Transmissora em 1942. Atuou até 1954 no Rádio. Também fez peças nos anos de 1950 na TV Tupi do Rio, tendo estado no Grande Teatro Tupi em 1952.

Em 1951, já havia ficado internada, e em 1954 também, tendo na ocasião a dona da companhia em que Hortência estava, Zaquia Jorge, dando toda a assistência a atriz em sua recuperação. Faleceu em 22 de Janeiro de 1955, muito provavelmente desse último problema que teve em 1954, sendo enterrada no Cemitério São Francisco Xavier.

Dublagem

Na dublagem, ingressa no final dos anos de 1950 na Herbert Richers, na qual já atuava como ator para o cinema dede 1956.

Por volta de 1962, estava ativo na Herbert, trabalhando ao lado do diretor de dublagem, Milton Rangel. Foi nesse ano que dublou, com a direção de Aloysio de Oliveira o filme 101 Dálmatas, para a Disney.

Com sua ida para São Paulo fazer teatro no ano de 1964, acaba ingressando na dublagem paulista. Inicia seus trabalhos nos estúdios AIC por volta de 1964/65.

No estúdio, trabalhou fazendo pontas em diversas séries, como Missão Impossível (1ª Temporada), Perdidos no Espaço (2ª Temporada), Viagem ao Fundo do Mar (1ª e 2ª Temporadas), O Túnel do Tempo (1ª Temporada), A Feiticeira (1ª e 2ª Temporadas), Jeannie é Um Gênio (1ª e 2ª Temporadas), Jonny Quest, Os Três Patetas, entre outras.

Na ocasião que se dedicou à dublagem, principalmente nos anos de 1966 e 1967, afastou-se quase completamente da vida artística, fazendo apenas uma pequena participação em um filme paulista em 1966.

Esteve na AIC até 1967, retornando a vida artística em 1968, com o teatro, e no ano seguinte com a televisão.

Por ter trabalhado com Older Cazarré na AIC, é chamado pelo mesmo para participar das Historinhas Disney lançadas pela Editora Abril a partir de 1969.

Não sabemos ao certo, mas esteve presente nos Estúdios da RCA aonde se gravavam as histórias entre os anos de 1969 e 1974. Nessa ocasião, foi o Mágico em Aladdim e a Lâmpada Maravilhosa.

Esteve em São Paulo até 1978, quando retorna ao Rio.

No início dos anos de 1980, retorna à São Paulo para trabalhar no TVS, e nessa ocasião ingressa na Álamo. Não sabemos se teria também atuado nos estúdios de dublagem da TVS, já que fazia parte da emissora.

Renato Restier faleceu em 1 de Agosto de 1984, vítima de câncer, no Hospital Matarazzo em São Paulo, aonde estava internado.

Trabalhos:

Filmes

- Pôncio Pilatos (Rod Steiger) em Jesus de Nazaré (1ª Dublagem)
- Victor Stein (Peter Cushing) em A Vingança de Frankenstein

Séries

- Maurice (Maurice Evans) no episódio Um Simples Mortal em A Feiticeira

Desenhos

- Towser em 101 Dálmatas (Longa-Metragem)

Fontes: Augusto Bisson, O Paiz, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Revista do Rádio, Fon Fon, Gazeta de Notícias, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Jornal, Jornal dos Sports, Intervalo, Diário da Noite, A Luta Democrática, Diário da Noite, Diário de Pernambuco, Letras da Província, Universo AIC, Dublanet, Mariortencia Norat.

Um comentário:

  1. Participa da dublagem de cidadão Kane, dublando o chefe da equipe que mande investigar a famosa frase Rosebud

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